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terça-feira, 16 de abril de 2019

De Planaltina (DF) para o mundo

Lucimar da Silva Ferreira, mais conhecido como Lúcio, nasceu em Planaltina (DF), no dia 8 de maio de 1978. É um futebolista brasileiro que atua como zagueiro e líbero. Atualmente, joga no Brasiliense, do Distrito Federal.

Lúcio é um jogador conhecido pela sua força física, pelo seu jogo aéreo e pela sua presença no ataque, o que já lhe rendeu a marca de 52 gols marcados na carreira.

Quase uma unanimidade entre os torcedores e especialistas brasileiros, Lúcio é, juntamente com Taffarel, o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção Brasileira de Futebol, com 105 presenças, além de ter sido o capitão da equipe verde a amarela na “Copa do Mundo” de 2010 e na “Copa América” de 2011.

Iniciou sua carreira profissional em 1997 quando, em seu primeiro jogo após a transferência do Planaltina Esporte Clube para o Clube de Regatas Guará, enfrentou o Internacional, de Porto Alegre, pela Copa do Brasil e, mesmo seu time perdendo por 7 X 0, Lúcio agradou aos olheiros colorados e o clube gaúcho desembolsou R$300 mil pelo seu passe.

Atuou pelo “Colorado” até 2000, quando foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Mesmo cobiçado pelo Barcelona negociou sua ida para o Bayer Leverkusen, da Alemanha.

Lá, disputou a final da “Liga dos Campeões da Europa” de 2002, marcando o único gol dos alemães na derrota de 2 X 1 para o Real Madrid.

Eleito o melhor jogador do “Campeonato Alemão” de 2001-2002, em 2004, acertou por 12 milhões de euros, sua ida para o Bayern, de Munique, onde veio a conquistar o tricampeonato alemão.

Foi ídolo durante sua passagem pelo futebol do país, e conforme declarações do ex-treinador da Seleção Alemã, Jürgen Klinsmann, seria o brasileiro predileto dos alemães para jogar em sua seleção, caso se naturalizasse.

Preterido pelo técnico Louis Van Gaal, em 2009, Lúcio transferiu-se para a Internazionale, de Milão, onde conquistou a “Liga dos Campeões da Europa” de 2010 e o “Mundial Interclubes”.

Em sua primeira temporada pelo clube, 2009-2010, foi um dos principais destaques na conquista da tríplice coroa, “Champions League”, “Serie A” e “Coppa Italia”. Curiosamente, na final da Champions League, Lúcio enfrentou o seu ex-clube, o Bayern de Munique, e foi fundamental na vitória da Inter pelo placar de 2 X 0.

Após três anos de um casamento praticamente perfeito com a Internazionale, de Milão, o zagueiro resolveu pedir o divórcio. Ansioso por novos ares, o brasileiro pediu para sair do clube italiano e foi atendido.

Em 4 de julho de 2012, Lúcio assinou com a Juventus por dois anos. No mesmo ano, sagrou-se campeão da “Supercopa da Itália” em uma vitória por 4 X 2 sobre o Napoli, conquistando assim seu primeiro e único título com a camisa da “Velha Senhora”.

Cinco meses depois, no dia 17 de dezembro veio o anúncio de que Lúcio e a Juventus encerravam o contrato de modo consensual. O jogador teve uma participação frustrada no clube, tendo atuado em apenas quatro jogos: duas partidas na “Liga dos Campeões”, uma da “Supercopa italiana” e uma vitória na “Série A italiana”.

No dia 16 de dezembro de 2012, acertou sua saída da equipe de Turim, e confirmou as negociações que se desenvolviam desde meados de 2012 para seu retorno ao Brasil.

Em 18 de dezembro de 2012, dois dias depois de deixar a Juventus, Lúcio fechou por dois anos com o São Paulo, concretizando, depois de 12 anos na Europa, seu retorno ao futebol brasileiro.

Acostumado à Europa, Lúcio, depois de mais de uma década no futebol europeu, afirmou que tentava vencer a timidez e ter mais momentos de descontração, fatores que lhe faziam falta no “Velho Continente”.

Em março de 2013, após a derrota tricolor para o Arsenal, de Sarandí, Argentina, por 2 X 1, pela “Copa Libertadores”, Lúcio questionou sua substituição, feita pelo técnico Ney Franco, alegando que, quando saíra, o resultado era 0 X 0.

Com relação a ter deixado o campo contrariado, o zagueiro se justificou da seguinte maneira: "Não fiquei bravo, fiquei triste. Não fui para o ônibus antes de acabar a partida. Eu assisti à partida do vestiário, que fica a dois metros do campo. Triste, todo o mundo fica (quando é substituído). Quando eu não ficar mais triste tenho que parar de jogar futebol".

