Pouco
mais de dois meses da morte de Washington, ocorrida em 25 de maio deste ano, o
seu parceiro do Fluminense, do Rio de Janeiro, nos anos 80, Benedito de Assis
da Silva, ou simplesmente Assis, faleceu ontem em Curitiba, aos 61 anos de
idade.
O
médico e diretor clínico do “Hospital Vita”, Luiz Fernando Kubrusly, informou
que Assis sofria de uma doença renal crônica. Antes de ser internado, ele fazia
um tratamento em casa chamado de “diálise peritoneal domiciliar”.
O
processo é semelhante à hemodiálise. A diferença é que pode ser feito em casa, o que traz mais
conforto para os pacientes em geral. Por conta disso, os riscos de infecção,
conforme o médico, são mais suscetíveis.
Assis
ficou internado por 15 dias logo após
adquirir uma dessas infecções chamada de “peritonite”, que é uma inflamação do
peritônio, o tecido fino que reveste a parede interna do abdômen e cobre a
maioria dos órgãos abdominais.
Esse
tipo de infecção é muito grave e ele não respondeu ao tratamento com antibióticos. “Foi então que veio a ocorrer a
múltipla falência dos órgãos”, disse o médico.
O
velório foi realizado na tarde e noite de ontem (domingo), na capela Unilutos,
na rua Desembargador Benvindo Valente, 348, bairro de São Francisco. O
sepultamente acontece às 17 horas de hoje no cemitério Água Verde, localizado
no bairro onde o ex-atleta residia, em Curitiba. Assis deixou esposa e dois
filhos.
Assis
nasceu em São Paulo (capital) e foi criado no bairro da Vila Prudente, na Zona
Leste. Iniciou a carreira jogando Futsal, no Vip´s Clube, de seu bairro. No
futebol de campo deu os primeiros chutes no Clube Atlético Juventus, em 1970.
Ainda
juvenil, deixou o tradicional clube da Mooca e foi jogar na Portuguesa. Sem
muitas esperanças de fazer sucesso nas equipes profissionais do Canindé, Assis
chegou a desistir do futebol, mas retornou em 1975 para jogar no São José (SP).
No
ano seguinte aconteceu a transferência para a Inter de Limeira e logo em
seguida ele foi jogar na Francana, onde foi um dos destaques da equipe na conquista
da divisão intermediária.
Em
1980 chegou ao São Paulo. No clube paulista, o atacante foi campeão paulista e
vice-brasileiro em 1981. Foram 88 jogos pelo tricolor paulista, com 40
vitórias, 31 empates e 17 derrotas.
Depois
teve uma passagem pelo Internacional, de Porto Alegre antes de ir para o
Atlético Paranaense, onde obteve grande destaque. Do rubro negro do Paraná foi
para Fuminense, onde jogou ao lado de Washington, formando uma dupla de
atacantes que se consagrou nos anos de 1983 a 1987.
Com
Assis e Washington no ataque, o Fluminense se sagrou tri-campeão carioca nos
anos de 1983, 1984 e 1985, bem como ganhou o Campeonato Brasileiro de 1984.
Graças a esses dois feitos, Assis foi convocado para a Seleção Brasileira em
dois amistosos no mesmo ano. Em 177 partidas pelo tricolor carioca, marcou 54
gols.
Assis
e Washington eram chamados pelos torcedores do Fluminense de “Casal 20”, em
alusão a um seriado de TV da época, tal o entendimento que os consagrou no
ataque do tricolor carioca.
Assis
também era conhecido por “Carrasco”, em razão dos gols decisivos que marcou em
clássicos contra o Flamengo. Até hoje a torcida tricolor lembra de Assis nos
jogos contra o rival, em que grita” “Recordar é viver, o Assis acabou com
você”.
Antes
de encerrar a carreira, Assis retornou ao “Furacão Parananense”, em duas
passagens. O ex-jogador ainda atuou pelo Paraná Clube e o Paysandu antes de
encerrar a carreira em 1991. depos que deixou o profissionalismo, ainda jogou
pelo clubes amadores de São Paulo: Sampaio Moreira, do Tatuapé, Black Power, do
Ipiranga, e GR Frum ,da Vila Maria. Em todos eles era conhecido por
"Ditão".
Em
2007 assumiu a direção das categorias de base do Fluminense. Ainda trabalhou no
Rio Branco (ES) e nas divisões de base do Volta Redonda (RJ), junto do
ex-goleiro do São Paulo, Ronaldo. Por fim tornou-se embaixador do Fluminense,
envolvendo-se em vários projetos pelo Brasil afora.
Assis
(Foto: Fernando Araújo)