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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Os campeões esquecidos (I)

Três clubes que hoje não existem mais, tiveram papel importante na história do futebol pernambucano: Sport Club Flamengo, Torre Sport Club e Tramways Sport Club. Os três foram campeões estaduais, e até invictos, nas primeiras décadas e juntos somam seis títulos e muitas histórias.

O Sport Club Flamengo foi fundado no dia 20 de abril de 1914 na cidade do Recife. A escolha do nome surgiu porque a maioria dos fundadores torcia para o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro. O Flamengo foi o primeiro campeão estadual de Pernambuco, em 1915, de forma invicta, quando derrotou na partida final, jogada em 12 de dezembro, ao Sport Club Torre, por 3 X 1.

A competição foi promovida pela Liga Sportiva Pernambucana. A disputa pelo título foi em formato de triangular e o Flamengo, além de ter batido o Torre, superou também o Santa Cruz. O time campeão era formado por: Luiz Cavalcante – Albuquerque e Francisco Alves – Frederico – Ruy e Abdon – Farias – Parcy – Taylor - Gastão e Waldemar.

O jornal “Diário de Pernambuco”, em sua edição de 14 de dezembro de 1915, noticiou a conquista flamenguista:

"Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana, instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroado os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória - e as "louras medalhas".

O Flamengo pernambucano ainda conquistou a “Taça Casa Amarela” em 1929 e o “Torneio de Verão da Cidade do Recife”, em 1939. O clube participou de 34 edições do certame Pernambucano. De 1915 a 1938, 1940 a 1947 e se despediu da competição no ano de 1949.

O Tramways Sport Club, levava o nome da companhia elétrica inglesa “Pernambuco Tramways and Power Company Limited”, que foi concessionária dos serviços elétricos e de bondes do Estado durante 50 anos (até 1962). Como o próprio nome indicava, o Tramways era patrocinado pela empresa inglesa, que foi responsável pela transição dos bondes puxados por burros para os elétricos, na primeira metade do século 20. Daí, a equipe de futebol também ser conhecida como os “Elétricos”.

O clube é até hoje o único, bicampeão invicto da história do Campeonato Pernambucano. O Tramways Sport Club disputou a elite do futebol pernambucano por sete anos.

Quando começou a disputar a elite do futebol pernambucano os seus principais jogadores eram funcionários da empresa, casos de Domingos, Furlan e Rubinho, que despachavam no Escritório Central, que ficava na esquina da Rua Aurora com a Princesa Isabel. O ponteiro Olivio era da Seção de Energia. O goleiro Zé Miguel trabalhava a noite, como chefe de quarto do Departamento de Luz. Sopinha, Guaberinha, Paisinho e Faustino exerciam outras funções na empresa.

Nos anos de 1936/1937, o Tramways Sport Club dominou o futebol pernambucano. O tricolor transviário, que tinha às cores branco, azul e vermelho, não perdeu um único jogo nesses dois anos em que se sobressaiu ao chamado “Quarteto de Ferro” da época: Sport, Náutico, Santa Cruz e América.

Em 1997 o médico cardiologista e nas horas vagas também escritor, Rostand Paraíso, lançou o livro “Esses Ingleses”, no qual comenta a presença e a influência inglesa no Recife.

Ele destaca na obra que na época o profissionalismo ainda não tinha se consolidado em Pernambuco, e a maioria dos jogadores não tinham contrato e em consequência nada ganhavam para defender seus clubes. Mas no caso dos do Tramways, a situação era diferente. Muitos de seus jogadores atuavam em troca de emprego na empresa, o que se caracterizava como uma espécie de amadorismo marrom. Recebiam salários, não pelo futebol, mas pelas funções que exerciam na empresa.