A má fase do zagueiro o levou a perder a posição de titular. Mas, em 7 de abril, quando foi escalado o time reserva são-paulino diante do Botafogo, de Ribeirão, Lúcio marcou um gol de falta e foi um dos líderes na vitória por 3 X 1, fora de casa.

Após a classificação heroica para cima do Atlético Mineiro, Lúcio prejudicou o São Paulo ao ser expulso no jogo de ida das oitavas da “Copa Libertadores” contra o mesmo Atlético Mineiro, quando seu time ganhava por 1 X 0.

Mas após a expulsão do jogador, o time, que até então tinha uma partida excelente, caiu de qualidade e se viu tomando 2 gols, o primeiro de Ronaldinho Gaúcho e o segundo de Diego Tardelli, sofrendo uma virada em pleno Morumbi de 2 X 1, o que tornou muito difícil a classificação para as quartas de final.

Ainda em baixa no “Tricolor”, Lúcio fez uma boa estreia de “Brasileirão” diante da Ponte Preta, marcando, inclusive, um gol na vitória por 2 X 0, e, assim, tentou recuperar a moral que tivera quando chegou ao clube, há cinco meses.

Em junho, após o empate fora de casa diante do Atlético Mineiro por 0 X 0, pela terceira rodada do principal certame em disputa no Brasil, Lúcio foi elogiado por Ney Franco. Esquecendo os atritos de um passado recente, o treinador afirmou que o zagueiro, agora, "estava dando retorno nos jogos".

No final de julho, no entanto, depois de uma troca de treinadores - Paulo Autuori substituiu Ney Franco - Lúcio, apesar de chances nos primeiros jogos sob o comando do novo técnico, acabou perdendo espaço no elenco, principalmente por, afobadamente, subir ao ataque e desguarnecer o setor defensivo tricolor.

Além do mais, correndo o risco de ficar de fora da excursão à Europa e ao Japão, o zagueiro ainda viu a diretoria estudar a rescisão de seu vínculo com o clube.

Além do mais, Lúcio acabou afastado do elenco são-paulino por insubordinação, após não aceitar críticas de Autuori. O treinador teria atribuído o gol do Internacional, na derrota tricolor por 1 X 0 aos gaúchos, a uma falha do defensor, que não aceitou as críticas do comandante.

Como consequência do seu afastamento, Lúcio não viajou à Alemanha para a disputa da “Copa Audi”, fator que acabou acarretando um prejuízo de €40 mil em relação ao valor inicialmente acordado.

O que acarretou tal redução foi uma das cláusulas no contrato do campeonato, que exigia a presença do zagueiro, ídolo do Bayern de Munique, clube que o organiza.

Mesmo diante da alegação da diretoria tricolor, que argumentou sobre os problemas de insubordinação, os alemães não foram flexíveis e fizeram valer seus direitos.

Sem zagueiros e naufragado numa crise sem precedentes, Lúcio acabou, de solução, se tornando um "imbróglio" ao clube do Morumbi.

Após não receber propostas e declinar às ofertas provenientes do mercado oriental, os são-paulinos também temiam a rescisão com o zagueiro, que custaria R$2 milhões.

Além do mais, treinando em separado, também gerou severas despesas, já que seu salário estava pouco abaixo do teto tricolor.

No entanto, apesar de todos os reveses que a manutenção do zagueiro representava financeiramente, o novo diretor de futebol do clube, Gustavo Vieira, confirmou que Lúcio não permaneceria no São Paulo. Se não houvesse acordo com nenhuma outra agremiação, o atleta poderia acabar mesmo sendo dispensado.

Com o fechamento da janela europeia bastante próximo, o clube ainda tentou negociar Lúcio com algum interessado no “Velho Continente”. As chegadas de Antônio Carlos, do Botafogo, e Roger Carvalho, do futebol italiano, contribuíram para que houvesse o desinteresse são-paulino em manter o pentacampeão.

Com a confirmação de seu afastamento, definitivo até segunda ordem, Lúcio perdeu, inclusive, sua camisa 3, que, sem dono, ficou à espera de algum novo atleta para envergá-la.

Em 2 de janeiro de 2014, assinou contrato com o Palmeiras no ano de seu centenário. O pentacampeão mundial com a Seleção aceitou receber no novo clube, metade dos vencimentos daqueles que lhe eram pagos no Tricolor (R$150 mil contra aproximadamente R$300 mil).

Após um ano difícil, que terminou de irregular para Lúcio, foi afastado do plantel, ainda no final de 2014, rescindindo seu contrato em janeiro de 2015.

Com contrato até o dia 4 de junho de 2015, com o Palmeiras, Lúcio acertou com o F.C. Goa, para disputar o “Campeonato indiano”, que se iniciou em outubro e terminou em dezembro. Seu treinador no F.C. Goa, foi o brasileiro Zico.

