Pouco
depois, com a criação da “Liga Santa Catharina de Desportos Terrestres”,
começou a ser realizado um campeonato estadual, no qual os clubes de Blumenau
passaram a competir. O Brasil conquistou dois vice-campeonatos seguidos em 1927
e 1928, ambos com o Avaí campeão.
Em
1936, mudou a razão social do clube para Recreativo Brasil Esporte Clube,
devido a sérios problemas financeiros, que com essa mudança, desapareceram.
Mesmo
com a modificação, o Brasil continuou forte, com uma grande torcida e venceu os
campeonatos de 1941 e 1942, da “Liga Blumenauense de Futebol”, criada em 1941 e
que realizava um torneio com todos os times da cidade, Amazonas, Brasil,
América, Vasto Verde e Blumenauense.
Quando
da “2ª Guerra Mundial”, o então presidente da República, Getúlio Vargas,
assinou um decreto de lei determinando que clubes esportivos estavam proibidos
de ter nomes de nações, estados, territórios e municípios, nem mesmo podendo a
associação incorporar ao seu nome próprio a palavra Brasil.
A
diretoria do Brasil encaminhou requerimento ao Ministério da Educação e Saúde,
por intermédio do CRD, a fim de obter permissão para continuar como Brasil, o
que foi negado.
Assim,
no dia 12 de março de 1944, houve uma reunião no Clube Náutico América em que
por decisão unânime o nome do Brasil foi oficialmente mudado para Palmeiras
Esporte Clube, motivado pelo time mandar seus jogos na Rua das Palmeiras, atual
Alameda Duque de Caxias.
Os
outros times de Blumenau mudaram seus nomes: o Amazonas, para Aimoré; o América
para Guarani Esporte Clube e o Blumenauense para Grêmio Esportivo Olímpico.
A
fase com o nome de Palmeiras foi a mais frutífera da história do clube em
relação a títulos. O time, junto ao seu rival Olímpico, foi ganhando mais
notoriedade no cenário estadual, devido a quatro vice-campeonatos estaduais e um
tetracampeonato local (de 1944 a 1947), com a conquista do super campeonato no
ano seguinte.
O
clube também conquistou alguns torneios menores pela região. Durante este
período fez-se necessária a construção de um novo estádio, pois uma enchente
que havia assolado a cidade em outubro de 1954 destruiu completamente o campo
do Palmeiras.
O
Estádio Aderbal Ramos da Silva foi inaugurado na década de 1960 e passou a ser
um símbolo do clube.
Em
1980, um grupo de empresários começou a investir alto no futebol blumenauense
com o intuito de elevar o nome da cidade, polo industrial do Vale do Itajaí,
porém, exigiam a mudança de nome do único clube restante da cidade, o Palmeiras.
Os
outros quatro clubes haviam desativado o futebol profissional em meados da
década de 1970.
A
ideia já havia sido proposta cinco anos atrás pelo então presidente Melchior
Barbieri, mas não foi levada adiante para não mexer com as raízes já firmadas
da denominação Palmeiras.
Em
19 de julho de 1980, um grupo de 30 empresários esteve reunido no Restaurante
Chinês, com o novo presidente do Palmeiras, Ivan Carlos Rizzeto, que substituiu
o demissionário Altair Carlos Pimpão. Na ocasião, este expôs o seu projeto, que
foi logo aprovado, garantindo um suporte financeiro para o clube investir em
grandes contratações e criar um elenco competitivo.
E
também se decidiu pela mudança de nome de Palmeiras para Blumenau Esporte
Clube. Com a nova denominação criada, adiantou-se as eleições para compor a
primeira diretoria do Blumenau, disputada em chapa única resultando na condução
de Ivan Carlos Rizzeto para presidente.
