Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Os 100 anos do "Leão da 13"

O União Agrícola Barbarense Futebol Clube, da cidade de Santa Bárbara do Oeste, interior de São Paulo foi fundado no dia 22 de novembro de 1914, inicialmente com o nome de União Foot-Ball Club. O curioso é que o clube teve várias outras denominações, até chegar a atual.

Em 1918 passou a chamar-se Athlético Barbarense Foot-Ball Club e, um ano depois, Sport Club Athlético Barbarense. Em 1920, em razão da fusão com o 7 de Setembro, da Fazenda São Pedro, mais uma vez alterou o nome, dessa feita para Sport Club União Agrícola Barbarense.

E ainda naquele ano, por fim, adotou o nome que persiste até hoje de União Agrícola Barbarense Futebol Clube. Suas cores são o preto e o branco desde a fundação.

Em 1921 o clube foi registrado na Associação Paulista de Esportes Atléticos (APEA), que dirigia o futebol no Estado de São Paulo. Mas somente em 1941 filiou-se à Federação Paulista de Futebol (FPF), ainda como amador. Em 1942 associou-se a Liga Barbarense de Futebol (LBF), entidade que organiza o futebol em Santa Bárbara d'Oeste.

A ascensão ao profissionalismo só veio em 1964. Na estreia da nova categoria o time não foi feliz, perdeu por 3 X 1 para o Alumínio, em jogo válido pelo Campeonato da 3ª Divisão de Acesso. O jogador Mané de Campos, foi quem marcou o primeiro gol do União como profissional.

Em 1967 o clube adotou o “Leão da 13” como mascote, em homenagem aos torcedores fiéis que apoiavam com garra o time, “como verdadeiros  leões”. A sede e o estádio do União ficam na Rua Treze de Maio, em Santa Bárbara d’Oeste.

O primeiro título do clube só veio em 1946, quando ainda era amador, e sagrou-se campeão da cidade pela Liga Barbarense de Futebol. Dois anos depois, outra conquista: Campeão Amador da Região, disputando o Campeonato Paulista do Interior pela FPF. Foi tricampeão da "Taça Cidade de Santa Bárbara" nos anos de 1957, 1961 e 1963.

Nesse período, mais precisamente em 15 de novembro de 1959, o “Jornal D’Oeste” publicou a composição do hino oficial do clube, de autoria do professor José Dagnoni (letra) e Hermosa Hadad Baruque Murbach (música). Em 1967, já como profissional, foi Campeão Paulista da 2ª Divisão, conquistando o acesso à 1ª Divisão, uma antes da Principal.

O União conquistou outros títulos regionais, como o “Torneio Intermunicipal Americana X Santa Bárbara d’Oeste em 1973. Depois de ficar alguns anos sem disputar os campeonatos da FPF foi, finalmente, em 1990, vice-campeão Paulista da 2ª Divisão, conquistando mais uma vez o acesso à Divisão Intermediária.

Em 1995 foi Campeão Paulista de Juniores da Série A3 e, em 1996, dos “Jogos Abertos do Interior”, com a equipe de Juniores. Em 1997, conquistou o vice-campeonato da Série A3 do Paulista. No ano seguinte, o maior triunfo até então: o título do Campeonato Paulista Série A2 e o acesso à divisão principal estadual.

Em 1999, depois de ter se classificado como o melhor time do interior no “Paulistão”, o União Barbarense foi declarado “Campeão do Interior”. Em 2001, foi vice-campeão da Copa Federação Paulista de Futebol. Em 2004, foi campeão do Campeonato Brasileiro da Série C, alcançando classificação para a Série B. No mesmo ano voltou a Série C.

No Estadual, o time conseguiu manter-se na Primeira divisão até 2005, quando caiu para a Série A2. Em mais um ano ruim, foi rebaixado para à Série A3 em 2007. Nesse ano fez uma campanha regular na Série A3, com oito vitórias, três empates e oito derrotas.

Ficou apenas em décimo lugar e não conseguiu voltar a Série A2.
Já em 2008 a campanha foi bem diferente, terminando a primeira fase da Série A3 em segundo lugar. Nas semifinais, foi segundo classificado mais uma vez, com a mesma pontuação do Flamengo (14 pontos), e conseguiu o acesso à Série A2.

Em 2009, chegou a estar entre os primeiros colocados no início do campeonato, mas depois caiu de produção e ficou somente em 11º lugar. Como não chegou a segunda fase da competição, viu escapar o sonho de retorno á elite do futebol paulista.

Em 2010, ficou entre os oito primeiros colocados da primeira fase, conseguindo uma vaga para a fase seguinte da A2, quando foi eliminado na antepenúltima rodada, depois de não vencer um único jogo. Foram dois empates e quatro derrotas e o último lugar no grupo.

Em 2011 a Série A2 foi disputada por 20 clubes, divididos em dois grupos. Todos os times de cada grupo jogaram entre si em turno e returno. O União não foi bem e parou ainda na primeira fase, sendo oitavo colocado em seu grupo.

Em 2012 a Série A2 foi disputada novamente por 20 clubes, mas apenas em turno único, todos jogando entre si uma única vez. O União Barbarense alcançou classificação na primeira fase, avançando para a etapa seguinte.

Os oito classificados foram divididos em dois grupos de quatro jogando entre si em turno e returno. O União foi primeiro de seu grupo, ganhando o direito de disputar a final contra o São Bernardo.

O primeiro jogo, realizado em Santa Bárbara d'Oeste terminou empatado em 1 X 1. O jogo da volta, em São Bernardo do Campo também terminou empatado, dessa feita em 2 x 2. Com o resultado, o time de São Bernardo do Campo sagrou-se campeão.

Em 2013 o União caiu para a Série A2. No segundo semestre o clube fez fiasco na Copa Paulista. Nesse ano o União fez parceria com a empresa Abra Sports, de Abrahão Balaban. Em 2014, ano do centenário de fundação, o clube fez um razoável “Paulistinha” (Série A-2) e na Copa Paulista conseguiu passar à 2ª fase depois de dez anos.

A temporada valeu pelas três vitórias seguidas nos derbis regionais em cima do rival Rio Branco, de Americana. O lado ruim foi a saída da Empresa Abra Sports, depois de um ano apenas. Em 2015 está disputado a Série A do CampeonatoPaulista.

O União Barbarense tem a segunda torcida mais antiga do interior de São Paulo, a “Torcida Uniformizada Sangue Barbarense (TUSB), fundada em 11 de novembro de 1984, e a quinta em funcionamento, incluindo a capital. Em 2013 o clube ganhou uma nova organizada, a “Torcida Inferno Barbarense(TIB).

O União Barbarense realiza as suas partidas no “Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães”, que hoje possui capacidade para abrigar 16.850 torcedores. O nome é uma homenagem a um ex-presidente e patrono do clube. Foi inaugurado em 21 de maio de 1921 e seu primeiro jogo foi União Barbarense 3 X 1 E.C. Concórdia, de Campinas.

Durante anos o estádio passou por várias reformas, sendo a mais importante delas a que substituiu as antigas arquibancadas de madeira, por arquibancadas de concreto, ladeando a Vila Aparecida. E o lance que hoje pertence as cadeiras numeradas ao lado dos muros da E.E. Américo Emílio Romi.

