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domingo, 5 de outubro de 2014

A morte de Lori Sandri

Morreu na sexta-feira, 3, em Curitiba, onde residia com a família, o ex-técnico de futebol Lori Paulo Sandri, na idade de 65 anos. Gaúcho de Encantado, onde nasceu em 29 de janeiro de 1949, lutava há cerca de dois anos contra um tumor no cérebro. No início deste ano ele teve uma melhora e chegou a pensar em retornar ao trabalho. Mas piorou em seguida. O sepultamento aconteceu neste sábado, 5.

Lori fez carreira na década de 1960 como jogador ,atuando como meia-atacante em clubes do Paraná. Começou a jogar futebol no time amador do Esporte Clube Encantado em 1964, e em 1965 foi aprovado no junenil do Internacional, de Porto Alegre, mas por dificuldades financeiras, seguiu com sua madrinha para Curitiba. No Paraná, jogou no Esporte Clube Água Verde e na Seleção Paranaense de Futebol, mas ainda nas categorias de base.

Profissionalmente, iniciou no Rio Branco, de Paranaguá em 1969, e em 1970 no Seleto de Paranaguá, chegando as finais do campeonato. A partir de 1971 jogou no Clube Atlético Paranaense, onde ficou até 1973. Em seguida foi para o Londrina Esporte Clube e depois para o Esporte Clube Pinheiros, onde pendurou as chuteiras.

Começou muito cedo a carreira de treinador, em 1976 quando deixou os gramados. Com apenas 27 anos dirigiu o Esporte Clube Pinheiros, mas ganhou projeção no Uberaba, da cidade de igual nome no interior de Minas Gerais, em 1977/1978.

Foi no Rio Grande do Sul que conquistou suas maiores glórias, dois títulos estaduais, um com o Juventude, em 1998, de forma invicta, quebrando um tabu de 56 anos sem que times do interior do Estado vencessem a competição. O outro foi com o Internacional, em 2004.

Quando no Inter, Lori Sandri foi agredido por um torcedor que lhe jogou erva-mate, na chegada do time ao Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, após a eliminação do time na Copa do Brasil de 2004. Um mês depois, o Internacional sagrou-se campeão gaúcho, e o mesmo torcedor foi abraçá-lo.

Ao inicio dos anos 2000, Lori Sandri indicou a direção colorada a contratação do centro-avante Fred, quie recém despontava no América Mineiro. Seu passe custava 300 mil dólares, um valor irrisório para os moldes do futebol atual. Sem dibnheiro, o Inter não se interessou e nenhum investidor quis arriscar em um jogador ainda desconhecido.

O Cruzeiro, de Belo Horizonte acabou contratando o jogador, que disputou duas Copas do Mundo e tornou-se um dos jogadores mais valorizados da posição no mundo.

Em sua carreira de 38 anos como treinador, também trabalhou no Atlético Paranaense (1979 e 1983); Paraná Clube (2007); Sertãozinho (SP) (2007), Coritiba, onde foi vice-campeão brasileiro da Série B, em 1995, classificando o time para a Série A do ano seguinte e depois em 2000; Atlético Mineiro, onde comandou a equipe em 36 partidas e teve um aproveitamento superior a 60%; Criciúma (1981, 1987, 1991, 2003 e 2004); Vitória, da Bahia (2003), Goiás (2001); Guarani, de Campinas (2004); Sport (1995); Santa Cruz do Recife (1984 e 2010), onde disputou o Campeonato Pernambucano, a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro, Noroeste, de Bauru (SP) (2011) e Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), onde encerrou a carreira em 2012, devido a doença de que foi acometido.

Antes, em 2001, já estivera a frente do clube de Ribeirão Preto, por quem foi vice-campeão paulista daquele ano, perdendo o jogo final para o Corinthians. Naquela campanha, o Botafogo revelou jogadores que depois fariam sucesso no cenário nacional, como o goleiro Doni e o atacante Leandro.

Fora do Brasil treinou o Marítimo, de Portugal, onde disputou a Copa da UEFA e o Campeonato Português, nas temporadas 2008/2009, e o Tokio Verd, do Japão (2002/2003), onde disputou dois campeonatos da J. League. Além de passagens pelo futebol árabe, onde comandou o Al Shabab (1988/1989), a Seleção dos Emirados Árabes Unidos, nas eliminatórias da Copa do Mundo FIFA, de 1998, o Ettifaq Club (1994), o Al Ain, dos Emirados Árabes e o Hal Hilal, também dos Emirados Árabes.

Títulos. Atlético Paranaense: Campeão Paranaense (1983);  Guarani, de Campinas: Campeão Paulista do Interior (1986); Al-Shabab, da Arábia Saudita: Campeão da Copa do Golfo (1992), Campeão Árabe (1992) e campeão da Copa da Ásia (1993) e campeão dos Países Árabes (1993); Hal Hilal, dos Emirados Árabes: Campeão da Copa da Federação Árabe (1999); Cricíuma: Campeão Catarinense (1991); Juventude, de Caxias do Sul (RS): Campeão Gaúcho (1998):  Al-Hilal, da Arábia Saudita: Campeão da Saudi Founder's Cup (1999) e  Internacional, de Porto Alegre: Campeão Gaúcho (2004). (Pesquisa: Nilo Dias)