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sábado, 12 de janeiro de 2019

A nova Rainha da África

Chrestinah Thembi Kgatlana, 22 anos, 1,54m de altura, nascida em Mohlakeng, uma pequena cidade no Oeste de Johanesburgo, África do Sul, é a nova “Rainha da África”.

Ela foi escolhida como melhor jogadora do continente, desbancando as nigerianas Francisca Ordega e Asisat Oshoala, que já havia vencido o prêmio três vezes. Ela se tornou a segunda sul-africana a vencer o título concedido pela Federação Africana de Futebol.

Mais que isso, ela venceu a disputa de melhor gol africano de 2018, entre homens e mulheres. O gol da atacante contra a Nigéria, durante a fase de grupos da “Copa Africana das Nações”, foi escolhido o mais bonito da temporada por voto popular.

E não para por aí. No ano passado, ela foi a melhor jogadora da “Cyprus Cup”. Na “Copa Africana das Nações”, embora a África do Sul tenha ficado com o vice-campeonato, ao ser derrotada nos pênaltis pela Nigéria, ela anotou gol em todos os jogos e foi não apenas a artilheira do torneio, como a melhor jogadora.

O resultado garantiu pela primeira vez a participação da África do Sul na Copa do Mundo, que divide o grupo com China, Espanha e Alemanha.

A premiação anual da Confederação Africana de Futebol chegou em sua 27ª edição. O “Rei” e a “Rainha” do futebol africano foram premiados em uma cerimônia que pela primeira vez em aconteceu em Dakar, capital do Senegal.

Embora o prêmio para “Melhor Jogador Africano” exista desde 1992, para as mulheres ele passou a existir apenas em 2001, sendo que as edições de 2009 e 2013 não houveram premiadas.

A primeira vencedora da história foi Mercy Akide, da Nigéria, que esteve na seleção nigeriana nas Olimpíadas de 2000 e 2004. A meio-campista foi nomeada pela FIFA em 2005 como uma das 15 embaixadoras do futebol feminino no mundo.

Os pais de Chrestinah Thembi Kgatlana e dois irmãos continuam morando na África do Sul, enquanto ela seguiu seus sonhos e trocou o diploma de Turismo para jogar na maior liga de futebol feminino do mundo.

Aos 8 anos de idade, a sul-africana se interessou pelo futebol em uma conversa na escola. Nada diferente de outras garotas, ela foi “permitida” a jogar com os meninos. De uma forma difícil, ela jogava em um campo na beira da estrada.

Vinda de família e lugar humilde, Thembi Kgatlana conta que atualmente, consegue ajudar os pais e irmãos com o dinheiro do futebol, mas também acredita que uma das grandes dificuldades da modalidade é conseguir patrocínios.

Em 2016, ela esteve no Brasil para a disputa da “Rio-2016”, quando a África do Sul conseguiu um empate com a seleção brasileira na Arena da Amazônia, sem Marta.

Atacante do Liverpool terminou 2018 com 40 gols e 15 assistências. Hoje, a estrela da seleção da África do Sul defende o “Houston Dash” na liga norte-americana de futebol.

O fato da jogadora atuar na maior liga de futebol do mundo não a faz esquecer suas origens. Toda vez que vai visitar os pais em sua terra natal, faz questão de jogar futebol no campo onde começou, mesmo que não seja o lugar ideal. E toda vez que chega, ela leva uma bola extra para deixar com seus colegas de infância.

Sua maior inspiração no futebol é Mpumi Nyandeni, meio-campista da seleção de 31 anos. Alguém que ela sempre via jogar, hoje é, além de companheira de equipe, uma grande amiga.

Dividindo-se entre a seleção sul-africana e o time americano, ela realmente acredita poder contribuir com as “Banyanas” com experiências trazidas dos Estados Unidos.

Jovem e cheia de ambições, a melhor jogadora do continente africano afirma que um dos seus maiores desejos é jogar a “UEFA Women’s Champions League” e balançar as redes na “Copa do Mundo”.  (Pesquisa: Nilo Dias)


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