O
ex-jogador de futebol George Tawlon Manneh Oppong Ousman Weah , ou simplesmente
George Weah, de 51 anos de idade, tomou posse ontem (22) como o novo presidente da República da Libéria,
um país republicano presidencialista localizado na África Ocidental. George se elegeu
com 61,5% dos votos contra 38,5% de seu adversário, o ex-vice-presidente Joseph
Boakai, no segundo turno do pleito.
O
resultado mostrou que o povo liberiano busca uma mudança radical no país. O
candidato derrotado é um homem de longa carreira política que representou a
continuidade do Partido da Unidade. A vitória de Weat foi fortemente comemorada
nas ruas de Monrovia, capital do país, quando o nome do vencedor foi
confirmado.
George
Weah vai suceder a Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher que conseguiu
chegar à presidência na África. Ela, a apesar de ter conseguido manter a paz
durante os 12 anos de seu governo, deixou um rastro de nepotismo, corrupção e
uma insuperável fratura social que desgastou seu partido.
Aquele
que foi considerado um dos melhores atacantes do mundo nos anos 90 tem agora o
enorme desafio de dirigir a frágil nação da Libéria, com as feridas ainda não
cicatrizadas da feroz guerra civil que terminou em 2003.
Weah
herda um país sem infraestrutura, com a maioria da população na pobreza e
afetado pelo período pós-guerra e pelo forte golpe da epidemia de ebola.
Mas,
como homem de origem humilde e não pertencente à elite governante, ele aspira a
sanar algumas das chagas sociais históricas que alimentaram conflitos no
passado. Muito popular e visto como alguém muito próximo, seu trunfo é a coesão
social.
Como
grande jogador que foi Weah fascinou o mundo com suas jogadas enquanto o seu
país se esfacelava em um conflito sangrento. Ele consolidou sua vitoriosa carreira
defendendo o Milan, da Itália, entre 1995 e 2000, e o Paris Saint Germain, da
França entre outros clubes europeus.
Em
2004, foi lembrado por Pelé na lista dos 125 maiores jogadores de futebol, como
parte da comemoração de centenário da FIFA. Ao ganhar este prêmio, dedicou-o a
seu empresário Arsène Wenger, então treinador do Arsenal, que o incentivou a
seguir carreira no futebol.
Ele
é até hoje o único jogador africano a ganhar a “Bola de Ouro” e o prêmio de
jogador do ano da FIFA. Encerrou a carreira um ano antes da guerra em seu país
chegar ao fim. Quando se aposentou voltou a Libéria para se tornar político.
Em
2005, concorreu à presidência de seu país, sendo derrotado pela candidata Ellen
Johnson-Sirleaf. Em 2014 foi eleito senador de Montserrado com 78% dos votos. Mas
não escapou de criticas por se ausentar com frequência de seus deveres na
Câmara Alta. Agora foi a terceira vez que disputou a presidência, saindo
vencedor desta feita.
A
vitória de Weah significa o retorno ao poder do temido sobrenome Taylor. O ex-senhor
da guerra e ex-presidente Charles Taylor está preso, cumprindo uma pena de 50
anos por crimes de guerra.
Ao
que se sabe sua ex-mulher, Jewel Howard Taylor, eleita vice-presidente será o
braço direito de Weah e a segunda figura política mais importante da Libéria.
A
volta do sobrenome Taylor ao centro da arena política assusta, assim como a
aliança de Weah com Prince Johnson, o célebre líder da guerrilha que torturou e
matou o ex-presidente Samuel Doe diante das câmeras enquanto bebia cerveja.
A
pequena nação da África Ocidental, com 4,6 milhões de habitantes, foi fundada
pelos Estados Unidos enviando escravos libertos. Desde então, quando 5% da
população de ex-cativos se instalou no poder, o fosso entre os “américos-liberianos”–
também chamados de Congos – e os autóctones marcou a história convulsionada e
traumática do país.
Depois
de um século e meio de opressão brutal, as guerras continuaram. Desde que, na
década de oitenta, os “autóctones” ousaram se levantar pela primeira vez contra
os Congos, houve dois presidentes assassinados e o terceiro, Charles Taylor,
está preso por crimes de guerra.
George
Weah, nasceu na Monróvia, em 1 de outubro de 1966. Como futebolista, passou
pelo auge de sua carreira atuando pelo AC Milan, entre. Em 1995, foi eleito o
Melhor jogador do mundo pela FIFA, e recebeu a Bola de Ouro sendo o único
africano a receber ambos os prêmios.
Começou
a carreira jogando no “Young Survivors Clareton”, e depois de passar por outros
clubes africanos, foi para o “Tonnerre Yaoundé”, de Camarões, onde recebeu o
apelido de “Oppong” (Super).
Depois
de conquistar dois títulos nacionais com o “Tonnerre Yaoundé”, foi negociado
com o “Monaco”, da França, seu primeiro clube europeu, pelo qual conquistou a “Coupe
de France”, na temporada 1990/91.
Em
1992, transferiu-se para o “Paris Saint-Germain”, onde ganhou o título da Ligue
1 e mais duas “Coupe de France”, até que, em 1995, foi para o AC Milan.
Quando
o holandês Marco Van Basten abandonou os gramados, o AC Milan perdeu um
atacante extraordinário. Alguns anos passaram-se até que outro atacante fosse
capaz de entusiasmar os torcedores milanistas.
No
entanto, quando George Weah chegou ao time italiano, em 1995, a saudade que os
fãs tinham por Van Basten foi diminuindo. E não era para menos.
Na
Itália, viveu a sua melhor fase. No mesmo ano foi eleito o “Melhor Jogador da
África” no ano, ganhou a “Ballon d'Or” da Europa e foi eleito, pela FIFA, o “Melhor
Jogador do Mundo”, na edição de 1995 do prêmio.
Weah
foi o grande maestro do Milan na conquista do “Scudetto”da temporada 1995/96.
Seus gols inesquecíveis tinham sempre uma marca: o domínio de bola perfeito, a
arrancada em velocidade e o arremate fatal. Ainda conquistou a Série A em
1998/99.
Após
se tornar um herói milanista, mudou-se para Inglaterra. Foi emprestado ao “Chelsea”
e, depois, vendido em definitivo ao “Manchester City”. Também teve uma rápida
passagem de uma temporada pelo “Olympique Marseille”, em 2000/01.
Em
2002, atuando pelo “Al-Jazira”, dos Emirados Árabes Unidos, anunciou
oficialmente a sua aposentadoria após disputar a “Copa das Nações Africanas”.
Apesar
de ter conquistado até um prêmio de Melhor jogador do mundo pela FIFA, Weah
encerrou sua carreira sem nunca ter disputado uma Copa do Mundo por sua
seleção.
Weah
é considerado pelos torcedores o melhor jogador da história da seleção da
Libéria. Em 1996, ele pagou todas as despesas para que a seleção nacional,
junto a ele, disputasse a Copa das Nações Africanas daquele ano. Disputou
várias edições deste torneio continental.
No
início da temporada de 2001, assumiu a condição de treinador da seleção
liberiana, ao mesmo tempo em que continuou como atacante do Olympique Marseille.
Na
sua estreia como treinador, a Libéria derrotou a seleção de Gana por 3 X 1,
fora de casa, pelas eliminatórias africanas da Copa do Mundo 2002. Porém, sua
seleção não conseguiu se classificar para a Copa. Ele também ajudou as vítimas
da Primeira e Segunda Guerra Civil da Libéria. (Pesquisa: Nilo Dias)
George
Weah, quando jogava pelo Monaco, da França.
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