Em 7 de dezembro de 2017, após um ano afastado dos gramados, Lúcio foi anunciado como novo reforço do Gama, para a disputa o Campeonato Brasiliense de 2018.

Lúcio fez 10 jogos pelo “Periquito” (nove no campeonato estadual e um amistoso). O zagueiro recebeu dois cartões amarelos e marcou um gol, diante do Santa Maria, pela fase de grupo do “Candangão”.

Foi anunciado como novo reforço do Brasiliense, para disputar a Série D em 2018. Aos 40 anos é o último pentacampeão de 2002 que está em atividade. Atualmente disputa o “Candangão” pelo Brasiliense.

Integrante da Seleção Brasileira desde 2000, quando ainda estava no Internacional e foi convocado pela primeira vez, e capitão da equipe desde 2006, Lúcio acumulou uma série de conquistas importantes, como a “Copa do Mundo” de 2002 e a “Copa das Confederações” de 2009, quando marcou o gol do título.

Na Copa do Mundo de 2002, teve altos e baixos durante a campanha do pentacampeonato, mas mesmo assim se manteve como titular e jogou todas as sete partidas da seleção, comandada por Luiz Felipe Scolari.

Na Copa do Mundo de 2006, mais uma vez como titular, bateu o recorde de maior tempo sem fazer faltas em Copas do Mundo. Permaneceu 386 minutos sem cometer nenhuma falta, superando o recorde de Carlos Gamarra que era de 383 minutos.

Ainda em 2006, após a saída de Cafu da seleção, Lúcio foi nomeado capitão da equipe por “Dunga”, que assumiu o comando depois da decepção no “Mundial” de 2006.

Sob o comando de “Dunga”, Lúcio passou a se tornar uma unanimidade na seleção entre os torcedores e especialistas, tendo excelentes atuações não só com a camisa canarinha, mas também em seu clube.

A preparação para a Copa do Mundo de 2010 foi proveitosa, tendo a Seleção conquistado a “Copa América” de 2007, da qual Lúcio não participou por lesão, e a “Copa das Confederações” 2009, em que o zagueiro foi destaque, sendo autor do gol que deu o título à equipe, contra os Estados Unidos, na final.

Já na Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul, acabou mais uma vez vendo seu time sucumbir nas quartas de final frente a Holanda. Esta foi sua primeira “Copa do Mundo” como capitão da “Seleção Brasileira”.

Após a Copa, ficou durante alguns meses fora das convocações de Mano Menezes, novo treinador que assumiu depois do “Mundial”. 

No dia 3 de março de 2011, entretanto, Lúcio voltou a ser convocado. Mano Menezes, que já havia avisado que renovaria a seleção com uma nova safra de jogadores mais jovens, optou agora por mesclá-la com a experiência de jogadores como Lúcio e Júlio César.

No dia 4 de junho de 2011, fez seu jogo de número 100 pela Seleção Brasileira, novamente contra a Holanda, algoz do Brasil na “Copa do Mundo anterior”.

O jogo foi realizado no “Estádio Serra Dourada”, em Goiânia, e terminou com o placar de 0 X 0. No dia 7 de junho de 2011, foi anunciada, logo após o amistoso contra a “Seleção da Romênia”, que marcou a despedida de Ronaldo, foi divulgada a lista de Jogadores convocados para a “Copa América” 2011, na Argentina, sendo que Lúcio estava na lista.

Títulos conquistados. Guará: Campeão Brasiliense (1996). Internacional: Campeão Gaúcho (1997) e Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior (1998). Bayern de Munique: Campeão da Bundesliga (2004–05, 2005–06 e 2007–08); Campeão da DFB-Pokal (2004–05, 2005–06 e 2007–08) e Campeão da DFB-Ligapokal (2004 e 2007). Internazionale: Campeão da Serie A (2009-10); Campeão da Coppa Italia (2009–10 e 2010–11); Campeão da Liga dos Campeões da UEFA (2009–10); Campeão da Supercoppa Italiana (2010); Campeão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA (2010). Juventus: Campeão da Supercopa da Itália (2012). Seleção Brasileira: Campeão da Copa do Mundo (2002); Campeão da Copa das Confederações (2005 e 2009).

Prêmios individuais. Bola de Prata da Revista Placar (2000); Melhor jogador da Bundesliga (2001–02, 2003–04); MasterSix Bola de Ouro (2007); Destaque Copa América (2008); FIFPro World XI (2010); Prêmio Futebol no Mundo (2009–10) e Melhor Zagueiro Central do Paulistão (2014). (Pesquisa: Nilo Dias)

Eu (Nilo Dias) e Lúcio, no Estádio Augustinho Lima, em Sobradinho, quando de uma visita do zagueiro à Brasília.