Seu
jogo de estreia no clube americano deu-se num empate em 2 X 2 contra o América
Mineiro, no ”Mineirão”. Já a estreia no Maracanã aconteceu a 25 de maio de
1967, na vitória por 4 X 2 sobre o Huracán, da Argentina, pelo “Torneio
Internacional Governador Negrão de Lima”.
Realizou
pelo clube rubro do Rio de Janeiro um total de 673 jogos entre 1967 e 1979,
tendo sido campeão da “Taça Guanabara”, em 1974, e duas vezes vice-campeão
(1967 e 1975). Foi ainda eleito titular absoluto do time ideal do América do
século XX, em votação realizada no ano de 2000.
Ao
final de 1948, Alex Kamianecky, seu irmão Miguel e o restante da família de ucranianos chegou ao Brasil,
deixando para trás uma Alemanha destruída pela guerra. Na bagagem, além da
esperança por dias melhores, os dois robustos lourinhos de apenas dois anos de
idade.
Desembarcaram
no Rio Grande do Sul e fixaram moradia em Canoas, uma cidade em franco
desenvolvimento, principalmente depois da instalação do “3º Regimento de
Aviação Militar”, em 1937.
Alex
Kamianecky nasceu no dia 9 de dezembro de 1945, em Hamburgo, na Alemanha. Foi
como zagueiro do Clube Esportivo Aimoré de São Leopoldo (RS), que Alex assinou
seu primeiro compromisso profissional. Jogava ao lado do irmão Miguel até
receber um convite para treinar no Vasco da Gama.
Alex
tomou coragem e foi ao Rio de Janeiro, sem imaginar que agradaria tanto ao
técnico Zizinho, que depois do primeiro treinamento comparou seu futebol ao
lendário Hideraldo Luís Bellini.
Mas
uma indecisão dos dirigentes do Vasco, que na época tentavam negociar Brito com
o Santos, precipitaram o retorno de Alex para o Rio Grande do Sul.
E
foi o próprio Zizinho que indicou Alex ao América, um contato que virou
contrato em 1967. A primeira participação no time principal aconteceu no empate
em 2 X 2 contra o América mineiro, no Estádio do Mineirão.
No
Maracanã, a primeira partida de Alex aconteceu em 25 de maio de 1967, na
vitória por 4 X 2 sobre o Huracán da Argentina, confronto válido pelo “Torneio
Internacional Governador Negrão de Lima”.
Moço
disciplinado, zagueiro leal, Alex ainda carregava o jeitão tipicamente
interiorano, o que despertava a malandragem oportunista de alguns atacantes
maldosos.
Mas
o América contava com Almir Albuquerque, que prontamente inibia os valentões
que se metessem com o amigo Alex. E assim, a amizade entre os dois continuou
por muito tempo.
Orientado
pelo técnico Evaristo de Macedo, Alex foi determinante na grande campanha do
América na “Taça Guanabara” de 1967. Abaixo, os registros de uma grande vitória
do time de Evaristo:
16
de julho de 1967 – Taça Guanabara – América 3 X 0 Flamengo – Estádio do
Maracanã – Árbitro: Cláudio Magalhães – Gols Edu aos 14’ e 20’ do primeiro
tempo; Eduardo aos 20’ do segundo tempo.
América:
Ita – Sérgio – Alex - Aldeci e Djair. Marcos e Ica. Joãozinho – Antunes - Edú e
Eduardo. Técnico: Evaristo.
Flamengo:
Marco Aurélio – Murilo – Jaime - Ditão e Válter. Carlinhos e Jarbas. Fio –
Zezinho - Ademar e Rodrigues.
Técnico:
Modesto Bria.
Em
1970, sob o comando do técnico João Saldanha, Alex fez parte da lista dos 40
pré-convocados para a fase de preparação para a “Copa do Mundo” daquele ano,
mas acabou cortado sem chegar a vestir a camisa canarinho.
A
maior conquista pelo América foi a “Taça Guanabara” de 1974. Ao todo foram 673
partidas disputadas sem nenhuma expulsão, o que lhe valeu o “Prêmio Belfort
Duarte” de disciplina, recebido em agosto de 1977.
Alex
nunca machucou um companheiro de profissão, ou mesmo esteve no Departamento
Médico por qualquer espécie de contusão. Apenas uma hepatite contraída em 1969,
que o afastou por 20 dias dos gramados.
Alex
também marcava seus golzinhos, quase sempre de cabeça ou em cobranças de
penalidades.
Naturalizado
brasileiro, Alex permaneceu no América até 1979. Ao receber o passe livre e se
transferir para o Sport Clube do Recife, Alex fez questão de incluir em seu
novo contrato uma cláusula para não jogar contra seu ex-clube.
Conforme
alguns registros, o zagueiro defendeu ainda por um curto período o América de
Natal e Moto Clube de São Luís, onde encerrou pela primeira vez sua carreira
como jogador.
Posteriormente,
Alex ainda retornou aos gramados para defender o São Cristóvão em 1982, que na
oportunidade disputava a Segunda Divisão do campeonato carioca.
Depois
do futebol, Alex trabalhou como Representante Comercial de materiais de
informática. Atualmente, mora em Canoas (RS). É empresário e ocupa-se também
revelando jogadores.
No
ano 2000, uma eleição promovida pela revista Placar colocou Alex Kamianecky no
“Melhor América de todos os tempos”. Alex também está entre os jogadores
homenageados no Hall da Fama do Estádio do Maracanã.
Desde13
de maio de 2017, a história de 13 anos,
marcada por identificação, regularidade, liderança e amor pelo América que
encantou o Rio de Janeiro - e o Brasil -, no fim dos anos 60 até o fim da
década de 70, está registrada no livro "Alex Coração Americano: o campeão
do jogo limpo", livro-homenagem de autoria de Sílvio Köhler.
Além
de Alex, o lançamento do livro também contou com depoimentos de personalidades
como Apolinho, Dé Aranha, Edu Coimbra, Iata Anderson, Jairzinho Furacão e Zico.
(Pesquisa: Nilo Dias)