No
sábado, 24, morreu em Bandeirante (PR), onde residia, o ex-lateral direito
Nilton De Sordi, campeão mundial de 1958, na Suécia, pela Seleção Brasileira,
em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele tinha a avançada idade de
82 anos e sofria de “Mal de Parkison” há mais de 20 anos.
Há
pouco mais de um mês, havia sofrido um acidente, quando caiu em sua casa com o
andador e bateu a cabeça. Em conseqüência ficou internado por 15 dias. Desde
então ele parou de vez de andar, falar e passou a precisar de ajuda para se
alimentar.
A
saúde de De Sordi voltou a se agravar na última segunda-feira, quando ele
voltou a ser internado, com suspeita de pneumonia. Ainda segundo a família, o
ex-lateral teve complicações em outros órgãos até morrer às 16h30 deste sábado.
Deixou a esposa Celina, quatro filhos, netos e bisnetos. De Sordi jogou no São
Paulo nas décadas de 50 e 60.
De
Sordi nasceu em Piracicaba em 1931, e começou a carreira no XV de Novembro, time
local. Mas ganhou fama no São Paulo, onde chegou em 1952. Foi campeão paulista
em 1953 e 1957, na última conquista, sob o comando de Vicente Feola, treinador
campeão do mundo com seleção brasileira no Mundial da Suécia.
Ele
fez parte de um dos maiores times do São Paulo, que deu muitas alegrias aos
seus torcedores, como o time campeão paulista de 1957, que tinha Poy - De Sordi
– Mauro – Vitor - Dino e Riberto – Maurinho – Amauri – Gino - Zizinho e
Canhoteiro.
Pelo
tricolor paulista jogou 536 partidas entre 1953 e 1965. Segundo o
"Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 289 vitórias,
131 empates e 116 derrotas. Nunca marcou um gol, mesmo assim tornou-se ídolo no
clube. Relatos
dão conta que o jogador chutou apenas duas vezes ao gol: nas duas
oportunidades, contra Fluminense e Corinthians, a bola bateu na trave.
De
Sordi foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, em 1955, sob o
comando de Oswaldo Brandão. Seu jogo de estréia com a “amarelinha” foi 17 de
novembro daquele ano.
Em
1958 foi chamado para disputar a Copa do Mundo na Suécia e foi titular em todos
os jogos da Seleção Brasileira, mas na decisão contra a Suécia ficou de fora
devido a uma lesão ocorrida na semi-final contra a França. Deu azar, Djalma
Santos, que entrou em seu lugar, saiu na foto do título e ainda foi eleito o
melhor jogador da competição, mesmo atuando uma única vez.
No
total, De Sordi jogou 25 partidas pelo Brasil, com 17 vitórias, sete empates e
apenas uma derrota. A última convocação deu-se em maio de 1961.
O
lateral se destacou pelo desarme sempre certeiro e pela boa marcação, apesar da
baixa estatura. De Sordi sabia marcar como poucos, tendo boa noção de
cobertura, embora não apoiasse o ataque com frequência. Também era bom
cabeceador, talvez por isso chegou a jogar de zagueiro-central no São Paulo e
na Seleção Brasileira.
Pepe,
ex-jogador do Santos garante que De Sordi foi um dos laterais mais difíceis que ele
enfrentou. Era vigoroso, chegava duro, mas não era desleal. Ele era forte e não
muito alto. Por isso, era chamado de “Tourito”. Foi um grande marcador.
No
final de carreira jogou no União Bandeirante (PR), onde se aposentou em 1966.
No mesmo ano, foi chamado para ser técnico da equipe paranaense, time que
voltou a treinar outras vezes, a última delas em 1977.
Em
junho de 2008, De Sordi, mais Zagallo, Djalma Santos, Zito, Mazzola, Moacir,
Orlando e Dino Sani, participaram da solenidade inaugural de uma exposição de
selos em Brasília, que comemorou os 50 anos do primeiro título mundial
conquistado pelo Brasil no futebol.
O
evento “Correios Selando o Futebol Arte”, organizado pelos Correios,
teve o lançamento de um selo personalizado e carimbo comemorativo em
homenagem à Copa da Suécia.
Naquela
oportunidade, além dos brasileiros, o sueco Kurt Hamarin, vice-campeão em
1958, esteve presente na inauguração da exposição, que era composta
por 23 lâminas contendo os selos originais e suas imagens ampliadas.
Um
dos destaques da coleção exibida em Brasília foi um selo fabricado em 1950
em comemoração da construção do Maracanã para a Copa do Mundo daquele ano no
Brasil.
Em
abril deste ano cada um dos 51 jogadores campeões mundiais nas Copas do Mundo
de 1958, 1962 e 1970, pelo Brasil receberam R$ 100 mil cada, pagos pelo
Ministério do Esporte, de acordo com a Lei Geral da Copa, sancionada em junho
do ano passado. O ex-atacante Tostão recusou o prêmio.
A
premiação incluiu os titulares e reservas que disputaram pelo menos um dos três
mundiais pela seleção brasileira. Da lista divulgada na época, 15 jogadores já haviam
morrido, mas seus sucessores tiveram direito ao prêmio.
Os
jogadores que estavam sem recursos, ou com recursos limitados para
sobreviverem, também estão recebendo o pagamento de uma pensão mensal vitalícia,
que é vista como um pequeno reconhecimento por tudo que os campeões de 1958,
1962 e 1970 fizeram não só pelo futebol, mas pelo Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário