Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O professor dos zagueiros

Agnelo Correia dos Santos, o Nelinho, certamente foi um dos melhores zagueiros surgidos no futebol baiano em todos os tempos. Sergipano de Estância, onde nasceu em 1934, começou a carreira no tradicional Botafogo Sport Club, de Salvador. No “diabo rubro” baiano formou uma linha média famosa, nos anos 1950, atuando ao lado de Flávio, volante e, mais tarde, campeão da Taça Brasil de 59, pelo Bahia, e Júlio, lateral-esquerdo.

Ainda nos anos 50 foi vendido para o Vitória, quando o Botafogo desmanchou o time todo para fazer caixa, a fim de construir sua badalada sede de praia, em Amaralina.

Em 1957 defendeu o Brasil, vestindo a camisa da Seleção, representada por uma seleção baiana na Copa O'Higgins, no Chile. Depois foi vendido pelo Vitória ao Flamengo do Rio, por quem disputou um torneio no Chile, sendo eleito o melhor jogador da competição.

Pretendido pelo Bahia, voltou para Salvador, acertando um contrato com o rival Vitória. Dessa vez teve de jogar de médio volante porque o jovem Roberto Rebouças, mais tarde ídolo eterno da zaga do Bahia, havia conquistado a posição.

Diziam, no Vitória, em tom de ironia, que Nelinho foi quem ensinou Medrado, Romenil, Tinho e muitos dos seus companheiros de zaga de como jogar bola. O dom de tanta categoria dava uma sede danada ao “professor dos zagueiros”. Contavam que numa passagem do Vitória pela cidade de Valença, no Baixo Sul, em 1964, Nelinho bebeu todas as garrafas de cerveja de um bar e o dono foi obrigado a buscar um novo engradado no vizinho.

Jogou no time bicampeão baiano 1964/1965. Sempre capitão, era o homem de confiança dos treinadores. Foi também campeão baiano pelo Galícia em 1968. Voltou ao Vitória, no final de carreira, tendo atuado no Leônico, ao lado de um garoto chamado Raimundo Varella. Encerrou a carreira no antigo Ilhéus Futebol e Regatas, onde foi jogador e treinador na década de 70.

De estilo clássico e elegante, o jogador é sempre lembrado com saudade pelos privilegiados torcedores e jornalistas que tiveram a sorte de vê-lo atuar nos anos 50 e 60. Contam que dava a impressão que as suas pernas tinham ímã para a bola. Ele dava o “bote” certo, porque sabia para que lado o atacante ia driblar. Tinha um senso de colocação fora do comum em campo.

Quem conviveu com ele, garante: era tanta facilidade com a bola que ela parecia querer, por vontade própria, ficar no seu pé. Nelinho desenvolveu essa habilidade de grudar a bola no pé, para compensar a falta de vigor que se exige de um zagueiro troncudo convencional.

Era baixo, uma antítese de zagueiro, mas tinha uma impulsão surpreendente. Seu estilo lembrava o de Gamarra, tomava a bola sem fazer falta. Dono de uma técnica invejável para um jogador de defesa, Nelinho impressionava também pela raça em campo. E tinha uma postura elegante de Beckembauer, sempre de cabeça erguida.

Nelinho morou a vida toda na Cidade Baixa, em Salvador. Dono de um apetite de fazer inveja, se esbaldava comendo mocotó e fazia farra a noite toda. E foi essa vida desregrada que acabou lhe causando sérios problemas no coração, logo depois que deixou de jogar. Havia parado de beber, mas não deixou o cigarro. Acabou sofrendo um infarto em casa, no bairro da Ribeira. Ultimamente os remédios não faziam mais efeito. Nelinho morreu aos 77 anos de idade, no dia 3 de maio do ano passado.

No velório, no cemitério Campo Santo, estiveram presentes os ex-jogadores Edmundo, Alencar, Ademir, André Catimba, Teixeira, Reginaldo, Catu, Paulo Leão e Valtinho. O Conselheiro Babau, único representante do Vitória no adeus a Nelinho, era só elogios: "Jogava como a porra, viu? Não teve zagueiro como ele".

André Catimba, acostumado aos duelos na área, garante: "Nelinho era um senhor quarto-zagueiro. Outro igual nunca existiu. Era craque". Pai do lateral Róbson, Nelinho encantou até o jornalista João Borges Bougê, que viu dezenas de zagueiros em ação, em 25 anos de carreira de cronista. “Nelinho era um negócio impressionante. Não dava um pontapé. Ele hoje seria um super-craque”, disse. (Pesquisa: Nilo Dias)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Clubes promovem cruzeiros maritimos

O navio italiano “Costa Concordia”, que recentemente naufragou depois de bater em uma rocha junto à ilha italiana de Giglio, participou dos festejos organizados pelo pelo S.C. Corinthians Paulista de 25 a 28 de fevereiro de 2010, para ceomemorar o seu centenário de fundação. Com cerca de 300 metros de comprimento, o navio levava 4.229 pessoas, sendo 3.200 turistas de 60 nacionalidades e mais de mil membros da tripulação, no momento do naufrágio. Ao menos 11 pessoas morreram no acidente.