Os “Elétricos” participaram de seis edições do Campeonato Estadual, de 1935 a 1941. O primeiro título, ganho em 1936, foi tumultuado. Quando faltavam 16 partidas para o fim da competição, os clubes e a Federação Pernambucana de Desportos resolveram encerrar o campeonato. Com sete pontos na frente de Náutico e Santa Cruz, o Tramways foi declarado campeão. Sua última partida foi contra o Sport, a quem venceu por 3 X 2, com dois gols de Sopinha e um de Olívio. Foram 11 vitórias e dois empates.

Mas ficou uma dúvida: mesmo com a superiodade demonstrada, alguns dirigentes adversários duvidavam que o Tramways teria condições para chegar ao título, caso o campeonato tivese continuidade normal.

No ano seguinte, para dizimar qualquer dúvida o time dos “Elétricos” realizou uma campanha ainda mais arrebatadora. Foram 14 vitórias e apenas um empate, 64 gols marcados e 16 sofridos. No último jogo do campeonato, uma vitória de 5 X 2 sobre o Sport mostrou toda a superiodade da equipe. Os gols foram marcados por Olívio, Navarra, Alcides, Quetreco e Sopinha.

O time campeão pernambucano de 1937 tinha: Zé Miguel - Domingos e Ernesto - Guaberinha - Paizinho e Furlan – Alvides – Omar – Sopinha - Quetreco e Olívio.

Muitos dos jogadores que atuaram pelo Tramways, também vestiram as camisetas de times de bairros, que disputavam o Campeonato da Liga Suburbana, que era muito forte na época. Casos de Zé Miguel, Olívio, Paisinho e Quetreco.

Mas para chegar ao bi-campeonato estadual, o Tramways precisou tirar do Santa Cruz os players Zezé, Júlio Fernandes e Alcides Cachorrinho, que marcou 56 gols pelo clube “Elétrico”, sendo o maior artilheiro da equipe na história da competição. Como não faltava dinheiro, o técnico Joaquim Loureiro veio de São Paulo para armar a equipe.

Em 1941 o Tramways disputou o seu último Estadual. No livro “O Gol de Haroldo”, lançado em 2001, o escritor Haroldo Praça explicou como aconteceu o fim do tradicional clube. “Não obstante reunir bons jogadores e armar equipes destacadas, o “Elétrico” foi vitimado por moléstia incurável: clube de dono, Antônio Rodrigues de Souza, diretor da empresa britânica, responsável pelo investimento na montagem dos times de 1936/1937, começou a entrar para a história como mais uma aparição brilhante efêmera.”

O Tramways conquistou 6 vezes a Copa Torre (1934, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939) e tinha o Torre Sport Club como seu maior rival, ambos do bairro da Torre, que disputavam o chamado “Clássico Bairrense”.

Já o Torre Sport Club, foi fundado no bairro da Torre, em Recife, no dia 13 de maio de 1909. Era o time do governador do Estado, Estácio Coimbra, e seus dirigentes eram da Antiga Fábrica de Tecelagem da Torre. O local foi no século XVI um engenho de açúcar de propriedade de Marcos André Uchoa. A denominação Torre vem da torre da capela da propriedade, onde hoje é erguida a Matriz da Torre.

Seus torcedores o chamavam de “Madeira Rubra”, porque era uma equipe dificil de ser batida e pela corvermelha de seu uniforme. O mascote do time era o "Pica-Pau". Durante o seu periodo de atividade conquistou três campeonatos estaduais, nos anos de 1926, 1929 (invicto) e 1930. O Torre disputou 26 edições do Campeonato Pernambucano, nos anos de 1915 a 1940.

O clube participou do primeiro campeonato promovido pela Liga Sportiva Pernambuca, tendo o Flamengo se sagrado campeão de 1915. O campeonato teve Torre, Flamengo, América, Centro Sportivo do Peres e Coligação Sportiva Recifense.

Também conquistou o Torneio Início (1922 e 1929), a Liga Desportiva da Torre (1911), a Liga Suburbana (1915, 1919, 1920, 1921) e a "Copa Torre" (1921, 1926, 1928, 1929, 1930, 1932, 1940 e 1942).

