Morreu
na última quinta-feira (4), com a avançada idade de 90 anos, o ex-jogador do
C.R. Flamengo, do Rio de Janeiro, William Kepler Santa Rosa, mais conhecido por
“Esquerdinha”, que atuou como ponta-esquerda.
Ele
vestiu a camisa rubro-negra em 277 partidas e marcou 110 gols, tornando-se o
16º maior artilheiro na história do clube. O sepultamento aconteceu na tarde de
sexta-feira (5), no Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Paciência, no Rio
de Janeiro.
“Esquerdinha”
nasceu em Belém do Pará, no dia 1 de março de 1924. Começou a carreira em 1941,
no Rio de Janeiro, no time infantil do Madureira, onde se destacou, sendo logo promovido
à equipe juvenil. Em 1946 já era titular do time de profissionais do “tricolor
suburbano”.
Em
1948 foi para o Flamengo, mas não durou muito tempo, tendo atuado somente em um
torneio internacional no Chile. Seu primeiro jogo com a camisa rubro-negra foi
em 14 de janeiro de 1948, quando o Flamengo perdeu para o Combinado Universitário
do Chile, por 4 X 3.
Vevé
ainda era o titular da ponta esqquerda, por isso “Esquerdinha” foi emprestado
ao Olaria para a disputa do Campeonato Carioca de 1948. Terminado o empréstimo,
em 1949 voltou ao clube da Gávea, dessa feita para ficar e brilhar.
Em
1951 conquistou seu primeiro título: o Torneio Início. Foi bicampeão deste
torneio, em 1952, e tricampeão carioca, além de ainda ter participado das
excursões invictas doFlamengo à Guatemala e à Europa.
A
partir de 1953, com a chegada do lendário técnico paraguaio Fleitas Solich, o
ponteiro efetivou-se como capitão do quadro rubro-negro, já que tinha um grande
espiríto de liderança entre os companheiros. Era famoso pela potência do chute
com a perna esquerda.
Graças
a isso, em 1953 o Flamengo conseguiu quebrar um jejum de títulos cariocas, que
vinha desde 1944. “Esquerdinha” anotou um dos gols na goleada rubro-negra de 4
X 1 sobre o Vasco da Gama, que valeu a conquista tão esperada.
O
ponteiro esquerdo já havia passado pelo Flamengo no final dos anos 40, sem
muito brilho, mas se firmou no time e ganhou grande prestígio nos anos 50, na
sua segunda passagem pela Gávea.
Carreira
curta, “Esquerdinha” permaneceu jogando pelo Flamengo até o ano de 1955, quando
deixou os gramados e ensaiou a carreira de treinador na Sociedade Esportiva
Machadense, de Machado (MG).
Títulos
conquistados. Troféu Cezar Aboud (1948); Taça Fernando Loreti Junior (1948); Troféu
Embaixada Brasileira na Guatemala (1949); Troféu El Comite Nacional Olímpico da
Guatemala (1949); Taça Cidade de Ilhéus (1950); Copa Elfsborg, na Suécia (1951);
Torneio Quadrangular de Lima, Peru (1952); Troféu Cidade de Arequipa, Peru (1952);
Torneio Tringular de Curitiba (1953); Torneio Quadrangular da Argentina (1953);
Torneio Internacional do Rio de Janeiro (1954 e 1955; Campeonato Carioca de
Aspirantes (1955); Torneio Início do Campeonato Carioca (1951 e 1952) e Campeonato
Carioca (1953, 1954 e 1955).
O
Flamengo não esqueceu o ídolo do passado. Em agosto de 2013, ele recebeu
homenagem do clube junto com outros tri-campeões estaduais de1953, 1954 e 1955.
Em
outra ocasião, quando do “Encontro Nacional das Embaixadas”, “Esquerdinha” foi
o grande homenageado, ao receber do Departamento de Patrimônio Histórico o
troféu do “Torneio das Embaixadas” e uma camisa personalizada.
O
nome do craque foi usado para batizar a taça. No aniversário do Flamengo, em
março deste ano, “Esquerdinha” novamente recebeu homenagens.
Sua
filha, Tatiane Santa Rosa, disse que “Esquerdinha” viveu muitas coisas no
futebol, e que o Flamengo foi quem deu mais representatividade a sua carreira,
acrescentando que o clube foi muito significativo, não só na vida dele, mas na
de toda família.
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