Antônio
Gilberto Maniaes, conhecido por “Giba”, ex-jogador de futebol e técnico,
faleceu ontem (23), aos 52 anos de idade. Ele vinha tratando de uma enfermidade
nos rins por médicos em Campinas, mas há um mês foi transferido para o Hospital
Sírio Libanês, na capital, único local capacitado para tratar desse tipo de
enfermidade.
Depois
de entrar em coma na última segunda-feira, ele não resistiu. Sofria de uma
doença rara chamada “Amiloidose”, que afeta os rins. Giba era natural de
Cordeirópolis (SP), onde nasceu no dia 7 de março de 1962.
A
“Amiloidose” é uma enfermidade que ataca as células da medula óssea e produz
uma substância danosa a órgãos como os rins, seu caso. A doença pode ser de
origem genética ou consequência de doenças inflamatórias. Frequentemente afeta
o coração, rins, fígado, baço, sistema nervoso e o trato gastrointestinal,
prejudicando sua função.
O
diagnóstico, a princípio, é tranquilo, porém, quando a doença se associa a outra,
como aconteceu com Giba, traz uma grande diversidade de sintomas, dificultando
a medicação. O primeiro sinal da doença apareceu há três meses, quando ele
precisou se afastar do trabalho para tratá-la. Ao afetar os rins, o treinador
ficou debilitado e precisou ser hospitalizado.
Giba
foi velado em Campinas e o corpo cremado no “Crematório da Vila Alpina”, na
capital. Ele residia em Campinas com a família. Era casado e tinha uma filha.
Giba
trabalhou como técnico nos últimos anos, destacando-se por sua passagem pelo
Santos F.C., entre 1999 e 2000. O último trabalho do treinador foi no Paulista,
de Jundiaí, clube que dirigiu no início do Campeonato Paulista e pelo qual
passou em quatro oportunidades. Desde fevereiro deste ano, estava afastado da
função.
Como
jogador profissional, Giba atuou por Inter de Limeira, União São João, Guarani
e Corinthians, clube pelo qual mais se destacou no cenário nacional. Encerrou a
carreira em 1993, aos 31 anos, após cirurgia de menisco mal sucedida e ter
recebido passe livre ao final de seu contrato com o Corinthians.
Começou
a carreira de futebolista nas categorias de base do Juventus, de sua terra natal
atuando como volante. Depois se transferiu para o time dente-de-leite da
Internacional, de Limeira, por indicação do técnico e olheiro Ismael Pereira, o
“Maé”, onde disputou campeonatos da categoria.
Saiu
da Internacional para jogar nos infantis e juvenis do Independente, também de
Limeira. O técnico Adailton Ladeira o viu jogar num torneio em Rio Claro, e o
levou para o Guarani, de Campinas, onde teve destaque a ponto de ser chamado
para a seleção paulista de juniores.
Em
1980 retornou ao Independente, onde se profissionalizou, ainda jogando como
volante. Depois foi deslocado para a lateral-direita pelo técnico Galdino
Machado.
Após
algum tempo voltou a Internacional, de Limeira, em uma transação polemica,
quebrando um "tabu" que existia devido à grande rivalidade entre os
dois clubes. Dali foi jogar na Usina São João, de Araras, hoje União São João,
onde se destacou. Mesmo jogando na lateral, foi um dos artilheiros da equipe.
No
vai e vem, acabou de volta ao Guarani, quando adotou o apelido de Giba, por
sugestão do jornalista Brasil de Oliveira. Em 1986 fez parte do elenco
“bugrino” que conquistou o vice-campeonato brasileiro. Paralelamente ao
futebol, cursava Educação Física pela Pintificia Universidade de Campinas, onde
se formou.
Em
fevereiro de 1989 asssinou contrato com o Corinthians, time pelo qual seus
familiares torciam. Vestiu a camisa do “Timão” por cinco anos, tedo participado
da campanha do primeiro título nacional, em 1990. Na época de Corinthians
chegou a ser convocado para as seleções paulista e brasileira.
Começou
a carreira de treinador em 1995, quando dirigiu o Lousano/Valinhos. Um ano
depois foi campeão da “Copa São Paulo de Juniores”, pelo Lousano/Paulista, de
Jundiaí. O jogo final foi justamente contra o Corinthians, sendo ao final do
jogo aplaudido pela torcida adversária.
Depois
dirigiu equipes como Lousano Paulista Jundiai, Paulista Jundiai, Santos, Kuait
Sporting Club, Sport, Santa Cruz, Portuguesa, São Caetano, Remo e CSA, entre
outros. Um dos seus principais feitos como técnico foi a conquista do
vice-campeonato paulista de 2000, quando dirigia o Santos.
Giba
foi sempre prestigiado em sua terra natal, onde recebeu várias homenagens. Em
19 de dezembro de 2002 recebeu a “Medalha João Pacífico” e o “Diploma de
Gratidão”, que são ortogados pela Câmara Municipal de Cordeirópolis a pessoas
que elevam o nome da cidade.
Giba
chegou a ser convidado pelo Corinthians para participar, em 10 de maio último,
da partida festiva entre atuais e ex-jogadores do clube, na inauguração do
“Itaquerão”. O ex-jogador, porém, informou a impossibibilidade de aceitar o
convite, pois estava em tratamento médico.
Títulos
conquistados. Como jogador. Guarani, de Campinas. Vice-campeao brasileiro
(1986); Corinthians: Campeão Brasileiro (1990); Como técnico. Paulista, de
Jundiaí: Copa São Paulo de Futebol Júnior Sub 20 (1997); Campeão Brasileiro da
Série C (2001); Campeão Paulista da 2ª divisão (2001); CSA: Campeão Alagoano
(1998) e Santos, vice-campeão paulista (2000). (Pesquisa: Nilo Dias)
Giba, quando treinava o Etti Jundiaí. (Foto: Divulgação)
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