Morreu na noite de ontem, na cidade de São Vicente, no litoral paulista, o ex-jogador e ex-técnico de futebol, Francisco Ferreira de Aguiar, popularmente conhecido por “Chico Formiga”. Ele enfrentava problemas de saúde e morreu após sofrer um infarto fulminante por volta das 18h30, no apartamento onde morava, em São Vicente, na Baixada Santista.
De acordo com Ronaldo Santiago, sobrinho do ex-jogador e ex-treinador, “Formiga” passou a maior parte do dia em casa. Por volta das 18h30, ele se dirigiu ao quarto para buscar um aparelho de oxigênio, quando passou mal. Uma equipe médica compareceu ao apartamento e constatou a morte.
O corpo do ex-técnico e jogador foi velado no Memorial Necrópole Ecumênica, de Santos. O enterro aconteceu no mesmo local, às 17 horas de hoje, quarta-feira. “Formiga” deixou quatro filhos e dois netos.
O extinto tinha 81 anos de idade e jogou no Santos, aos tempos de Pelé. No time paulista, além dos títulos estaduais de 1955, 1956, 1960, 1961, 1962 e 1963, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1959 e campeão mundial de clubes e da Taça Libertadores em 1962.
O responsável pelo blog, teve a satisfação de ver "Formiga" jogar. Foi num amistoso contra o Combinado Bagé-Guarany, no dia 24 de março de 1957, no Estádio da Pedra Moura, em Bagé, que terminou empatado em 1 X 1.
Formiga nasceu em Araxá (MG), no dia 11 de novembro de 1930. Jogava como volante e as vezes zagueiro. Começou a carreira nas categorias de base do Cruzeiro, de Belo Horizonte. Na década de 1950 foi para o Santos. Quando o menino Pelé chegou a Vila Belmiro, ele já tinha sido bicampeão no alvi-negro.
Ganhou fama defendendo o Santos. Em, 1955 ajudou o time a vencer o campeonato paulista de 1955, acabando com um jejum de 20 anos. Em 1957 foi vendido ao Palmeiras, na mais cara transferência do futebol brasileiro na época. Jogou no alviverde de 1957 a 1959. Em 1960 retornou a Vila Belmiro.
Graças a sua competência e talento no setor defensivo, Formiga chegou a ser convocado algumas vezes para a Seleção Brasileira, inclusive para ser o zagueiro titular do time de 1958, que conquistou pela primeira vez o título mundial para o Brasil. Mas uma contusão o tirou da equipe nacional.
Ao pendurar as chuteiras, "Seu Chico", como passou a ser chamado pelos amigos, também obteve sucesso e ganhou campeonatos importantes. Levantou o “caneco” em 1978, com o Santos, comandando a primeira geração dos “Meninos da Vila”, que tinha destacados valores como Pita, Ailton Lira, João Paulo, Nilton Batata e Juary. Essa foi a primeira conquista importante do Santos, depois da saída de Pelé. Em 1983 foi vice-campeão brasileiro, ainda pelo Santos.
No começos dos anos 80 trocou a Vila Belmiro pelo Morumbi, passando a treinar o São Paulo F.C., que contava com um elenco fantástico, chamado de “Máquina Tricolor”. O time era uma verdadeira seleção, onde brilhavam: Waldir Peres – Getúlio – Oscar - Darío Pereyra e Marinho Chagas – Almir - Heriberto e Renato - Paulo César Capeta - Serginho Chulapa e Mário Sérgio. Com esse time foi campeão paulista de 1981.
Em 1982, depois de ter sido surpreendentemente eliminado do Campeonato Brasileiro pelo Guarani, de Campinas, saiu do São Paulo para trabalhar no futebol da Arábia Saudita. Em 1983 voltou algum tempo depois novamente para o Santos, na campanha do vice-campeonato brasileiro, que foi vencido pelo Flamengo de Zico e Cia.
Em 1987 treinou o Corinthians, que passava por uma grande crise. Sob o comando de Jorge Vieira e Basílio, a equipe terminou o primeiro turno do Paulistão na penúltima colocação. Temendo o pior, a diretoria apostou suas fichas em “Formiga”. E ele conseguiu o que parecia quase impossível, reerguer o time a ponto de ainda brigar pelo título. Chegou a final, mas perdeu a taça para o São Paulo.
Depois da Copa União, “Formiga” foi demitido do Corinthians. O seu saldo como técnico foi razoável. Em 40 jogos, o time conquistou 17 vitórias, 13 empates e 10 derrotas, além de 59 gols marcados e 37 sofridos. Teve aproveitamento de 59% dos pontos disputados.
Nos anos 90, depois de vagas por times de segunda e terceira divisão, como a Catanduvense e o Palestra, de São Bernardo, “Formiga” voltou ao Oriente, desta vez ao Japão, fazendo bela campanha e conduzindo o Oita Trinita, então azarão, à terceira colocação na divisão de acesso japonesa.
Em 1993 foi campeão mineiro, dirigindo o América Mineiro, e encerrando um jejum de 22 anos sem títulos da equipe, em uma vitoriosa campanha recheada de goleadas contra os rivais Cruzeiro e Atlético Mineiro. A equipe base era: Milagres – Estevam – Marins - Lelei e Ronaldo – Gutemberg - Taú e Flávio - Euler, Hamilton e Robson.
Passou ainda por Portuguesa, Cruzeiro, Goiás, Santo André e Universidad Autônoma de Guadalajara, México. De volta ao Brasil, foi convidado pela diretoria do Santos para novamente trabalhar na equipe, dessa feita na captação de novos talentos para o clube.
Entre outros de seus feitos, pode se creditar o fato de ter descoberto Robinho, principal craque nos dois Campeonatos Brasileiros ganhos pelo clube, em 2002 e 2004, e o jovem craque sensação, Neymar. (Pesquisa: Nilo Dias)
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
quarta-feira, 23 de maio de 2012
segunda-feira, 21 de maio de 2012
O xerife do Piauí
Manoel Salles Marins, um zagueiro de 1,82 de altura, nasceu no Rio de Janeiro no dia 31 de outubro de 1950. Começou a carreira jogando nas categorias de base do Clube de Regatas do Flamengo, onde foi campeão carioca de juvenis em 1965 e 1967, e campeão carioca de aspirantes em 1970. Embora não tenha participado de nenhum jogo, treinou no grupo de profissionais que ganhou a Taça Guanabara de 1970.
Marins, como era chamado, sabia usar bem a sua altura. Bola pelo alto, quase sempre, era sua. Em 1975 foi parar no futebol piauiense, contratado pelo River. Sua estreia aconteceu num empate de 2 X 2 com o Auto Esporte, pelo campeonato estadual daquele ano. O River foi campeão, dividindo o título com o Tiradentes.
Em 1976 o River pediu licenciamento e não disputou o campeonato do Estado. Quando retornou as atividades no ano seguinte, lá estava Marins outra vez, vestindo a camisa tricolor nos certames de 1977 e 1978, sagrando-se novamente campeão. Depois, trocou o River pelo Flamengo piauiense, em 1979. Esse time ficou conhecido como “Super Mengão” e conquistou o título daquele ano.
A trajetória de Marins no futebol do Piauí foi um sucesso, com 100% de aproveitamento. Disputou quatro campeonatos estaduais e foi campeão em todos. Como não era muito de ir ao ataque, marcou apenas 1 gol nos quatro anos de futebol piauiense. Mas não foi um gol, qualquer. Pelo contrário, teve muita importância. Foi no dia 10 de junho de 1969. Marins jogava no Flamengo, que perdia para o Piauí, por 1 X 0, gol de Cacá. No segundo tempo Marins empatou e Israel, já falecido, fez o gol da virada rubro-negra.
Ele colocou quatro faixas de campeão, mas na disputa do clássico maior do futebol piauiense, o “Rivengo”, reunindo River X Flamengo, não teve igual êxito. Participou de 40 clássicos, 24 pelo River e 16 pelo Flamengo. Venceu 12, empatou 9 e perdeu 19, sendo expulso de campo em três ocasiões. Marins jogou ainda pelo Moto Club, do Maranhão, Força e Luz, de Natal e Fortaleza, do Ceará.
Quando de sua estreia no Moto Clube do Maranhão, Marins fez uma aposta com um torcedor: disse que Djalma Campos, um dos maiores craques da história do futebol maranhense, não o driblaria. Deu-se mal, Djalma foi para a linha de fundo e lhe aplicou três fintas seguidas, perdendo feio a aposta. (Pesquisa: Nilo Dias)
Marins, com a camisa do Flamengo, dio Piauí.
Marins, como era chamado, sabia usar bem a sua altura. Bola pelo alto, quase sempre, era sua. Em 1975 foi parar no futebol piauiense, contratado pelo River. Sua estreia aconteceu num empate de 2 X 2 com o Auto Esporte, pelo campeonato estadual daquele ano. O River foi campeão, dividindo o título com o Tiradentes.
Em 1976 o River pediu licenciamento e não disputou o campeonato do Estado. Quando retornou as atividades no ano seguinte, lá estava Marins outra vez, vestindo a camisa tricolor nos certames de 1977 e 1978, sagrando-se novamente campeão. Depois, trocou o River pelo Flamengo piauiense, em 1979. Esse time ficou conhecido como “Super Mengão” e conquistou o título daquele ano.