Em 1996, o estádio foi ampliado para poder receber os jogos da então 3ª divisão da série A do Campeonato Paulista e futuros jogos de torneios nacionais. O estádio está localizado na rua 13 de Maio, 1.269 em Santa Bárbara D'Oeste.

O estádio é um verdadeiro alçapão, onde os adversários sentem de perto a força da torcida barbarense. Em certos setores, a distância entre as arquibancada e o gramado, atualmente está em apenas 1,0 metro de distância, por isso é chamado de "Jaula do Leão" e "Caldeirão da 13 de Maio."

Ao lado da “Rua Javari”, do Juventus, de São Paulo, o “Estádio Antônio Lins Ribeiro Guimarães”, é considerado o último caldeirão do futebol paulista, o que é recebido com orgulho pelos torcedores do União Agrícola Barbarense, que não admitem deixar o local. O jornal a “Folha de São Paulo”, chegou a chama-lo de “A Toca do Leão”.

União Barbarense e Rio Branco, de Americana são protagonistas de um dos mais acirrados clássicos do interior paulista, que também é chamado de “Derby”, a exemplo de outros jogos do futebol paulista.

O Rio Branco chegou primeiro à divisão maior do futebol paulista e lá permaneceu mais tempo, 17 anos. Já o União Barbarense ostenta um título Brasileiro (Série C) e dois títulos de divisão de acesso Paulista.

Títulos. Nacionais: Campeonato Brasileiro - Série C (2004); Estaduais: Campeonato Paulista do Interior (1999); Campeonato Paulista - Série A2 (1998); Campeonato Paulista - Série A3 (1967); Categorias de base. Campeonato Paulista Sub-20 - 2º Divisão (1988); Outras conquistas.  Campeão da Liga Barbarense de Futebol (1946); Taça Cidade de Santa Bárbara (1957, 1961 e 1963).

Campanhas de destaque. Vice-Campeonato Paulista A3 (1997); Vice-Campeonato Copa Coca-Cola (2001); Vice-Campeonato Paulista de Futebol - Sub-13 (2010); Vice-Campeonato Paulista A2 (2012). Títulos. Nacionais: Campeonato Brasileiro - Série C (2004); Estaduais: Campeonato Paulista do Interior (1999); Campeonato Paulista - Série A2 (1998); Campeonato Paulista - Série A3 (1967); Categorias de base. Campeonato Paulista Sub-20 - 2º Divisão (1988); Outras conquistas.  Campeão da Liga Barbarense de Futebol (1946); Taça Cidade de Santa Bárbara (1957, 1961 e 1963).

Atletas revelados pelo clube. Zagueiros : Ademir Gonçalves e Wilson Gottardo; Meio-Campo: Bruno César, Oscar, Osvaldo Vital e Carlos Eduardo; Atacantes: Diego Tardelli, Euzébio, Mazolinha e Oscar.

Jogadores históricos do clube. O ponta esquerda "Leme" - Iniciou sua carreira no União Barbarense em 1927. Em 1931 transferiu-se em definitivo ao XV de Piracicaba, sendo campeão do interior, permanecendo na equipe de Piracicaba até 1934.

Em 35 Leme foi para o C.A. Estudantes Paulistas, de São Paulo, clube que pouco mais tarde, em 1938, fez fusão com o São Paulo F.C. Como Leme era um extraordinário ponteiro, automaticamente passou a defender o tricolor paulista, tendo sido convocado para a Seleção Paulista em 1936. Encerrou sua carreira no União Barbarense em 1946.

O zagueiro de área "Zé Furlan", começou jogando pelo União Barbarense em 1928, permanecendo em Santa Bárbara D'Oeste até 1930. Chegou a treinar no Santos F.C., mas acabou mudando para o Rio Branco, de Americana.

Em 1933, Zé Furlan seguiu para o Pernambuco, onde jogou no Sport Recife, juntamente com o grande Ademir de Menezes, tendo, inclusive, defendido a Seleção Pernambucana em 1939. Em 1946 voltou para um pouco mais próximo de sua terra, ingressando no América, do Rio de Janeiro, encerrando sua carreira, em seguida, na equipe do Canto do Rio.

Wilson Garrido. Ponteiro direito - Iniciou sua carreira no União Barbarense em 1940. Foi ao Corinthians em 1946, onde apenas participou de treinamentos e no mesmo ano passou para o Ypiranga, outro grande clube da capital, que se extinguiu em fins da década de 50.

Wilson Garrido, mesmo sendo apontado como um ponteiro com possibilidades de chegar à seleção, não levou a a sério o futebol ou sua carreira, por esse motivo, já em 1947 ele passou a defender a Ponte Preta, de Campinas e em 1948 estava de volta a Santa Bárbara, onde completou sua carreira atuando pelo União e posteriormente no Cillos F.C., Paulista e até mesmo em uma equipe varzeana local.

O quarto zagueiro "Brandão" - Da equipe varzeana do Bandeirantes, de Santa Bárbara, Brandão passou em 1958 ao juvenil do União Barbarense e em 1959 foi lançado no time principal, ainda em idade juvenil, sendo apontado como revelação do futebol local.

Em 1960 Brandão foi para o Santos F.C. e em agosto integrou a Seleção Brasileira de Amadores nos "Jogos Olímpicos", realizados em Roma (Itália). Em maio de 1961 excursionou pela Europa com o quadro titular do Santos F.C., jogando com Pelé; ainda em 1961 Brandão foi emprestado por um ano ao Grêmio Portoalegrense.

No final de 1962 seu passe foi negociado com a Ferroviária, de Araraquara. Em 1968 Brandão ingressou no clube Milionários, da Venezuela. Encerrou a carreira em 1975 defendendo a equipe do Palmeiras, de São João da Boa Vista (SP).

O ponteiro direito "Joãozinho" - Desde seus 12 anos de idade, quando parecia que ele era menor que a bola de futebol, Joãozinho jogou pelo União Barbarense. Em idade de juvenil ingressou no Guarani de Campinas e em 1964 foi lançado no time profissional do "Bugre", quando formou o famoso ataque que teve Joãozinho, Nelsinho, Babá, Américo Murolo e Carlinhos.

Esse ataque fez 5 X 1 no Santos de Pelé, ocasião em que o barbarense Joãozinho marcou um dos gols do alviverde e pelo meio das pernas do goleiro bicampeão mundial Gilmar dos Santos Neves. Em 1970 voltou para defender o União Barbarense no Campeonato da 1ª Divisão.

O quarto zagueiro "Guassi"começou na equipe infantil da A.E. Internacional, de Santa Bárbara. Passou para o juvenil do União Agrícola e em 1965 foi lançado, ainda jovem, ao quadro de profissionais do alvinegro, disputando o Campeonato Paulista da 3a Divisão.

Jogou no União até 66, quando transferiu-se ao juvenil do Guarani, de Campinas. Em 1967 Guassi foi convocado para a Seleção de Novos, excursionando em jogos amistosos pela Europa e África. Em 1968 defendeu a Seleção Brasileira Pré-Olímpica, campeã na Colômbia e no mesmo ano de 68 foi convocado para os "Jogos Olímpicos", do México, mas não seguiu viagem devido uma intervenção cirúrgica do menisco.