Logo,
grandes contratações foram realizadas a fim de justificar os altos
investimentos feitos, e também foram adotadas novas cores para o clube,
simbolizando a união dos antigos rivais Palmeiras (verde), Olímpico (grená) e
Guarani (branco). O mascote, que historicamente era o urso, a partir de 2013
passou a ser uma capivara.
O
primeiro jogo do Blumenau Esporte Clube aconteceu em 2 de setembro de 1980,
entre Blumenau e Joaçaba pela Taça Santa Catarina. Antes da bola rolar foram
realizadas solenidades de inauguração da nova denominação, com as autoridades
hasteando a bandeira nacional, sob forte
tensão emocional da torcida.
Depois,
os jogadores entraram em campo vestindo a camisa do Palmeiras por cima da
camisa do Blumenau e após o cumprimento, tiraram as camisas verdes e brancas e
jogaram-nas à torcida, sob aplausos.
O
Blumenau derrotou o Joaçaba por 1 X 0, gol de Cabinho, o primeiro da nova
denominação oficial. O mais importante é que parecia que a torcida havia
aceitado o nono time, gritando "Blumenau, Blumenau" durante todo o
jogo.
Mas
não foi bem assim. Ao invés de se unirem, as duas facções rivais dos dois
antigos clubes da cidade começaram a boicotar pessoas que fossem ligadas a
outra.
Mesmo
com este obstáculo, o time conseguiu chegar às semifinais do primeiro
Campeonato Catarinense com a nova denominação e em 1982 conquistou o título
estadual de juniores.
Porém,
em 1985, foi rebaixado pela primeira vez em sua história, retornando a elite
catarinense dois anos depois após conquistar o título da “Segunda Divisão” em
cima do Figueirense.
Em
1988, conseguiu um feito espetacular, o vice-campeonato estadual decidido em
uma final histórica contra o Avaí, na “Ressacada”.
Tal
feito possibilitou o BEC a participar de sua primeira e única “Copa do Brasil”,
em 1989, sendo eliminado pelo Flamengo nas oitavas-de-finais, jogando em pleno
Maracanã.
Após
essa experiência, o BEC começou a se aventurar a nível nacional, disputando o
“Campeonato Brasileiro da 2ª Divisão” de 1989 a 1991, e a “3ª Divisão” em 1988,
1992, 1994, 1997 e 1998, sem muito êxito.
Ainda
em 1998, com o novo rebaixamento no campeonato estadual e acometido por uma
grave crise financeira, o futebol profissional do BEC foi desativado.
As
conseqüências foram danosas: através de ação jurídica, o INSS conseguiu a
penhora do patrimônio do clube por conta de dívidas, prometendo retornar em
2000.
Mas
ao invés o clube optou por decretar falência. Nos anos seguintes, houve
tentativas de fazer renascer o futebol da cidade com a criação de clubes como Santa
Catarina, Real e Metropolitano.
Em
2003, a Justiça autorizou à “Associação Beneficente União do Vale”,
administradora no processo de insolvência do clube, a gestão e consequente
retorno do clube ao futebol profissional, administrando a receita e dívidas.
O
acordo previa que toda receita gerada pelo BEC teria 5% do valor destinado ao
pagamento de dívidas anteriores do clube. Com o espírito renovado e reformas no
“Estádio Aderbal Ramos da Silva”, o Blumenau Esporte Clube partiu para a
disputa da série B1 do “Campeonato Catarinense” de 2004.
Após
a frustração no campeonato, a Justiça destituiu a “Associação Beneficente União
do Vale” como gestora da insolvência do BEC, nomeando um novo gestor: o
advogado André Jenichen, que conseguiu quitar algumas dívidas do clube. Mesmo
assim, o futebol profissional fechou as portas novamente.
Após
o novo fechamento do Blumenau, surgiram pretendentes herança deixada pelo clube.
O primeiro foi em 2006, o Sport Club Madureira, campeão de 2004 do futebol em
Blumenau, que passou a chamar-se Blumenau Sport Club Madureira, já que a marca
BEC não poderia ser utilizada.
