Giuseppe
Casari foi um famoso goleiro italiano que chegou a defender a Seleção Nacional.
Era conhecido pelo seu físico imponente, o que lhe valeu o apelido de “O bom
gigante”. E também pela liderança e comportamento correto ao longo da carreira,
o que lhe rendeu o apelido de "Il Gigante buono" (o bom gigante).
Nasceu
no dia 22 de abril de 1922 Martinengo , pequeno município de Bergamo. Deu
início a sua carreira em 1938 após uma apresentação em Lecco.
Atuou
profissionalmente pela primeira vez em 1944, Casari estreou pelo seu clube
local Atalanta em 1945, no “Torneio de Guerra” promovido pela Federação
Italiana, para manter os jogadores em forma, enquanto os conflitos mundiais
continuassem. O jogo de estréia de Casari no gol da Atalante foi um empate sem
gols diante do Bréscia.
Com
o fim da guerra Casari pode disputar o campeonato italiano da Série A, onde
teve boa participação. Ao todo disputou 251 partidas coma camisa do Atalante,
no principal campeonato da Itália.
Casari
é lembrado até hoje pelo pioneirismo nas saídas de gol, sempre gritando o hoje
tradicional “é minha”. Suas críticas a árbitros e treinadores após os jogos,
também não são esquecidas.
Três
anos depois de sua estreia pela Aralante, foi chamado pelo lendário técnico
Vittorio Pozzo para as Olimpíadas de
Londres de 1948. Mas o indiscutível era Valério Bacigalupo, que morreu no ano
seguinte na terrível “Tragédia de Superga!.
No
verão de 1950, saiu da Atalanta para assumir a camisa 1 do Napoli, que havia
acabado de conquistar a Serie B. E foi convocado para a Copa do Mundo no Brasil
pelo técnico Ferrucio Novo. Em terras brasileiras, viu do banco de reservas a
eliminação de sua seleção ainda na fase de grupos.
A
“Squadra Azzurra” vinha desfalcada pela já citada “Tragédia de Superga”, na
qual foram vítimas boa parte do elenco do Torino, base da Seleção Italiana. A
vitória por 2 X 0 diante do Paraguai na segunda rodada não foi o suficiente
para a classificação a fase final, já que a Itália havia perdido na estréia por
3 X 2 para a Suécia.
Após
o Mundial, passou três temporadas na mais tradicional equipe napolitana. Em
1953 perdeu espaço para o recém contratado Ottavio Bugatti, se transferindo na
temporada
seguinte
para o Calcio Padova, contribuindo com o acesso a elite italiana na temporada
1954-1955.
“Bepi”,
como era chamado pelos torcedores, ainda disputou a Serie A do Campeonato
Italiano em 1955-1956, quando se retirou dos gramados, com a idade de 34 anos,
jogando pelo Padova. Jogou um total de 331 partidas por clubes e seis pela
Seleção da Itália.
Casado
com Giusy Cassera, teve três filhos e quatro netos. Além da qualidade em campo,
“Bepi” também fez parte do folclore do futebol italiano. Durante uma audiência
da Seleção Italiana com o então Papa Pio XII, todos os jogadores ajoelhavam-se
e beijavam respeitosamente a mão do pontífice.
Ao
chegar a vez de Casari, o vinicultor bergamasco de jeito simples, apertou a mão
de Pio de maneira bruta para a ocasião, e exclamou em alto e bom som: “Prazer,
Casari!”, garantindo as gargalhadas de seus companheiros de equipe.
Reverenciado
pela torcida da Atalanta mesmo após o final de sua carreira, acompanhava como
possível o time “nerazzurri”. Em 12 de novembro de 2013, aos 91 anos, em
Seriate, Itália, Giuseppe Casari deixou de ser ídolo, para se tornar mais uma
lenda nos livros de história do futebol mundial. (Pesquisa: Nilo Dias)
Giuseppe Casari. (Foto: Divulgação)