Em 1972 foi transferido para a equipe do C.A. Juventus, de São Paulo. Em outubro de 1975 foi emprestado para a S.E. Palmeiras, mas o técnico Dino Sani não lhe deu chances no time titular. No início de 1976 retornou ao Juventus, quando teve outra grave contusão que interrompeu um pouco cedo sua carreira no futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)

(Foto: Acervo de fotos do União Agrícola Barbarense Futebol Clube)

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Condenados a morte

Eu tenho uma longa vivência no futebol, desde o amadorismo varzeano até o profissionalismo. Lembro de ter visto muitas vezes, até na minha cidade natal, Dom Pedrito, a aplicação de injeções ditas estimulantes como “Glucoenergan”, “Energizan” e “Thiaminose”, em atletas amadores.

Eram ampolas de 10 e 20 centímetros, aplicadas na veia. Naquele tempo não havia maiores preocupações com doenças tipo “AIDS” e “Hepatites”. Nem existiam, ainda, as seringas descartáveis.

Anos depois, quando eu era diretor de futebol do Rio-Grandense, de Rio Grande e também quando presidi a S.E.R. São Gabriel, vi a repetição da cena, mas com uma diferença: as seringas eram descartáveis, o que afastava qualquer tipo de contaminação.

Voltando no tempo. O procedimento era simples. Antes dos jogos, e às vezes também nos intervalos, os jogadores esticavam o braço com a mão fechada, para fazer saltar a veia à espera que o enfermeiro lhes aplicasse às injeções.

Em um canto do vestiário um pequeno fogareiro à álcool aquecia o estojo de metal com água ou álcool fervente, dentro do qual boiava uma seringa de vidro.

Na época ninguém tinha consciência de que o uso da mesma agulha, mesmo que passando por um processo duvidoso de fervura, pudesse estar dando início a um lento processo de morte.

Alguém que já estivesse infectado contagiava os colegas. O enfermeiro aplicava uma injeção, mergulhava a seringa no estojo, tirava-a com a pinça e injetava em outro. A coisa funcionava assim.

Naquele tempo o temor maior era contra bactérias, viroses, infecções e doenças venéreas. A fervura atingia 100ºC, o que de nada adiantava, porque são necessários 150ºC para destruir o vírus.

Ninguém sabia da existência de um inimigo oculto e mortal, que permanecia vivo na seringa e na agulha. A ciência só identificou o agente da “Hepatite C”, em 1989.

Essa mesma rotina se estendia a quase todos os clubes pequenos e médios de futebol do país e talvez até do mundo. A expectativa era de que esse líquido amarelo ajudasse o time a correr mais e cansar menos. Não era considerado “dopping”. E nem havia nada que confirmasse esse esperado efeito milagroso. A coisa parecia mais psicológica que real.

Os médicos não aprovavam tal prática, alguns até proibiam, por isso em clubes maiores e mais organizados não se aplicavam tais injeções. Nos clubes menores os enfermeiros faziam de tudo: infiltrações musculares, ministravam vitaminas e aplicavam a glicose.

Era comum uma dose de 50 mililitros ser dividida em cinco braços, tirando a agulha de um e colocando em outro, com a crença de que todos eram sadios.

O tempo mostrou que não era bem assim. O vírus costuma resultar em cirrosse e câncer do fígado, num período de 20 a 40 anos depois da contaminação, por isso as mortes estão ocorrendo nos últimos anos. O caso mais conhecido de contaminação pela “Hepatite C” foi o que atingiu o S.C. Gaúcho, de Passo Fundo (RS).

De uma formação tradicional do clube em 1973, passados 42 anos, apenas três ex-jogadores estão vivos: Luiz Freire, seu irmão Zé Augusto e o lateral-esquerdo Luiz Carlos. Os outros, a doença se encarregou de matar. O primeiro a contrair “Hepatite C” foi o ex-goleiro Carlos Alberto, que com pouco mais de 30 anos morreu em meados dos anos 1980.

O zagueiro central João Pontes não resistiu a herança do vírus. Seu irmão Daizon Pontes, morreu de um AVC. Não se sabe se também estava contaminado com o vírus da “Hepatite C”.

Também os zagueiros reservas, Lívio e Raul Santos foram abatidos pela “Hepatite”. Igualmente o centroavante Bebeto, conhecido como o “Canhão da Serra”, um dos maiores goleadores do futebol gaúcho. Os últimos foram os pontas Leivinha e Serginho, em 2013.

Estatísticas confirmadas pelos órgãos da Saúde, em Passo Fundo, mostram que desde 2010 já são 17 os remanescentes que acabaram contraindo o vírus “HCV”, todos ex-profissionais do Gaúcho e do 14 de Julho, o outro clube da cidade.

A última lista divulgada tinha os nomes de Marquinhos, Laerte, Mosquito, Mica, Ilo, Lívio, Téio, Pedro, Raul Matté, Marianinho, Machado, Ivan, Cid, Tadeu Bauru, Serginho e Leivinha. Até o massagista Pinto contraiu a hepatite.

Mas essa lista pode ser bem maior, pois ninguém sabe o número completo das vítimas, desde 1980. Muitos saíram da cidade. “Muita gente morreu. Muita gente vai morrer”, alertou o hoje técnico Luiz Freire, um mito que fez nome no Gaúcho, no Caxias, no Inter, Grêmio, Brasil, de Pelotas e Coritiba.

Em 2013, Luiz Freire e seu antigo colega Luiz Carlos, se encontraram em Passo Fundo. Não se viam havia anos. Foi um reencontro emotivo, em que comentaram a morte de Leivinha, também ex-jogador do Gaúcho, outra vítima da “Hepatite C”.

Luiz Freire, 62 anos, e seu irmão Zé Augusto, que hoje mora em Santo Antônio da Patrulha, jamais se injetaram com estimulantes. Segundo contam, aprenderam com o avô, Arnoldo Ellwanger, que era farmacêutico, a não usarem seringas que não fossem as de casa. Aos 14 anos, Luiz Freire já sabia fazer aplicações. Começou profissional no Gaúcho em 1971 e, um ano depois, entrou na faculdade de Medicina.

Sempre que via o enfermeiro no vestiário, advertia os colegas sobre as seringas compartilhadas. Não era ouvido. Já Luiz Carlos também não dava atenção ao amigo. Tomava a glicose porque os demais jogadores tomavam e o regulamento permitia.

O ex-lateral esquerdo, duro marcador de Valdomiro, Flecha e Tarciso, não queria fazer o teste para o vírus “HCV”. Quem o convenceu foi um antigo atacante do Gaúcho, Roberto Antonello que tratou a sua “Hepatite” e se dedicou a persuadir os colegas a fazer o exame. Andava pelo Interior vendendo seguros e aconselhando antigos jogadores.

Havia um 12º jogador daquele time, João Francisco Guimarães, o “Paraná”, que há muito havia deixado Passo Fundo. Ninguém sabia notícia dele, até já fazia parte da lista de mortos da “Hepatite C”.

Agora se sabe que ele não tomava a injeção. Pegava uma ampola, dizia que ia tomar na farmácia, deixava o vestiário e colocava no lixo.
Pinto, o enfermeiro que trabalhava no time do Gaúcho, de Passo Fundo, era funcionário do antigo Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (Samdu).

Em uma salinha, no estabelecimento, fazia aplicações em quem o procurasse e dali saía a domicílio. Orgulhava-se do seu conjunto de 22 agulhas de aço, as peças com as quais infectou inocentemente grande parte de Passo Fundo.