A trajetória de Marins no futebol do Piauí foi um sucesso, com 100% de aproveitamento. Disputou quatro campeonatos estaduais e foi campeão em todos. Como não era muito de ir ao ataque, marcou apenas 1 gol nos quatro anos de futebol piauiense. Mas não foi um gol, qualquer. Pelo contrário, teve muita importância. Foi no dia 10 de junho de 1969. Marins jogava no Flamengo, que perdia para o Piauí, por 1 X 0, gol de Cacá. No segundo tempo Marins empatou e Israel, já falecido, fez o gol da virada rubro-negra.
Ele colocou quatro faixas de campeão, mas na disputa do clássico maior do futebol piauiense, o “Rivengo”, reunindo River X Flamengo, não teve igual êxito. Participou de 40 clássicos, 24 pelo River e 16 pelo Flamengo. Venceu 12, empatou 9 e perdeu 19, sendo expulso de campo em três ocasiões. Marins jogou ainda pelo Moto Club, do Maranhão, Força e Luz, de Natal e Fortaleza, do Ceará.
Quando de sua estreia no Moto Clube do Maranhão, Marins fez uma aposta com um torcedor: disse que Djalma Campos, um dos maiores craques da história do futebol maranhense, não o driblaria. Deu-se mal, Djalma foi para a linha de fundo e lhe aplicou três fintas seguidas, perdendo feio a aposta. (Pesquisa: Nilo Dias)
Marins, com a camisa do Flamengo, dio Piauí.
sexta-feira, 11 de maio de 2012
O soldado Buza
Hemetério Fernandes de Almeida, o “soldado Buza”, nasceu no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro em data desconhecida e faleceu no dia 19 de março de 1943. Era soldado no Quartel de Artilharia de Campinho, em Jacarepaguá. Além das funções militares, foi também jogador de futebol, tendo atuado como atacante no Mackenzie, durante a década de 20, e depois no Central, tendo participando de campeonatos menores do Rio de Janeiro. Na pobreza de sua juventude Hemetério só tinha um prazer: o futebol. Sabia que não haveria problema de campos de futebol no seu Engenho de Dentro.
Hemetério era filho de Luis Fernandes de Almeida, um artesão da Casa da Moeda. Um homem pobre. Um homem humilde, o que não impediu que ele criasse os 10 filhos que sobraram dos 13 que trouxe ao mundo. Criou um dos maiores pintores, Luíz Fernandes de Almeida, o mais velho, assistiu a formatura de Adelina, a mesma Adelina que meteu o guarda sol num bandeirinha, num jogo em Moça Bonita, quando este marcou uma falta contra o mano Hemetério.
Sua carreira de jogador ganhou um salto de qualidade quando foi contratado pelo Bangu, em 1929. Naquela época os times eram ainda amadores, o que não garantia ganhos em dinheiro. Era mais uma chance de se tornar conhecido, do que qualquer outra coisa. É claro que havia uma ajuda, o chamado “bicho” que era pago nas vitórias. E claro também pela oportunidade de viagens interestaduais, coisa difícil para “Buza”, por sua condição de militar. Em 1930, o Bangu foi a Salvador e a Recife, mas ele não conseguiu dispensa para viajar.
Também havia jogos do Bangu em que “Buza” estava de serviço no Quartel. Mas sempre dava um jeito de fugir, com a conivência de um sargento torcedor banguense, e entrar em campo. Quando voltava, era punição na certa, muitas vezes com os rigores de uma prisão em cela comum.
Sua característica era a virilidade como atuava, seu destemor, seus chutes fortes, com as duas pernas, seus dribles curtos e seus lançamentos. Não fugia do pau. Enfrentava tudo, de igual para igual.
Sabe-se que em certa ocasião, o comandante mandou buscar a ficha do soldado Hemetério, em que constava: duas detenções, uma prisão em cela comum e uma prisão em cela separada. Uma ficha pesada. Na verdade o comandante já sabia que o soldado Hemetério foi o pior elemento que passou pelo Quartel da Artilharia, em Campinho, no início de Jacarepaguá.
Graças a sua versatilidade, jogava tanto como ponta-direita quanto meia-esquerda, se manteve entre os titulares do Bangu, desde que chegou ao clube, até 1932 quando deixou o time vermelho e branco. Sua estreia no Bangu aconteceu em 17 de março de 1929, com derrota de 4 X 2 para o Combinado Norte. Sua despedida do clube proletário aconteceu em 5 de janeiro de 1936, também com derrota, dessa feita para o Olaria por igual placar, 4 X 2. “Buza” jogou 106 partidas pelo Bangu, com 49 vitórias, 20 empates e 37 derrotas. Marcou 26 gols.
Com o advento do profissionalismo, em 1933, “Buza” até que poderia ter optado pelo futebol, mas preferiu a segurança do Quartel e a condição de amador. Mas já não apresentava o mesmo futebol de antes, e perdeu a titularidade para o novato Sobral, que despontava na ponta direita e para Plácido, na meia-esquerda.
Na campanha que culminou com o título carioca de 1933, “Buza” só jogou duas partidas: na vitória sobre o Bonsucesso por 4 X 3, quando marcou um gol e no empate em 2 X 2 com o Flamengo, atuando deslocado na ponta-esquerda.
Depois, com a chegada de Orlandinho, aí mesmo que as chances de “Buza” terminaram de vez. Em 1934, jogou apenas uma vez. Em 1935, cessou seu tempo no Quartel e voltou a vestir a camisa do Bangu, no Campeonato Carioca, agora como profissional. Fez sua última partida no início de 1936, perdendo para o Olaria, por 4 X 2. Depois disso deixou os gramados e foi trabalhar na Viação Brasil, como fiscal.
Em 28 de fevereiro de 1943, “Buza” recolheu o dinheiro da féria e, na garage da praça Paris recebeu o convite de um chefe – ele e os demais fiscais – para visitarem o Cassino Atlântico, no seu último dia: o presidente Dutra mandara fechar todos os cassinos. Logo que chegaram um sujeito completamente bêbado resolveu tirar sarro da turma. “Buza”, que era valente e não gostava de levar desaforo para casa, pediu que a gerência retirasse o incômodo cavalheiro. Foi atendido.
Depois, quando saiu do Cassino, um colega de trabalho, sentiu no ar algo diferente. Era melhor ter saído pelos fundos, mas o ex-soldado “Buza” preferiu sair pela porta principal.
Lá estava o mesmo bêbado, mas agora com uma arma em punho, um revólver 38. E perguntou: “Cadê os valentes”? “Buza” tentou desarmá-lo. Antes, porém levou um tiro na barriga. Ainda assim, ele caminhou até o agressor e tomou-lhe a arma. De pouco adiantou o ato de bravura. O ex-jogador foi encaminhado ao hospital.
Teve peritonite e como não havia antibióticos naquela época, morreu no dia 19 de março de 1943, deixando três filhos – Luiz Paulo, Hélio e Neide. Os dois rapazes, coincidentemente, também foram para o Exército, onde trilharam uma carreira muito mais disciplinada que o pai. Luiz Paulo, seu filho mais velho, foi comandante da Escola de Educação Física do Exército. O caçula Hélio, deixou o Exército no posto de tenente coronel. (Pesquisa: Nilo Dias)
Hemetério era filho de Luis Fernandes de Almeida, um artesão da Casa da Moeda. Um homem pobre. Um homem humilde, o que não impediu que ele criasse os 10 filhos que sobraram dos 13 que trouxe ao mundo. Criou um dos maiores pintores, Luíz Fernandes de Almeida, o mais velho, assistiu a formatura de Adelina, a mesma Adelina que meteu o guarda sol num bandeirinha, num jogo em Moça Bonita, quando este marcou uma falta contra o mano Hemetério.
Sua carreira de jogador ganhou um salto de qualidade quando foi contratado pelo Bangu, em 1929. Naquela época os times eram ainda amadores, o que não garantia ganhos em dinheiro. Era mais uma chance de se tornar conhecido, do que qualquer outra coisa. É claro que havia uma ajuda, o chamado “bicho” que era pago nas vitórias. E claro também pela oportunidade de viagens interestaduais, coisa difícil para “Buza”, por sua condição de militar. Em 1930, o Bangu foi a Salvador e a Recife, mas ele não conseguiu dispensa para viajar.
Também havia jogos do Bangu em que “Buza” estava de serviço no Quartel. Mas sempre dava um jeito de fugir, com a conivência de um sargento torcedor banguense, e entrar em campo. Quando voltava, era punição na certa, muitas vezes com os rigores de uma prisão em cela comum.
Sua característica era a virilidade como atuava, seu destemor, seus chutes fortes, com as duas pernas, seus dribles curtos e seus lançamentos. Não fugia do pau. Enfrentava tudo, de igual para igual.
Sabe-se que em certa ocasião, o comandante mandou buscar a ficha do soldado Hemetério, em que constava: duas detenções, uma prisão em cela comum e uma prisão em cela separada. Uma ficha pesada. Na verdade o comandante já sabia que o soldado Hemetério foi o pior elemento que passou pelo Quartel da Artilharia, em Campinho, no início de Jacarepaguá.
Graças a sua versatilidade, jogava tanto como ponta-direita quanto meia-esquerda, se manteve entre os titulares do Bangu, desde que chegou ao clube, até 1932 quando deixou o time vermelho e branco. Sua estreia no Bangu aconteceu em 17 de março de 1929, com derrota de 4 X 2 para o Combinado Norte. Sua despedida do clube proletário aconteceu em 5 de janeiro de 1936, também com derrota, dessa feita para o Olaria por igual placar, 4 X 2. “Buza” jogou 106 partidas pelo Bangu, com 49 vitórias, 20 empates e 37 derrotas. Marcou 26 gols.
