A
equipe participou nesses 100 anos de existência de cinco edições do “Campeonato
Paulista” nas segunda (atual A2), terceira (atual A3) e quarta divisões (atual
B).
O clube que foi fundado por Ângelo Pereira Passos, começou
na Rua Francisco Franco, na região chamada de “Jardim Santista”, por isso o
nome Vila Santista, inicialmente apenas com o futebol.
Ali só havia o campo, a arquibancada e uma pequena área
coberta, mas o local era bastante movimentado e frequentado, principalmente aos
finais de semana.
O
time fez história na cidade, participando de várias disputas e venceu diversos
campeonatos.
Em
1947, a “Seleção de Ouro” do Vila era formada por Gordo – Chispa – Moacir –
Lindo - Peru e Porcelli. Mas também houve grandes jogadores como Ubiratan,
chamado de Bira, Barbosinha, Nonô, Baleiro, Zezinho, Elpídio, entre outros.
Era
o auge do futebol também na cidade, que tinha outros times fortes, como o
União, o grande rival do Vila. Em dias de jogos, os torcedores dos dois times
não podiam se encontrar na rua porque saía briga antes mesmo das partidas.
Inicialmente,
o clube ganhou fama na região pelo trabalho realizado pelas equipes altamente
competitivas que através dos tempos defenderam as cores vilistas nas disputas
de diversos campeonatos.
Depois
de ter sido campeão regional várias vezes na década de 1940, a equipe optou
pelo profissionalismo, em 1957, estreando na “Terceira Divisão do Campeonato
Paulista” daquele ano.
Já
no ano seguinte, estreou na “Segunda Divisão”, onde fez uma batalha particular
contra o rival de casa, o União Mogi, que ainda permanece nos quadros da FPF.
Atualmente
o Departamento de Futebol do clube se dedica apenas a competições amadoras.
Amizades e recordações emocionam quem costuma frequentar o local.
Nesta
época, antes da construção na Ponte Grande, o Vila fazia os carnavais e bailes
em um salão no centro, localizado na Rua Barão de Jaceguai.
Em
foto do ano de 1938 feita pelo fotógrafo Fitipaldi, os sócios aparecem
fantasiados durante o Carnaval, em um salão todo enfeitado de confete e
serpentina.
Homens,
mulheres e crianças brincavam juntos. Na Ponte Grande, esta tradição foi
mantida, com bailes que chegavam a reunir cerca de oito mil pessoas por noite
circulando em quatro ambientes, com samba, marchinhas carnavalescas, pop rock e
música dos anos 60, 70 e 90. Eram quatro noites e duas matinês, além de
concurso de fantasias.
Com
o tempo foi ficando difícil manter o futebol, então, chegou um momento em que o
Vila decidia se fechava ou crescia e, em 1971, foi feita a permuta daquela área
no centro com a da Ponte Grande, onde foram construídos o campo, a piscina e o
salão de festas para que o clube se tornasse social.
Foi
um projeto audacioso e de coragem, porque a área é enorme, com 74 mil metros
quadrados. Após três anos de construção, o Vila se mudou. A bocha, sinuca e
sauna também se tornaram tradicionais na cidade.
Dizem
que a sauna ainda é uma das melhores por ser a vapor e não elétrica. Pessoas de
outras cidades vêm para o clube por causa disso.
Contém
diversas opções para esporte e lazer: Academia - Conjunto de Piscinas - Sauna -
Salão Social - Playground - Ginásio Poliesportivo - Quadra Poliesportiva -
Quadra de Tênis - Campo de Futebol - Campo Society - Salão de Bilhar - Canchas de Bocha - Espaço
para SlackLine e Estacionamento.
Com
a chegada dos prédios residenciais com equipamentos de lazer, o número de
sócios caiu e o clube luta para se manter.
“Infelizmente,
esse modelo de clube, já está um pouco ultrapassado e temos que buscar outras
alternativas. Estamos com vários projetos para a gente trazer mais sócios,
sócios familiares, já que aqui é um clube familiar”, explica o presidente Paulo
Ferreira Santiago.
