Pensando
bem um time que nunca conquistou nenhum título, nem de menor expressão, não é
raridade no futebol. Muito pelo contrário. Creio que ocupam uma parcela bem
grande na história do futebol brasileiro e mundial.
É
claro que todo o torcedor gosta de ver seu time ganhando. Talvez isso explique
a preferência por determinadas equipes, que ao menos dentro de seu raio de
atuação sempre estão chegando na frente.
Exemplos
bem claros de Flamengo, Vasco, Fluminense e Botafogo, no Rio de Janeiro,
Palmeiras, Corinthians, São Paulo e Santos, em São Paulo, Grêmio e
Internacional, no Rio Grande do Sul, Cruzeiro e Atlético em Minas Gerias e por
ai vai.
E
também mundo afora, com destaques para Real Madrid e Barcelona, na Espanha,
Chelsea, Liverpool, Manchester United, Manchester City e Arsenal, na
Inglaterra, Porto e Benfica, em Portugal, só para citar alguns.
Temos
no Brasil muito exemplos de equipes com bastante tradição regional, como
América e ABC (RN), CRB e CSA (AL), Ceará (CE), Botafogo (PB), Remo e Paysandu
(PA), Nacional (AM), Operário (MS), Brasília (DF), Ponte Preta (SP), América (RJ),
entre muitos outros.
Porém
numa escala nacional não passam de agremiações de média ou pequena expressão.
Assim
como acontece na Espanha com Sporting Gijón e Mallorca, por exemplo, na
Inglaterra com Birmingham e West Ham, na Itália com a Udinese e Bari. E por aí
a fora.
Dito
isso, fica uma pergunta. qual o maior "jejum" de títulos nacionais da
história do futebol. Mundial. O recorde atual é de incríveis 118 anos, ou 119
temporadas, e pertence ao clube escocês Dumbarton FC., sediado na cidade de
Dumbarton.
É
o quarto time mais antigo da Escócia, fundado em 1872, ainda nos primórdios do
"futebol oficial". Seus fundadores foram um grupo de jovens que se
reuniram na cidade de mesmo nome em uma tarde chuvosa de domingo no intuito de
criarem um time para disputar partidas do esporte recém-criado pelos vizinhos
ingleses.
No
ano seguinte filiou-se à Associação Escocesa de Futebol (SFA) e passou a
disputar algumas partidas amistosas e as copas de Dunbartonshire e da Escócia.
Seu primeiro título em âmbito nacional veio na “Scottish Cup”, na temporada
1882/83, após dois vices seguidos entre 1880 e 1882.
A
conquista foi diante do Vale of Leven com uma vitória por 2 X 1 no jogo extra,
depois do empate na final do certame em 2 X 2.
Já
foi um dos maiores clubes de futebol do século XIX, tendo ganhado a Scottish
Football League no dois primeiros anos de competição, na longínqua temporada de
1890/91, cujo título foi dividido com o Glasgow Rangers.
Ambos
terminaram a competição com os mesmos 29 pontos ganhos e jogaram uma partida
extra para decidirem quem seria o campeão em Cathkin Park, que terminou
empatada em 2 X 2 e com a Liga Escocesa de Futebol dividindo a taça entre as
equipes.
O
troféu voltou a ser conquistado pelos “Sons”, como é conhecido pelos
torcedores, no campeonato seguinte e parou por aí. De lá para cá apenas
conquistas de torneios sem expressão ou de divisões inferiores do futebol de
seu país.
Desde
então, o clube vêm passado a maioria dos anos nas divisões inferiores do
futebol escocês, sendo em 1985 sua última participação na primeira divisão.
Seu
estádio era o “Boghead Park”, com capacidade para duas mil pessoas. Outro fato
que chama a atenção e também entrou para a história foi o fato de o estádio ter
sido a sede que por mais tempo pertenceu a um clube profissional.
De
1879, quando foi inaugurado, até o ano dois mil, quando da mudança para o atual
“Strathclyde Homes Stadium”, com capacidade também para dois mil espectadores,
passaram-se 121 anos com o Dumbarton mandando seus jogos lá.
Após
o segundo e último título nacional, o que tinha para ser a criação de um grande
e popular clube do Reino Unido foi por água a baixo. Em 1897, após o fim da
temporada, os diretores do clube decidiram se retirar da liga de futebol
escocesa por divergências quanto à profissionalização do esporte, já que
naquela época a prática ainda era totalmente amadora.
Tal
impasse perdurou até idos de 1907, quando os cartolas do clube finalmente
renderam-se ao novo modelo futebolístico implantado.
Como
já citado, a partir de 1892 apenas títulos de segundo escalão a baixo foram
conquistados pelo time de West Dunbartonshire, alternando alguns bons momentos
como na duríssima derrota diante dos gigantes do Celtic apenas nos pênaltis,
nas semifinais da Copa da Liga Escocesa de 1970, por 4 X 3 após empate sem gols
no tempo normal e na prorrogação.
Ee
na conquista do título da “First Division” (a segunda divisão) na temporada
1971/72 com o incrível recorde de42 gols
marcados pelo atacante Kenny Wilson, artilheiro do torneio.
Já nos anos 80 a situação ficou bastante
difícil para o Dumbarton, que chegou a passar por três administradores
diferentes e sucumbiu com seguidos rebaixamentos e alguns acessos esporádicos
às divisões superiores - exceto a primeira - chegando a figurar na “Third
Division”, a quarta divisão nacional.
Os
anos seguintes mostraram apenas um clube "iô-iô", que ia e voltava
entre os níveis inferiores do futebol escocês. Na atualidade os ”Sons” disputam
a “Terceirona” escocesa depois de terem conquistado mais uma vez a quarta
divisão.
Estão
um pouco distante de retornarem à “First Division”, visto que ocupam apenas a
5ª colocação com 22 pontos, 13 atrás do líder Cowdenbeath.
Uniformes:
Camisas amarelas com detalhes pretos, shorts e meiões pretos (titular). Camisas
brancas com detalhes azuis, shorts azuis e meiões brancos (reserva)
Títulos
(8): Copa da Escócia (1882/83), Campeonato Escocês (1890/91 e 1891/92), First
Division (1910/11 e 1971/72), Taça Britânica do Festival de Saint Mungo
(1951/52), Second Division (1991/92) e Third Division (2008/09) (Pesquisa: Nilo
Dias)
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