Com o advento do profissionalismo, em 1933, “Buza” até que poderia ter optado pelo futebol, mas preferiu a segurança do Quartel e a condição de amador. Mas já não apresentava o mesmo futebol de antes, e perdeu a titularidade para o novato Sobral, que despontava na ponta direita e para Plácido, na meia-esquerda.
Na campanha que culminou com o título carioca de 1933, “Buza” só jogou duas partidas: na vitória sobre o Bonsucesso por 4 X 3, quando marcou um gol e no empate em 2 X 2 com o Flamengo, atuando deslocado na ponta-esquerda.
Depois, com a chegada de Orlandinho, aí mesmo que as chances de “Buza” terminaram de vez. Em 1934, jogou apenas uma vez. Em 1935, cessou seu tempo no Quartel e voltou a vestir a camisa do Bangu, no Campeonato Carioca, agora como profissional. Fez sua última partida no início de 1936, perdendo para o Olaria, por 4 X 2. Depois disso deixou os gramados e foi trabalhar na Viação Brasil, como fiscal.
Em 28 de fevereiro de 1943, “Buza” recolheu o dinheiro da féria e, na garage da praça Paris recebeu o convite de um chefe – ele e os demais fiscais – para visitarem o Cassino Atlântico, no seu último dia: o presidente Dutra mandara fechar todos os cassinos. Logo que chegaram um sujeito completamente bêbado resolveu tirar sarro da turma. “Buza”, que era valente e não gostava de levar desaforo para casa, pediu que a gerência retirasse o incômodo cavalheiro. Foi atendido.
Depois, quando saiu do Cassino, um colega de trabalho, sentiu no ar algo diferente. Era melhor ter saído pelos fundos, mas o ex-soldado “Buza” preferiu sair pela porta principal.
Lá estava o mesmo bêbado, mas agora com uma arma em punho, um revólver 38. E perguntou: “Cadê os valentes”? “Buza” tentou desarmá-lo. Antes, porém levou um tiro na barriga. Ainda assim, ele caminhou até o agressor e tomou-lhe a arma. De pouco adiantou o ato de bravura. O ex-jogador foi encaminhado ao hospital.
Teve peritonite e como não havia antibióticos naquela época, morreu no dia 19 de março de 1943, deixando três filhos – Luiz Paulo, Hélio e Neide. Os dois rapazes, coincidentemente, também foram para o Exército, onde trilharam uma carreira muito mais disciplinada que o pai. Luiz Paulo, seu filho mais velho, foi comandante da Escola de Educação Física do Exército. O caçula Hélio, deixou o Exército no posto de tenente coronel. (Pesquisa: Nilo Dias)
quinta-feira, 10 de maio de 2012
Um pedido a um filho de Santa Rosa de Viterbo
José Renato Santiago (http://www.jrsantiago.com.br/)
Nos últimos anos antes da abolição da escravatura, em 1883, a estrada de ferro Mogiana chegava na pequena cidade de São Simão o que serviria de marco para o crescimento daquela região.
Uma das primeiras construções feitas na época foi a capela de Santa Rosa, erguida a partir de doações de fazendeiros locais, depois de seus trabalhadores clamarem pela necessidade de ter uma “Casa do Senhor.”
A população passou a se concentrar nas regiões próximas a capela, onde o coração do pequeno povoado realmente batia mais forte. Isto motivou a criação da Vila de Santa Rosa por volta de 1906.
Alguns anos depois, o crescimento da região provocou a criação do munícipio de Ibiquara, que depois passaria a se chamar Santa Rosa do Viterbo.
O motivo do nome, se deve a capela de Santa Rosa, que tinha testemunhado o crescimento daquela, agora, cidade.
E por que Santa Rosa?
Ainda no século XIII, Rosa tomou frente da resistência contra o imperador Frederico II que havia tomado sob seus domínios a cidade italiana de Viterbo.
“Armada” de um crucifixo nas mãos, Rosa passou a pregar o evangelho para a população que sofria com os desmandos de Frederico II.
Rosa e sua família foram expulsas da cidade e só puderam voltar após a morte do imperador.
Bem, tudo isso, mostra o quanto a simpática cidade sempre esteve em volta pela busca do crescimento, através do confronto a desafios, algumas vezes de grande risco.
Por mais que o futebol não tenha, nem de perto, a mesma relevância da história dessa pacata cidade, sugiro que rezemos para que Santa Rosa ilumine um dos filhos mais ilustres da cidade de Santa Rosa de Viterbo.
Pedimos a Santa Rosa:
- Que ele possa não apenas olhar, mas, principalmente, enxergar, todas as situações com os quais a instituição que ele representa tem passado, graças as suas decisões.
- Que ele passe a admitir os erros que cometeu, e mais, que se predisponha a buscar a correção de seus equívocos, melhorar, ouvir, dividir e compartilhar.
- Que ele passe a considerar o interesse de toda uma comunidade com prioridade, acima daquelas que fundamentam o pequeno grupo que atualmente o “cerca”.
Enfim, Sr. Juvenal Juvêncio, isto é apenas um singelo pedido!!!
Nos últimos anos antes da abolição da escravatura, em 1883, a estrada de ferro Mogiana chegava na pequena cidade de São Simão o que serviria de marco para o crescimento daquela região.
Uma das primeiras construções feitas na época foi a capela de Santa Rosa, erguida a partir de doações de fazendeiros locais, depois de seus trabalhadores clamarem pela necessidade de ter uma “Casa do Senhor.”
A população passou a se concentrar nas regiões próximas a capela, onde o coração do pequeno povoado realmente batia mais forte. Isto motivou a criação da Vila de Santa Rosa por volta de 1906.
Alguns anos depois, o crescimento da região provocou a criação do munícipio de Ibiquara, que depois passaria a se chamar Santa Rosa do Viterbo.
O motivo do nome, se deve a capela de Santa Rosa, que tinha testemunhado o crescimento daquela, agora, cidade.
E por que Santa Rosa?
Ainda no século XIII, Rosa tomou frente da resistência contra o imperador Frederico II que havia tomado sob seus domínios a cidade italiana de Viterbo.
“Armada” de um crucifixo nas mãos, Rosa passou a pregar o evangelho para a população que sofria com os desmandos de Frederico II.
Rosa e sua família foram expulsas da cidade e só puderam voltar após a morte do imperador.
Bem, tudo isso, mostra o quanto a simpática cidade sempre esteve em volta pela busca do crescimento, através do confronto a desafios, algumas vezes de grande risco.
Por mais que o futebol não tenha, nem de perto, a mesma relevância da história dessa pacata cidade, sugiro que rezemos para que Santa Rosa ilumine um dos filhos mais ilustres da cidade de Santa Rosa de Viterbo.
Pedimos a Santa Rosa:
- Que ele possa não apenas olhar, mas, principalmente, enxergar, todas as situações com os quais a instituição que ele representa tem passado, graças as suas decisões.
- Que ele passe a admitir os erros que cometeu, e mais, que se predisponha a buscar a correção de seus equívocos, melhorar, ouvir, dividir e compartilhar.
- Que ele passe a considerar o interesse de toda uma comunidade com prioridade, acima daquelas que fundamentam o pequeno grupo que atualmente o “cerca”.
Enfim, Sr. Juvenal Juvêncio, isto é apenas um singelo pedido!!!
segunda-feira, 7 de maio de 2012
O artilheiro farrista
Jorge Augusto Ferreira de Aragão, o “Beijoca”, foi talvez o maior ídolo da história do E.C. Bahia. E também um dos personagens mais folclóricos e polêmicos a pisar nos gramados baianos em todos os tempos. Ele nasceu em Salvador (BA), no dia 23 de abril de 1954. Começou a carreira no próprio Bahia, em 1969. Era grande, desengonçado, violento, nervoso, boêmio, mas sobretudo raçudo e marcava gols como ninguém.
Embora não tenha participado de nenhuma das duas maiores glórias do clube, a Taça Brasil de 1959 e o Campeonato Brasileiro de 1988, “Beijoca” sempre mostrou raça e vibração, qualidades exigidas pela fanática massa torcedora do Bahia. O apelido veio em razão do costume de mandar beijinhos para a torcida, a cada gol que marcava.
Nos sete anos que defendeu o tricolor baiano (1969, 1970, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1984), “Beijoca” marcou nada menos do que 106 gols, figurando entre os maiores artilheiros da história do clube. Comemorou seis títulos de campeão baiano (1970, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1979). Seu jeito aguerrido dentro de campo foi fundamental para que conquistasse a admiração da torcida. Brigava com os adversários e árbitros. Fora dos gramados, pelas farras, que não foram poucas. Ele mesmo costumava dizer: “nasci para duas coisas farrear e marcar gols”. E ainda sofria com o alcoolismo.
O jornalista Bob Fernandes, em seu livro “Bora Bahêeea!”, que conta a história do Bahia,conta que “Beijoca”, na véspera de uma decisão de Campeonato Baiano contra o Vitória, se esbaldou na noite de Salvador e chegou bêbado pela manhã na concentração. O técnico era Orlando Fantoni e a partida contra o Vitória valia o tetracampeonato estadual.