O
salão de eventos do Vila sempre foi o palco principal da folia e centenas de
pessoas se reúnem para o Carnaval. “Vai ser o Carnaval dos 100 anos”, finaliza
Paulo.
Um
dos sócios mais antigos, Odair Cardoso, participou do título de 1963 e diz
lembrar do campo que era profissional e tinha uma arquibancada de madeira. Uma
época em que as mulheres não tinham o hábito de frequentar muito o campo de
futebol, por isso a presença masculina era maior.
O
clube chegou a se profissionalizar, disputou a “Segunda Divisão”, do Paulista,
o que não durou muito. Odair ainda lembra que a eterna rivalidade com o União
movimentava a cidade.
“Os dois campos sempre estavam cheios, porque
a torcida de cada um acompanhava o seu time. O pessoal já se conhecia, mas
sempre saia alguma discussão”, completou.
Para
Cida Rodrigues, as melhores lembranças incluem o Carnaval. “Era maravilhoso.
Quatro noites, quatro ambientes e todo mundo fantasiado e brincando muito.
Tinha concurso também e eu ganhei a de mais foliã.”
O
futebol de campo é tradição, com o pessoal do veterano, sport e máster que jogam
todos os finais de semana e disputam campeonatos amadores.
A
escolinha, que participa da Federação Paulista nas categorias de base sub-9,
sub-10, sub-11 e sub-12, foi campeã várias vezes. Neste ano, fez uma parceria
com o time Benfica, que treina no ginásio do clube, para estas categorias.
Agora,
ele também é parceiro do Basquete-Mogi na categoria de base. Tem ainda a
parceria com um time de rugby e com a Next Academy, multinacional
norte-americana, que montou uma franquia no clube.
Por
conta disso, não houve mais espaço para o pessoal do futebol americano, que
também treinava no local. Este incentivo às categorias de base é uma forma de
alavancar receita porque além do aluguel para utilizar o espaço, todos os
jogadores se tornam associados, como o pessoal do futebol.
É
uma questão de sobrevivência para o clube e estas parcerias visam unicamente a
receita.
A
Petrobrás utilizou parte da área do clube para passagem de oleoduto. Há um
processo que se arrasta há oito anos na Justiça porque a Petrobrás passou o
oleoduto e iria indenizar o clube, mas quando o perito da empresa fez a
avaliação do terreno, o valor ficou muito baixo.
Então,
o clube nomeou outro perito para determinar o valor real. Agora, o juiz nomeou
mais um perito e o clube aguarda o resultado. Com este dinheiro que tem para
receber, haverá possibilidade de dar um “up” no clube e a prioridade será
investir nas dependências, na parte de edificação, que é antiga, da década de
70.
Em
dezembro de 2017, o então presidente Quinto Muffo, que estava no cargo há 18
anos, se reuniu com o conselho e disse que pretendia vender o clube e que já
tinha até comprador.
Mas
um grupo de associados envolvidos com a história do Vila não concordou, montou
uma chapa e elegeram o presidente, com a missão de entender como estava a
situação e tentar alavancar o clube, que na época só tinha uma vassoura e um
rodo.
O
novo presidente assumiu em janeiro de 2018, quando havia R$ 300,00 no caixa
para pagar todas as contas, incluindo o salário dos funcionários.
O
salão social precisava de reforma, as bombas da piscina estavam queimadas e o
clube tinha cerca de 400 sócios. Foi complicado e alguns diziam que o novo
presidente não ficaria três meses no cargo.
Um
ano depois, com várias parcerias, quase dobrou o número de sócios, foram
trocadas as bombas da piscina, reformado o salão social, asfaltado quase todo o
estacionamento, que agora é pago, e adquiridas máquinas de cortar grama,
enceradeira e roçadeira.
Além
destas benfeitorias, com o material de uma das quadras de tênis que estava
abandonada, foi fechado todo o clube com gradil.
Para
tudo isso, contou com associados empenhados em manter o clube, como a dona Cida
Rodrigues, que é sócia desde 1972. O presidente garante que tirou dinheiro do
bolso e as contas estão todas pagas e os funcionários recebem em dia. (Pesquisa:
Nilo Dias)
Vista de parte das modernas instalações do clube.
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