No ano de 1925 o Torre, que havia sido vice-campeão no ano anterior, organizou um torneio chamado “Trófeu Torre Sport Club”, que seria disputado em uma única partida contra o Flamengo. A equipe do Torre venceu o jogo por 3 X 1, com dois gols de Junqueira, e sagrou-se campeão.

No início de 1926 o ambiente esportivo pernambucano estava bastante agitado. Os presidentes de Sport, América e Peres, respectivamente, Roberto Rabello, José Fernandes Filho e João Duarte Dias, em manifesto publicado nos principais jornais comunicaram terem se desfiliado da Liga Pernambucana de Desportos Terrestres e fundado a Associação Pernambucana de Esportes Atléticos.

No documento, os clubes dissidentes denunciavam a existência de um plano, entre Santa Cruz, Náutico, Flamengo e Torre, com a participação do presidente da Liga, Cícero Brasileiro de Melo, que fora recentemente eleito, para colocá-los à margem da política interna da entidade, pois enquanto os quatro clubes denunciados tiveram, cada um, dois diretores na composição da nova diretória, dos denunciantes, apenas América e Sport com um cada e o Peres sem participação.

Em nota no “Jornal do Commercio”, edição de 1º janeiro, a LPDT explicou que tudo fora feito para evitar a crise, “conseqüência funesta”, enfatizava, salientando que Sport e América, haviam declarado por ocasião da eleição, conforme constava da ata, que não aceitariam nenhum cargo eletivo na nova diretoria. Quanto ao Peres, a LPDT dizia ser um clube em situação irregular, sem sede e sem time, existindo somente, mercê do oxigênio que lhe soprava o Sport, para dar-se ao luxo de ter um representante em duplicata. (Pesquisa: Nilo Dias)

Os campeões esquecidos (I)

Três clubes que hoje não existem mais, tiveram papel importante na história do futebol pernambucano: Sport Club Flamengo, Torre Sport Club e Tramways Sport Club. Os três foram campeões estaduais, e até invictos, nas primeiras décadas e juntos somam seis títulos e muitas histórias.

O Sport Club Flamengo foi fundado no dia 20 de abril de 1914 na cidade do Recife. A escolha do nome surgiu porque a maioria dos fundadores torcia para o Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro. O Flamengo foi o primeiro campeão estadual de Pernambuco, em 1915, de forma invicta, quando derrotou na partida final, jogada em 12 de dezembro, ao Sport Club Torre, por 3 X 1.

A competição foi promovida pela Liga Sportiva Pernambucana. A disputa pelo título foi em formato de triangular e o Flamengo, além de ter batido o Torre, superou também o Santa Cruz. O time campeão era formado por: Luiz Cavalcante – Albuquerque e  Francisco Alves – Frederico – Ruy e Abdon – Farias – Parcy – Taylor - Gastão e Waldemar.

O jornal “Diário de Pernambuco”, em sua edição de 14 de dezembro de 1915, noticiou a conquista flamenguista:

"Encerrou-se anteontem, com a vitória do Sport Club Flamengo contra o Torre Sport Club, o campeonato da Liga Sportiva Pernambucana, instituído para o football. Depois de uma série de matchs emocionantes, que trouxeram em constante delírio o público esportivo do Recife, teve o Flamengo coroado os seus esforços e firmada a sua força dentre os seus dignos adversários nas lutas pacíficas do esporte. O Flamengo do Recife quis ser o êmulo do seu congênere do Rio, e vencendo a tática do Santa Cruz e a tenacidade do Torre, soube guardar para si os louros da vitória - e as "louras medalhas".

O Flamengo pernambucano ainda conquistou a “Taça Casa Amarela” em 1929 e o “Torneio de Verão da Cidade do Recife”, em 1939. O clube participou de 34 edições do certame Pernambucano. De 1915 a 1938, 1940 a 1947 e se despediu da competição no ano de 1949.

