Lutava há anos contra o Alzheimer, doença
neurodegenerativa crônica que se manifesta lentamente e vai agravando ao longo
do tempo.
A causa da morte, segundo nota do hospital
"Moinhos de Vento", onde estava internado, foi "em decorrência
de choque séptico relacionado à infecção respiratória complicada por
insuficiência renal".
Milton Ferretti Jung nasceu em Caxias do Sul, no dia 29
de novembro de 1935. A cerimônia de cremação do radialista aconteceu nesta
segunda-feira, às 11 horas, no Crematório Metropolitano São José, na avenida
Oscar Pereira, no bairro Azenha, em Porto Alegre.
Milton deixou a mulher Maria Helena, os filhos Milton
Júnior, radialista da CBN, Christian e Jaqueline, e quatro netos. Pelo Twitter,
o jornalista Milton Jung, filho do ex-locutor, se despediu com a seguinte
mensagem:
"Valeu, pai! Sua alma é abençoada, sua história é
imortal. Se para muitos você foi "A Voz do Rádio" para nós você foi a
voz da sabedoria. Obrigado por tudo que nos ensinou."
Também pelas redes sociais, o professor Luiz Artur
Ferraretto, referência em radio jornalismo da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (Ufrgs), afirmou que "faleceu o locutor da pronúncia mais
correta do rádio brasileiro, aquele que, durante mais tempo, deu vida e emoção
às notícias do "Correspondente Renner", da Rádio Guaíba, de Porto
Alegre.
Faleceu o comentarista esportivo de também precisas
opiniões. Faleceu o narrador de tantos embates futebolísticos. Faleceu um
sujeito perfeccionista e correto. Faleceu o pai de uma família de profissionais
de comunicação.”
Começou a carreira na Rádio Canoas, como locutor de
radioteatro da emissora, onde trabalhou por quatro anos. Em 1958 iniciou o
trabalho na Rádio Guaíba. Em 1964, passou a apresentar o principal programa de
notícias da emissora, “o Correspondente Renner”. Trabalhou na rádio por 56
anos, de 1958 a 2014.
Participou das “Copas do Mundo” de 1974, 1978 e 1986.
Deixou a narração em 1988 e voltou no mesmo ano narrando algumas partidas do
Grêmio ou em casa ou em São Paulo, onde aproveitava para visitar o filho
Milton.
Em 2007, teve um AVC quando apresentava “O
Correspondente Renner”. Mesmo assim
conseguira narrar toda aquela edição, que à época durava 10 minutos.
Em 2008, quando completou 50 anos de rádio, Milton
recebeu homenagens dos principais nomes da emissora, como Luiz Carlos Reche,
Jurandir Soares, Vladimir Oliveira e Rui Strelow durante a edição das 13h do
“Correspondente Renner”.
Em 2012, narrou os 15 primeiros minutos do Grenal de
encerramento do Estádio Olímpico ao lado de Orestes de Andrade, tendo muita
repercussão nas redes sociais.
Em 2014, foi demitido da Rádio Guaíba, aonde trabalhou
durante quase toda sua carreira. Milton fora dispensado junto com seu amigo e
ex-operador de externas, Celso Costa, que junto com Milton era o mais antigo
profissional da Guaíba.
Em homenagem, a Rádio Guaíba exibiu áudios históricos
de Milton na emissora, como o milésimo gol de Pelé narrado por ele em 1969.
Em homenagem ao seu legado esportivo, o radialista e
locutor recebeu homenagens do Grêmio e do Internacional no dia de ontem Em nota
divulgada nas redes sociais, o Inter lamentou o falecimento de Milton Ferretti
Jung: "Uma das mais marcantes vozes do rádio brasileiro. O Clube do Povo
se solidariza com os amigos e os familiares deste brilhante radialista e
locutor esportivo".
O Tricolor gaúcho lamentou e se solidarizou com seus
familiares e amigos: “Com sua tradicional e respeitada voz, apurada locução e
narração, além de gremista ilustre, acompanhou nossa grande caminhada de
conquistas.” (Pesquisa: Nilo Dias)
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