O
onze campeão de 1962, treinado por Carlos Coelho, ficou conhecido como “Time de
Heróis". A equipe foi amontoando vitórias, até chegar a final contra o
Nacional, disputada em 12 de Janeiro de 1963.
Naquele
tempo era norma o título de um ano ser decidido no outro. O Rio Negro ganhou e
sua torcida festejou ruidosamente, com os jogadores sendo carregados até a sede
do clube, na Praça da Saudade, onde já eram aguardados por uma enorme multidão.
O
time campeão formava com Chicão - Bololô e Mário – Fernando - Catita e Eudóxio
– Horácio – Thomaz – Airton - Dermílson e Orlando Rabelo. Os principais
jogadores eram Horácio, Catita, Dermílson e Orlando. Em 1962 o Rio Negro
realizou uma excursão pelos Estados do Pará e Maranhão, quando disputou seis
jogos, voltando invicto.
Em
1966 representou o Estado na “Taça Brasil de Futebol”. O clube enfrentou
dificuldades até para às viagens, resultado da falta de experiência, pois recém
o Amazonas havia saído do amadorismo para ingressar no profissionalismo.
Campeão
Amazonense em 18 oportunidades, com destaque para o tetracampeonato conquistado
entre os anos de 1987 e 1990: (1921, 1927, 1931/32, 1938, 1940, 1943, 1962,
1963, 1975, 1982, 1987/88/89/90 e 2001); Campeão do Torneio Início Amazonense:
(2001).
E
tem no histórico uma conquista internacional, a “Taça Guiana Inglesa”,
disputada na cidade de Georgetown. E ainda foi campeão da “Taça Amazônica” de
1928, disputada entre times do Amazonas e do Pará, “Taça Norte” de 1986 e “Copa
Norte-Nordeste” de 1975.
A
mascote é o “Galo”, e também, por isso é conhecido como “Galo Gigante do
Norte". Por muitos anos entrava em campo acompanhado de crianças, que
deveriam ter boas notas na escola. Hoje em dia não é mais possível encontrá-lo
em jogos do clube.
A
sua torcida é chamada de “Fiel”, pois nunca abandona o clube, nem nos momentos
de grandes crises. O seu principal rival no futebol do Amazonas é o Nacional. O
“Rio-Nal” por muito tempo concorreu com o “Re-Pa”, do Pará, como o maior
clássico d futebol do Norte do país.
O
Rio Negro é um dos três clubes do Estado a participar da “Série A” do
Campeonato Brasileiro. Nas seis vezes que disputou o Torneio, enfrentou grandes
clubes do futebol brasileiro, entre eles Flamengo, Corinthians, Santos e
Fluminense.
Em
1973, sua estréia na competição, o clube enfrentou 28 adversários, obtendo 7
vitórias, 10 empates e 11 derrotas, marcando 20 gols e sofrendo 2. As vitórias
foram estas: Rio Negro 1 X 0 Santa Cruz (PE); Rio Negro 1 X 0 Desportiva (ES);
Rio Negro 1 x 0 Goiás ; Rio Negro 1 X 0 Ceará; Rio Negro 1 X 0 Náutico (PE);
Rio Negro 5 X 0 Sergipe e Rio Negro 1 X 0 Sergipe.
O
clube jogou uma competição nacional pela última vez em 2006, a “Série C” do
“Brasileirão”, quando foi 16º colocado. Ainda assim, é a segunda equipe
amazonense que mais disputou certames nacionais, independente de divisão,
perdendo somente para o Nacional.
O
profissionalismo no futebol amazonense foi introduzido em 1964. Naquele ano o
Rio Negro não passou de um quinto lugar no campeonato estadual, que foi
conquistado pelo Nacional. Em 1965, já com um elenco mais qualificado, o Rio
Negro chegou ao título, tendo como destaque a goleada de 7 X 2 imposta ao
Nacional, perante cerca de 10 mil torcedores.
No
jogo final, nova goleada frente o eterno rival, dessa feita por 4 X 1. Ainda em
1965 o Rio Negro excursionou pelo Acre, Rondônia e Roraima, tendo vencido de
goleada a maioria dos jogos, retornando invicto.