O Tramways Sport Club, levava o nome da companhia elétrica inglesa “Pernambuco Tramways and Power Company Limited”, que foi concessionária dos serviços elétricos e de bondes do Estado durante 50 anos (até 1962). Como o próprio nome indicava, o Tramways era patrocinado pela empresa inglesa, que foi responsável pela transição dos bondes puxados por burros para os elétricos, na primeira metade do século 20. Daí, a equipe de futebol também ser conhecida como os “elétricos”.

O clube é até hoje o único, bicampeão invicto da história do Campeonato Pernambucano. O Tramways Sport Club disputou a elite do futebol  pernambucano por sete anos.

Quando começou a disputar a elite do futebol pernambucano os seus principais jogadores eram funcionários da empresa, casos de Domingos, Furlan e Rubinho, que despachavam no escritório central, que ficava na esquina da Rua Aurora com a Princesa Isabel. O ponteiro Olivio era da seção de energia. O goleiro Zé Miguel trabalhava a noite, como chefe de quarto do departamento de luz. Sopinha, Guaberinha, Paisinho e Faustino exerciam outras funções na empresa.

Nos anos de 1936/1937, o Tramways Sport Club dominou o futebol pernambucano. O tricolor transviário, que tinha às cores branco, azul e vermelho, não perdeu um único jogo nesses dois anos em que se sobressaiuao chamado “quarteto de ferro” da época: Sport, Náutico, Santa Cruz e América.

Em 1997 o médico cardiologista e nas horas vagas também escrito, Rostand Paraíso, lançou o livro “Esses Ingleses”, no qual comenta a presença e a influência inglesa no Recife.

Ele destaca na obra que na época, o profissionalismo ainda não tinha se consolidado em Pernambuco, e a maioria dos jogadores não tinham contrato e em consequência nada ganhavam para defender seus clubes. Mas no caso dos do Tramways, a situação era diferente.  Muitos de seus jogadores atuavam em troca de emprego na empresa, o que se caracterizava como uma espécie de amadorismo marrom. Recebiam salários, não pelo futebol, mas pelas funções que exerciam na empresa.

Os “Elétricos” participaram de seis edições do Campeonato Estadual, de 1935 a 1941. O primeiro título, ganho em 1936, foi tumultuado. Quando faltavam 16 partidas para o fim da competição, os clubes e a Federação Pernambucana de Desportos resolveram encerrar o campeonato. Com sete pontos na frente de Náutico e Santa Cruz, o Tramways foi declarado campeão. Sua última partida foi contra o Sport, a quem venceu por 3 X 2, com dois gols de Sopinha e um de Olívio. Foram 11 vitórias e dois empates.

Mas ficou uma dúvida: mesmo com a superiodade demonstrada, alguns dirigentes adversários duvidavam que o Tramways teria condições para chegar ao título, caso o campeonato tivese continuidade normal.

No ano seguinte, para dizimar qualquer dúvida o time dos “Elétricos” realizaram uma campanha ainda mais arrebatadora. Foram 14 vitórias e apenas um empate, 64 gols marcados e 16 sofridos. No último jogo do campeonato,uma vitória de 5 X 2 sobre o Sport, mostrou toda a superiodade da equipe. Os gols foram marcados por Olívio, Navarra, Alcides, Quetreco e Sopinha.

O time campeão pernambucano de 1937 tinha: Zé Miguel - Domingos e Ernesto - Guaberinha - Paizinho e Furlan – Alvides – Omar – Sopinha - Quetreco e Olívio.

Muitos dos jogadores que atuaram pelo Tramways, também vestiam as camisetas de times de bairros, que disputavam o Campeonato da  na Liga Suburbana, que era muito forte na época. Casos de Zé Miguel, Olívio, Paisinho e Quetreco.

Mas para chegar ao bi-campeonato estadual, o Tramways precisou tirar do Santa Cruz os players Zezé, Júlio Fernandes e Alcides Cachorrinho, que marcou 56 gols pelo clube “Elétrico”, sendo o maior artilheiro da equipe na história da competição. Como não faltava dinheiro, o técnico Joaquim Loureiro veio de São Paulo para armar a equipe.

