Morreu
na última quinta-feira, 25, o ex-jogador Dirceu Krüger, um dos maiores ídolos
da história do Coritiba, aos 74 anos completados no último dia 11. Ele nasceu no dia 11 de abril de 1945 e ultimamente trabalhava na área administrativa do clube.
De
acordo com o diário “A Tribuna”, ele passou por uma cirurgia no último dia 13,
em razão de uma obstrução intestinal, e recebeu alta, mas voltou ao hospital na
quarta-feira 24 e não resistiu a complicações de saúde. O ex-meio-campista
sofria com complicações intestinais desde os anos 70, após um choque durante um
jogo.
Descendente de alemães e poloneses, começou a torcer pelo "Coxa" ainda criança. Começou a carreira no futebol amador de Curitiba, defendendo o União Ahú e o Combate Barreirinha. No entanto, o início da carreira profissional foi em um outro clube da cidade: o extinto Britânia, em 1963.
Descendente de alemães e poloneses, começou a torcer pelo "Coxa" ainda criança. Começou a carreira no futebol amador de Curitiba, defendendo o União Ahú e o Combate Barreirinha. No entanto, o início da carreira profissional foi em um outro clube da cidade: o extinto Britânia, em 1963.
Em 1964, o Britânia venceu o chamado "trio de ferro" da capital - Coritiba, Atlético Paranaense e o atual Paraná, pelo mesmo placar de 2 X 1. Dirceu Krüger marcou os seis gols dos jogos.
Não demorou para que a diretoria do Coxa desembolsasse 20 milhões de cruzeiros para contratar o meia e o lateral Antero. O acerto foi assinado no dia 24 de fevereiro de 1966.
Apelidado
de ”Flecha Loira”, pelo jornalista esportivo Albenir Amatuzzi, pela velocidade, pelos passes milimétricos e pela facilidade com que passava pelos adversários e ainda pela elegância, Dirceu Krüger estreou no Coritiba em 1966 e marcou 58 gols
em 252 jogos com a camisa verde e branca.
Krüger
foi destaque na época áurea do Coritiba, quando enfileirou taças do “Paranaense”
e o “Torneio do Povo” em 1973, competição nacional organizada pela CBD e que reuniu os clubes de maior torcida na época em São Paulo, Rio de
Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná.
Em
1970, Krüger quase morreu após um jogo pelo Coritiba. Era 11 de abril, dia em
que o jogador completava 25 anos. Em uma partida contra o Água Verde, o jogador
dividiu com o goleiro Leopoldo, que o acertou violentamente na região do
intestino.
O
grave ferimento fez com que Krüger fosse internado por 70 dias, com o órgão
danificado a ponto de ter até recebido a extrema-unção, rito católico para enfermos.
Ele sobreviveu e voltou a atuar até se aposentar.
Voltou
aos gramados em uma excursão à Argélia, onde diz ter marcado o gol mais bonito
da carreira. Em 1972, recebeu a “Fita Azul” por permanecer invicto em amistosos
no exterior.
Kruger carregou a marca de nunca ter sido expulso. Encerrou a carreira aos 31 anos de idade.
Ele
teve 54 anos de sua vida dedicados ao clube paranaense. Além de jogador, foi
auxiliar técnico, treinador do time e chegou a assumir funções administrativas,
além de ter sido responsável pelas categorias de base.
Em
1979, fez sua primeira partida como técnico. Um dos jogos em que esteve no
comando foi o 0 X 0 com o Goiás no “Couto Pereira”, na caminhada do Coritiba
pelo título brasileiro de 1985, durante a troca de Dino Sani por Ênio Andrade.
Ajudou
o Coritiba nas conquistas do Campeonato Paranaense em 1968, 1969, 1971, 1972,
1973, 1974 e 1975 e foi auxiliar técnico de Ênio Andrade no título do
Campeonato Brasileiro de 1985.
Comandou
o time principal em 185 partidas, a maioria das vezes como interino. Só teve
uma chance como técnico efetivo em 1997, comandando a equipe no "Campeonato
Paranaense".
