Hoje
é um dia muito triste para a comunidade de Rio Grande, cidade portuária
localizada no Extremo Sul gaúcho, pois marca o falecimento do jornalista,
escritor, historiador, pesquisador e biógrafo Willy César Rodrigues Ferreira,
de 60 anos de idade.
Ele
estava internado há várias semanas no Hospital da Fundação Universidade de Rio
Grande, tratando de uma terrível doença, que infelizmente já havia se alastrado
por todo o seu organismo, tirando qualquer chance de cura.
Willy
César era solteiro, deixa o irmão Erlon Jackes, mais conhecido por “Monn”, além
de sobrinhos e primos. Sua mãe, dona Ada, com quem morou desde que nasceu, já
havia falecido há alguns anos.
Foi
aluno do Colégio Lemos Júnior, no Curso Ginasial, entre 1970 e 1973. Depois
continuou os estudos, no Instituto de Educação Juvenal Muller, de 1974 a 1977, onde
presidiu o Grêmio Estudantil e editou o jornal “Atocha”.
Seu
primeiro emprego foi de repórter no jornal “Agora”, em 1979. Formou-se em
Jornalismo pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL), em 1985.
Editou
o informativo “FURG em Notícia”, de 2001 a 2004. Foi assessor de Imprensa da
Refinaria de Petróleo Ipiranga entre 1986 e 1996, quando conheceu o empresário
Francisco Bastos, fundador do Grupo Ipiranga.
Entre
1997 e 2001, trabalhou de repórter na Assessoria de Imprensa da Prefeitura
Municipal de Rio Grande. Depois, de 2001 a 2005 esteve na Assessoria de
Imprensa da Fundação Universidade de Rio Grande (FURG) e de 2006 a 2007, foi
assessor de imprensa da Festa do Mar.
No
rádio trabalhou na Rádio Minuano, entre 1981 e 1982. Depois foi repórter da
Rádio Camaquense, de Camaquã, de 1983 a 1984. Em 1988 ajudou a fundar a Rádio
Universidade FM Educativa, da FURG, sendo seu diretor por 11 anos.
Foi
o fundador e primeiro diretor do Museu de Comunicação Rodolfo Pettersen, inaugurado
em 2001, e seu diretor até 2005. O Museu guarda em seu acervo cerca de 20 mil
peças, entre discos, aparelhos de rádio e TV, gramofones, um fonógrafo, aparelhos
telefônicos, máquinas fotográficas, equipamentos de som e coleções de jornais e
revistas.
Willy
César trabalhou também no Departamento de Cirurgias da Fundação Universidade de
Rio Grande (FURG). Coordenou o Clube do Cinema da FURG e foi dirigente sindical,
como delegado regional dos Jornalistas, de 1993 a 1998 e vice-presidente do
Sindicato dos Jornalistas de Rio Grande.
Dedicou
longo tempo a pesquisas sobre os mais variados acontecimentos que diziam
respeito a Rio Grande. Um dos trabalhos que mais gostou, foi quando convidado
pela Escola de Samba “Unidos da Rheingantz” escreveu o tema enredo “Germano
Torales Leite, do sonho a realidade – Agora, uma história de sucesso”. E teve a
oportunidade de realizar um antigo desejo, desfilar em carro alegórico no
Carnaval riograndino.
Como
escritor foi autor de cinco livros: “A História da URES” (1979); “Centenário do
Colégio Lemos Júnior” (2007); “Chico Bastos, o Pescador” (2011); “Um século de
futebol popular” (2013); “A cidade do Rio Grande, do Big Bang a 2015” (2016).
Antes
de adoecer estava escrevendo dois livros ao mesmo tempo: “A história do F.B.C.
Rio-Grandense” e “O Cabaré da Mangacha”.
O
ano passado Willy César viveu um momento de grande emoção, ao ter sido
escolhido patrono da “44ª Feira do Livro de Rio Grande”.
Em
artigos que escreveu para jornais, não só de Rio Grande, mas também de outras
cidades, destacam-se “SCRG o mais antigo clube profissional brasileiro, não o
primeiro amador”, em que conta o episódio do reconhecimento da antiga CBF, ao
fato histórico; “A Taça serrada de 1940”, o discutido torneio entre os três
clubes da cidade, para selarem a paz depois de tempos com as relações cortadas;
e “Silva Paes não foi o fundador de Rio Grande”, pesquisa polêmica que gerou
muitos comentários, pró e contra.
Fui
amigo de Willy César, que conheci á 35 anos atrás, no tempo que morei em Rio
Grande. Em 2008 fomos entrevistados por ele, a minha esposa Teresinha Motta, e
eu, na Rádio da FURG, oportunidade em que relembramos os bons momentos vividos nessa encantadora cidade.
Em
2011, fui homenageado pelos amigos Willy César e Célio Soares, em um jantar no
“Restaurante Passione”, com a presença de antigos colegas da imprensa e do
F.B.C. Rio-Grandense. Foi um momento de rara emoção, em que vi pela última vez
outros dois grandes amigos, Ney Amado Costa e Jonas Cardoso.
Em
maio do ano passado, quando do lançamento de meu livro “Nico, o Bombardeador”,
foi Willy César o responsável pela publicidade em torno do evento, realizado na
“Churrascaria Leão”, do S.C. São Paulo, o qual se constituiu em sucesso
absoluto.
Acompanhado
do amigo comum, Célio Soares, fiquei sabendo pelo próprio Willy do problema de
saúde que enfrentava. Ele estava convicto de que tudo correria bem.
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