O
Americano Futebol Clube, de Campos dos Goytacazes (RJ), é mais um clube
centenário do futebol brasileiro. Foi fundado em 3 de maio de 1914. A idéia de
se criar um novo clube na cidade nasceu depois que o América Foot Ball Club,
do Rio de Janeiro, campeão carioca do ano anterior, esteve em Campos para
enfrentar um combinado de jogadores locais.
O
time campista foi convocado e escalado em uma reunião entre Luiz Pamplona, do
Clube Esportivo Rio Branco, Nelson Póvoa, do Aliança, e Sinhô Campos, do
Luso-Brasileiro, acontecida na residência de Zezé Póvoa, no centro da cidade. O
selecionado perdeu por 3 X 1. Posteriormente, outro time formado pela Liga
local foi goleado por 6 X 0.
Depois
da partida o jogador americano Belfort Duarte, ao ter conhecimento da intenção
de se fundar um novo clube na cidade, proferiu uma palestra no Hotel
Internacional, quando sugeriu que se colocasse o nome de América nessa
entidade.
Mas
os irmãos Bertoni, uruguaios que jogavam no time carioca, e que ficaram em
Campos por uns dias como convidados dos irmãos Pamplona, por sugestão deles o
clube acabou se chamando Americano Futebol Clube, nome de um antigo time de São
Paulo, onde eles haviam jogado e que fechou as portas sem nunca ter perdido um
jogo. A ideia foi aprovada por unanimidade.
Na
reunião acontecida na Joalheria dos irmãos Suppa, também foram escolhidas as
cores da agremiação, que foram o preto e o branco em homenagem ao Clube de
Regatas Saldanha da Gama, do qual todos os fundadores eram sócios. O Rio
Branco, time que perdeu oito jogadores para o Americano, foi escolhido para ser
o primeiro adversário oficial. A partida aconteceu dia 8 de maio e o Americano
ganhou por 4 X 1.
Em
1920, com apenas seis anos de existência, o Americano foi campeão do primeiro
Torneio Preparatório do Brasil e já tinha dois de seus jogadores convocados
para a Seleção Brasileira: Soda e Mario Seixas. Ainda nesse ano, o clube
campista enfrentou e venceu a Seleção do Uruguai, por 3 X 0. A “Celeste” viria
a ser campeã olímpica dois anos depois.
Em
1921 o Americano jogou pela primeira vez frente o Flamengo, um dos chamados
“grandes” do futebol carioca e perdeu por 5 X 0. Em 1930, o jogador do
alvinegro campista, Policarpo Ribeiro, o “Poli”, foi convocado pela Seleção
Brasileira, que disputou a Copa do Mundo do Uruguai. O jogador recebeu
homenagem de placa no Hall Social do clube.
Em
14 de Julho de 1975, na reabertura do Estádio Godofredo Cruz, o Americano jogou
contra a Seleção Brasileira de Amadores, registrando-se um empate em 1 X 1. O
time de Campos jogou com: Paulão (Bodoque) - Nei Dias - Paulo César - Luís
Alberto e Capetinha – Jairo - Didinho (Mundinho) e João Francisco - Luís Carlos
- Chico Preto e Paulo Roberto (Wallace). Seleção de Amadores: Carlos - Carlos Alberto – Dick - Xará e
Betinho – Celso - Aguillar (Éder) e Toninho Vanusa – Brida - Tião Marçal
(Jarbas) e Da Silva.
A
maior glória do Americano é sem sombra de dúvidas o inédito título de
ênea-campeão campista e do interior do Rio de Janeiro. Foram nove títulos
consecutivos por duas ocasiões. O jogo decisivo do Campeonato Campista de 1975,
que garantiu as nove conquistas seguidas, foi realizado na noite de 17 de
fevereiro de 1976, no Estádio Godofredo Cruz.
O
Americano bateu o Goytacáz por 1 X 0, gol de Paulo Roberto, cobrando pênalti aos
40 minutos da etapa final. Foi a terceira partida da série melhor de quatro
pontos que indicou o campeão de 1975.
A
renda foi de Cr$ 115.055.00, com 8.125 pagantes. Foi juiz, com boa atuação, o
carioca José Roberto Wright. Os dois times formaram assim: Americano: Dorival -
Nei Dias – Luisinho - Luís Alberto e Capetinha – Ico - Russo e Rangel - Luís
Carlos - Dionísio e Paulo Roberto. Goytacaz: Miguel – Totonho - Paulo Marcos -
Nad e Júlio César - Ricardo Batata - Wílson Bispo e Naldo (Pontixeli) – Piscina
- Tuquinha e Chico.
O
Americano foi incluído no Campeonato Brasileiro de 1975, quando da fusão entre
os Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara. Foi o primeiro clube de Campos e
interior do novo Estado do Rio de Janeiro, a participar da competição. Em 25 de
agosto de 1975, em sua estréia no “Brasileirão”, o Americano derrotou o Santos
por 2 X 1.
O
Americano venceu com: Dorival - Nei Dias - Mundinho (Luisinho) - Luís Alberto e
Capetinha - Ico e Didinho - Luís Carlos – Rangel - Messias e Paulo Roberto. O
Santos perdeu com: Joel – Tuca – Oberdan - Bianchi e Zé Carlos - Clodoaldo e
Didi (Alceu) – Mazinho - Cláudio Adão - Toinzinho e Edu.