Foi assim que mais da metade da equipe do Sport Club Gaúcho morreu em consequência da “Hepatite C”, que também infectou colegas de outros clubes, inclusive o ídolo Larry do Internacional, de Porto Alegre. É o que mostra excelente reportagem da RBS TV, veiculada em 18 de outubro de 2010.

A contaminação pelo sangue acabou se tornando um flagelo no país e patrocinou tragédias por toda a parte ao longo dos últimos 30 anos.
Faltam dados sobre óbitos relacionados à “Hepatite C” no futebol. E sobre o número de ex-atletas vivendo com o vírus. Se há no país entre 2 e 3 milhões de pessoas infectadas (apenas 150 mil diagnosticadas), estima-se, entre elas, dezenas de milhares de ex-profissionais e amadores contaminados.

O gastroenterologista e hepatologista Hugo Cheinker  já atendeu em sua clínica em Porto Alegre o equivalente a três a quatro times de futebol, incluindo gente com passagem pela Seleção. E garante: “Praticamente, quem faz o teste descobre ser portador da hepatite C”.

A rigor, quem jogou futebol profissional no largo período entre 1960 e 1980 integra o grupo de risco. Deve realizar o teste específico para “Hepatite C”. O “anti-HCV “, não é o mesmo exame de sangue de colesterol e glicose no check-up rotineiro. O teste custa cerca de R$ 20 em laboratórios.

Há uma resistência dos ex-jogadores em procurar ajuda. Preferem evitar a realidade em caso de positivo, embora quanto mais cedo o tratamento se inicie, mais segura é a recuperação.

Contraída a hepatite aguda, o vírus começa a machucar o fígado e progride sem sintomas durante 20, 30, 40 anos, até provocar cirrose e câncer. Daí porque os contaminados dos anos 1970 ainda lidam com a enfermidade. São pessoas hoje com mais de 60 anos.

Um exemplo é Jurandir, ex-Grêmio. Ele foi fazer uma doação de sangue e, dias depois, recebeu uma carta informando sobre sua hepatite C. Ficou apavorado.

Casado há 40 anos, Jurandir buscou tratamento. Um ano depois, havia zerado o vírus. Como o antigo jogador do Grêmio, entre 5 e 7 mil pessoas no país deverão ser diagnosticadas este ano. Se fosse anos atrás, sete testes a mais teriam salvado a vida do time do Gaúcho.

Hoje existe um vírus que é 100 vezes mais contagioso que o “HIV”, mas tem um poder de comoção infinitamente menor. É o vírus da “Hepatite B”. Segundo as estimativas mais conservadoras, 1,5 milhão de brasileiros convive com ele. A maioria sequer desconfia. Só o descobre quando o fígado está destruído.

O médico Drauzio Varella decidiu investigar as “Hepatites”, para entender as condições que contribuem para a transmissão do vírus. Ele esteve numa aldeia “Yawanawá”, no Acre e visitou salões de beleza de São Paulo. Viu que as manicures trabalham em condições inadequadas mesmo nos endereços mais chiques.

A prevalência de “Hepatite” é muito alta no grupo das manicures, um assunto que ninguém comenta. Elas usam equipamento que volta e meia provoca ferimentos. Se a pontinha do alicate entrar em contato com uma gotícula de sangue infectado, pronto. O vírus está ali.

Numa aldeia “Yawanawá”, no Acre, perto de Cruzeiro do Sul, quase no Peru, o médico constatou que 10% dos indígenas têm o vírus. A quantidade de crianças infectadas é enorme. Pegam na infância e não é por transmissão materna.

É por manipulação. Como tem muito mosquito por lá, as crianças são cheias de feridas. Dormem três na mesma rede. Uma encosta a ferida na ferida da outra. Coçam as feridas com os mesmos pauzinhos.

O doutor Drauzio também foi a Salvador entrevistar jogadores de futebol profissionais que contraíram o vírus nos anos 70. Naquela época, se acreditava que era preciso dar vitaminas para os jogadores.

Davam “Glucoenergan” na veia. No intervalo dos jogos, chegavam no vestiário com aquelas caixinhas com seringa de vidro e aplicavam “Thiaminose” e “Complexo B” na molecada toda.

Uma quantidade absurda de “Hepatite B e C” foi transmitida dessa forma. Vários desses jogadores morreram de cirrose. Como muitos pararam de jogar e começaram a beber, todo mundo achava que morriam de cirrose por causa da bebida. Como eles não sabem que tinham “Hepatite C”, bebiam sem saber que corriam riscos.

Até da Seleção de 70 teve jogadores infectados. O médico não quis citar nomes, por razões óbvias. Na Bahia, Varela colheu sangue de 22 ex-jogadores: quatro ou cinco tinham o vírus da “Hepatite C” e não sabiam.

Segundo o médico, as “Hepatites” são doenças negligenciadas, ninguém ouve falar sobre elas. Parece que não têm charme. Não se sabe quantas pessoas têm o vírus. Os dados do Ministério da Saúde não têm o menor valor porque só lidam com os casos notificados.

A “Hepatite A” é a da água suja, provocada pela falta de saneamento básico. Em geral é doença de curso benigno. Mas ela se torna potencialmente mais grave quando a pessoa a adquire na gravidez ou numa faixa etária mais avançada. A “Hepatite B” é transmitida sexualmente e pelo sangue. E também passa da mãe para o feto.

Pelas estimativas mais conservadoras, há no Brasil 1,5 milhão de portadores crônicos do vírus. Ele é 100 vezes mais contagioso que o da “AIDS”. A principal causa de transplante de fígado no Brasil é a “Hepatite B”. Se a doença for descoberta mais cedo, há o tratamento com o medicamento “Interferon”.

A verdade é que não se sabe quantos infectados com “Hepatite” existem  no país. Se somarmos as ”Hepatites B e C”, chegaremos a 2 milhões de pessoas, contra 600 mil infectados com o vírus da “AIDS”.

A grande incidência do vírus da “Hepatite C” entre ex-atletas levou a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP), em conjunto com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) a iniciar em 2010 uma campanha em âmbito nacional.

Segundo a entidade, a campanha tem o objetivo de alertar toda a comunidade e, em especial, ex-atletas sobre a importância de se fazer o exame que detecta a “Hepatite C”. (Pesquisa: Nilo Dias)

Time do S.C. Gaúcho, de Passo Fundo, em 1973. (Foto: Luis Larchesqui. Reprodução publicada no jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Morre goleiro campeão da Copa do Brasil de 1991

Morreu ao início da tarde de ontem (17), o ex-goleiro Alexandre Pandóssio, de 53 anos, completados em 8 de fevereiro, que foi campeão da “Copa do Brasil” pelo Criciúma, em 1991, quando o time era treinado por Luiz Felipe Scolari.

Ele tinha ido durante a manhã até a praia do “Balneário Rincão”, município a 26 quilômetros de Criciúma, para jogar “futevôlei” com amigos, entre os quais “Sarandi”, seu ex-companheiro de equipe.

Ao subir para tocar de cabeça uma bola, Pandossio sentiu-se mal e caiu. De imediato recebeu atendimento de três médicos e de um bombeiro militar ainda no local do incidente e foi levado pelo Corpo de Bombeiros de Içara, que o transferiu, no meio do caminho para Criciúma até a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Na praia, Alexandre havia sofrido sete paradas respiratórias, e no trajeto até o hospital ocorreram outras 20, o que fez com que o coração não resistisse. Ele é o segundo campeão da Copa do Brasil de 1991 a falecer. O primeiro foi o atacante Adilson Gomes, que morreu de aneurisma cerebral em 1996.

