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quinta-feira, 2 de julho de 2009

F.B.C. Rio-Grandense, um "guri" de 100 anos (2)

Em 25 de dezembro de 1915, sábado, dia de Natal, foi inaugurada a iluminação no campo do já extinto S.C. União, de Pelotas, que se situava na rua General Osório, esquina 3 de Maio. O G.E. Brasil, convidado para o jogo inaugural goleou o União por 5 X 1 entre titulares e empatou em 1 X 1 nos aspirantes. Foi a primeira iluminação de um clube de futebol no Brasil. No dia seguinte, 26, novamente à noite, no festival de inauguração da iluminação, o União venceu o F.B.C. Rio-Grandense, por 6 X 1.

Time do Rio-Grandense em 1917: Walter - Álvaro e Raul – Peres - Adolpho e Carlos – Santo – Cary – Rust - Oca e Edu.

No dia 18 de maio de 1918 foi fundada em Porto Alegre a Federação Rio Grandense de Desportos. O doutor Aurélio Py, primeiro mandatário do Grêmio Foot-Ball Portoalegrense foi indicado para presidente. O senhor Nestor Fontoura, representou a Liga Riograndina, da qual o F.B.C. Rio-Grandense era filiado.

O Rio-Grandense participou do primeiro campeonato disputado no Estado. Na fase regional perdeu de 2 X 1 para o G.S. Brasil, de Pelotas, que depois se tornaria o primeiro campeão gaúcho. O jogo foi realizado no dia 2 de outubro de 1919, na cidade de Pelotas.

O ano de 1921 foi muito importante para o clube, que no mês de maio disputou o “Torneio Liberdade”, que teve ainda a participação de S.C. São Paulo, que foi o campeão, S.C. Rio Grande, São Pedro, Guarany, Luzitano e Brasil. Depois, já sob a presidência de José da Rosa Martins, pai de Dario Torres Martins e avô de Gil Barlém Martins (recentemente falecido), o FBC Rio-Grandense conquistou seu primeiro campeonato da cidade.

O título municipal deu condições ao Rio-Grandense de disputar também o Campeonato Estadual. Na primeira fase da competição o clube integrou a Chave da 2ª Região, junto com o G.E. Brasil, campeão de Pelotas, Guarany F.C., campeão de Bagé e S.C. 247, campeão de São Gabriel. O Rio-Grandense goleou o time gabrielense por 8 X 0, venceu o Guarany por WO e perdeu a decisão para o Brasil, por 2 X 1.

O jogo decisivo foi disputado no dia 23 de outubro de1921, no antigo Estádio Doutor Augusto Simões Lopes (Estação Central Estrada de Ferro), em Pelotas. Cerca de 3 mil pessoas assistiram a partida, que foi dirigida pelo árbitro Carlos Moreira. O G.S. Brasil formou com Dias da Costa - Tica e Nunes – Floriano - Babá e Zabaleta - Nunes II – Nico – Proença - Rossel e Ignácio Gerlach. Técnico, Lourenço Borges de Mello (Capitão Geral). O F.B.C. Rio-Grandense teve Echevarria - Luvielmo e Alcides – Euclides - Nygard e Tavares – Santos – Coriolano – Rheint e Antoninho. Técnico, Catuta.

Nesse mesmo ano, o Rio-Grandense excursionou a cidade de Pelotas, enfrentando e vencendo o campeão pelotense, S.C. Ideal. Em sua gloriosa trajetória o clube escarlate conquistou vários títulos, mas o mais importante foi, sem dúvida, o de campeão gaúcho de 1939. Em seu acervo o F.C. Rio-Grandense conta com cerca de 150 taças, mais de 40 bronzes e centenas de flâmulas. Destaque para a célebre “Taça Caringi”, de difícil conquista.

Para perpetuar a memória de seus benfeitores o clube organizou a “Galeria de Retratos”, onde figuram nomes históricos entre os quais José da Rosa Martins, Antônio Russo, João Souza, Reinaldo Souza, Carlos Ferreira, Torquato Ribeiro Pontes, Hélio Ribeiro Pontes, Torquato Ribeiro Pontes Netto, Altamir Lacerda do Nascimento, Bolivar Nóbrega Frazão, Érico Gama, Pedro Araújo Ávila, Dario Torres Martins, Gil Barlém Martins, Lourival da Rocha, Wernich Pinto Sampaio, Lourival Gomes, Gentil Cardoso, Odilom Alves Fogaça, Hercílio Rodrigues Pinto, Élbio Garcia, Érico Peixoto, Renato Cramer Peixoto, Darte Lopes, Waldir Fonseca, Marco Aurélio M. Fonseca, Bertholdo Poester, Carlos Alberto Gonçalves, Rubens Cunha, Eduardo Alves, Theóphilo Farinha Camargo, Bento Castelã, Nicanor da Rosa Penha, Elmar Costa e muitos outros destacados “colorados".

No dia 10 de setembro de 1922, o Rio-Grandense foi convidado a participar do “Torneio do Centenário”, em Porto Alegre, quando enfrentou pela primeira vez o S.C. Internacional. O clube da capital, que foi o campeão, venceu por 2 X 0, fazendo jus ao troféu "Bronze da Independência", oferecido pelo Governo do Estado.

Além do S.C. Internacional e do F.C.B. Rio-Grandense participaram do torneio S.C. Cruzeiro (Porto Alegre), S.C. São José (Porto Alegre), S.C. Americano (Porto Alegre), Fuss-Ball (Porto Alegre), Tabajara (Porto Alegre), Ypiranga (Porto Alegre) e G.S. Brasil (Pelotas). A disputa foi em forma de torneio início.

Em março de 1923 foi realizado o “Torneio Initium” do campeonato municipal de Rio Grande, com a participação de São Paulo, Guarany, Rio-Grandense, Osório, Brasil, União Fabril e Padeiral. O General Osório foi campeão e o São Paulo, vice-campeão. O time base do Rio-Grandense era: Budere - Pompólio e Luovelmo II – Soiro - Campista e Luovelmo I - Schimidt - Ferrereto II - Ferrereto I - Palhares e Baleta. (Pesquisa: Nilo Dias)

Pavilhão do velho Estádio Torquato Pontes (Foto: Acervo do F.B.C. Rio-Grandense)