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quinta-feira, 30 de maio de 2019

O grande craque da Polônia

Zbigniew Boniek, ou simplesmente Boniek até hoje é considerado por muitos como o melhor jogador da história da seleção da Polônia, que defendeu durante 79 partidas. Boniek estreou com a camisa polaca em 1976.

Nascido no dia 3 de março de 1956, em Bydgozcz, na Polônia, Boniek disputou três Copas do Mundo: 1978, 1982 e 1986. Na Copa do Mundo da Espanha, em 1982, foi decisivo e levou os poloneses ao terceiro lugar. Ele marcou 24 gols pela Seleção de seu país. Jogava como meia e atacante.

No seu tempo de atleta tornou-se o mais conhecido astro de futebol do seu pais, superando outros nomes famosos como Grzegorz Lato, Kazimierz Deyna, Władysław Żmuda e Andrzej Szarmach.

Boniek tinha como principal arma a capacidade de driblar em velocidade, o que o tornava um jogador temível em qualquer posição do campo. Era dono de grande visão de jogo, tinha um ritmo explosivo e realizava dribles cerebrais, além de marcar muitos gols.

Jogador de apurada técnica, Boniek começou a carreira no Widzew Lodz, um time médio do futebol polonês em 1975. Emendou dois vice-campeonatos em 1979 e 1980, fora vice também em 1977 e chegou aos títulos do campeonato polaco em 1981 e 1982.

Sob seu comando, a seleção pouco tradicional viveu seus melhores momentos em "Copas do Mundo", chegando às quartas-de-final em 78, ao terceiro lugar em 82 e às oitavas-de-final em 86.

Na Espanha, em 82, viveu seu auge representando o país. Apesar da derrota para a futura campeã Itália, nas semifinais, na disputa pelo terceiro lugar, desbancou a badalada França de seu amigo Platini.

As boas atuações na Copa de 1982 chamaram a atenção de diversos clubes do mundo. Ainda durante o Mundial, a diretoria da Roma teria acertado com Boniek e contava com os gols do jogador já para a temporada seguinte.

Um problema no pagamento da rescisão, no entanto, impediu o acordo com a Roma e ele acabou assinando com a Juventus. Boniek, que foi o primeiro jogador polonês a atuar no futebol italiano, já havia chamado a atenção da Juve alguns anos antes, quando o Widzew Łódź eliminou a "Velha Senhora" na "Copa Uefa" e o próprio Zibi cobrou o pênalti decisivo.

A transferência foi na ordem de 1,8 milhões de dólares, a mais cara negociação de um jogador polaco até então. Em Turim, chegou junto com Platini, maior contratação do mercado, para jogar ao lado dos campeões do mundo Zoff, Gentile, Cabrini, Scirea, Causio, Tardelli e Rossi – alguns dos quais já haviam sido seus companheiros num amistoso em que a seleção da Argentina enfrentou um combinado do resto do mundo, comandado por Enzo Bearzot, em 1979.

Na primeira temporada, conquistou uma “Taça de Itália” mas a Juve perdeu os títulos mais importantes: a "Serie A" para a Roma e a final da "Liga dos Campeões da UEFA", no que seria o primeiro título da Juventus no mais importante torneio interclubes europeu, para o Hamburgo.

Na sua segunda temporada na Juventus, Boniek teve melhores resultados, jogando ao lado também de Dino Zoff, Antonio Cabrini, Massimo Bonini, Gaetano Scirea e Marco Tardelli, dentre outros.

Ganhou o “Scudetto” e a “Recopa Europeia”, em que marcou o gol da vitória sobre o Porto na decisão, naquela que foi a maior conquista internacional do clube italiano até então. Ele também marcou os dois gols nos 2 X 0 sobre o Liverpool, campeão da “Copa dos Campeões”, na “Supercopa Europeia”.

Durante a Copa de 86, no México, Boniek enfrentou a seleção brasileira e por pouco não fez um gol de bicicleta no goleiro Carlos. A bola passou raspando na trave.

A temporada que se seguiu viu a "Vecchia Signora" focar-se no inédito título da Copa dos Campeões. E ele finalmente veio, com participação determinante de Boniek, que sofreu o pênalti que originaria o único gol na decisão, também contra o Liverpool.

A conquista, que ficaria tristemente marcada pela tragédia de Heysel, em que a ação de hooligans da torcida adversária provocou a morte de 39 torcedores bianconeri foi seu ápice no clube, mas também a sua despedida. Ao fim da temporada 1984/85, Boniek acertou sua transferência para a Roma.

Foi por 2,5 milhões para o clube da capital, que acabava de despedir-se de Falcão. Em uma equipe tradicional, mas não tão forte, teve o mérito de liderá-la na conquista da "Copa da Itália" de 1986, fazendo os romanistas esquecerem-se um pouco do antigo "Rei de Roma" até 1988, quando parou de jogar.

Daí surgiu a homenagem que os giallorossi fizeram a Boniek; diziam que, em Roma, dois poloneses mandavam: ele e o Papa João Paulo II.

A partir da temporada 1990-91, tentou se aventurar como técnico, mas não alcançou bons resultados por Lecce, Bari e Sambenedettese. No Avellino, em 1995, chegou a subir para a "Serie B", mas acabou demitido no início da temporada seguinte.

Depois, Boniek tornou-se presidente da Federação Polonesa de Futebol e chegou a dirigir a seleção, com maus resultados, após a Copa de 2002, e decidiu encerrar também a experiência como treinador, em dezembro daquele ano.

Hoje, é comentarista do programa "Domenica Sportiva", da Rai 2, e participa frequentemente de programas de TV ligados à torcida romanista. Até hoje, Boniek vive em Roma e, segundo dizem na Itália, guarda mais no coração a equipe giallorossa do que a bianconera.

Boniek sempre foi um cara humilde. Nunca deixou a fama lhe subir a cabeça. Tanto é verdade, que não se considerava um jogador especial. Dizia não ter uma técnica particular, se considerando somente um jogador útil.

Juventinos e romanistas discordam da humildade do atacante polonês. Considerado por muitos o maior ídolo da história do futebol de seu país, Zbigniew Boniek desfilou pelos gramados italianos de 1982 a 1988, conquistando fãs em Roma e Turim. (Pesquisa: Nilo Dias)


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