Em
1975 o Rio negro completou exatos 10 anos sem conquistar o Campeonato
Amazonense. Chegou a decisão contra o Nacional. No primeiro jogo uma goleada de
4 X 1, deu animo ao time “Barriga Preta”, que se igualou ao adversário, que
tinha uma vitória a mais. No segundo jogo houve empate em 1 X 1. Na prorrogação
0 X 0, e na decisão por pênaltis, vitória do Rio Negro por 3 X 2 e a conquista
do título máximo daquele ano.
O
ano de 1977 foi bastante conturbado em Manaus. O time do Rodoviária abandonou o
futebol, ficando apenas na razão social. Como se tratava de um time pequeno,
ninguém deu muita bola. Dias depois foi a vez do Rio Negro retirar-se do
Campeonato, embora tivesse garantido a participação no Campeonato Brasileiro da
Divisão Principal daquele ano.
E
o conflito foi criado. Sem a participação de Rio Negro e Rodoviária, sobraram
apenas cinco clubes. Como na época existia uma regra que não permitia a
realização de campeonatos com menos de seis equipes, a solução foi
profissionalizar o Libermorro, então campeão amador amazonense, que entrou como
bônus e levou goleadas de quase todos os adversários.
O
Rio Negro, que ia novamente parar com o futebol, encontrou reação contrária do
milionário José Sabóia do Nascimento, que em reunião com cerca de 45 pessoas falou:
“Chamei-os aqui porque foi minha família que fundou o Rio Negro. E o futebol
sempre foi uma tradição do clube. Por isso não quero o Rio Negro fora do
futebol".
Com
isso Nascimento foi eleito um dos diretores do clube. Mas não ficou muito
tempo, sendo demitido após desentendimentos com outros dirigentes. O Rio Negro
estava então fora do futebol pela segunda vez desde a sua fundação.
Em
1979, cerca de 20 homens, entre eles Arnaldo Santos e o famoso ex-presidente da
FAF e nacionalino Flaviano Limongi resolveram assumir o Departamento Autônomo
de Futebol do clube, arcando com todas as despesas de futebol. O Conselho
Deliberativo só concordou depois que um documento foi assinado e registrado em
cartório.
A
década de 1980 foi talvez a melhor da história do Rio Negro, que disputou nove
de 10 finais do campeonato estadual, conquistando quatro títulos, no inédito
tetracampeonato amazonense. O ruim foi só o ano de 1981, em que viu o Nacional
sagrar-se hexa-campeão. Ainda naquele ano o Rio Negro disputou o Campeonato
Brasileiro de Futebol - Série B, ficando em último lugar no seu grupo e em 40º
na classificação geral.
Em
1982 o clube passou por profundas reformulações, tendo revelado o atacante
Berg, que mais tarde foi para o Botafogo, do Rio de Janeiro, onde alcançou
fama. O Rio Negro foi campeão amazonense daquele ano.
De
1983 a 1986 foi apenas vice-campeão. De 1987 a 1990 o Rio Negro foi
tetra-campeão estadual. No elenco jogadores importantes como Tojal, Paulo
Galvão, Marinho Macapá e Luís Florêncio, todos vindos do Nacional, e também
Luís Roberto, Kleber Brito, Bismar, Fernandinho, Jason e João Carlos Cavalo.
Neste
período ainda tomou parte na Série B de 1989, tendo sido eliminado da
competição por ter escalado um jogador irregular num jogo frente a Anapolina.
Depois da conquista estadual de 1990, o clube passou a disputar as divisões
inferiores do Campeonato Brasileiro com frequência, ausentando-se dos estaduais
de 1991, 1994 e 1997.
Em
1992 o Rio Negro perdeu o Estadual para o modesto Sul América. Nesse mesmo ano
disputou o Campeonato Brasileiro da “Série C”, sendo eliminado ainda na
primeira fase. Em 1993 o Sul América foi campeão outra vez e o Rio Negro apenas
terceiro colocado. Em 1994 não disputou. Em 1995 foi lanterna e em 1996,
terceiro classificado.
Sem
jogar em 1997, foi vice-campeão em 1998, perdendo a final para o São Raimundo,
que repetiu o feito em 1999. O Rio Negro jogou a Série C de 1999, com boa
campanha. Foi campeão estadual em 2001 e depois viveu uma grande crise, que
culminou com o rebaixamente para a 2ª Divisão do Campeonato Amazonense em 2008,
na pior campanha de sua história.