Alexandre era natural de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Antes de jogar no Criciúma, teve passagens pelo Noroeste e Mogi Mirim. Chegou ao “Tigre” em 1990, permanecendo por lá até 1996. Foi campeão catarinense em 1990, 1991 e 1993 e Campeão da Copa do Brasil em 1991.

O time base do Criciúma, campeão da “Copa do Brasil” tinha Alexandre – Sarandi – Vilmar - Altair e Itá - Roberto Cavalo – Gelson – Grizzo - Zé Roberto - Soares e Jairo Lenzi.

Outro grande momento de sua carreira foi ter disputado a “Taça Libertadores da América”, de 1992 pelo Criciúma. O time catarinense foi o primeiro do grupo na primeira fase e avançou até as quartas de final, quando foi eliminado pelo São Paulo de Raí, Palhinha e Müller, treinado por Telê Santana, que conquistou o título da competição e ainda foi campeão mundial naquele ano.

Antes de encerrar a carreira, jogou ainda no União Barbarense (SP) e Gama (DF), onde foi campeão da “Série B” em 1998 e do Campeonato Brasiliense em 1998 e 1999. Depois que pendurou as chuteiras foi auxiliar técnico no próprio Criciúma, o que lhe garantiu experiência para trabalhar como treinador.

Em 2007, deu inicio a nova carreira, treinando o Atlético Rondoniense. No ano seguinte, comandou o “Cidade Azul”, hoje Tubarão. Em 2010 dirigiu o Imbituba, time para o qual retornou em 2012, depois de comandar o Próspera, de Criciúma, em 2011.

Bem estruturado financeiramente, atualmente Alexandre tinha como atividade a de comentarista esportivo da “Rádio Som Maior”, de Criciúma (FM 100,7) e também fazia transações imobiliárias. Deixou a esposa Raquel e os filhos Rafael e Alessandra.

O velório de Alexandre começou na noite de ontem, no "Crematório Millenium", no bairro Liri, em Içara, na “C-445”, onde o corpo será cremado hoje às 17 horas. O prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro, emitiu uma nota lamentando o falecimento do ex-jogador:

“A ida precoce de Alexandre Pandóssio afasta a cidade de Criciúma do convívio, acima do ídolo, de um grande homem. Decisivo para uma das maiores façanhas do nosso time, deu-nos o privilégio da escolha pela nossa cidade para viver com a família.

Que Deus ampare e dê forças aos familiares, amigos para suportar esse momento de dor. Perde-se a presença física, mas permanece conosco o exemplo do esportista e ser humano de enorme respeito”. (Pesquisa: Nilo Dias)


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Avião do Green Cross achado 53 anos depois

Uma expedição de alpinistas encontrou os restos do avião Douglas DC 3, da Linhas Aéreas LAN,  em que viajava a equipe de futebol profissional chilena, do  Green Cross, que em 1961 se perdeu na “Cordilheira dos Andes”, ao Sul do Chile, se chocando contra as montanhas a 3.200 metros de altura.

Na noite do acidente, a delegação do clube chileno havia sido dividida em duas partes. A maioria não quis pegar uma viagem que tinha algumas escalas, e acabou esperando pelo segundo vôo, o do acidente.

No total, morreram 24 pessoas na tragédia, incluindo oito jogadores, o técnico da equipe e o fisioterapeuta. Eles faziam o trajeto entre Osorno e Santiago, depois de um jogo pela Copa do Chile, frente o Provincial Osorno, em 3 de abril de 1961.

O local, próximo à cidade de Linares, é diferente do qual se acreditava ter ocorrido o acidente há quase 54 anos. A descoberta se deu na chamada “Cordilera de Linares”, a 306 quilômetros de Santiago, segundo informou o vespertino “La Segunda”.

O avião está a mais de 3.200 metros de altitude e ainda conserva grande parte da fuselagem. Tem muito material espalhado pelo local, inclusive restos de ossos, disse o membro da expedição de alpinistas, Leonardo Albornoz.  

Na época, o acidente causou grande comoção em todo o mundo, mas a aeronave não foi encontrada, em que pese os esforços por encontrar seus restos.

O que se sabe de concreto é que os destroços do avião não se encontram no local onde todas as publicações oficiais pensavam.  Albornoz disse que o paradeiro exato do acidente não será revelado de momento, para evitar que se transforme em um circuito turístico e por respeito às famílias.

Existe o temor de que ao ser profanado o local, ainda se levem os restos da aeronave como troféus. Albornoz salientou que não pode ser esquecido que ali morreram pessoas e tem de se respeitar as famílias. Além disso, a região onde estão os destroços é de difícil acesso, com vários penhascos, gelo, rios e lagos.

Por enquanto as informações são muito desencontradas. Chegou a ser divulgado que alguns corpos foram resgatados e que tentativas posteriores não encontraram mais o local.

Existem também rumores da existência no local de caixas cheias com pedras, que serviram de caixões no momento em que se realizou o resgate e de outras situações confusas, que com o passar dos anos alimentaram este mítico acidente, convertendo-o numa mistura de história e lenda.

O Green Cross era um clube bastante antigo, tendo sido fundado em 27 de junho de 1916, na cidade de Santiago e participava na época do acidente da Primeira Divisão Chilena. Chegou a ser importante, tendo sido campeão chileno em 1945.

Em 20 de março de 1965, quatro anos depois do acidente, o time deixou Santiago e se fundiu com o Temuco, criando o Green Cross-Temuco. Porém, mais tarde, apenas o nome do segundo clube ficou, e hoje está na Segunda Divisão. (Pesquisa: Nilo Dias)

Time do Green Cross, em 1960. (Foto: Divulgação)

Os alpinistas Leonardo Albornoz e Lower Lopez, idealizadores da busca. (Foto: Jornal "La Segunda) 

Um craque do futebol sul-coreano

Quem pensa que o futebol sul-coreano não revelou grandes jogadores para o futebol mundial, está enganado. Park Ji-Sung, nascido em Goheung, um condado da Coreia do Sul na província de Jeolla do Sul é considerado o melhor futebolista sul-coreano de todos os tempos, e um dos destaques do futebol asiático na história.

Ele nasceu no dia 25 de fevereiro de 1981, e cresceu em Suwon, uma cidade satélite, 30 km ao sul de Seul. Começou a jogar futebol quando cursava o quarto ano do ensino fundamental, tornando-se conhecido como um dos maiores jovens talentos na Coréia do Sul, chamando a atenção de diversos clubes. Já mostrava grande precisão nos passes e era um emérito driblador.

Não demorou para assinar um contrato de profissional com o Kyoto Sanga, do Japão. Depois de uma temporada no clube nipônico, foi convidado pelo seu ex-técnico, Guus Hiddink, para defender o PSV Eindhoven, um dos principais clubes da Holanda.

Hiddink assumiu a direção técnica do time holandês, logo após a Copa do Mundo de 2002. E chamou os jogadores sul-coreanos Park e Lee Young-Pyo. Enquanto Lee se tornou em pouco tempo titular da equipe, Park teve muitas dificuldades em razão de seguidas leões.