“Beijoca” seria afastado da partida, mas acabou sendo perdoado, embora o cartola Paulo Maracajá tenha garantido, naquele momento, que iria mandar o artilheiro embora após a finalíssima. Então, “Beijoca” pediu para tomar mais uma geladinha - "pra rebater" - e foi atendido. No jogo, Jesum, ponta-esquerda que fez fama na Bahia e defendeu o Cruzeiro mais tarde, driblou seu marcador e cruzou. Beijoca, de peixinho, mergulhou para marcar o gol do título. Resultado: foi perdoado.
Apesar de gostar da vida noturna mostrou sempre disposição dentro de campo. São incontáveis as vezes em que fugiu da concentração, para se envolver em brigas nas casas noturnas e ser “resgatado” por dirigentes. Mas nunca deixou de jogar no dia seguinte e esbanjar raça, sangue, suor, lágrimas e beijinhos nas comemorações dos gols, para delírio dos torcedores.
Sua identificação com a massa torcedora era tanta,que a música líder das paradas de sucesso, na época falava do artilheiro: “Eu quero ver Beijoca jogando bola, eu quero ver Beijoca bola jogar”. “Beijoca” retribuía tanto carinho, que após os jogos comemorava as vitórias realmente nos “braços do povo”, descendo a ladeira do Otávio Mangabeira abraçado aos torcedores.
Além do Bahia jogou nos seguintes clubes: São Domingos (AL): 1971-1972; Fortaleza (CE): 1973-1974; Sport (PE): 1977; Flamengo (RJ): 1979; Catuense (BA): 1980-1981; Fortaleza (CE): 1982; Vitória (BA): 1983-1984; Leônico (BA): 1985; Fluminense (BA): 1985; Sergipe (SE): 1985; Mogi Mirim (SP): 1986; Londrina (PR): 1987; Guaratinguetá (SP): 1988; Gama (DF): 1989 e Camaçari (BA): 1990, quando encerrou a carreira de jogador.
Sua passagem pelo Flamengo ficou marcada pelo soco desferido em Mococa, do Palmeiras, ao entrar no segundo tempo da partida em que sua equipe perdia por 4 X 1, em pleno Maracanã. Muitos afirmam que o técnico Cláudio Coutinho mandou que ele entrasse e fizesse isso, o que o próprio “Beijoca” nega. O Lendário ex-jogador atuou pelo clube da Gávea em apenas nove jogos, período em que fez apenas um gol, em 11 de Novembro de 1979, contra o Náutico pernambucano.
Outra ocasião, quando ainda defendia o Bahia, num jogo contra o Fluminense teve uma briga generalizada, e “Beijoca” deu um soco em um jogador chamado Oliveira, que teria perdido a visão. E mais: “No Carnaval, quando saia no bloco “Muquiranas”, alguém caiu em um tacho de acarajé. Falam que “Beijoca” pegou o tacho fervendo e jogou em uma pessoa, fato que ele nega veementemente.
Depois que deixou os gramados, “Beijoca” chegou a ensaiar uma carreira de treinador, nos times do Ipitanga, de Senhor do Bonfim (BA) e do Camaçari (BA), porém sem sucesso. Foi auxiliar técnico do Bahia na temporada de 2007, quando a equipe subiu da Série C para a Série B do Brasileiro e se manteve no cargo em 2008, na passagem de Paulo Comelli. No mesmo ano, candidatou-se a vereador em Salvador, mas não foi eleito.
O “Beijoca” farrista de antes, não existe mais. Acreditem, virou pastor evangélico. E diz ter encontrado a salvação através de Jesus Cristo, de Sua palavra e do seguimento daquilo que está na Bíblia Sagrada. Garante que agora é um novo homem, mais maduro, consciente e próximo de Deus e da família. Essa atitude tomada por “Beijoca” foi fundamental em sua vida de ex-atleta. Teve momentos que pensou até em se suicidar. A salvação foi se tornar evangélico, anos atrás. As pessoas pensavam que ele ia morrer bebendo depois que parasse de jogar. Mas tudo foi diferente: mudou para melhor, se converteu, parou de beber e hoje prega nas igrejas.
Mas isso não aconteceu tão rápido. “Beijoca” ainda trilhou um caminho de dificuldades, envolvido com farras, prostitutas, bebidas, drogas, muitas brigas, até se tornar missionário. Antes havia chegado ao fundo do poço. Perdera tudo, ficando sem condições até de pagar um aluguel de 50 ou 70 reais. Passou a morar de favor com a mulher e o filho.
Religioso, é verdade, mas continua polêmico. Prova disso as declarações que fez ao jornal “Lance”, garantindo que foi mais jogador que Ronaldo “Fenômeno”. “Eu chutava com as duas pernas, era habilidoso, apesar de forte, e fatal nas finalizações, além de ser um exímio cabeceador. Fui, portanto, mais completo e melhor que ele.”
Em 2004, quando completou 50 anos, foi homenageado pelo Bahia. Entrou em campo com a camisa 9 que o consagrou, antes de uma partida na Fonte Nova, e foi ovacionado pela torcida. (Pesquisa: Nilo Dias)
Embora não tenha participado de nenhuma das duas maiores glórias do clube, a Taça Brasil de 1959 e o Campeonato Brasileiro de 1988, “Beijoca” sempre mostrou raça e vibração, qualidades exigidas pela fanática massa torcedora do Bahia. O apelido veio em razão do costume de mandar beijinhos para a torcida, a cada gol que marcava.
Nos sete anos que defendeu o tricolor baiano (1969, 1970, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1984), “Beijoca” marcou nada menos do que 106 gols, figurando entre os maiores artilheiros da história do clube. Comemorou seis títulos de campeão baiano (1970, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1979). Seu jeito aguerrido dentro de campo foi fundamental para que conquistasse a admiração da torcida. Brigava com os adversários e árbitros. Fora dos gramados, pelas farras, que não foram poucas. Ele mesmo costumava dizer: “nasci para duas coisas farrear e marcar gols”. E ainda sofria com o alcoolismo.
O jornalista Bob Fernandes, em seu livro “Bora Bahêeea!”, que conta a história do Bahia,conta que “Beijoca”, na véspera de uma decisão de Campeonato Baiano contra o Vitória, se esbaldou na noite de Salvador e chegou bêbado pela manhã na concentração. O técnico era Orlando Fantoni e a partida contra o Vitória valia o tetracampeonato estadual.
“Beijoca” seria afastado da partida, mas acabou sendo perdoado, embora o cartola Paulo Maracajá tenha garantido, naquele momento, que iria mandar o artilheiro embora após a finalíssima. Então, “Beijoca” pediu para tomar mais uma geladinha - "pra rebater" - e foi atendido. No jogo, Jesum, ponta-esquerda que fez fama na Bahia e defendeu o Cruzeiro mais tarde, driblou seu marcador e cruzou. Beijoca, de peixinho, mergulhou para marcar o gol do título. Resultado: foi perdoado.
Apesar de gostar da vida noturna mostrou sempre disposição dentro de campo. São incontáveis as vezes em que fugiu da concentração, para se envolver em brigas nas casas noturnas e ser “resgatado” por dirigentes. Mas nunca deixou de jogar no dia seguinte e esbanjar raça, sangue, suor, lágrimas e beijinhos nas comemorações dos gols, para delírio dos torcedores.
Sua identificação com a massa torcedora era tanta,que a música líder das paradas de sucesso, na época falava do artilheiro: “Eu quero ver Beijoca jogando bola, eu quero ver Beijoca bola jogar”. “Beijoca” retribuía tanto carinho, que após os jogos comemorava as vitórias realmente nos “braços do povo”, descendo a ladeira do Otávio Mangabeira abraçado aos torcedores.
Além do Bahia jogou nos seguintes clubes: São Domingos (AL): 1971-1972; Fortaleza (CE): 1973-1974; Sport (PE): 1977; Flamengo (RJ): 1979; Catuense (BA): 1980-1981; Fortaleza (CE): 1982; Vitória (BA): 1983-1984; Leônico (BA): 1985; Fluminense (BA): 1985; Sergipe (SE): 1985; Mogi Mirim (SP): 1986; Londrina (PR): 1987; Guaratinguetá (SP): 1988; Gama (DF): 1989 e Camaçari (BA): 1990, quando encerrou a carreira de jogador.
Sua passagem pelo Flamengo ficou marcada pelo soco desferido em Mococa, do Palmeiras, ao entrar no segundo tempo da partida em que sua equipe perdia por 4 X 1, em pleno Maracanã. Muitos afirmam que o técnico Cláudio Coutinho mandou que ele entrasse e fizesse isso, o que o próprio “Beijoca” nega. O Lendário ex-jogador atuou pelo clube da Gávea em apenas nove jogos, período em que fez apenas um gol, em 11 de Novembro de 1979, contra o Náutico pernambucano.
Outra ocasião, quando ainda defendia o Bahia, num jogo contra o Fluminense teve uma briga generalizada, e “Beijoca” deu um soco em um jogador chamado Oliveira, que teria perdido a visão. E mais: “No Carnaval, quando saia no bloco “Muquiranas”, alguém caiu em um tacho de acarajé. Falam que “Beijoca” pegou o tacho fervendo e jogou em uma pessoa, fato que ele nega veementemente.