Não
demorou na condição de inferioridade, retornando no ano seguinte a elite
estadual, após conquistar o campeonato da “Segundona”. Em 2009 um novo
rebaixamento. Subiu de novo para sofrer nova queda neste ano de 2013.
A
causa principal do fraco rendimento do clube nos últimos anos tem origem na
dívida de cerca de R$ 4 milhões com a receita Federal e causas trabalhistas. O
presidente atual garante já ter quitado mais ou menos R$ 400 mil desse
montante.
Contando
apenas jogos a partir de 1964, ano do profissionalismo no futebol amazonense,
incluindo-se jogos do campeonato estadual, taças estaduais oficias, campeonato
brasileiro das Series A, B e C, Copa do Brasil e jogos amistosos datados, a
estatística do clássico Rio-Nal mostra os seguinte números:
Jogos
realizados, 179; vitórias do Nacional, 69; vitórias do Rio Negro, 44; empates,
62; número de gols marcados, 370; gols feitos pelo Nacional, 216; gols feitos
pelo Rio Negro, 154. O último jogo entre os dois rivais foi disputado no dia 16
de fevereiro deste ano, no “Estádio Roberto Simonsen", em Manaus, com
vitória do Nacional por 2 X 0. A última vitória do Rio Negro em jogos oficiais
contra o Nacional foi em 22 de Janeiro de 2006.
Algumas
curiosidades: o maior artilheiro em uma temporada pelo Rio Negro foi Lívio, com
22 gols em 29 partidas disputadas, no ano de 1976. O recordista de gols em uma
única partida foi o jogador Índio, que marcou 5 gols na vitória do Rio Negro de
6 X 1 frente ao Penarol, no dia 12 de Maio de 1984.
O
gol mais rápido feito por um jogador do Rio Negro foi também o mais rápido da
história do futebol amazonense. O gol foi marcado por Carlos Alberto Silva, que
estreava no time, aos 10 segundos de jogo, no empate de 2 X 2 contra o São
Raimundo, no dia 22 de Junho de 1989.
O
goleiro com mais tempo sem tomar gols vestindo a camisa “Barriga Preta” foi
Luís Roberto, que passou 802 minutos sem buscar a bola na rede, sequência
quebrada por Cido, atacante do “Princesa do Solimões”, no jogo Rio Negro 2 X 1,
ocorrido em 29 de Julho de 1987.
O
atacante Roberto “Dinamite”, grande ídolo do Vasco da Gama, do Rio de janeiro,
jogou uma vez pelo Rio Negro, em 12 de Dezembro de 1990, contra o Flamengo
carioca, que venceu por 3 X 2. Os dois gols do time amazonense foram marcados
por “Dinamite”.
A
“Miss Amazonas”, Terezinha Morango, que foi eleita “Miss Brasil 1957”,
representou além do Estado, também o Atlético Rio Negro Clube. Ela nasceu em
São Paulo de Olivença, no interior paulista. Foi segunda colocada no concurso
“Miss Universo”, perdendo o título para a peruana Gladys Zender.
Além
do futebol, o Rio Negro também tem presença em vários esportes como handebol,
voleibol, futsal, natação, basquetebol e judô, entre outros. O clube foi
responsável pela introdução de praticamente todos os esportes não profissionais
no Estado do Amazonas.
Foi
o Rio Negro também a primeira entidade a permitir que mulheres praticassem
atividades esportivas. É algo extremamente comum nos dias de hoje, mas foi uma
verdadeira revolução para a época.
O
clube tem um ginásio com capacidade para 2 mil pessoas e conta com uma ótima
estrutura, com uma sede social localizada na “Praça da Saudade”, próximo ao
Centro Antigo de Manaus, onde funciona o seu centro Administrativo e um parque aquático com duas piscinas.
O
“Palácio” tem um estilo de arquitetura dórica (arquitetura grega) e o Rio Negro
é o único clube que preservou suas tradições. Ele pretende estar presente na
festa de inauguração da “Arena da Amazônia”, em jogo contra o Nacional. E a
intenção da atual direção é a volta com tudo em 2014. Os dirigentes prometem
voltar a “Série A” e nunca mais cair para a “Série B”.
