Morreu
hoje (6/1) o ex-goleiro Jairo Nascimento, conhecido como “Pantera Negra” ou “Muralha
de Ébano”, que alcançou fama defendendo as metas de Corinthians e Coritiba e teve
uma passagem pela Seleção Brasileira. Ele lutava contra um tipo raro de câncer
no rim.
Seu
corpo está sendo velado na 3ª Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), no bairro
Água Verde, em Curitiba, e seu enterro será nesta quinta-feira, às 15 horas, no
Cemitério Vertical, na capital paranaense.
Devido
os altos custos dos medicamentos que o ex-jogador vinha tomando, R$ 300.00 por
dia, a família chegou a lançar a campanha "Defenda o Jairo", que
sensibilizou atletas e os próprios Corinthians e Coritiba, que passaram a
enviar os medicamentos para o tratamento.
Jairo
estava internado desde o dia 23 de janeiro no “Hospital Erasto Gaertner”, em
Curitiba, onde residia com a família.
Natural
de Joinville (SC), Jairo foi revelado pelo time de sua cidade, o Caxias. O
goleiro se destacou nacionalmente pelo Fluminense, onde faturou dois Estaduais
e o “Robertão” - Campeonato Brasileiro de 1970.
Transferido
para o Coritiba, ele venceu cinco Estaduais e o Brasileiro de 1985. Além dos
títulos, ficou marcado por ter alcançado o recorde, então nacional e do clube
até hoje, de 933 minutos sem sofrer gols.
A
marca foi superada pelo próprio Jairo quando ele defendia o Corinthians, com
1.132 minutos sem levar gols no ano de 1978. No time paulista, ele foi o titular
na segunda partida da final do Paulistão de 1977, quando o clube encerrou uma
“fila” de 22 anos sem troféus.
O
Corinthians havia sido campeão pela última vez em 1954. Ele também foi campeão
paulista em 1979 pelo “Timão”, clube que defendeu em 189 partidas entre 1977 e
1980, tendo sofrido 146 gols.
Quando
ainda atuava pelo Coritiba, Jairo chegou a ser convocado para a seleção, mas
não teve atuação de destaque. Ele deixou os gramados em 1989.
Em
situações como a de Jairo, em que a vida estava em jogo, às rivalidades no
futebol desaparecem. No final do ano passado o goleiro Fernando Prass, do
Palmeiras, maior rival do Corinthians, se uniu a batalha travada por Jairo, doando
uma camisa autografada para ser leiloada.
O
dinheiro arrecadado com o leilão foi utilizado pela família para ajudar a bancar o custo
alto do tratamento do câncer do goleiro com mais minutos sem sofrer gols na
história do Campeonato Brasileiro.
O
Corinthians se manifestou pelas redes sociais, lamentando a morte de seu
ex-atleta: “Obrigado por ter honrado o manto alvinegro, Jairo! Muita força à
família e aos amigos. Descanse em paz”.
Embora
tenha tido sucesso no Corinthians, foi no Coritiba que Jairo alcançou os
melhores momentos de sua carreira. Ele esteve por duas vezes no clube, entre
1972 e 1976 e entre 1982 e 1987, tornando-se o jogador que mais vestiu a camisa
alviverde na história, com 410 jogos. No “Coxa” foi campeão paranaense e
brasileiro.
O
Coritiba postou uma publicação nas redes sociais lamentando a morte de Jairo,
ao mesmo tempo que exaltou o seu legado no clube. “Faleceu hoje Jairo. Foi quem
mais vestiu a nossa camisa, com 410 jogos. Campeão estadual, campeão do "Torneio
do Povo" e "Campeão Brasileiro". Todos nossos sentimentos para família, amigos e
torcedores. Jairo marcou e sempre será lembrado na nossa história. Descanse em
paz, Jairo”.
Jairo
jogou ainda pelo América Mineiro, em 1988, O clube publicou nota nas redes
sociais lamentando o seu falecimento: “Que notícia triste. Além de ídolo no
Coritiba, Jairo também defendeu brilhantemente o "Coelhão" no fim da década de
80. Nossos sentimentos à família e aos amigos. Descanse em paz, Jairo!”.
O
goleiro também defendeu o Náutico, de Recife. Atualmente ele era treinador na escolinha de
futebol do Centro Educacional Araucária (CEAR), mantido pela Igreja
Quadrangular. (Pesquisa: Nilo Dias)
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