A
idolatria era tanta que o "Flecha Loira" foi homenageado em vida com
uma estátua erguida em 2016 com a iniciativa dos torcedores, que arrecadaram
dinheiro para a construção do busto colocado em frente ao "Estádio Couto
Pereira", onde torcedores se reuniram após a morte do ídolo.
A
última aparição pública do ídolo coxa-branca foi na final do segundo turno do "Campeonato Paranaense", a “Taça Dirceu Krüger”, quando entregou o troféu de
campeão ao time de aspirantes do Atlético Paranaense, que venceu exatamente o
Coritiba na decisão.
Mesmo
com o nome historicamente ligado ao rival, foi respeitosamente aplaudido pela
torcida rubro-negra na "Arena da Baixada".
A
despedida do Dirceu Krüger rendeu homenagens de atletas e ex-atletas de
relevância na história do Coritiba. "Seu Krüger, descanse em paz. Obrigado
por todos os ensinamentos", declarou o lateral Rafinha, hoje no Bayern de
Munique, da Alemanha, e que trabalhou com Dirceu.
"Muita
luz à família "Coxa-Branca!".. descanse em paz, Flecha", escreveu Alex em
seu perfil no Twitter. Tcheco e Pachequinho também prestarem condolências a família
de Krüger.
"Um
craque como poucos. Foi uma marca, sem dúvida alguma. Um jogador
extraordinário, mas principalmente pelo caráter, conquistou a simpatia de todos
e até o respeito do adversário", comentou o jornalista e narrador
esportivo Carneiro Neto, que acompanhou a carreira do "Flecha Loira", apelido que
ganhou pela mobilidade em campo.
A
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o prefeito de Curitiba Rafael Greca,
e o governador do Estado, Carlos Massa Ratinho Junior, também o homenagearam,
bem como os rivais do Coritiba, Paraná e Atlético Paranaense, além de outros
clubes, como o Santos.
O
Coritiba decidiu fazer mais uma homenagem ao ídolo Dirceu Krüger. A partida da
equipe, hoje a noite, 20 horas, no “Couto Pereira”, pelo “Campeonato Brasileiro
da Série B”, não terá cobrança de ingressos. Para garantir acesso, o torcedor precisou
fazer um cadastro no site ou na loja oficial do clube.
Como
o regulamento da Série B não permite portões abertos e também estipula um preço
mínimo de R$ 20 para os ingressos, o Coritiba vai custear as entradas.
Para
o historiador coxa-branca Guilherme Straube, Krüger foi o maior ídolo do clube
por diversos fatores. Estreou contra o Grêmio
de Porto Alegre já marcando gol, ao driblar o zagueiro Airton "Pavilhão".
Jogador
extremamente inteligente e rápido, e por isso o apelido "'Flecha Loira", era
parado pelos adversários apenas na base da violência. Ele fez o gol da vitória
na decisão de 1972 contra o Atlético e ajudou o clube a tornar-se pentacampeão
regional.
Como
treinador das categorias de base, Krüger acompanhou e ajudou a formar todas as
gerações de atletas que foram criadas no clube, a partir da década de 1980. Em
2016, a torcida coritibana reuniu-se e financiou a construção de uma estátua de
Krüger, em frente ao "Estádio Couto Pereira".
Dificilmente
alguém, algum dia, conseguirá fazer pelo Coritiba, o que fez o eterno “Flecha
Loira." Na carreira, Krüger não aceitou jogar por outros clubes que não o
Coritiba desde que assinou contrato.
Em
1971, o Vasco procurou o time alviverde para levar Krüger, mas acabou
contratando Kosilek, que fazia dupla com ele. Criou-se então a lenda de que o “Chinês”,
apelido do presidente Evangelino Neves, teria ludibriado o Vasco.
Na
verdade, o presidente Evangelino Neves não deixou Krüger aceitar os convites
que teve do Flamengo, Corinthians e de outros. Falava-se que o Kosilek foi para
o Vasco da Gama confundido com o Krüger.
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