Morreu
hoje no Rio de Janeiro, onde residia, o ex-jogador de futebol Carlos Dionísio
de Brito, ou simplesmente Dionisio, atacante que fez história jogando pelo Flamengo
entre os anos de 1967 e 1972. Ele tinha 66 anos de idade, e foi encontrado
morto por sua esposa.
A
bandeira do clube foi hasteada a meio mastro na sede da Gávea, em sinal de luto.
E a noite, no jogo São Paulo X Flamengo, no Morumbi, foi respeitado um minuto de silêncio
em memória do ex-jogador.
Era
matogrossense de Corumbá, onde nasceu no dia 9 de julho de 1947. Era casado,
pai de dois filhos e tinha dois netos. Depois de deixar os gramados, trabalhou
por muito tempo no Flamengo, realizando peneiras direcionadas à descoberta de
novos talentos.
Dionisio
vestiu a camisa rubro-negra em 164 jogos, contabilizando 75 vitórias, 50
empates, 39 derrotas e 60 gols marcados. No final da carreira jogou pelo Fluminense,
Bahia, Grêmio, Sampaio Corrêa e Americano, de Campos (RJ), onde encerrou a
carreira.
Pelo
tricolor das Laranjeiras disputou 58 jogos e marcou 34 gols. Ajudou o Fluminense a sagrar-se campeão carioca de 1973, justamente em cima do Flamengo, com vitória
de 4 X 2 e dois gols de sua autoria.
Mesmo
não sendo um jogador de estatura elevada, Dionisio era dono de uma grande impulsão.
Tinha enorme facilidade para ganhar no alto dos goleiros e cabeçeava muito
forte. Por conta disso, recebeu o apelido de "Bode Atômico".
Em
1966, os torcedores do Flamengo começaram a acompanhar os jogos do time
juvenil, só para ver em ação um atacante de 20 anos, oriundo do Mato Grosso, que
fazia gols em série. Tratava-se de Dionisio, visto como esperança para o ano vindouro.
Na temporada, havia marcado 26 gols, quase todas em bolas aéreas, sendo o
artilheiro do certame da categoria.
O Flamengo
havia montado um timaço de juvenis. A linha de atacantes era constituida de Zequinha,
Dionísio, Luís Carlos e Arílson. Dionisio chegou no time de cima, mas teve uma
trajetória acidentada por contusões, o que não o impediu de ser artilheiro e
campeão.
Dionísio
fez no time juvenil mais gols de cabeça, que Paulo Borges, do Bangu, artilheiro
do campeonato principal de 1966, fez com os pés. Não demorou para virar ídolo na Gávea
e atraiu a atenção da imprensa, o que contribuiu para sua rápida ascensão ao
time de cima no ano seguinte.
Em
maio de 1967, a “Revista dos Esportes” publicou matéria em que apontava alguns
jogadores como promessas de recuperação do futebol brasileiro, caido no
descrédito depois do fracasso na Copa do Mundo da Inglaterra, um ano antes.
Entre
esses jogadores estava Dionisio, ao lado de Rivelino, Wilson Piazza, Dirceu
Lopes, Paulo Cesar (ainda sem Z e sem o Caju), Edu, irmão de Zico, Everaldo,
Leivinha, Cesar, Raul e Afonsinho.
Não
começou como titular, ficando quase sempre no banco de reservas do Flamengo, de
onde saia para balançar as redes adversárias. Em 1967 marcou 8 gols de cabeça,
apesar de sua baixa estatura, apenas 1.73 metro. Sua impulsão era comparada a
de Pelé.
Dionísio
passou a ser lembrado como um dos prováveis convocados para a Copa de 1970,
junto de Rivelino, então uma revelação no Corinthians. E houve uma coincidência
histórica entre os dois: os apelidos quase semelhantes, dados pela imprensa.
Rivelino era o “Patada Atômica” e Dionisio o “Bode Atômico”. (Pesquisa: Nilo
Dias)
Dionísio,
ex-jogador do Flamengo, morreu aos 66 anos. (Foto: Daniel Castelo) Branco