Ao final da temporada 2003-04, Park já tinha se adaptado bem ao futebol holandês e também ao país. Na temporada 2004-05, com a saída de Arjen Robben para o Chelsea, ele ganhou novas oportunidades no time e não demorou para ser titular absoluto  de um meio-campo que contava com Johann Vogel, DaMarcus Beasley e os holandeses Mark van Bommel e Philip Cocu.

Os torcedores passaram a gostar muito dele e até criaram uma canção em sua homenagem, chamada de "Canção para Park". lançada especialmente para o álbum do time.

Ao término da temporada 2004-05, Park transferiu-se para o Manchester United, da Inglaterra, que tinha como técnico o famoso Alex Ferguson. Assinou um contrato de 4 anos, ganhando 4 milhões de Euros.

Park se tornou o primeiro futebolista asiático a ser capitão do Manchester United, depois de receber a braçadeira de Ryan Giggs, quando o substituiu durante um jogo em casa pela “Champions League”, contra o Lille, no dia 18 de outubro de 2005.

Park marcou o seu primeiro gol com a camisa do Manchester, no dia 20 de dezembro de 2005, durante a vitória por 3 X 1 sobre o Birmingham, pela 5ª rodada da “Carling Cup”.

Com uma lesão no joelho que teimava em não curar, em abril de 2007, Park foi aos Estados Unidos para fazer uma cirurgia. Mesmo afastado por lesão durante a maior parte da temporada, ele ainda participou de alguns jogos, tornando-se o primeiro jogador sul-coreano a conquistar a “Premier League”.

Depois de derrotar o Barcelona, de Leonel Messi e Companhia, o Manchester United chegou a final da “Liga dos Campeões da UEFA 2008-08”. Nesse jogo, Park foi escolhido como o melhor em campo, depois de uma exibição de gala.

A final contra o Chelsea aconteceu no dia 29 de abril de 2008, mas Park não foi relacionado pelo técnico Alex Ferguson, que afirmou posteriormente ter sido essa uma das decisões mais difíceis que teve de fazer ao longo de sua carreira como treinador.

O Manchester foi campeão, em jogo disputado no Estádio Luzhniki, em Moscou, e decidido nas penalidades máximas, depois de empate em 1 X 1 nos 90 minutos. Dessa maneira, Park se tornou o primeiro jogador sul-coreano a vencer essa competição.

Em 2010 o United perdeu a “Liga dos Campeões da Europa” para o Bayern Munique, e a “Premier League” para o Chelsea. Em 14 de setembro de 2009, Park assinou uma extensão de contrato de três anos com o United, para permanecer no clube até 2012.

Depois de ter participado da Copa do mundo da África, pela Seleção de seu país, Park foi deixado de fora de alguns jogos do Manchester no Campeonato Inglês, por decisão técnica. Depois foi ficou fora do clube para jogar a Copa da Ásia de 2011, sua última competição internacional pela Coréia do Sul, retornando ao Manchester em fevereiro.

De retorno ao seu clube, Park foi peça fundamental na conquista do título da “Premier League”. E depois, teve atuações decisivas nos jogos válidos pelas quartas de finais da “Liga dos Campeões da UEFA” de 2010-11, contra a equipe do Chelsea, levando o Manchester a uma nova final, dessa vez contra o poderoso Barcelona de Lionel Messi, Andrés Iniesta, Xavi Hernández e companhia.

Esteve em campo durante os 90 minutos daquela final no Estádio de Wembley, mas nada pode fazer para evitar a derrota de sua equipe por 3 X 1, que terminou como vice-campeão da competição.

Na temporada 2012-2013, depois de sete anos, deixou o Manchester, se transferindo para o  Queens Park Rangers,  onde teve como companheiros de equipe os brasileiros Júlio César e Fábio Silva, que estavam emprestados. Ficou apenas uma temporada por lá, visto que o time foi rebaixado para a “Football League Championship”, a Segunda Divisão do Campeonato Inglês.

Na temporada 2013-2014 estava de volta ao PSV, levado pelo seu ex-companheiro de equipe no próprio time holandês, Philip Cocu. Mas o sul-coreano não conseguiu repetir o mesmo sucesso de sua passagem anterior pelo clube. Jogou somente 25 partidas e marcou 2 gols.

No dia 3 de Maio do ano passado, Park jogou sua última partida como atleta profissional, uma vitória do PSV por 2 X 0 em cima do NAC Breda pela “Eredivisie”. Dias depois, ele anunciou a aposentadoria, aos 33 anos de idade, em entrevista acontecida no Centro de Futebol JS, que leva suas iniciais e está instalado em Suwon, cidade onde cresceu.

Pela Seleção da Coreia do Sul, Park participou das Copas do Mundo de 2002, 2006 2010, sendo destaque do seu país em todas as participações. Escreveu seu nome na seleta lista de jogadores que marcaram gols em 3 Copas diferentes, ao lado de Ronaldo, Klose e Pelé.

Nos 3 jogos das Copas do Mundo em que marcou gols, sua seleção nunca perdeu. Esses jogos foram: Coréia do Sul 1 X 0 Portugal, em 2002; França 1 X 1 Coréia do Sul, em 2006 e Coréia do Sul 2 X 0 Grécia, na Copa de 2010. Foi capitão da sua seleção nas Copas de 2006 e 2010.

Em 31 de janeiro de 2011, aos 29 anos, Park já havia anunciado que não mais jogaria pela Seleção sul-coreana. Isso, depois de um terceiro lugar de seu país na “Copa da Ásia”, quando perdeu a semifinal para o Japão, que se sagrou campeão. Na ocasião disse que era hora de dar chances aos novos talentos.

Foi eleito “Man of the Match” no jogo França 1 X 1 Coréia do Sul, pela fase de grupos da Copa 2006. Vale lembrar que o time francês contou na ocasião com a presença em campo do jogador Zinedine Zidane no auge de sua carreira, e que seria depois eleito pela FIFA o melhor jogador da competição.

Embora tenha conquistado grandes títulos em sua vitoriosa carreira, nunca conseguiu ser campeão de nada pela Seleção Sul-Coreana. A campanha de maior relevância para ele na Seleção foi chegar as semifinais da Copa do Mundo de 2002, que foi sediada em sua própria casa, na Coréia do Sul e no Japão. A seleção de Park foi eliminada para seleção da Alemanha pelo placar de 1 X 0. (Pesquisa: Nilo Dias)

Park, quando jogava pelo Manchester United, da Inglaterra. (Foto: Divulgação) 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Os 100 anos do "Leão da Cantareira"

O Jabaquara Atlético Clube, de Santos (SP), foi fundado em 15 de novembro de 1914. É mais um clube centenário do futebol brasileiro e uma das entidades fundadoras da atual Federação Paulista de Futebol. Quando da fundação se chamava Hespanha Foot-ball Club.

O clube surgiu graças a um grupo de jornaleiros espanhóis, ou "tribuneiros", como eram conhecidos, que tinham interesse em organizar um time de futebol na região em torno do atual bairro do Jabaquara.

Já havia um time de espanhóis na localidade, o Afonso XIII, nome de um monarca espanhol, que não parecia muito adequado para um clube sediado no Brasil, um país republicano.

A reunião de fundação foi realizada na casa de José Domingues, um zelador que residia na “escada de pedras” da pedreira, no final da atual rua Rangel Pestana, próximo à subida do morro da Nova Cintra.

