Certamente Deus está pensando seriamente em montar lá
em cima uma emissora de rádio e quem sabe também um jornal, pois já foram tantos
os amigos da imprensa escrita e falada de Pelotas que partiram desde que saí da
cidade em setembro de 1975, que passa essa ideia. E lá se foram 38 longos
anos.
Em 2011 visitei a cidade pela última vez e tive a
oportunidade de conversar com o amigo e grande narrador esportivo, Luiz Carlos
Martinez. E hoje fiquei sabendo de seu falecimento ocorrido ontem em sua
residência, na rua Anchieta, centro da cidade. Uma grande perda para toda a
sociedade pelotense, pois se tratava de uma pessoa muito querida.
Luiz Carlos Martinez tinha 88 anos e morreu após uma
parada cardíaca. O velório aconteceu no Cemitério Ecumênico São Francisco de
Paula, e o sepultamento às 19 horas, no Cemitério do Fragata.
Nesse derradeiro contato que tive com Martinez, lembro
bem, eu estava acompanhado dos amigos Luiz Carlos Knopp, ardoroso torcedor do
E.C. Pelotas e do repórter esportivo de meus tempos de rádio, Amir Cury. Como
não poderia deixar de ser recordamos boas coisas de uma época que ficou só nas
nossas lembranças.
Eu trabalhei com o Martinez na Rádio Pelotense, logo
que a emissora se mudou para o Cine-Rádio, na Andrade Neves. Tínhamos uma bela
equipe esportiva, comandada por mim, graças a bondade do saudoso Luiz Castro,
que era o diretor da emissora. Os narradores eram o Martinez e o Brauner. Um dos
comentaristas era eu. Às vezes também narrava um jogo ou trabalhava de
repórter. O Renato Carvalho era um dos repórteres.
Aos domingos à noite, 22 horas, o Brauner, o
Martinez e eu apresentávamos o programa “Resenha Esportiva Mesbla”. Quase sempre o
Romeu Machado dos Santos, o “Machadinho”, que era o nosso plantão esportivo, também
participava noticiando os resultados dos campeonatos de outros países.
O Brauner ria por qualquer coisa, principalmente quando
o Machadinho entregava os resultados do campeonato argentino, com jogos do
Huracan “Buceo” e os gols do artilheiro “Cullione”. Eu também não resistia e
caía na risada. Quem salvava a situação era o Martinez, que se mantinha sério.
Além de extraordinário profissional do rádio, Luiz
Carlos Martinez foi um grande goleiro de futebol de salão, tendo conquistado
muitos títulos pelo E.C. Pelotas. A formação básica daquele grande time era
Martinez - Luis Rosa (Rosinha) - Fernando Viana (Vianinha) - Aldrovando Dutra -
Luis Carlos Oliveira (Joca) - Paulo de Souza Lobo (Galego) e Aldrovando
Loureiro (Gringo).
Aproveito para lembrar de alguns colegas da imprensa de
Pelotas, não só da esportiva, que deixaram imensa saudade: Jair Rodrigues, que foi narrador junto com
Paulo Correia, na Rádio Pelotense, nos tempos da Félix da Cunha; Phidias Galo,
comentarista esportivo; Armando Leite Goulart, comentarista esportivo; Honório
Sinott, editor de esportes do Diário Popular; Eliseu de Mello Alves, jornalista
do Diário Popular e pesquisador; Álvaro Piegas, repórter policial do Diário
Popular; Irajá Nunes, brilhante jornalista; Fernando Cunha, narrador da Rádio Universidade e repórter do Diário Popular:
Ernane Cavalheiro, colunista do Diário Popular e pai do jornalista Mairo
Cavalheiro; Victor Hugo Horta, colunista do Diário Popular; Gilson Tilmann, repórter da Rádio
Cultura; Paulo Ribeiro, repórter da Rádio Pelotense; Heriberto Reis do Nascimento,
comentarista da Rádio Cultura; Edmar Alan, repórter da Rádio Cultura; Petrucci
Filho, narrador da Rádio Cultura; Romeu Machado dos Santos, o Machadinho,
plantão esportivo; Ramão Barros, fotógrafo do Diário Popular; Dinei Avelar, plantão esportivo; José Alan, comentarista
esportivo; Deogar Soares, marcou época na Rádio Tupancy; Antônio Carlos Alves,
narrador esportivo; Rubens Coutinho, repórter da Rádio Cultura; Luiz Castro,
diretor da Rádio Pelotense; Clayr Lobo
Rochefort, diretor do Diário Popular; Izabelino Tavares, meu irmão; Geraldo
Fagundes, locutor da Rádio Tupancy; Bernardo Hobuss, repórter esportivo; Abrahao
Gonçalves, repórter esportivo das rádios Pelotense e Tupancy; Barreto Pinto, o "homem da saudade"; Aires Pastorino, o homem do "Balcão Musical Mesbla", na Rádio Tupancy; Émerson Vieira,
repórter da Rádio Pelotense; Miguel Tarnac da Rocha, o maestro Rochinha, da Rádio Pelotense; José Carlos Sica, diretor da Rádio Pelotense; Paulo de Souza Lobo, o "Galego", foi comentarista esportivo da Rádio Pelotense, além de notável técnico de futebol; Ivan Aune,
narrador de turfe; Caio Vieira Juruá, cronista de turfe; Elias Bainy,
jornalista e repórter de turfe; Vilmar Tavares, fotógrafo dos jornais Diário
Popular e Diário da Manhã e José Salimen Júnior, de vitoriosa carreira na
imprensa de Porto Alegre.
A lista é imensa. Com certeza faltaram muitos nomes, o
que se deve à memória já desgastada pelos 72 anos de idade deste colunista. E
também porque certamente não fiquei sabendo de todos os colegas amigos que já
se foram. (Texto: Nilo Dias)
Um comentário:
Bela homenagem Nilo. Um abraço.
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