Desde
o último dia 4 de agosto, o Rio Branco Esporte Clube, da cidade de Americana,
interior de São Paulo, faz parte do seleto grupo de clubes centenários do
futebol brasileiro. O Rio Branco foi fundado em 1913 por João Truzzi. O
primeiro nome do clube foi Sport Club Arromba.
Mas,
em Assembléia Geral de 16 de setembro do mesmo ano, aconteceu a primeira
mudança de nome, passando para Rio Branco Football Club, provavelmente em
homenagem ao Barão do Rio Branco.
As
suas cores são o preto e o branco. O clube orgulha-se de ser o primeiro em todo
o país a adotar o “Tigre” como mascote oficial. A ideia de adotá-lo como
mascote, surgiu do torcedor Plínio Ortolano, e foi oficializada em 6 de março de 1923,
sendo posteriormente documentada na revista "Americana Ilustrada" de
julho de 1951, conforme o trecho abaixo:
“Em
reunião realizada em 6 de março de 1923, é deliberado oficiar aos seguintes
jornais "Correio Paulistano", "Combate", "Gazeta de
São Paulo", "Gazeta de Campinas", "Il Piccolo",
"Fanfulla", "Comercio de S. Paulo" e "Folha da
Noite", agradecendo as referências feitas ao quadro do Rio Branco F.C.
Oficiar ao senhor Plínio Ortolano, agradecendo a ideia de pintar o "Tigre",
simbolizando o Rio Branco. Revista "Americana Ilustrada", julho de
1951".
Os torcedores chamam o Rio
Branco de "Alvinegro Americanense" e "Tigre da Paulista",
devido a ligação da cidade com a Companhia Paulista de Estradas de Ferro. No
passado, também foi chamado de "Tigre da Zona", referência ao tempo
em que o campeonato estadual era dividido em zonas.
O
Rio Branco já dedicou-se a várias modalidades esportivas, como o baquetebol, tiro, futsal,
vôlei e hóquei sobre patins, mas o futebol continua sendo a principal atividade.
O Rio Branco conquistou
seus primeiros títulos de importância nos anos de 1922 e 1923, quando foi
bicampeão do interior paulista e disputou o título estadual com o Corinthians, sendo
vice-campeão nas duas vezes.
Depois,
na década de 1940, foi seis vezes campeão zonal paulista. Em 1948 foi
instituída a “Lei do Acesso” no futebol paulista, mas como o clube não
conseguiu se profissionalizar teve de se contentar em participar de competições
amadoras entre os anos de 1949 e 1959, quando fechou o Departamento de Futebol.
Desde
a fundação o Rio Branco buscava construir um estádio. Os seus primeiros jogos
foram realizados num campo de futebol localizado na atual rua 12 de novembro,
em Americana. Em 1920, o clube fez uma campanha buscando arrecadar recursos
para possibilitar a obra. Foram emitidas 200 ações de dez mil réis (10$000)
cada.
Graças
a essa iniciativa os associados e a comunidade puderam ajudar o clube a
crescer. Em 17 de fevereiro de 1925 foi adquirido do senhor Alfredo Horchutz o
terreno na atual rua Fernando de Camargo, onde o clube ergueu seu primeiro
estádio, que tinha arquibancadas de madeira.
Em
1954, o já então Rio Branco E.C. cedeu seu estádio a Prefeitura Municipal de Americana,
que construiu na área uma escola pública. Na troca, o governo municipal cedeu
ao Rio Branco um novo terreno, onde em 1971 começou a ser erguido o atual. A construção terminou em 1977 e o estádio foi inaugurado em 1 de maio
desse ano, com o nome de “Riobrancão”.
O
jogo inaugural foi disputado nesse dia, quando o Americana E.C. bateu o Taubaté
por 2 X 1. O primeiro gol do estádio foi marcado pelo atleta Niltinho, do clube
de Americana. Em 1981, o então presidente do Rio Branco, Délcio Dollo, propôs
rebatizar o estádio com o nome Décio Vitta, entretanto, isto aconteceu somente
em 1986.
O
maior público já registrado no estádio foi no dia 9 de março de 1993, quando
19.173 pessoas assistiram a vitória do Rio Branco sobre o São Paulo por 1 X 0. A
partir de 2009, o estádio passou a ser propriedade da Prefeitura Municipal de
Americana.
Entre
1960 e 1970, sem a presença do Rio Branco, o Esporte Clube Vasco da Gama,
também conhecido por “Vasquinho”, conheceu seus tempos de fama, tendo
conquistado o título da Terceira Divisão estadual em 1968. Depois disso o time
mudou o nome para Americana Esporte Clube, que participou de apenas três
campeonatos da Segunda Divisão da Federação Paulista de Futebol (FPF).
