Nilo
Murtinho Braga, o “Nilo”, um dos maiores artilheiros da história do Botafogo,
nasceu a 3 de Abril de 1903 no Rio de Janeiro, onde faleceu a 5 de Fevereiro de
1975, com 72 anos de idade. Era um atacante de baixa estatura, que tinha como
características a velocidade, a habilidade e a facilidade de marcar gols.
A
vitoriosa carreira do atacante começou no América, de Natal, onde foi campeão
potiguar em 1919. Nilo foi o primeiro jogador carioca a vestir a camisa do clube do Rio Grande do Norte, ainda um garotão filho de um militar oficial da Marinha do
Brasil, que veio servir em Natal.
Foi
um tempo em que a cidade não tinha ainda um estádio, sendo utilizado para os jogos
os espaços da praça André de Albuquerque e o terreno onde tempos depois foi
construído o Estádio Juvenal Lamartine. Ele integrou a equipe rubra que se sagrou
campeão da Taça Independência do Brasil, dia 7 de setembro de 1922, com apenas
19 anos.
O
time do América tinha esta formação: Cazuza – Canela e José Gomes – Américo –
Oscar e Chiquinho – Benfica – Nilo - Aguinaldo Tinoco - Arari e João
Ricardo. Nilo passou pouco tempo em
Natal, pois seu pai teve que retornar ao Rio de Janeiro.
Emanuel
Murtinho Braga, tio de Nilo Murtinho Braga foi um dos fundadores da Liga de
Desportos Terrestres do Rio Grande do Norte (LDTRGN), atual Federação
Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF), em 14 de julho de 1918, no camarote do
comandante do encouraçado "Deodoro". Há quem diga que foi no "Minas Gerais".
Depois
foi jogar no time infantil do Fluminense, do Rio de Janeiro, onde foi campeão
carioca da categoria, em 1916.
Em
1918 transferiu-se para o Botafogo, time pelo qual torcia, numa época em que o
futebol reunia quase que exclusivamente rapazes das melhores e mais abastadas famílias
do Rio e São Paulo, e também de estrangeiros.
No
Botafogo, estreou no terceiro quadro, num jogo em que o alvinegro derrotou o
rival Flamengo, por 1 X 0, em jogo válido pelo campeonato da categoria de 1919,
realizado no antigo Estádio de General Severiano.
No
time principal a estreia foi no dia 7 de dezembro de 1919, quando o Botafogo
derrotou o Bangu por 2 X 0. Até 1921, Nilo continuou nas equipes secundárias,
mas saiu em 1922 após algumas brigas.
O
tio Oldemar Murtinho foi afastado do Botafogo. Nilo não concordou e saiu então
para o S.C. Brasil, da Segunda Divisão, em 1922, para não ter de enfrentar o
alvinegro, o seu clube do coração.
Nilo era um botafoguense de raiz, tendo começado a gostar do clube porque acompanhava o tio Oldemar Murtinho aos jogos no campo da Rua São Clemente, no qual o clube realizava os seus jogos no campeonato de 1912.
O
Brasil tinha sua sede na Urca, bairro da zona sul da
cidade do Rio de Janeiro, e disputou os campeonatos cariocas de 1923 e 1924.
Ainda na década de 30, o clube foi extinto. Seus títulos no futebol foram o
Campeonato Carioca de Juvenis, de 1932 e o Campeonato Carioca de 2º Quadros da
3ª Divisão de 1916. Outro jogador de renome que defendeu o Brasil, foi Leônidas
da Silva, no primeiro semestre de 1935.
Seu uniforme era composto por uma camisa branca com
uma faixa horizontal vermelha, calções brancos e meias brancas contendo o
monograma S.C.B. em vermelho no peito. Por conta de seus trajes, era conhecido
como o "Clube da Faixa Rubra".
Retornou
ao Botafogo em 1923, mas em agosto do mesmo ano, outra briga levou o jogador a
sair novamente do clube. Ainda assim foi o artilheiro do time no estadual
daquele ano. No período de 14 de agosto a dezembro de 1923, atuou novamente pelo
S.C. Brasil.
No
ano seguinte foi defender o Fluminense, onde ficou por três anos, tendo sido
campeão e artilheiro do Estadual de 1924, quando marcou 28 gols. No Fluminense,
Nilo acertou às redes adversárias por 60 vezes, em 42 jogos, numa média
incrível de 1,43 gols por partida.
Em
1927 Nilo estava de volta a General Severiano, época em que o clube começou a
formar um super time, que ganhou nada mais, nada menos, do que cinco títulos no
início da década de 30, quatro dos quais seguidos. Nesse ano, Nilo marcou 30
dos 67 gols botafoguense, quatro deles numa fabulosa goleada de 9 X 2 sobre o
Flamengo, a maior da história do clássico.
Nilo
vestiu a camisa do Botafogo em 201 jogos, tendo marcado 190 gols, tornando-se o
quinto maior artilheiro da história do clube, em todos os tempos. O jogador
detém o recorde de média de gols numa temporada só, ao assinalar 42 gols em 28
jogos em 1927.
Nilo
foi artilheiro do campeonato carioca em 1923, 1927, 1929, 1933 (19 gols) e
1934. Campeão Carioca em 1932, 1933, 1934 e 1935, tendo marcando 69 gols em toda a campanha do tetracampeonato. Foi ainda cinco vezes campeão brasileiro pela
Seleção Carioca.
Disputou
a “I Copa do Mundo”, em 1930, no Uruguai. A Seleção Brasileira naquela ocasião
disputou apenas duas partidas, e Nilo jogou uma, contra a Iugoslávia. Pela Seleção
Brasileira atuou em 19 partidas e anotou 11 gols.
Em
16 de Maio de 1938, o pequeno grande artilheiro Nilo, já distante da rotina
diária do clube, despediu-se dos gramados realizando o seu último jogo, um
empate em 2 X 2, com o Olaria, pelo Campeonato Carioca.
Títulos.
América, de Natal (RN), Campeão Potiguar (1919); Fluminense, do Rio de Janeiro. Campeão Carioca (1924); Botafogo. Campeão Carioca.(1930, 1932, 1933, 1934 e
1935); Torneio Interestadual. (1931); Seleção Brasileira. Copa Rio Branco. (1931); Campeão Brasileiro de Seleções estaduais, pelo Rio
de Janeiro (cinco vezes) e artilheiro absoluto do Campeonato Carioca (1923, 1924, 1927, 1929 e 1933).
(Pesquisa: Nilo Dias)
Nilo é o quinto maior artilheiro da história do Botafogo. (Foto:Acervo fotográfico do Botafogo Futebol e Regatas)
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