O
futebol gaúcho e brasileiro perdeu um dos seus nomes mais importantes nos
últimos anos. Fábio André Koff, que presidiu o Grêmio, de Porto Alegre e o
Clube dos 13, faleceu na madrugada de hoje, aos 86 anos.
O
desportista estava internado em estado crítico no Hospital Moinhos de Vento em
Porto Alegre, devido a uma infecção generalizada, decorrente de uma cirurgia
realizada no fígado recentemente.
O
clube gaúcho emitiu nota oficial dizendo que: “Com enorme pesar o Grêmio
informa o falecimento do seu eterno presidente Fábio André Koff, nesta
quinta-feira, aos 86 anos.
O clube expressa toda consternação pela perda de um símbolo de sua história,
responsável pela maior glória já alcançada dentro de campo, e solidariza-se com
sua família, amigos e com a torcida tricolor”.
Fábio
Koff era gremista desde criança. Quando tinha apenas seis anos de idade, ganhou como presente de Natal a sua primeira
camiseta tricolor. Interessante é que ele era o único gremista entre os primos,
todos colorados.
Koff
chegava a enganar a família e fugir para ver os jogos do tricolor. Embora fosse
natural de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, teve o primeiro contato com o
Grêmio no final dos anos 30, através do rádio. Nos anos 40, quando foi
estudante do Instituto Porto-Alegrense (IPA), Koff se aproximou ainda mais do
clube.
Koff
presidiu o Grêmio pela primeira vez em 1982 e 1983, levando a agremiação tricolor
a conquistar a Copa Libertadores e o Mundial Interclubes, na época disputado somente
entre os campeões da América e da Europa e chamado de “Copa Toyota”. Esse é
considerado o maior título da história gremista.
O
seu debut como presidente não foi nada fácil em 1982. Sofreu duras críticas dos
torcedores gremistas, que até apostavam que não seria reeleito.
No
final do ano, depois do time ser vice-campeão brasileiro, perdendo a final para
o Flamengo, seu prestigio descambou e foram pintadas frases tipo “Fora
Koff", por muros em várias partes de Porto Alegre.
Como
não houve adversário na eleição, Koff foi reeleito presidente por aclamação. Já
em 1983 as coisas mudaram de figura drasticamente, e o clube conheceu o melhor
ano de toda a sua história. A imprensa até apelidou de “O Ano Azul”.
A
torcida teve de curvar-se a sua capacidade administrativa. A frase dos muros de
Porto Alegre, que antes diziam "Fora Koff", passou a dizer "Fora
Koff: Vai pra Tóquio". E ele foi mesmo no final do ano de 1983.
Depois
veio a presidir novamente o Grêmio entre 1993 e 1996, mesmo tendo recém se
recuperado de um câncer. Novas conquistas chegaram: a segunda Libertadores,
mais o Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Copa Sanwa Bank, Recopa
Sul-Americana e o vice-campeonato da Copa do Mundo de Clubes da FIFA de 1995.
E
no mandato mais recente, entre 2013 e 2014, liderou o processo de renegociação
da Arena do Grêmio. Depois, mesmo sem nenhum mandato diretivo continuou
prestando serviços ao clube, na condição de membro do conselho consultivo.
Com
uma vida dedicada ao Grêmio, ganhou com justiça o apelido de “O Poderoso Chefão”.
E junto de Hélio Dourado, é tido como um dos maiores dirigentes de toda a
história do clube. E também o presidente que projetou o nome da agremiação para o
Mundo.
De
1987 até sua dissolução, em 2011, Fábio Koff foi o único presidente do “Clube
dos 13” , a
associação dos 20 maiores clubes de futebol brasileiro, e o maior responsável
por negociar as cotas de televisão, garantindo com isso uma apreciável receita
extra para os clubes.
Fábio
Koff nasceu em Bento Gonçalves (RS), no dia 13 de maio de 1931. Cursou
faculdade de direito em Passo Fundo, tendo executado a profissão de juiz de
direito. Trabalhou nas comarcas de Flores da Cunha, Frederico Westphalen, São
Jerônimo, Canoas e por fim na capital, Porto Alegre.
Era
casado com dona Ivone Koff, com quem teve dois filhos, o dentista Alexandre
Koff e Fábio Koff Junior, que a exemplo do pai é juiz de direito e
ex-conselheiro do Grêmio.
Em
2016, o professor Paulo Flávio Ledur e seu filho o jornalista Paulo Silvestre
Ledur, lançaram o livro "Fábio André Koff: memórias e confidências. O que
faltou esclarecer", uma biografia feita através de depoimentos.
No
livro, que foi editado pela Editora gaúcha AGE, Fábio Koff conta em detalhes
como foram os bastidores das principais conquistas do clube, bem como a sua
carreira como dirigente do Clube dos 13. (Pesquisa: Nilo Dias)
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