E foi “Nova Cintra” o primeiro nome cogitado para batizar o novo clube, por ser nome do morro onde morava a maioria dos espanhóis em Santos. O nome “Jabaquara” também foi sugerido, por ser o local do campo de futebol.

Um senhor negro, ex-escravo, sugeriu o nome “Hespanha”, tendo em vista o grande número de espanhóis associados, e foi esta última idéia aceita por todos sem mais discussão. Assim nasceu o “Hespanha Foot-ball Club”, com as cores da bandeira espanhola: amarela e vermelha.

A primeira diretoria foi escolhida em caráter provisório: Luiz Lopez Ramos (presidente); Ricardo Rodriguez (vice-presidente); José Giraldez Batalha, Cristóvão Ramos, João Alves Lopez e Odillo Prieto Garcia, nos demais cargos.

Pouco tempo depois o senhor Luiz Lopez Ramos renunciou à presidência, assumindo o vice, senhor Ricardo Rodriguez. Em 1916 o Hespanha já havia registrado seus estatutos e realizou a primeira eleição oficial. Foi eleito presidente o senhor Odillo Prieto Garcia.

O primeiro jogo oficial da história do Hespanha aconteceu em 1916, frente o Clube Afonso XIII, formado na maioria por espanhóis, que se reuniam em uma área das proximidades da pedreira do Contorno, no bairro do Jabaquara.

O resultado do jogo foi um empate em 1 X 1. A partida se constituiu num grande acontecimento, em que não faltaram discursos, flores e banda de música.

Em 1917 o Hespanha Foot Ball Club disputou o primeiro campeonato oficial, promovido pela Liga Santista de Jogos Atléticos. No mesmo ano, promoveu um jogo contra o temido time da São Paulo Railway Athletic Club (SPR), que dias antes havia goleado o Corinthians Paulista por 5 X 2.

A equipe do Hespanha era formada por Atanásio – Cotó e Luiz Campeão – Lagreca – Dominguinho e Armando – Marrieto – Bertoni – Manequinho - Camilo e Belmiro. O Hespanha venceu por 2 X 1 e a renda somou 865 mil réis, quantia que resolveu a péssima situação financeira em que se encontrava o clube.

O evento terminou à noite, com um jantar de confraternização. A alegria era tanta que jogadores e torcedores saíram em corso pela cidade, carregando a taça, a bola e a bandeira,

Em 1918 conquistou o seu primeiro título, campeão da “Taça Grande Café D’Oeste”, feito que se repetiu nos anos de 1919 e 1920, o que lhe garantiu a posse em definitivo do troféu. Em 5 de dezembro de 1920, participou como convidado na inauguração do “Estádio Ulrico Mursa”, da Associação Atlética Portuguesa.

Na ocasião, o Hespanha enfrentou o Brasil Futebol Clube, empatando por 1 X 1. Os outros jogos do evento foram Portuguesa 1 X 1 Palestra e SPR 0 X 0 América.

Em 14 de dezembro de 1924 o Hespanha inaugurou o “Estádio Antônio Alonso”, localizado no bairro do Macuco, que levou o nome do seu proprietário.

Entre 1927 e 1930, mesmo não ganhando títulos, o Hespanha permaneceu entre os primeiros colocados no mais importante torneio de amadores da época: vice campeão da Liga de Amadores em 1927 e 3° colocado em 1928.

Com o tempo o time foi ganhando respeito, não tomando conhecimento dos chamados “grandes” do futebol paulista. Tinha jogadores que sempre demonstravam muita garra e vontade, casos de Gomes, Apelian, Dito, Manolo, Marreiros, Vilas, Argentino, Izolino, Espoleta, Tito e Passos. Por causa disso, os torcedores apelidaram o onze dos espanhóis de “Leão do Macuco”.

O Hespanha disputou a Primeira Divisão Paulista (atual A-1) entre os anos de 1927 a 1963, com apenas sete ausências. Atualmente faz parte da Série B (Quarta Divisão) do Campeonato Paulista de Futebol, organizado pela FPF.

O primeiro jogo de caráter internacional da história do Hespanha, aconteceu no dia 29 de março de 1930, quando enfrentou e venceu por 3 X 2 a Seleção de Buenos Aires, com um gol de Cassoli e dois de Bento.

Em 1939, o terreno onde se situava o estádio do Hespanha foi vendido pelo seu proprietário, o senhor Antonio Alonso. Mas ele não deixou o clube na mão, doou uma quantia suficiente para a compra de um terreno próprio.

Enquanto o novo estádio não saia do papel, o Hespanha passou a utilizar em seus jogos o Estádio Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista. Só nos anos 40 que o clube adquiriu uma área na Ponta da Praia, próximo de onde hoje se situa o Aquário Municipal.

O local não gozava de boa reputação, pelo contrário, era considerado um dos piores bairros de Santos. Não tinha nenhuma infraestrutura e sofria com problemas de alagamentos. Em tal local, o máximo que se pode fazer foi construir um campo para treinamentos.

O Hespanha foi um dos clubes fundadores da Federação Paulista de Futebol, em 22 de abril de 1941, ao lado de Clube Atlético Ypiranga, Sport Club Corinthians Paulista, Santos Futebol Clube, Sociedade Esportiva Palmeiras, Associação Atlética Portuguesa Santista, Nacional Atlético Clube, Associação Portuguesa de Desportos, Clube Atlético Juventus, São Paulo Futebol Clube e Comercial Futebol Clube.

No início da década de 1940, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, houve a necessidade de mudança do nome de Hespanha, em razão de um decreto governamental que proibia entidades de usarem denominações que lembrassem os países do “Eixo”.

Foram cogitados os nomes de “XV de Novembro”, “Cruzeiro do Sul”, e outros, mas a escolha recaiu em Jabaquara, por sugestão do associado Raul Vasquez Rios, que quis homenagear o bairro onde o clube surgiu e onde se situava o seu primeiro campo de futebol.

Isso aconteceu no dia 7 de novembro de 1942. Mesmo sendo o fim de uma era, a Diretoria organizou no Restaurante Bodega, aquilo que se denominou de “o banquete do adeus”. Na ocasião, chegou a ser ensaiado alguns gritos de “JAC”, as iniciais do novo nome.

Mas essa idéia não prosperou. O repórter esportivo Adriano Neiva da Motta e Silva, o famoso “De Vaney”, não gostou do que ouviu, e na edição seguinte do “Jornal de São Paulo”, em sua coluna “O Esporte”, chamou o clube de “Jabuca”, que de cara caiu no gosto da torcida.

No período entre 1940 e 1957, sob o comando do técnico Arnaldo de Oliveira, o “Papa”, o Jabaquara revelou vários jogadores para o futebol paulista e brasileiro, entre os quais o goleiro Gilmar, que depois jogou no Corinthians e foi campeão mundial pelo Santos e Seleção Brasileira.

E ainda Osvaldo da Silva, mais conhecido por Baltazar, que se notabilizou no Corinthians como o “Cabecinha de Ouro” e que tinha como maior virtude o cabeceio.

Outros craques formados no time de Santos foram Marcos, que jogou no Corinthians; Feijó, Getúlio, Ramiro e Álvaro, que brilharam no Santos; Célio, que defendeu o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro e Melão, que depois de atuar no Santos, foi para o futebol italiano.