Depois que deixou os gramados, “Beijoca” chegou a ensaiar uma carreira de treinador, nos times do Ipitanga, de Senhor do Bonfim (BA) e do Camaçari (BA), porém sem sucesso. Foi auxiliar técnico do Bahia na temporada de 2007, quando a equipe subiu da Série C para a Série B do Brasileiro e se manteve no cargo em 2008, na passagem de Paulo Comelli. No mesmo ano, candidatou-se a vereador em Salvador, mas não foi eleito.
O “Beijoca” farrista de antes, não existe mais. Acreditem, virou pastor evangélico. E diz ter encontrado a salvação através de Jesus Cristo, de Sua palavra e do seguimento daquilo que está na Bíblia Sagrada. Garante que agora é um novo homem, mais maduro, consciente e próximo de Deus e da família. Essa atitude tomada por “Beijoca” foi fundamental em sua vida de ex-atleta. Teve momentos que pensou até em se suicidar. A salvação foi se tornar evangélico, anos atrás. As pessoas pensavam que ele ia morrer bebendo depois que parasse de jogar. Mas tudo foi diferente: mudou para melhor, se converteu, parou de beber e hoje prega nas igrejas.
Mas isso não aconteceu tão rápido. “Beijoca” ainda trilhou um caminho de dificuldades, envolvido com farras, prostitutas, bebidas, drogas, muitas brigas, até se tornar missionário. Antes havia chegado ao fundo do poço. Perdera tudo, ficando sem condições até de pagar um aluguel de 50 ou 70 reais. Passou a morar de favor com a mulher e o filho.
Religioso, é verdade, mas continua polêmico. Prova disso as declarações que fez ao jornal “Lance”, garantindo que foi mais jogador que Ronaldo “Fenômeno”. “Eu chutava com as duas pernas, era habilidoso, apesar de forte, e fatal nas finalizações, além de ser um exímio cabeceador. Fui, portanto, mais completo e melhor que ele.”
Em 2004, quando completou 50 anos, foi homenageado pelo Bahia. Entrou em campo com a camisa 9 que o consagrou, antes de uma partida na Fonte Nova, e foi ovacionado pela torcida. (Pesquisa: Nilo Dias)
sábado, 5 de maio de 2012
Os 100 anos do time dos ferroviários
O Riograndense Futebol Clube, de Santa Maria (RS) foi fundado em 7 de maio de 1912, por um grupo de ferroviários lotados nos diversos departamentos da então Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS). A reunião que culminou com a fundação do clube aconteceu na residência de Antônio G. Izaguirre e João Avancini, localizada à rua Garibaldi, na “Vila Familiar”, apartamento 2. Estiveram presentes os desportistas Álvaro Silva, Armando F. Barra, Manuel Martins de Oliveira, Jorge Jung Filho, João Baptista Bolli e Afonso Togni, além, é claro, dos donos da casa.
O nome Riograndense Foot Ball Clube foi aprovado por aclamação. A primeira Diretoria do Riograndense foi formada por Álvaro Silva (Presidente); João Baptista Bolli (Vice-Presidente); Aristeu Midão (secretário); Armando F. Barra (Tesoureiro); Antônio Silva (Orador); Jorge Kuh Filho (Porta-Estandarte);Afonso Togni (Capitão-Geral) e João Baptista Lauda (Guarda-Esporte).
A primeira providência da Diretoria foi abrir uma lista para angariar sócios, ficando acertado que a mensalidade seria de um mil réis. E todos os que se associassem até 30 de maio, seriam considerados sócios fundadores, ficando isentos da joia de cinco mil réis. Depois foram acertadas as cores e por decisão unânime foi aceita a sugestão de Antonio Izaguirre, de vermelha e branca. Em 30 de março de 1914, em Assembléia Geral as cores foram mudadas para as atuais vermelha e verde.
Da fundação até o primeiro jogo passaram-se alguns meses. A primeira vez que o Riograndense entrou em campo foi no dia 13 de outubro de 1912, no campo do Prado, onde hoje se localiza o Colégio Cylon Rosa, com derrota de 2 X 0 para o Santa Maria F.C., time que havia sido fundado em 3 de agosto de 1911.
O Riograndense mandou a campo Izaguirre – Togni II e Guglieri – Martins – Haupt e Peres – Falcão – Avancini – Togni I – Silva (capitão) e Oliveira. O Santa Maria jogou com Cadermatori – Caldas e Julot – Cunha – Petruci e Aurélio (capitão) – Ricardo – Macedo – Gomes - Gastal e Mellan.
Naqueles áureos tempos o futebol era uma festa. Tanto é verdade que a delegação do Riograndense saiu de sua sede, que se localizava na antiga rua Nova, acompanhada da Banda Musical Lyra Popular. Os dois times se encontraram no Café Familiar, situado à Rua do Comércio, e juntos se encaminharam até o local da pugna.
Depois do jogo o presidente do Santa Maria, Coriolano Camboim convidou o pessoal do Riograndense a tomar “um copo d’água”, o que foi aceito, sendo levantados brindes de parte a parte. Depois, incorporados e puxados pela Banda Lyra popular, dirigiram-se para a cidade, dois a dois, braços dados até o Café Central, onde dissolveram entre vivas.
O segundo jogo do Riograndense foi contra o Grêmio Ginasial, com nova derrota e pelo mesmo escore, 2 X 0. A primeira vitória só aconteceu no dia 25 de maio de 1913, quando o Riograndense derrotou o Grêmio Ginasial por 2 X 0. O autor do primeiro gol do Riograndense, não é conhecido.
O primeiro jogo oficial da história do clube aconteceu no dia 13 de agosto de 1913, pelo campeonato da cidade. O Riograndense goleou o S.C. Guarani por 5 X 1. O campeonato não terminou, porque a Liga foi dissolvida. Ainda assim o Riograndense foi aclamado campeão, junto com o XV de Novembro, conquistando seu primeiro título.
A melhor colocação do Riograndense no Campeonato Gaúcho aconteceu em 1921, quando perdeu o título para o Grêmio, depois de ter eliminado os seus adversários na 3ª Região: Cachoeira F.C. (5 X 0), Guarani de Cruz Alta (1 X 0), o 7 de Setembro de Tupaciretã (4 X 1). As finais foram disputadas na antiga Baixada dos Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com os seguintes clubes participantes:
G.S. Brasil, de Pelotas, campeão da Região Sul; Grêmio Portoalegrense, campeão da Região Metropolitana; E.C. Uruguaiana, campeão da Região Fronteira e Riograndense F.C., de Santa Maria, campeão da Região Serra.
Os jogos tiveram estes resultados: Grêmio 1 X 0 Riograndense. O time santamariense jogou com Marcelino – Lino e Corrêa – Tealdo – Laud e Ginitz – Salles – Willy – Lobo – Mosquito e Marques. Brasil 1 X 0 Uruguaiana; Riograndense 4 X 1 Uruguaiana; Grêmio 1 X 1 Brasil; Riograndense 2 X 1 Brasil e Grêmio 1 X 0 Uruguaiana. O Grêmio foi campeão gaúcho pela primeira vez. O Riograndense foi vice.
A primeira partida internacional em Santa Maria ocorreu no dia 29 de julho de 1931, oportunidade em que o Riograndense derrotou o Olympia, do Uruguai por 1 X 0. O time santamariense jogou com Tatú – Faéco e Osório – Ratão – Pedroso e Marques – Canjica – Zeca – Lobo – Mário Bica e Geada.
O Estádio dos Eucaliptos, foi inaugurado no dia 14 de julho de 1935, num jogo amistoso em que o Internacional, de Porto Alegre goleou o Riograndense por 7 X 1. Detalhe curioso, é que a bola usada no jogo foi lançada de um avião 14-bis, que sobrevoava o estádio.
Um feito que até hoje é lembrado pelos torcedores do Riograndense ocorreu em 1958, quando em partida amistosa derrotou o Botafogo de Garrincha e Quarentinha, pelo placar de 2 X 1.
Um fato histórico e que mostra a força da agremiação rubroverde santamariense, aconteceu em 1964, quando torcedores lotaram 25 vagões, para assistir a um jogo decisivo onde o Riograndense venceu o Nacional, em Cruz Alta, por 2 X 0, com gols de David e Jairo.
Durante muitos anos os atletas do Riograndense eram funcionários da rede ferroviária, mas a decadência dos trens a partir da década de 60 quase levou o clube a fechar na década de 80. Foi a vontade de um grupo de dirigentes e torcedores que fizeram o clube a voltar às atividades no final da década de 90 e, em 2003, retornou à "Segundona".
O maior rival do Riograndense é o Esporte Clube Internacional, da mesma cidade, com quem faz o clássico "Rio-Nal". O Riograndense perdeu pela primeira vez para o Interncional, no dia 12 de maio de 1940. O colorado venceu por 1 x 0, gol marcado por Navalha. O maior artilheiro no clássico é David (Riograndense), 27 gols em 21 jogos. A maior goleada no clássico foi Riograndense 10 x 2 Internacional.
O Riograndense foi campeão municipal de Santa Maria em 27 oportunidades: 1913, 1918, 1919, 1920, 1921, 1922, 1923, 1924, 1926, 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1933, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939, 1940, 1941, 1943, 1947, 1948 e 1952. Campeão Gaúcho da 2ª Divisão: 1978 e Vice-Campeão Gaúcho da 3ª Divisão: 2003. Em 1978 o atacante Guinga, foi artilheiro do Campeonato Gaúcho da Série B, com 23 gols.
