A cor laranja não foi escolhida por acaso. O
clube se inspira na lendária “Laranja Mecânica”, a “Seleção da Holanda” que
encantou o mundo na “Copa de 1974”. O escudo do time homenageia Rinus Michels,
o revolucionário treinador do “Carrossel Holandês”. Por isso o time é chamado de "Carrosel de Rinus".
O
nome Manthiqueira com “th”, é uma homenagem ao Corinthians, clube pelo qual o seu
fundador e presidente Geraldo Margelo Oliveira, mais conhecido por “Dado”, é torcedor.
O
clube quando da fundação era tido como uma evolução do trabalho realizado pela
escolinha de futebol do São Caetano, em Guaratinguetá. Porém, o clube registrou
sua filiação a "Federação Paulista de Futebol" (FPF) somente no ano de 2010,
dando o primeiro passo para se tornar clube profissional.
A
profissionalização do futebol do Manthiqueira aconteceu no mesmo período em que
a direção executiva do Guaratinguetá Futebol Ltda., clube empresa da cidade,
anunciou a mudança de sede para o município de Americana, tornando-se o
Americana Futebol Ltda.
O
estatuto social da Manthiqueira foi alterado com uma cláusula que impede a
mudança de município. A medida foi utilizada como forma de ganhar a confiança
da comunidade guaratinguetaense, que passou a ter descrédito com clubes-empresa
e, em particular, com o Guaratinguetá após a sua transferência.
Em
2011, o clube disputou pela primeira vez a “Segunda Divisão”, considerada a
última na estrutura do futebol profissional em São Paulo. Desde então,
particip das edições da competição.
Em
2017, o clube se preparou para sua sétima vez no “Campeonato Paulista da
Segunda Divisão”, e estava sendo treinado por Nilmara Alves, uma das primeiras
mulheres a treinar uma equipe masculina de futebol profissional no Brasil, que
ficou no clube até junho daquele ano e encerrou o vinculo de mais de oito anos
na equipe. O treinador Luís Felipe, natural de Guaratinguetá, assumiu em seu lugar.
Nesse
mesmo ano, o Manthiqueira conseguiu o primeiro acesso da sua história, para a “Série
A3” do ”Campeonato Paulista”, ao passar pelo União Mogi nas semifinais,
empatando o jogo de ida por 0 X 0, em Mogi das Cruzes, e vencendo, de virada,
em Guaratinguetá pelo placar de 3 X 1.
Na
final, enfrentou a equipe do Esporte Clube São Bernardo e conquistou o inédito
título de campeão da “Segunda Divisão Paulista”. No primeiro jogo o placar
ficou em 1 X 1 e no jogo de volta o placar foi de 2 X 1.
Muita
gente em Guaratinguetá costuma chamar “Dado” de louco. Ele assume a fama com
naturalidade e garante que sempre foi meio louco mesmo. Não abre mão de ética e
honestidade no futebol, o que parece mesmo ser uma loucura.
Ele
dispensa carros de luxo, mora em casa simples e leva uma vida sem ostentação.
Praticamente todas as suas economias foram investidas no clube – e na causa –
que encampou. Para ele o Manthiqueira é mais que um time de futebol, sim uma
filosofia de vida.
Depois
de quase fechar as portas do clube, por causa de dívidas que somavam mais de 1
milhão de reais, o Manthiqueira enfim deixou a última divisão paulista após
algumas pitadas de “loucura” de seu presidente.
Por
ideia de “Dado”, o técnico Luís Felipe fez uma opção inusitada: escalou o
zagueiro “Léo Turbo” como atacante no jogo decisivo contra o Osvaldo Cruz, nas
quartas de final. O Manthiqueira venceu por 1 X 0, gol dele.
Essas
e outras maluquices do presidente têm fundamento. No centro de treinamento do
clube, uma enorme cartilha dá logo o recado aos novos jogadores. Nela, estão
listados os mandamentos que todos os funcionários devem seguir. “Malandragem
proibida”, diz a primeira regra.
O
Manthiqueira preza pelo jogo limpo e não admite que seus atletas tentem simular
faltas para enganar a arbitragem. Ele explica que a corrupção de nossos
políticos reside nos pequenos desvios de comportamento que não condenamos como
sociedade.
Além
da Holanda, a outra inspiração de ”Dado” são os princípios éticos pregados pelo
filósofo Immanuel Kant.
Por
isso, seus jogadores recebem orientação para se acusarem ao árbitro em caso de
uma infração cometida de forma intencional, como aquela famosa do gol de mão
marcado por Jô contra o Vasco, por exemplo, jamais seria tolerado no
Manthiqueira – e a respeitar a autoridade do juiz.
“Dado”
também afirma que o clube fundado por ele é laico. Em vez da típica oração
antes de entrar em campo, os jogadores meditam em silêncio durante dois minutos
para respeitar todas as religiões.
A diversidade é uma das principais bandeiras
do Manthiqueira. Tanto que, ao longo de cinco anos, foi o único clube masculino
de São Paulo treinado por uma mulher.
Quando
contratou Nilmara Alves, “Dado” ouviu de torcedores e empresários da cidade que
a ideia de colocar uma mulher para treinar homens seria um fracasso. Mesmo
depois de sofrer duras derrotas, “Dado” a manteve no comando e, em 2015, o time
alcançou um histórico sexto lugar na “4ª Divisão Paulista”.
Nilmara
só deixou o cargo porque foi aprovada em um concurso público em outra cidade e
preferiu abrir mão da carreira no futebol. “Dado” a escolheu para comandar seu
time porque entendeu que seus princípios casavam com os do clube.
"Dado" diz ter orgulho de ter
alcançado a vitória sem nunca precisar de um gol de mão ou jogada irregular. "Assim como na vida, é possível vencer com ética no futebol", filosofa.
O time do Manthiqueira disputou a “Copa São Paulo de Futebol Júnior”, neste ano de 2019, além de participar pela segunda vez consecutiva do “Campeonato Paulista da Segunda Divisão”, equivalente ao quarto nível do futebol no Estado, competições que voltará a disputar em 20210. (Pesquisa: Nilo Dias)
O time do Manthiqueira disputou a “Copa São Paulo de Futebol Júnior”, neste ano de 2019, além de participar pela segunda vez consecutiva do “Campeonato Paulista da Segunda Divisão”, equivalente ao quarto nível do futebol no Estado, competições que voltará a disputar em 20210. (Pesquisa: Nilo Dias)
2 comentários:
Prezado amigo Nilo Dias,
Primeiramente, parabéns pelo cuidadoso e interessantíssimo trabalho que tem realizado.
Meu nome é Diano Massarani, sou jornalista, e atualmente estou produzindo um artigo sobre o gol 1000 do Pelé.
Em minhas pesquisas, li que em 1969, dias após Pelé marcar o famoso milésimo gol, o prefeito de Aracaju decidiu instituir a Taça Pelé em homenagem ao feito. A Taça seria entregue ao vencedor do duelo entre CE Sergipe e a Seleção de Gana. Sei que a partida ocorreu e que os ganeses venceram. No entanto, não encontro confirmação sobre se o troféu em homenagem a Pelé foi entregue. O senhor teria informações sobre o tema?
Desde já, grato pela atenção e, uma vez mais, parabéns pelo trabalho.
Cordialmente,
Diano Albernaz Massarani
diano_am@yahoo.com.br
Lamentavelmente, nada tenho sobre isso.
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