O
Esporte Clube Estrela, de Piquete (SP), é mais uma agremiação centenária no
futebol brasileiro. Foi fundado em 14 de dezembro de 1913, depois de uma
reunião realizada no armazém da "Estrada de Ferro Central do Brasil", na cidade.
O nome do clube é uma referência a “Vila Militar da Estrela”, local onde se
situa a sede do clube.
O
E.C. Estrela tinha estreitas ligações com à "Fábrica Presidente Vargas", inaugurada
em 1909, que produzia pólvora sem fumaça. Seu campo de futebol foi doado pelo
coronel Achilles Veloso Pederneiras, fundador e diretor da empresa bélica e
primeiro sócio benemérito do clube.
O
militar foi homenageado ainda em vida pela municipalidade de Piquete, com seu
nome dado a uma rua na Vila Operária São José, a "Rua Coronel Pederneiras".
O
futebol era um programa familiar em Piquete.As pessoas gostavam de ir ao campo do Estrela nos finais de
semana, para ver o time jogar contra vários adversários da região. A equipe era
formada por operários que trabalhavam na fábrica e vinham de vários lugares.
Muitos
vinham mais pela oportunidade de jogar futebol, mesmo tendo que trabalhar na
fábrica. Quando o jogo era contra a Hepacaré, de Lorena, principal rival regional, o campo ficava totalmente
lotado de torcedores. Durante
quase 30 anos o E.C. Estrela representou a cidade em competições
futebolísticas, tendo sido por algum tempo uma
das forças do futebol do Vale do Paraíba.
Em
1957e 1958, e de 1960 a 1971 participou do Campeonato da 3ª Divisão Paulista de
Futebol Profissional. Tomou parte, ainda, no Campeonato da 2ª Divisão
Paulista nos anos de 1959, 1972, 1973 e 1975. Em 1977 disputou seu último
campeonato como clube profissional, jogando a 4.ª Divisão. Hoje dedica-se ao
futebol amador.
O
grande feito da história centenária do E.C. Estrela aconteceu em 1959, quando derrotou
a Seleção do Exército Brasileiro, que tinha Pélé em sua formação. O “Rei”
chegou a marcar um gol, mas não conseguiu impedir a vitória adversária por 3 X
2.
O
time do Exército ainda contou com Parada, que jogou no Bangu, Palmeiras e
Botafogo, Clóvis Queiroz, que defendeu o Corinthians e Roberto Bataglia,
ex-ponteiro do Corinthians, Guarani, de Campinas e Atalanta, da Itália.
Um
dos mais destacados atletas a envergar a camisa do Estrela foi Eli Esdras. Ele
chegou ao clube em 1957, para disputar a primeira edição do Campeonato Paulista
da 3ª Divisão de Profissionais. O Estrela foi vice-campeão da competição, perdendo
a final em jogo disputado no Estádio Moisés Lucarelli, campo da Ponte Preta, em
Campinas, para a equipe dp Nevense, de Neves Paulista.
Mesmo
assim, o clube conseguiu o acesso para a 2ª Divisão. Pelo clube de Piquete, Eli
disputou sete campeonatos da 2ª Divisão, sempre se destacando como artilheiro
do time. Em 2002 ele foi homenageado pela Prefeitura de Piquete com o título de
“Maior Artilheiro da História do E.C. Estrela”. (Pesquisa: Nilo Dias)
E.C. Estrela, de Piquete (SP), em 1961. (Foto: Milton Neves)