Arbitragem
de Luís Carlos Félix, auxiliado por Paulo Antunes e Célio Couto. Renda de Cr$
191.000,00 (14.307 pagantes). Em 15 de março de 1980, o Americano aplicou sua
maior goleada em campeonatos brasileiros, ao derrotar o Botafogo Sport Club, de
Salvador (BA) por 7 X 0, na casa do
adversário. A melhor participação do clube em Brasileiros foi a 27° colocação
em 1978, entre 74 participantes.
O
Americano disputou 32 vezes o Campeonato Brasileiro de Futebol, sendo sete na Série A, 20 na B e cinco na C. Foi campeão do Módulo
Azul (1987), um dos dois módulos equivalentes à Série B; vice-campeão da Série
B 1986 (vice-colocado do grupo. Não houve decisão oficial e o vice não é
reconhecido pela CBF) e quarto colocado em três edições (1988, 1991, 1994).
O
Americano é o maior vencedor do Campeonato Fluminense de Futebol, relativo ao
Estado do Rio de Janeiro, antes da fusão e maior clube da cidade de Campos dos
Goytacazes. O clube entrou no Campeonato Carioca em 1976, antes mesmo da fusão
das federações carioca e fluminense. Em 1978, com a fusão dessas federações,
voltou a disputar o Campeonato Fluminense. No Campeonato Carioca, sua melhor
colocação foi o vice-campeonato de 2002, ano em que conquistou a Taça Guanabara
(Primeiro Turno) e a Taça Rio (Segundo Turno).
Nos
anos 80 o Americano excursionou pelo exterior. A mais importante delas
aconteceu em 1981, quando jogou na Ásia e derrotou a Seleção da República da
Coreia, conquistando a “Taça do Rei”.
Em
1984, o Americano ganhou da Seleção de Omã, por 1 X 0 e 4 X 1. Em outros confrontos perdeu de 1 X
0 para a Seleção de Tóquio; goleou a Seleção da Malásia por 4 X 0; perdeu para
o Swansea, da Inglaterra por 2 X 0; nova derrota para a Seleção de Tóquio, dessa
feita por 2 X 1; vitória sobre a Seleção de Dubai por 1 X 0; derrota de 2 X 1
para a Seleção dos Emirados Árabes; vitória de 1 X 0 sobre o Al-Nassr, e encerrando a excursão, vitória de 1 X 0 sobre a Seleção da Arábia Saudita.
Ainda nos anos 80 o Americano derrotou a seleção de Camarões por 2 X 1.
Em
1987, representando o Estado do Rio de Janeiro no Campeonato Brasileiro de
Seleções Estaduais, sagrou-se campeão, numa final histórica contra a Seleção de
São Paulo, que contava com cinco jogadores da Seleção Brasileira.
Um
outro grande feito do Americano, foi ter derrotado o Vasco da Gama, em 1993,
por 1 X 0, tirando do cruzmaltino uma invencibilidade de 32 jogos. Pelica, aos
47 minutos da primeira etapa, marcou o gol solitário da partida.
O
maior rival do Americano é o Goytacaz, também de Campos. É conhecido como o
Clássico Goyta-Cano, o de maior tradição e rivalidade no interior do estado do
Rio de Janeiro. Em 155 jogos entre os dois, o Americano tem 51 vitórias e o
Goytacaz, 55, com 49 empates.
Em
2009 o Americano jogou a Copa do Brasil, e fez um bonito papel. Eliminou o
Santa Cruz Futebol Clube, do Recife, ganhando os dois jogos. Depois eliminou
nos pênaltis, o Botafogo, do Rio de Janeiro. Acabou eliminado pela Ponte Preta,
de Campinas.
Em
2010, o clube teve altos e baixos no Campeonato Fluminense. Em 2011, fez uma
péssima Taça Guanabara, mas se recuperou na Taça Rio. Nesse ano, mesmo
classificado para Série D do “Brasileirão”, a direção preferiu não disputar, em
razão de dificuldades financeiras. Em 2012, foi rebaixado pela primeira vez
para a Série B do Campeonato de Futebol do Estado do Rio de Janeiro.
O
Americano manda os seus jogos no Estádio Godofredo Cruz, que tem capacidade
para 25 mil espectadores. Em 2009, o estádio teve a capacidade reduzida para 9
mil pessoas pela Defesa Civil, por medida de segurança .
Títulos
conquistados: Campeão Brasileiro da Série B: 1 - Módulo Azul (1987); Campeão
Brasileiro de Seleções Estaduais, representando o Rio de Janeiro (1988);
Campeão Fluminense (1954, 1964, 1965, 1968, 1969 e 1975); Campeão da Taça Guanabara
(2002); Campeão da Taça Rio: (2002); Campeão do Troféu Moisés Mathias de Andrade
(2009); Campeão do Interior (1985, 1986, 1987, 1988, 1989, 1990, 1991, 1992 e
1993); Campeão Campista (1915, 1919, 1921, 1922, 1923, 1925, 1930, 1934, 1935,
1939, 1944, 1946, 1947, 1950, 1954, 1964, 1965, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971,
1972, 1973, 1974, 1975 e 1977); Campeão da Taça Cidade de Campos dos
Goytacazes (???); Taça do Rei, na Coreia do Sul (1981); Torneio do Oriente Médio, nos
Emirados Árabes Unidos (1994); Copa Integração Petrobrás, no Espirito Santo
(2006); Vice-Campeão Brasileiro de Juniores (2000) e Vice-Campeão Brasileiro de
Juvenis (1998).
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