Os
principais jogadores que vestiram a camisa preta e branca do Rio Negro em toda
a sua história foram: Denilson, que jogou no Fluminense, do Rio de Janeiro;
Silva, que foi artilheiro do Campeonato Argentino, pelo Racing; Bezerrinha, que
fez parte do ataque chamado de "Os granadeiros"; Catita, considerado
o jogador mais violento e temido de seu tempo; Clóvis, o “Aranha Negra”,
goleiro que jogava com uniforme todo preto. Clóvis Amaral Machado, o seu nome, nasceu na cidade de Parintins, a 20 de outubro de 1943 e veio para Manaus ainda garoto, onde começou a se interessar pelo futebol. Em 1959 já estava no time juvenil do Auto Esporte comandado por Cláudio Coelho.
Começou a jogar bola como zagueiro do "Nazaré", um time suburbano organizado pela rapaziada residente no final da Avenida Joaquim Nabuco, para os mais antigos, do “Alto de Nazaré”, término da linha de bonde, cuja placa de fundo amarelo tinha o nome de Nazaré em vermelho. O futebol amazonense ainda era amador. Clóvis trocou o Auto Esporte pelo Rio Negro em 1963, mas teve que cumprir um estágio exigido pela lei de transferência.
Começou a jogar bola como zagueiro do "Nazaré", um time suburbano organizado pela rapaziada residente no final da Avenida Joaquim Nabuco, para os mais antigos, do “Alto de Nazaré”, término da linha de bonde, cuja placa de fundo amarelo tinha o nome de Nazaré em vermelho. O futebol amazonense ainda era amador. Clóvis trocou o Auto Esporte pelo Rio Negro em 1963, mas teve que cumprir um estágio exigido pela lei de transferência.
Mas
o jogador mais conhecido da história do clube foi Gilmar Silva Oliveira, o
“Popoca”, embora tenha saído muito cedo para integrar as categorias de base do
Flamengo, do Rio de janeiro. “Popoca” fez tanto sucesso, inclusive na Seleção
Brasileira Sub-20, que chegou a ser apontado como sucessor de Zico.
Infelizmente, o temperamento do jogador e suas queixas contra dirigentes
prejudicaram a carreira, que foi muito aquém do que poderia ter sido.
Quando
completa o seu “Centenário” o Rio Negro vive um drama, com a possibilidade de
ver sua sede social, que se encontra penhorada desde 2009, ir a leilão judicial
para pagamento de uma dívida de R$ 36 mil com a Receita Federal e INSS.
Segundo
a atual direção do clube, esse compromisso já podia ter sido pago, mas a
Diretoria da época não constituiu advogado e a execução aconteceu, com o juiz
determinando que a sede fosse a leilão. Antes, a dívida foi parcelada, mas o
clube não cumpriu o acordo.
Um
levantamento recente feito pela atual direção mostrou que a dívida global do
Rio Negro é gigantesca. O clube deve hoje aproximadamente R$ 3,4 milhões e
tenta se reerguer com a realização de festas temáticas, feijoadas, além do
aluguel da sede para casamentos, formaturas, aniversários e outros eventos.
Existe
ainda outra dívida de R$ 56 mil que igualmente ameaça a sede de ir a leilão. O
clube escapou por pouco no dia 30 de agosto deste ano, quando o presidente
Thales Verçosa conseguiu parcelá-la em 10 vezes.
Recentemente,
em 6 de novembro, a Câmara Municipal de Manaus aprovou lei que prevê o
tombamento da sede social do Rio Negro. A proposta não livra o clube da dívida,
mas impede que o novo proprietário faça qualquer alteração arquitetônica no
prédio. A proposta tem como principal finalidade preservar o valor histórico e
cultural de Manaus.
O
Rio Negro comemorou seus 100 anos com uma festa diferente do tradicional “Porto
de Honra”. Os torcedores se reuniram em frente à sede do clube para uma queima
de fogos, na virada da data do aniversário, que se estendeu noite adentro.
Também
os integrantes da torcida organizada “Império Alvinegro”, fizeram uma campanha
nas redes sociais em comemoração ao centenário. Cada torcedor passou a usar
fotos do escudo do clube. (Pesquisa: Nilo Dias)
Sede do clube por pouco não foi leiloada, para pagamento de dívidas. (Foto:Acervo fotográfico do Atlético Rio Negro Clube)
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