No Carnaval santamariense deste ano, a Escola de Samba Unidos do Itaimbé, homenageou o centenário do Riograndense Futebol Clube, conhecido como “Periquito”, por ter o verde como cor predominante. A agremiação, que tem como símbolo um leão, apresentou o samba enredo “Riograndense Futebol Clube: 100 anos de Paixão No Coração do Rio Grande”. Pesquisa: Nilo Dias)
O nome Riograndense Foot Ball Clube foi aprovado por aclamação. A primeira Diretoria do Riograndense foi formada por Álvaro Silva (Presidente); João Baptista Bolli (Vice-Presidente); Aristeu Midão (secretário); Armando F. Barra (Tesoureiro); Antônio Silva (Orador); Jorge Kuh Filho (Porta-Estandarte);Afonso Togni (Capitão-Geral) e João Baptista Lauda (Guarda-Esporte).
A primeira providência da Diretoria foi abrir uma lista para angariar sócios, ficando acertado que a mensalidade seria de um mil réis. E todos os que se associassem até 30 de maio, seriam considerados sócios fundadores, ficando isentos da joia de cinco mil réis. Depois foram acertadas as cores e por decisão unânime foi aceita a sugestão de Antonio Izaguirre, de vermelha e branca. Em 30 de março de 1914, em Assembléia Geral as cores foram mudadas para as atuais vermelha e verde.
Da fundação até o primeiro jogo passaram-se alguns meses. A primeira vez que o Riograndense entrou em campo foi no dia 13 de outubro de 1912, no campo do Prado, onde hoje se localiza o Colégio Cylon Rosa, com derrota de 2 X 0 para o Santa Maria F.C., time que havia sido fundado em 3 de agosto de 1911.
O Riograndense mandou a campo Izaguirre – Togni II e Guglieri – Martins – Haupt e Peres – Falcão – Avancini – Togni I – Silva (capitão) e Oliveira. O Santa Maria jogou com Cadermatori – Caldas e Julot – Cunha – Petruci e Aurélio (capitão) – Ricardo – Macedo – Gomes - Gastal e Mellan.
Naqueles áureos tempos o futebol era uma festa. Tanto é verdade que a delegação do Riograndense saiu de sua sede, que se localizava na antiga rua Nova, acompanhada da Banda Musical Lyra Popular. Os dois times se encontraram no Café Familiar, situado à Rua do Comércio, e juntos se encaminharam até o local da pugna.
Depois do jogo o presidente do Santa Maria, Coriolano Camboim convidou o pessoal do Riograndense a tomar “um copo d’água”, o que foi aceito, sendo levantados brindes de parte a parte. Depois, incorporados e puxados pela Banda Lyra popular, dirigiram-se para a cidade, dois a dois, braços dados até o Café Central, onde dissolveram entre vivas.
O segundo jogo do Riograndense foi contra o Grêmio Ginasial, com nova derrota e pelo mesmo escore, 2 X 0. A primeira vitória só aconteceu no dia 25 de maio de 1913, quando o Riograndense derrotou o Grêmio Ginasial por 2 X 0. O autor do primeiro gol do Riograndense, não é conhecido.
O primeiro jogo oficial da história do clube aconteceu no dia 13 de agosto de 1913, pelo campeonato da cidade. O Riograndense goleou o S.C. Guarani por 5 X 1. O campeonato não terminou, porque a Liga foi dissolvida. Ainda assim o Riograndense foi aclamado campeão, junto com o XV de Novembro, conquistando seu primeiro título.
A melhor colocação do Riograndense no Campeonato Gaúcho aconteceu em 1921, quando perdeu o título para o Grêmio, depois de ter eliminado os seus adversários na 3ª Região: Cachoeira F.C. (5 X 0), Guarani de Cruz Alta (1 X 0), o 7 de Setembro de Tupaciretã (4 X 1). As finais foram disputadas na antiga Baixada dos Moinhos de Vento, em Porto Alegre, com os seguintes clubes participantes:
G.S. Brasil, de Pelotas, campeão da Região Sul; Grêmio Portoalegrense, campeão da Região Metropolitana; E.C. Uruguaiana, campeão da Região Fronteira e Riograndense F.C., de Santa Maria, campeão da Região Serra.
Os jogos tiveram estes resultados: Grêmio 1 X 0 Riograndense. O time santamariense jogou com Marcelino – Lino e Corrêa – Tealdo – Laud e Ginitz – Salles – Willy – Lobo – Mosquito e Marques. Brasil 1 X 0 Uruguaiana; Riograndense 4 X 1 Uruguaiana; Grêmio 1 X 1 Brasil; Riograndense 2 X 1 Brasil e Grêmio 1 X 0 Uruguaiana. O Grêmio foi campeão gaúcho pela primeira vez. O Riograndense foi vice.
A primeira partida internacional em Santa Maria ocorreu no dia 29 de julho de 1931, oportunidade em que o Riograndense derrotou o Olympia, do Uruguai por 1 X 0. O time santamariense jogou com Tatú – Faéco e Osório – Ratão – Pedroso e Marques – Canjica – Zeca – Lobo – Mário Bica e Geada.
O Estádio dos Eucaliptos, foi inaugurado no dia 14 de julho de 1935, num jogo amistoso em que o Internacional, de Porto Alegre goleou o Riograndense por 7 X 1. Detalhe curioso, é que a bola usada no jogo foi lançada de um avião 14-bis, que sobrevoava o estádio.
Um feito que até hoje é lembrado pelos torcedores do Riograndense ocorreu em 1958, quando em partida amistosa derrotou o Botafogo de Garrincha e Quarentinha, pelo placar de 2 X 1.
Um fato histórico e que mostra a força da agremiação rubroverde santamariense, aconteceu em 1964, quando torcedores lotaram 25 vagões, para assistir a um jogo decisivo onde o Riograndense venceu o Nacional, em Cruz Alta, por 2 X 0, com gols de David e Jairo.
Durante muitos anos os atletas do Riograndense eram funcionários da rede ferroviária, mas a decadência dos trens a partir da década de 60 quase levou o clube a fechar na década de 80. Foi a vontade de um grupo de dirigentes e torcedores que fizeram o clube a voltar às atividades no final da década de 90 e, em 2003, retornou à "Segundona".
O maior rival do Riograndense é o Esporte Clube Internacional, da mesma cidade, com quem faz o clássico "Rio-Nal". O Riograndense perdeu pela primeira vez para o Interncional, no dia 12 de maio de 1940. O colorado venceu por 1 x 0, gol marcado por Navalha. O maior artilheiro no clássico é David (Riograndense), 27 gols em 21 jogos. A maior goleada no clássico foi Riograndense 10 x 2 Internacional.
O Riograndense foi campeão municipal de Santa Maria em 27 oportunidades: 1913, 1918, 1919, 1920, 1921, 1922, 1923, 1924, 1926, 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1933, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939, 1940, 1941, 1943, 1947, 1948 e 1952. Campeão Gaúcho da 2ª Divisão: 1978 e Vice-Campeão Gaúcho da 3ª Divisão: 2003. Em 1978 o atacante Guinga, foi artilheiro do Campeonato Gaúcho da Série B, com 23 gols.
No Carnaval santamariense deste ano, a Escola de Samba Unidos do Itaimbé, homenageou o centenário do Riograndense Futebol Clube, conhecido como “Periquito”, por ter o verde como cor predominante. A agremiação, que tem como símbolo um leão, apresentou o samba enredo “Riograndense Futebol Clube: 100 anos de Paixão No Coração do Rio Grande”. Pesquisa: Nilo Dias)
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Os 100 anos do "Fantasma da Vila"
O Operário Ferroviário Esporte Clube, da cidade de Ponta Grossa (PR), fundado em 1 de maio de 1912, é o segundo clube de futebol mais antigo do Estado, junto com o Coritiba. O Operário, também conhecido por “Fantasma da Vila”, nasceu da fusão do time da Rede Viação Paraná-Santa Catarina e alguns jogadores do Riachuelo Sport Clube.
Existe também a versão de que o clube surgiu do Tiro de Guerra. Segundo relatos de ex-dirigentes e jornais da época, um grupo de rapazes que, nos finais de semana, jogava com o time do Riachuelo e do Tiro de Guerra ponta-grossense, no campo do alto do cemitério, seriam os verdadeiros fundadores do clube. E a data de fundação não seria 1º de maio, mas sim 7 de abril de 1913, como consta na primeira página do “Diário dos Campos” daquele dia.
"Temos a honra de levar ao vosso conhecimento que hoje, em Vila Oficinas, com grande número de pessoas propensas a fundação de uma sociedade esportiva de foot ball, em sessão ordinária foi eleita a primeira diretoria desta associação denominada de Foot Ball Clube Operário Pontagrossense, que deverá reger os destinos do mesmo durante o primeiro ano de sua fundação."
Os registros apontam para os seguintes nomes dos fundadores do novo clube: Raul Lara, João Simonetti, Joaquim Eleutério, Victorio Maggi, Oscar Marques, Henrique Piva, Michel Farhat, João Holzzmann Júnior, Ewaldo Meister e Alexandre Bach.
De qualquer maneira o Operário é tido como o segundo clube mais velho do Estado. Seu precursor, o time dos trabalhadores da Rede Ferroviária, foram protagonistas do primeiro jogo de futebol realizado no Estado, contra o Coritiba Foot Ball Club, o pioneiro do futebol paranaense. Esse jogo foi realizado na antiga Vila Oficinas, no local onde hoje se encontra o Estádio Germano Krüger.