Em 1944, o Jabaquara formou um dos melhores times de sua história. O ataque era sensacional, com Doca – Baltazar – Bahia - Leonaldo e Tom Mix.

Em dezembro daquele ano obteve vitórias expressivas sobre o São Paulo (3 X 2) e Corinthians (5 X 2), com três gols de Baltazar, um de Tom Mix e um de Alemãozinho.

Dai para a frente o time teve altos e baixos. Em 1945 foi quinto colocado no “Paulistão”. Depois passou por nova crise financeira. Em 1954, por pouco não foi rebaixado para a Segunda Divisão.

No início dos anos 50, o Jabaquara vendeu a área de seu campo de treinos, na Ponta da Praia, o que não livrou o clube de suas dificuldades financeiras. E foi assim que o time, sem campo próprio e contrariando mais de 40 anos de tradição, passou a treinar em São Vicente, em um gramado emprestado.

Em 1957 todos previam o fim do clube, que não tinha campo e o time era de regular a ruim. Foi quando a Diretoria contratou o técnico argentino Nelson Filpo Nunes ou "Dom Filpo", como era carinhosamente chamado. Ele levantou o time, que passou a vencer quase todos os jogos.

Em 31 de julho de 1957, a noite, o Jabaquara escreveu uma das mais bonitas páginas de sua história, quando derrotou em plena Vila Belmiro, ao Santos de Pelé e companhia, por 5 X 3, e de virada. Em 22 minutos de jogo o Santos já havia feito 3 X 0. A imprensa chamou aquele jogo de “Terremoto na Vila”.

Pasmem. O Jabaquara colocou em seu time um zagueiro desconhecido, que ao final do jogo se soube ser Oswaldo Malcriado, o tesoureiro do clube, escalado pelo técnico Filpo Nuñes para completar o quadro de 11 jogadores.

Depois disso "Dom Filpo" passou num constante vai e vem no Jabaquara. Em 1959, o técnico mais uma vez evitou o rebaixamento. Mas em 1963, não deu mais para fazer milagres.

Quando faltavam dois jogos para disputar e precisando vencer os dois, para poder disputar a vaga com a Prudentina, penúltima colocada, a coisa ficou feia. Um desses jogos era contra o Santos. Não deu outra, o time de Vila Belmiro ganhou de goleada, 5 X 3, e o Jabaquara caiu para a 2ª Divisão.


Em 1961, o clube conseguiu comprar uma grande área no bairro da Caneleira. O terreno, com 67.380 m2, de propriedade de José Ferreira, recebeu como garantia e sinal da transação, um cheque de CR$ 1 milhão, adiantado pelo desportista Manoel Ramos Lopes. Em janeiro de 1963, o terreno já estava totalmente quitado.

A área era bem maior que o necessário. Para se ter uma idéia, a Vila Belmiro mede 18 mil m2. Mas nenhum torcedor ou sócio do clube admitia a idéia de vender um metro quadrado sequer da área para investir dinheiro no futebol. Talvez fossem lembranças amargas do passado sem campo.

Em março de 1964 o Jabaquara realizou a sua primeira excursão ao exterior, jogando alguns amistosos na Argentina. Em 1967, teve de pedir licenciamento da Federação Paulista de Futebol, deixando o profissionalismo e se dedicando apenas às competições amadoras.

Em 1971 o clube inaugurou o "Estádio Hespanha", localizado na avenida Francisco Ferreira Canto, 351, no bairro da Cantareira, na divisa com o município de São Vicente. Na ocasião passou a ser chamado por seus torcedores de "Leão da Cantareira".

O festival de inauguração contou com estes jogos: Itararé 1 X 0 Jabaquara (Veteranos); Barreiros 3 X 2 Horto Municipal (Principal); Jabaquara 2 X 1 Pasteur (Infantis); Pasteur 1 X 0 Jabaquara (Amadores) e Jabaquara 0 X 0 Fefis (Principal).

Em 1976, sem gastos com o futebol, o Jabaquara conseguiu terminar o seu ginásio sócio-esportivo, que recebeu o nome de “José Vilarinho Cortês”.  Em 1977 o time voltou ao profissionalismo, dessa vez para disputar a “Terceira Divisão”.

Seu primeiro jogo foi contra o M.A.F., de Piracicaba, com vitória de 5 X 3. (M.A.F. são as iniciais do empresário Manoel Ambrósio Filho, proprietário da indústria de máquinas de costura Leonan, que dava apoio financeiro para o time.)

Em 1980, por ser clube fundador da Federação Paulista de Futebol, disputou como convidado o campeonato da 2ª Divisão intermediária, mas no final acabou voltando à 3ª Divisão. Em 1983, uma manobra de Nabi Abi Chedid aumentou o número de times da 2ª Divisão, e o Jabaquara subiu automaticamente. Mas de nada adiantou porque foi novamente rebaixado no final.

Em 1987, em comemoração ao seu 73° aniversário, jogou um amistoso contra o São Bento, de Sorocaba, quando vestiram a camisa rubro-amarela os campeões mundiais Clodoaldo e Rivelino e o santista Douglas. O Jabaquara venceu por 1 X 0.

Em novembro de 1991, o Jabaquara concluiu um novo sistema de iluminação para o "Estádio Hespanha". Na inauguração promoveu dois amistosos, perdendo para o Santos por 2 X 0 e empatando com a Portuguesa Santista em 0 X  0.

Em 1993, disputando com 56 equipes, sagrou-se campeão paulista da Terceira Divisão. Em 1995 foi campeão paulista invicto de Juniores, da Segunda Divisão. Em 1997 teve o artilheiro do campeonato da B1-A da Federação Paulista de Futebol, Sérgio Miler, com 26 gols.

Em 2002 o Jabaquara foi campeão paulista da Série B-3, quando manteve uma invencibilidade de 23 jogos, a maior série de sua história. Em 2004, o clube festejou uma boa condição financeira, com todos os seus compromissos rigorosamente em dia.

Em 2004 o “Jabuca” disputou o Campeonato Paulista da Série B-2, chegando à segunda fase da competição e terminando na 11ª posição da classificação geral, com uma invencibilidade de 23 jogos.

No ano de 2006, o time fez uma de suas piores campanhas no Campeonato Paulista da Quarta Divisão. Em 2007, através de uma parceria com a equipe do Litoral Futebol Clube, chegou às quartas de final do Campeonato Paulista da Quarta Divisão.

Em 2008 o Litoral Futebol Clube, clube de um projeto social idealizado por Pelé, foi anexado ao Jabaquara. Com isso a equipe conseguiu apoio para as disputas da Série B estadual e para as categorias de base, além de um patrocínio com a empresa alemã "Puma", fornecedora de materiais esportivos.

Além do Jabaquara, o recém criado Monte Alegre e o Paulista de Jundiaí também fazem parte do projeto.

Títulos. Estaduais: Campeão - Série A3 (1993); Campeão Paulista - Segunda Divisão (2002); Campanhas de Destaque: Taça Grande Café D'Oeste (1918, 1919 e 1920); Vice-Campeão Paulista Sub-20 - 2ª Divisão (2011 e 2012); Vice-Campeão Paulista (1927). (Pesquisa: Nilo Dias)

Linha de ataque do Jabaquara em 1944: Doca, Baltazar, Bahia, Leonaldo e Tom Mix. (Foto: Arquivo fotográfico do clube)