O time era formado por alunos da Escola de Guerra, cuja sede ficava no antigo “Casarão da Várzea”, prédio que viu nascer a Escola de Educação Física do Rio Grande do Sul, na década de 1940, por iniciativa do capitão Olavo Amaro da Silveira, que era instrutor da Escola Preparatória de Cadetes, junto com outros oficiais e civis, tornando-se o seu primeiro diretor. Hoje o prédio abriga o Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA).
A primeira partida da história do clube ocorreu em 7 de setembro de 1909, um empate sem gols contra o Internacional, no campo da Várzea, que foi utilizado pelo colorado entre 1910 e 1912, e se localizava onde hoje fica o Parque da redenção.
O primeiro time do Militar era formado por: Prado - Aché e Abacílio – Américo - Fiuza e Costa – Atahualpa – Mendes – Souza - Lima e Vasconcelos. O Militar foi o primeiro time a ser derrotado pelo Internacional. No dia 12 de outubro de 1909, o time colorado venceu por 2 X 1, tendo Benjamin Vignoles marcado o primeiro gol da história colorada.
A vida do clube da Escola de Guerra foi curta. Em 1911 a Escola de Guerra foi transferida para o Rio de Janeiro e o clube foi extinto. Alguns dos seus ex-jogadores, como o zagueiro Aché e o meia Mendes transferiram-se para o América ao chegarem no Rio de Janeiro, enquanto outros que ficaram em Porto Alegre, ajudaram a fundar o Esporte Clube Cruzeiro, que ano que vem comemorará seu centenário.
O time azul e branco da capital gaúcha foi campeão municipal nos anos de 1918, 1921 e 1929, quando também conquistou o seu único título de campeão gaúcho. Sua equipe era formada por jogadores da UFRGS e do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA).
Em 1912 foi criado o Colégio Militar de Porto Alegre, sucessor das conceituadas Escola Militar do Rio Grande do Sul e Escola de Guerra, que formavam oficiais do Exército, ocupando o velho “Casarão da Várzea”.
O Colégio Militar de Porto Alegre é conhecido como "Colégio dos Presidentes", isto porque nas suas salas já foram formados sete Presidentes da República. São eles: Getúlio Dornelles Vargas, Eurico Gaspar Dutra, Humberto de Alencar Castelo Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazú Médici, Ernesto Geisel e João Batista de Oliveira Figueiredo.
Outros ex-alunos ilustres foram: Adalberto Pereira dos Santos (Vice-Presidente da República); Mário Quintana (poeta); Vasco Prado (artista plástico); Jarbas Gonçalves Passarinho ( foi presidente do Senado, em 1981, ministro do Trabalho e da Previdência, 1967 a 1969, ministro da Educação e da Cultura, 1969 a 1974, ministro da Previdência Social, 1983 a 1986 e ministro da Justiça, 1990 a 1992; Plácido de Castro, o “Libertador do Acre”, herói nacional; Armando Pereira da Câmara, filósofo,reitor da UFRGS e primeiro reitor da Pontifícia Universidade Católica (PUC); Guilherme Paraense, o primeiro medalhista de Ouro do Brasil numa Olimpíada, com tiro rápido de pistola; Carlos de Paula Couto, paleontólogo renomado; Ruy Figueira, radialista e primeiro Repórter Esso do rio Grande do Sul; Pedro Ernesto Denardin, jornalista esportivo gaúcho; Darcy Pereira de Azambuja, romancista, advogado e escritor da obra jurídica “A Teoria Geral do Estado” e Nelson Mendonça Mattos, um dos vice-presidentes do Google, em 2008.
O tradicionalismo gaúcho nasceu no “Velho Casarão da Várzea” com a criação, por iniciativa do major João Cezimbra Jacques, professor da Escola Militar, do “Grêmio Gaúcho”, em 1898, primeira entidade destinada ao estudo e ao culto das tradições rio-grandenses, motivo pelo qual foi consagrado como “Patrono do Tradicionalismo Gaúcho”.
Em um dedicado trabalho de pesquisa, realizado no bojo de um amplo projeto esportivo para o CMPA, o professor Gustavo Otto Aquere Hagen procurou e localizou nos arquivos do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, a mais antiga fotografia de uma equipe esportiva do “Casarão da Várzea”, o Militar Foot Ball Club, em lance do histórico jogo decisivo do Campeonato Porto Alegrense de 1910, que também foi a primeira competição do gênero no Rio Grande do Sul, quando o clube militar se sagrou campeão.
Uma outra foto encontrada na pesquisa é do “Casarão da Várzea”, frente a então Escola de Guerra e não onde é o HPS, como afirmam alguns autores. (Pesquisa: Nilo Dias)
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