Fundado em 1912 ou 1913, a verdade é que o primeiro time que se tem notícia na história operariana, foi formado em 1913, para disputas de jogos amistosos e outras competições locais e estaduais. A primeira formação do Operário era assim: José Moro - Pedro Azevedo e Alexandre Bach - Henrique Piva - João Simonetti e Souza - Ewaldo Meister - Adolfo Piva - Holger Mortensen e Ernesto.
Em 1917, o Operário perdeu a chance de se classificar para o Campeonato Paranaense, ao ser derrotado pelo Savóia, de Curitiba, num torneio preliminar para definir uma vaga. Antes, em 1915 o mesmo Savóia já havia impedido a ascensão operariana à principal competição estadual.
Alijado do Estadual, o Operário optou por se unir ao Savóia. A parceria não deu certo e durou apenas um ano. O Operário Sport Club passou a jogar apenas na liga local por algum tempo, até que se decidiu pelo enfrentamento dos campeões de Curitiba e da Liga de Ponta Grossa.
Foram anos de glórias para o Operário, que se tornou o maior ganhador da liga pontagrosseense. Mas não existem relatos oficiais que mostrem quantos títulos o clube conquistou. O certo é que o Operário foi o clube que mais participou dessas decisões. Se sabe apenas que foi campeão de Ponta Grossa nos anos de 1923, 1924, 1925 e 1926. Nesse período enfrentou Britânia, Palestra Itália (duas vezes), Atlético-PR, sendo derrotado em todas as ocasiões.
Em 1927 o Operário participou do campeonato de Curitiba, tratado como Campeonato Paranaense, que teve outros 5 clubes, sendo quatro de Curitiba e o União Campo Alegre, também de Ponta Grossas. Mas o Operário não terminou a competição, retirando-se ao final do primeiro turno, junto como Campo Alegre, por desentendimentos com a Federação.
Em 1928, ainda revoltados com a administração da Federação Paranaense de Desportos, todos os clubes de Ponta Grossa desistiram do campeonato, que teve o menor número de times de sua história: apenas quatro.
Em 1929, de volta ao Estadual, o Operário foi outra vez vice-campeão, situação que se repetiu em 1930 e 1932. Em 1931 viu o rival local, Guarani, ganhar o título. Em 1933 o Nova Rússia Esporte Clube, outra agremiação de Ponta Grossa, foi vice-campeão, perdendo a final para o Curitiba.
Em 15 de maio de 1933, o Operário Sport Club fundiu-se com o Clube Atlético Ferroviário, surgindo o Operário Ferroviário Esporte Clube, como é conhecido até hoje em dia. Na reunião que decidiu pela fusão, presidida pelo desportista Luiz Guimarães e assistida por 48 associados, também foram aprovadas as novas cores do clube: preta e branca. Com a fusão, o novo clube passou a administrar o Estádio Germano Kruger, que pertencia a Rede Ferroviária, bem como os terrenos da sede social.
Com a fusão criou-se um clube muito forte. Até 1941 o Operário venceu cinco dos oito campeonatos citadinos que disputou. Mas nas finais contra times de Curitiba, não teve o mesmo sucesso. Com a II Guerra Mundial, acabaram as decisões entre times do interior e da capital.
Somente em 1950 os times interioranos voltaram a disputar o campeonato paranaense. Ponta grossa só apareceu no calendário do Estadual em 1953, com a participação do Guarani. O Operário disputou em 1954.
Os dois times de Ponta Grossa mereciam o respeito de Atlético, Coritiba e Ferroviário. O Guarani, com mais recursos, ficou na frente do Operário por três anos consecutivos, tendo se sagrado vice-campeão estadual em 1956. Para tentar mudar isso, o Operário fez um time forte em 1958. Foram os anos em que o clássico da cidade, chamado de OpeGua, costumava levar grandes públicos aos estádios. O Operário era mais popular, O Guarani, o time da elite.
Em 1965 a boa fase acabou, quando aconteceu o primeiro rebaixamento do Operário, junto com o rival Guarani, para a Série B. O retorno do Operário à Primeira Divisão só aconteceu em 1969, quando foi campeão do Acesso. Em 1970, nova fusão entre Guarani e Operário, fundando a Associação Pontagrossense de Desportos que disputou o campeonato paranaense em 1971, 1972 e 1973, ano em que a união foi desfeita.
Mesmo com tanta rivalidade, os dois times fizeram uma fusão e criaram a Associação Pontagrossense de Desportos, que durou apenas três anos, entre 1970 e 1973. Com o término da parceria, o Operário continuou profissional e Guarani se tornou amador.
Foi nos anos 70 que o Operário passou a ser chamado de “Fantasma da Vila”, quando ficou apenas dois pontos de conquistar o título, disputado em pontos corridos.
Mas as dividas não deixaram que a história se repetisse nos anos subsequentes. Os times eram montados as pressas, sem qualquer planejamento o que determinava figurar sempre nas últimas colocações. Tudo isso culminou com um pedido de licenciamento em 1978.
No ano seguinte o Operário voltou as atividades, se deparando além dos problemas financeiros, com a necessidade de recuperar o Estádio Germano Krüger. Isso só foi possível com a ajuda da prefeitura. Ainda em 1979 o clube participou pela primeira vez de uma competição nacional, graças a influência de políticos da região. No inchado Brasileirão, o time foi eliminado na primeira fase.
Ainda assim, conseguiu inaugurar melhorias no estádio, como a iluminação, num confronto em que empatou em 1 X 1 com o Brasil, de Pelotas (RS), realizado dia 26 de setembro de 1979.
Em 1980 disputou a Taça de Prata, equivalente a uma série B nacional, sendo eliminado novamente na primeira fase. Em 1981 chegou ao quadrangular final do Campeonato Paranaense. Mas em 1983 sofreu o segundo rebaixamento para a Divisão de Acesso.
Foram cinco longos anos na Divisão de Acesso. Em 1989 a Federação fez o convite para o clube voltar a Divisão Especial, tendo em vista que os jogos em Ponta grossa sempre ofereciam boas rendas. A partir de 1990, mais estruturado, o Operário voltou a ser destaque nas competições que disputava.
Entre 1990 e 1992 conseguiu se manter entre os três primeiros colocados no Campeonato Paranaense. E a nível nacional passou por cima de clubes tradicionais, como Sport Clube Recife e Remo, de Belém do Pará. Por pouco não abocanhou um lugar na elite do futebol brasileiro.
Em 1991 figurou pela quarta vez na 2ª Divisão do certame nacional, sendo eliminado na primeira fase. Em 1992 jogou à Terceira Divisão, sendo campeão do grupo que tinha Grêmio Maringá, Chapecoense e Blumenau. A eliminação aconteceu frente o Matsubara. A Tuna Luso, do Pará foi a campeã.
Em 1994, uma nova crise e um time muito ruim. Os torcedores não mais compareciam ao estádio, tanto que num jogo contra o Comercial, de Cornélio Procópio, empate em 1 X 1, apenas 79 pessoas compareceram. Em 1995, novo licenciamento, o que deu chance para o surgimento do Ponta Grossa Esporte Clube.
Em 2004 a prefeitura ajudou nas obras de recuperação do estádio Como o Ponta Grossa se licenciou, o Operário voltou as atividades e disputou a Série Prata, não passando da primeira fase.
Em 2008, um novo Grupo Gestor assumiu o departamento esportivo do clube, com os olhos voltados para 2012, ano do centenário do clube.
No dia 21 de fevereiro de 2009, em uma reunião no Estádio Germano Krüger, aconteceu a fusão das torcidas “Revolução Operariana”, “Garra Operariana”, “Jovem Independente” e mais a participação dos “Cornetas da Vila” e torcedores independentes, quando foi criada uma nova torcida, que levou o nome de “Trem Fantasma”.
De volta à primeira divisão paranaense, depois de muitos anos o Operário não decepcionou. Conseguiu uma das duas vagas na série D nacional de 2010. O time foi bem até decidir a classificação para Série C, no ano seguinte. Em dois confrontos contra o Madureira, do Rio de Janeiro, duas derrotas: 4 X 2 no Germano Krüger e catastróficos 6 X 2 no Rio de Janeiro.
Em 2011 conseguiu outra vez uma vaga para a Série D do Brasileirão e uma inédita classificação para a Copa do Brasil. Em 07 de Março deste ano, o sonho da Copa do Brasil acabou num único jogo, quando o time foi eliminado pelo Juventude, de Caxias do Sul, numa derrota de 4 X 0. (Pesquisa: Nilo Dias)
Existe também a versão de que o clube surgiu do Tiro de Guerra. Segundo relatos de ex-dirigentes e jornais da época, um grupo de rapazes que, nos finais de semana, jogava com o time do Riachuelo e do Tiro de Guerra ponta-grossense, no campo do alto do cemitério, seriam os verdadeiros fundadores do clube. E a data de fundação não seria 1º de maio, mas sim 7 de abril de 1913, como consta na primeira página do “Diário dos Campos” daquele dia.
"Temos a honra de levar ao vosso conhecimento que hoje, em Vila Oficinas, com grande número de pessoas propensas a fundação de uma sociedade esportiva de foot ball, em sessão ordinária foi eleita a primeira diretoria desta associação denominada de Foot Ball Clube Operário Pontagrossense, que deverá reger os destinos do mesmo durante o primeiro ano de sua fundação."