Isso
foi entre os anos de 1976 e 1978. Como o clube não contava com uma boa
estrutura, não tinha nem estádio, resolveu fundir-se com o Rio Branco, em 1979.
Foi mantida a denominação de Rio Branco Esporte Clube.
Passaram-se
20 anos até que o Rio Branco retornasse aos gramados em 1979, depois da fusão
com o Americana Esporte Clube. A união entre os dois clubes deu certo. A partir
daí, o “Tigre” jamais abandonou o futebol profissional.
Em
1979 o time já disputou a Divisão Intermediária (2ª Divisão) – primeira competição
em que tomou parte com o nome de Rio Branco Esporte Clube. Em 13 de maio de
1979, sob a direção do técnico Luís Bocucci Filho, realizou seu primeiro jogo do
retorno ao futebol, quando enfrentou o Noroeste, de Bauru.
Depois
de boas participações na Divisão de Acesso, em 1991 veio o prêmio merecido,
entrou para o seleto grupo da divisão de elite do futebol paulista, onde
permaneceu por longos 17 anos, tornando-se uma das equipes do interior que mais
jogou a Série A1 de maneira ininterrupta. Em 2007, foi rebaixado para a Série
A2.
Em
2009, voltou à Primeira Divisão, mas um ano depois foi outra vez rebaixado para
a Série A2 do Campeonato Paulista. E no ano de 2011, após péssima campanha. o
Rio Branco foi rebaixado pela primeira vez em sua história à Série A3 do
Paulistão de 2012.
O
primeiro título dessa nova etapa da vida do clube veio em 2012, quando conquistou
o Campeonato Paulista da Série A3. Atualmente o Rio Branco participa do
Campeonato Paulista da Série A2 e ainda da “Copa Paulista”.
O
clube sempre revelou bons valores para o futebol brasileiro, como Mineiro,
Flávio Conceição, Marcos Assunção, Marcos Senna, Macedo, Sandro Hiroshi,
Marcelinho Paraíba, Romarinho e Thiago Ribeiro.
Um
feito histórico marcou a vida do Rio Branco, que em 2006 se tornou o único time
de futebol do mundo a revelar três jogadores para três seleções diferentes em
uma mesma Copa do Mundo: Marcos Senna (Espanha), Zinha (México) e Mineiro
(Brasil). O projeto “Meninos do Rio Branco”, recentemente lançado, busca a
revelação de novos craques.
O
time tem um hino oficial que é executado no início de cada partida no estádio
Decio Vitta. O hino tem a letra, musica e arranjo de autoria do compositor e
arranjador Oséias Sass.
A
torcida organizada do Rio Branco é a "Malucos do Tigre", fundada em 1989. Em sua
história o Rio Branco teve várias outras organizadas que foram extintas com o
tempo. Os principais nomes são: "Tigres do Frezzarin", "Torcida Uniformizada Rio
Branco (TURBO)", "Fiel Torcida", "TU 10", "Inferno Alvinegro", "Garra do Tigre", "Os
Pacifistas", "Explosão", "Fanatigre" e "Torcida Jovem".
Títulos.
Estaduais: Campeão da Região (1921); Campeonato Paulista do
Interior (1922 e 1923); Campeão da Zona Paulista (1921, 1944, 1945, 1946, 1947
e 1948); Campeonato Paulista - Série A3 (1968 e 2012); Categorias de base: Campeonato Paulista -
Sub-20 (2000).
Algumas
das partidas marcantes ou de valor histórico do Rio Branco F.C.: Rio
Branco 1 X 0 São Paulo (9 de março de 1993). Vitória em cima do então campeão
do mundo, diante do público recorde de 19.244 pessoas, com gol de Edmar, aos 29
minutos do 2º tempo; Rio Branco 2 X 1
Corinthians (21 de abril de 1994). Vitória em jogo transmitido pela TV, com o
Corinthians entrando como favorito. Empurrado pela torcida o Rio Branco venceu,
com destaque para Souza.
Rio
Branco 2 X 1 Fenerbahçe (1995). Vitória em jogo amistoso contra o Fenerbahçe,
da Turquia, que era dirigido pelo técnico Parreira. O goleiro turco Rustu, que
atuou na partida, disputou a Copa do Mundo de 2002; Rio Branco 4 X 2 Santos (22
de março de 1995). Goleada em cima do Santos do craque Giovanni e Rio Branco 5 X
2 Palmeiras (9 de abril de 2000). Goleada sobre o Palmeiras Campeão da
Libertadores de Marcos, Arce, Júnior, Cesar Sampaio e Felipão. Marcus Vinícius
marcou quatro gols. (Pesquisa: Nilo Dias)
Uma das primeiras formações do Rio Branco. (Foto:
Portal Liberal -http://www.oliberalnet.com.br/noticia/323B17682A4-centenario_do_rio_branco)
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