Gilson
Lustosa de Lira foi um dos mais destacados jogadores que atuaram no futebol
mato-grossense, embora tenha nascido em Natal (RN), no dia 7 de março de 1948. Criado
no Rio de Janeiro é filho de João Bezerra de Lira e Maria José Lustosa de Lira.
Começou
a carreira no amador em Cachoeira de Macacu (RJ), cidade para onde seus pais
vieram quando Gilson tinha dois anos de idade saídos de Natal (RN), e lá, foi
onde comecei a jogar.
Defendeu
o Cachoeirense, 11 Unidos, Ipê e Independente. Depois foi para Bom Jardim e
Nova Friburgo. Na época foi observado pelo goleiro Castilho e pelo zagueiro
Pinheiro, que eram ídolos do Fluminense, e o levaram aos 13 anos de idade para
as divisões de base do clube.
Naquela
época não havia juniores, era só o juvenil, depois aspirantes e finalmente o
profissional. Gilson, depois do Fluminense, passou pelo Friburgo (hoje
Friburguense) e Bangu.
Num
jogo do Friburguense em que estava presente o jornalista Mário Filho, que dá nome
ao estádio do Maracanã e Euzébio Gonçalves de Andrade e Silva, que foi presidente
do Bangu de 1963 a 1968, Gilson marcou três gols.
Depois
do jogo ele foi para o Bangu, onde jogou no juvenil, aspirantes e nos profissionais,
em dois jogos do campeonato de 1966, quando o Bangu foi campeão.
Gilson
considerou um prêmio ter jogado, nem que fosse poucos minutos, num timaço como
era aquele do Bangu. Sua primeira partida como profissional aconteceu no ano de
1967, jogando pelo Bangu, num amistoso na cidade de Petrópolis, com vitória por
2 X 0.
Como
um cigano do futebol andou pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), onde foi
campeão pernambucano em 1969. Em 1970, fui para o ABC (RN), onde se sagrou
campeão estadual e da “Taça Cidade de Natal”.
Em
1971 jogou no Galícia (BA), que era o time dos espanhóis; depois em 1972 voltou
ao Rio de Janeiro.
Chegou
ao Mato Grosso em 1973, onde disputou seu primeiro campeonato profissional
estadual de futebol. Foi pelo Operário, de Várzea Grande. Havia recebido dois
convites, um do Itabuna, da Bahia e outro do Operário, optando pelo clube mato-grossense.
Na
época, o treinador Nivaldo Santana, que foi seu técnico no Friburguense, teria
convencido a diretoria do Operário que se contratasse Gilson Lira, seria
campeão, o que realmente aconteceu.
No
Operário Gilson teve um desentendimento com Rubens do Santos, que era diretor
do clube, por isso acabou indo emprestado para o União, de Rondonópolis, onde
marcou 23 gols em 1975, marca essa que ainda não foi quebrada.
E
esses gols garantiram o título ao União. Mas acabou ficando com o vice, graças
a uma decisão no “Tapetão” que beneficiou o Comercial, de Campo Grande.
Teve
ainda passagens pelo Grêmio de Maringá (PR), Náutico (PE), Galícia (BA), ABC
(RN), Grêmio Anapolina (GO), Operário (MT), Comercial (MS) e União (MT).
Gilson
foi artilheiro por todos os clubes que jogou. E colecionou títulos, em torno de
15 ao todo. Depois que deixou os gramados, teve uma experiência como treinador no
União Esporte Clube e Vila Aurora.
Encerrou
a carreira em 1980 no União E. C. de Rondonópolis. O último jogo da carreira
foi pela Taça de Prata, contra o Villa Nova de Nova Lima (MG), em que seu clube
ganhou por 1 X 0 com um gol seu, de cabeça, aos 44’30 do segundo tempo.
Foi
o gol de número 684 de sua carreira. Neste torneio, o União fez sete partidas,
com uma vitória, três empates e três derrotas.
No
Mato Grosso conquistou 13 títulos, sendo sete pelo Operário, Campeão Estadual
de 1973, Bi-campeão da Copa Cuiabá em 1973 e 1974, Campeão do Centro-Oeste de
1974, Campeão dos Torneios Ranulpho Paes de Barros, Semana da Pátria e Agripino
Bonilha nos anos 1973 e 1974.
E
três títulos no Comercial, Campeão do Torneio Incentivo de 1977, Torneio
Marcelo Miranda também em 1977 e Taça Campo Grande de 1978; e três títulos no
União, Campeão Invicto do Torneio Incentivo de 1975, 1976 e 1979. Marcou em
Mato Grosso 285 gols, sendo 199 pelo União (é o maior artilheiro de sua
história), 41 pelo Operário e 45 pelo Comercial.
Foi
artilheiro do Campeonato Matogrossense em 1973, 1975 e 1976. Recordista de gols
com 23 marcados numa única temporada e até hoje não ultrapassado. Bi-artilheiro
no Torneio Incentivo em 1976 e 1979. Pelo ABC de Natal foi campeão estadual em
1970 e 1971.
Fora
dos gramados construiu uma carreira bem diferente, tendo trabalhado como
porteiro de uma escola. Depois conseguiu uma vaga de professor e chegou ao
cargo de diretor. Trabalhou por 27 anos em escolas públicas. Foram 11 anos como
diretor e 16 anos como professor.
Por
influência de amigos, em 1992 teve uma incursão no mundo da política, tendo
sido candidato a vereador, mas não conseguiu se eleger. Hoje longe de todas
essas atividades se dedica apenas a escrever livros. Mora em Rondonópolis
há mais de 30 anos.
Gilson
Lira também trabalhou na Radio Juventude, de Rondonópolis, primeiro como
comentarista esportivo e depois como narrador. Era chamado de “Comentarista
Artilheiro”. Atuou também na Rádio Clube, Tropical FM e foi apresentador de um
programa esportivo na TV Gazeta. E foi redator esportivo do jornal “A Tribuna”.
Atualmente
é professor aposentado no Estado e escritor com 23 livros lançados nas escolas
e 130 em seu site pessoal, o www.gilsonlirapoesias.com.br, que incentiva a
leitura doando livros (E-books) para os estudantes.
A
queda para a poesia veio desde os tempos escolares. Quando cursava o antigo
segundo ano ginasial, no Rio de Janeiro, toda vez que a professora pedia uma
redação, Gilson a fazia em versos.
Em
1979 ele lançou seu primeiro livro, que foi uma participação literária.
Gilson
Lira tem formação acadêmica em Licenciatura de curta duração Estudos Sociais e
Licenciatura plena em História e Filosofia, além de uma pós graduação em História
pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Gilson
é casado com Martha Eliane do Nascimento Lira, com quem tem três filhos: Bárbara,
Diego e Ígor. (Pesquisa: Nilo Dias)