Os registros apontam para os seguintes nomes dos fundadores do novo clube: Raul Lara, João Simonetti, Joaquim Eleutério, Victorio Maggi, Oscar Marques, Henrique Piva, Michel Farhat, João Holzzmann Júnior, Ewaldo Meister e Alexandre Bach.
De qualquer maneira o Operário é tido como o segundo clube mais velho do Estado. Seu precursor, o time dos trabalhadores da Rede Ferroviária, foram protagonistas do primeiro jogo de futebol realizado no Estado, contra o Coritiba Foot Ball Club, o pioneiro do futebol paranaense. Esse jogo foi realizado na antiga Vila Oficinas, no local onde hoje se encontra o Estádio Germano Krüger.
Fundado em 1912 ou 1913, a verdade é que o primeiro time que se tem notícia na história operariana, foi formado em 1913, para disputas de jogos amistosos e outras competições locais e estaduais. A primeira formação do Operário era assim: José Moro - Pedro Azevedo e Alexandre Bach - Henrique Piva - João Simonetti e Souza - Ewaldo Meister - Adolfo Piva - Holger Mortensen e Ernesto.
Em 1917, o Operário perdeu a chance de se classificar para o Campeonato Paranaense, ao ser derrotado pelo Savóia, de Curitiba, num torneio preliminar para definir uma vaga. Antes, em 1915 o mesmo Savóia já havia impedido a ascensão operariana à principal competição estadual.
Alijado do Estadual, o Operário optou por se unir ao Savóia. A parceria não deu certo e durou apenas um ano. O Operário Sport Club passou a jogar apenas na liga local por algum tempo, até que se decidiu pelo enfrentamento dos campeões de Curitiba e da Liga de Ponta Grossa.
Foram anos de glórias para o Operário, que se tornou o maior ganhador da liga pontagrosseense. Mas não existem relatos oficiais que mostrem quantos títulos o clube conquistou. O certo é que o Operário foi o clube que mais participou dessas decisões. Se sabe apenas que foi campeão de Ponta Grossa nos anos de 1923, 1924, 1925 e 1926. Nesse período enfrentou Britânia, Palestra Itália (duas vezes), Atlético-PR, sendo derrotado em todas as ocasiões.
Em 1927 o Operário participou do campeonato de Curitiba, tratado como Campeonato Paranaense, que teve outros 5 clubes, sendo quatro de Curitiba e o União Campo Alegre, também de Ponta Grossas. Mas o Operário não terminou a competição, retirando-se ao final do primeiro turno, junto como Campo Alegre, por desentendimentos com a Federação.
Em 1928, ainda revoltados com a administração da Federação Paranaense de Desportos, todos os clubes de Ponta Grossa desistiram do campeonato, que teve o menor número de times de sua história: apenas quatro.
Em 1929, de volta ao Estadual, o Operário foi outra vez vice-campeão, situação que se repetiu em 1930 e 1932. Em 1931 viu o rival local, Guarani, ganhar o título. Em 1933 o Nova Rússia Esporte Clube, outra agremiação de Ponta Grossa, foi vice-campeão, perdendo a final para o Curitiba.
Em 15 de maio de 1933, o Operário Sport Club fundiu-se com o Clube Atlético Ferroviário, surgindo o Operário Ferroviário Esporte Clube, como é conhecido até hoje em dia. Na reunião que decidiu pela fusão, presidida pelo desportista Luiz Guimarães e assistida por 48 associados, também foram aprovadas as novas cores do clube: preta e branca. Com a fusão, o novo clube passou a administrar o Estádio Germano Kruger, que pertencia a Rede Ferroviária, bem como os terrenos da sede social.
Com a fusão criou-se um clube muito forte. Até 1941 o Operário venceu cinco dos oito campeonatos citadinos que disputou. Mas nas finais contra times de Curitiba, não teve o mesmo sucesso. Com a II Guerra Mundial, acabaram as decisões entre times do interior e da capital.
Somente em 1950 os times interioranos voltaram a disputar o campeonato paranaense. Ponta grossa só apareceu no calendário do Estadual em 1953, com a participação do Guarani. O Operário disputou em 1954.
Os dois times de Ponta Grossa mereciam o respeito de Atlético, Coritiba e Ferroviário. O Guarani, com mais recursos, ficou na frente do Operário por três anos consecutivos, tendo se sagrado vice-campeão estadual em 1956. Para tentar mudar isso, o Operário fez um time forte em 1958. Foram os anos em que o clássico da cidade, chamado de OpeGua, costumava levar grandes públicos aos estádios. O Operário era mais popular, O Guarani, o time da elite.
Em 1965 a boa fase acabou, quando aconteceu o primeiro rebaixamento do Operário, junto com o rival Guarani, para a Série B. O retorno do Operário à Primeira Divisão só aconteceu em 1969, quando foi campeão do Acesso. Em 1970, nova fusão entre Guarani e Operário, fundando a Associação Pontagrossense de Desportos que disputou o campeonato paranaense em 1971, 1972 e 1973, ano em que a união foi desfeita.
Mesmo com tanta rivalidade, os dois times fizeram uma fusão e criaram a Associação Pontagrossense de Desportos, que durou apenas três anos, entre 1970 e 1973. Com o término da parceria, o Operário continuou profissional e Guarani se tornou amador.
Foi nos anos 70 que o Operário passou a ser chamado de “Fantasma da Vila”, quando ficou apenas dois pontos de conquistar o título, disputado em pontos corridos.
Mas as dividas não deixaram que a história se repetisse nos anos subsequentes. Os times eram montados as pressas, sem qualquer planejamento o que determinava figurar sempre nas últimas colocações. Tudo isso culminou com um pedido de licenciamento em 1978.
No ano seguinte o Operário voltou as atividades, se deparando além dos problemas financeiros, com a necessidade de recuperar o Estádio Germano Krüger. Isso só foi possível com a ajuda da prefeitura. Ainda em 1979 o clube participou pela primeira vez de uma competição nacional, graças a influência de políticos da região. No inchado Brasileirão, o time foi eliminado na primeira fase.
Ainda assim, conseguiu inaugurar melhorias no estádio, como a iluminação, num confronto em que empatou em 1 X 1 com o Brasil, de Pelotas (RS), realizado dia 26 de setembro de 1979.
Em 1980 disputou a Taça de Prata, equivalente a uma série B nacional, sendo eliminado novamente na primeira fase. Em 1981 chegou ao quadrangular final do Campeonato Paranaense. Mas em 1983 sofreu o segundo rebaixamento para a Divisão de Acesso.
Foram cinco longos anos na Divisão de Acesso. Em 1989 a Federação fez o convite para o clube voltar a Divisão Especial, tendo em vista que os jogos em Ponta grossa sempre ofereciam boas rendas. A partir de 1990, mais estruturado, o Operário voltou a ser destaque nas competições que disputava.
Entre 1990 e 1992 conseguiu se manter entre os três primeiros colocados no Campeonato Paranaense. E a nível nacional passou por cima de clubes tradicionais, como Sport Clube Recife e Remo, de Belém do Pará. Por pouco não abocanhou um lugar na elite do futebol brasileiro.
Em 1991 figurou pela quarta vez na 2ª Divisão do certame nacional, sendo eliminado na primeira fase. Em 1992 jogou à Terceira Divisão, sendo campeão do grupo que tinha Grêmio Maringá, Chapecoense e Blumenau. A eliminação aconteceu frente o Matsubara. A Tuna Luso, do Pará foi a campeã.
Em 1994, uma nova crise e um time muito ruim. Os torcedores não mais compareciam ao estádio, tanto que num jogo contra o Comercial, de Cornélio Procópio, empate em 1 X 1, apenas 79 pessoas compareceram. Em 1995, novo licenciamento, o que deu chance para o surgimento do Ponta Grossa Esporte Clube.
Em 2004 a prefeitura ajudou nas obras de recuperação do estádio Como o Ponta Grossa se licenciou, o Operário voltou as atividades e disputou a Série Prata, não passando da primeira fase.
Em 2008, um novo Grupo Gestor assumiu o departamento esportivo do clube, com os olhos voltados para 2012, ano do centenário do clube.
No dia 21 de fevereiro de 2009, em uma reunião no Estádio Germano Krüger, aconteceu a fusão das torcidas “Revolução Operariana”, “Garra Operariana”, “Jovem Independente” e mais a participação dos “Cornetas da Vila” e torcedores independentes, quando foi criada uma nova torcida, que levou o nome de “Trem Fantasma”.
De volta à primeira divisão paranaense, depois de muitos anos o Operário não decepcionou. Conseguiu uma das duas vagas na série D nacional de 2010. O time foi bem até decidir a classificação para Série C, no ano seguinte. Em dois confrontos contra o Madureira, do Rio de Janeiro, duas derrotas: 4 X 2 no Germano Krüger e catastróficos 6 X 2 no Rio de Janeiro.
Em 2011 conseguiu outra vez uma vaga para a Série D do Brasileirão e uma inédita classificação para a Copa do Brasil. Em 07 de Março deste ano, o sonho da Copa do Brasil acabou num único jogo, quando o time foi eliminado pelo Juventude, de Caxias do Sul, numa derrota de 4 X 0. (Pesquisa: Nilo Dias)
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