Com
a nova denominação, passou a utilizar as cores grená, verde e branco, e um
escudo quase idêntico ao do BEC de 1980. O time entrou para a disputa da “Divisão
de Acesso” do “Campeonato Catarinense” de 2006, mandando seus jogos no “Complexo
Esportivo Bernardo Werner”, uma vez que os bens do BEC incluíam o “Estádio
Aderbal Ramos da Silva”.
O
time ganhou o returno da competição e disputou o quadrangular final com
Videira, Camboriuense e Maravilha em turno e returno, mas acabou sendo
eliminado.
No
ano seguinte, não participou de nenhuma competição e perdeu apoio com incentivo
de setores jornalísticos de Blumenau para que investimentos fossem feitos no “Metropolitano”,
e a perda de seu principal patrocinador, a “Unimed”, que decidiu formar uma
cúpula de dirigentes para deter o comando do CAM.
Em
23 de setembro, após ter sido leiloado em 15 de março de 2006 pelo processo de
insolvência do clube, o “Estádio Aderbal Ramos da Silva” foi demolido.
De
acordo com rumores, a decisão teria sido tomada pelo novo dono Ailton Borba,
devido a mobilização de torcedores para tentar transformar o local em
patrimônio histórico da cidade.
Em
2008, participou da ‘Divisão de Acesso’ do ‘Campeonato Catarinense’, outro
clube com o nome de Blumenau Entretenimentos Comunitários, mantendo as cores e
símbolos semelhantes aos do BEC e tendo José Alencar Farias, presidente do BEC
em 1993, como presidente e Chicão, antigo ídolo do clube, como técnico.
No
dia 14 de março de 2013 foi anunciado a volta do Blumenau Esporte Clube, tendo
como presidente Eduardo Corsini e vice o tetra campeão com a seleção
brasileira, o ex jogador Márcio Santos.
Ficou
decidido que a equipe iria disputar a “Divisão de Acesso” de 2013, o que em
Santa Catarina equivale a “Terceira Divisão”. Sem o seu estádio, o “Aderbal
Ramos da Silva”, o BEC mandou seus jogos no “Estádio do SESI”.
Em
2014 com a desistência do Imbituba de participar da “Série B”, do Catarinense o
Blumenau herdou a vaga e disputou o campeonato. Fez uma campanha regular,
alternando bons e maus momentos.
Com
problemas extracampo, o Blumenau acabou se perdendo e fechando as portas
temporariamente. Além disso, na disputa do Catarinense da “Segunda Divisão”, de
2015 acabou sendo rebaixado com uma pontuação de menos nove pontos por uma decisão
do TJD-SC pela escalação irregular de nove atletas.
O
ano de 2017 foi especial para o Blumenau. Além de retornar ao futebol,
conseguiu de forma invicta vencer o “Campeonato Catarinense da Série C”,
jogando a final diante do CEC/Orleans em pleno “Complexo Esportivo Bernardo
Werner”.
Com
isso, o Blumenau garantiu vaga para disputar em 2018 a “Segunda Divisão” do “Campeonato
Catarinense”, fazendo o clássico blumenauense, contra o Metropolitano.
2018
foi um ano marcado pela volta do Blumenau a “Série B” do “Catarinense” e a “Copa
Santa Catarina”. A campanha na “Série B” foi regular atingindo a sétima
colocação.
Já
na “Copa Santa Catarina”, o BEC acabou ficando em último lugar no grupo A,
sendo eliminado na primeira-fase. O ano de 2018 também ficou marcado pelo
retorno do “Clássico de Blumenau”, entre o Blumenau e o Metropolitano.
Títulos.
Estaduais: Campeonato Catarinense - Série B (1987) e Campeonato Catarinense -
Série C (2017). (Pesquisa: Nilo Dias)
Em 2017 o time sagrou-se campeão catarinense da Série C.
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