Em 1941 o Tramways disputou o seu último Estadual. No livro “O Gol de Haroldo”, lançado em 2001, o escritor Haroldo Praça explicou como aconteceu o fim do tradicional clube. “Não obstante reunir bons jogadores e armar equipes destacadas, o “Elétrico” foi vitimado por moléstia incurável: clube de dono, Antônio Rodrigues de Souza, diretor da empresa britânica, responsável pelo investimento na montagem dos times de 1936/1937, começou a entrar para a história como mais uma aparição brilhante efêmera.”

O Tramways conquistou 6 vezes a Copa Torre (1934, 1935, 1936, 1937, 1938, 1939) e tinha o Torre Sport Club como seu maior rival, ambos do bairro da Torre, que disputavam o chamado “Clássico Bairrense”.

Já o Torre Sport Club, foi fundado no bairro da Torre, em Recife, no dia 13 de maio de 1909. Era o time do governador do Estado, Estácio Coimbra, e seus dirigentes eram da Antiga Fábrica de Tecelagem da Torre. O local foi no século XVI um engenho de açúcar de propriedade de Mrcos André Uchoa. A denominação Torre vem da torre da capela da propriedade, onde hoje é erguida a Matriz da Torre.

Seus torcedores o chamavam de “Madeira Rubra”. Durante o seu periodo de atividade conquistou três campeonatos estaduais, nos anos de 1926, 1929 (invicto) e 1930. O Torre disputou 26 edições do Campeonato Pernambucano, nos anos de 1915 a 1940.

O clube participou do primeiro campeonato promovido pela Liga Sportiva Pernambuca, tendo o Flamengo se sagrado campeão de 1915. O campeonato teve Torre, Flamengo, América, Centro Sportivo do Peres e Coligação Sportiva Recifense.

Também conquistou o Torneio Início (1922 e 1929), a Liga Desportiva da Torre (1911), a Liga Suburbana (1915, 1919, 1920, 1921) e a Copa Torre (1921, 1926, 1928, 1929, 1930, 1932, 1940 e 1942).

No ano de 1925 o Torre, que havia sido vice-campeão no ano anterior, organizou um torneio chamado “Trófeu Torre Sport Club”, que seria disputado em uma única partida contra o Flamengo. A equipe do Torre venceu o jogo por 3 X 1, com dois gols de Junqueira, e sagrou-se campeão. 

No início de 1926 o ambiente esportivo pernambucano ficou bastante agitado. Os presidentes de Sport, América e Peres, respectivamente, Roberto Rabello, José Fernandes Filho e João Duarte Dias, em manifesto publicado nos principais jornais comunicam terem se desfiliado da Liga Pernambucana de Desportos Terrestres e fundado a Associação Pernambucana de Esportes Atléticos.

No documento, os clubes dissidentes denunciavam a existência de um plano, entre Santa Cruz, Náutico, Flamengo e Torre, com a participação do presidente da Liga, Cícero Brasileiro de Melo, que fora recentemente eleito, para colocá-los à margem da política interna da entidade, pois enquanto os quatro clubes denunciados tiveram, cada um, dois diretores na composição da nova diretória. E dos denunciantes, apenas América e Sport com um cada e o Peres sem participação.

Em nota no “Jornal do Commercio”, edição de 1º janeiro, a LPDT explicou que tudo fora feito para evitar a crise, “conseqüência funesta”, enfatizava, salientando que Sport e América, haviam declarado por ocasião da eleição, conforme constava da ata, que não aceitariam nenhum cargo eletivo na nova diretoria. Quanto ao Peres, a LPDT dizia ser um clube em situação irregular, sem sede e sem time, existindo somente,mercê do oxigênio que lhe soprava o Sport para dar-se ao luxo de ter um representante em duplicata.

Sport Club Flamengo, o primeiro campeão pernambucano de futebol, título conquistado em 1915.