A promoção corinthiana, até então inédita no futebol brasileiro, chamada de “Navio do Centenário”, se constituiu num cruzeiro marítimo levando jogadores, antigos ídolos, dirigentes e torcedores de Santos até Búzios e Ilha Bela, nos litorais do Rio de Janeiro e São Paulo.

Participaram da viagem, entre outros, Marlene Matheus, viúva do lendário ex-presidente Vicente Matheus, a família do torcedor Fernando Moraes Marques, que batizou seus dois filhos como Mateus e Vicente, Hortência, ex-jogadora de basquete, o cantor e compositor Toquinho, o ator Dan Stulbach, os apresentadores Serginho Groisman e Raul Gil e o piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello.

Entre os ex-jogadores, Basílio, Casagrande, Neto, Ronaldo (goleiro), Wladimir, Rivelino, Tobias, Dinei, Marcelinho Carioca, Marcio Bittencourt e Biro-Biro. A bateria da "Gaviões da Fiel" tocou no navio, que tinha escorregador gigante e feijoada com samba nas tardes.

Segundo a lista de passageiros, havia a bordo gente de 13 Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal , Bahia, Pernambuco e Ceará, e de quatro diferentes países, Brasil, Portugal, Espanha e Argentina.

Os preços para os torcedores que participaram do cruzeiro variaram de R$ 1.550, para acomodação num quarto com quatro pessoas, até R$ 5.000, preço individual para a suíte mais luxuosa, para duas pessoas. O navio zarpou logo depois das 18h rumo a Búzios.

A idéia do S.C. Corinthians agradou a outros clubes, que também pretendem fazer cruzeiros comemorativos este ano. O São Paulo F.C. , por exemplo, vai realizar o seu “Navio Tricolor”, de 19 a 22 de abril, para comemorar os 20 anos do primeiro título mundial, em 1992, na vitória de 2 X 1 contra o Barcelona. Os craques do passado estarão a bordo do navio “MSC Armonia”, em uma viagem, que passará por Ilhabela e Búzios. A direção do São Paulo não fala em imitar o Corinthians, sim seguir o exemplo do clube italiano Milan, que recentemente promoveu um cruzeiro temático.

Com saída prevista para 19 de abril, a embarcação "MSC Armonia" deve zarpar com sua lotação máxima, ou seja, 1500 torcedores tricolores que devem se espalhar pelas 770 cabines. O clima no cruzeiro será de diversão durante o dia e à noite. Crianças podem conhecer de perto os grandes ídolos de seus pais, casais podem curtir uma viagem inesquecível e os solteiros podem aproveitar todas as mordomias do navio e as festas temáticas.

Além dos torcedores, ídolos da torcida são-paulina também estarão a bordo: Rogério Ceni, Raí, Cafú, Palhinha, Ronaldão, Serginho Chulapa, Oscar, Dario Pereira, Gilmar Rinaldi e Miller. Outros ex-atletas, que não foram campeões do mundo também estarão presentes. É o caso de Careca, campeão brasileiro em 86.

O cruzeiro sai de Santos e passa por Ilhabela e Búzios e prevê, entre outras atrações, sessões de cinema, uma mesa-redonda com os ex-atletas presentes, sessões de autógrafos, uma partida entre os times de amigos do Raí e amigos do Careca e uma grande festa, a "Vermelho, Branco e Preto".

Em seus 13 andares, o navio “MSC Armonia” comporta quatro piscinas, duas jacuzzis, um solarium com uma vista externa encantadora, academia de ginástica, quadra, pista de shuffleboard, campo de minigolfe, jogging, cassino, bares, restaurantes sofisticados, área para deixar as crianças ao cuidado de monitores com uma programação única, SPA e cabines luxuosas que mesclam o conforto e o requinte desde as cabinas internas até a suíte com varanda. As reservas de cabines podem ser feitas por meio do site “Navio Tricolor”. Os preços variam entre R$ 1450 e R$ 2290.

Assim como foi feito pelo Corinthians na temporada 2010, o Santos F.C. também terá o seu “Cruzeiro do Centenário”. O projeto pretende reunir até 1700 torcedores e simpatizantes no mês de março, em viagem que irá passar por Angra dos Reis e Búzios entre os dias 4 e 7. A expectativa da direção santista é faturar até US$ 500 mil (R$ 850 mil) com as vendas dos pacotes. A embarcação é o “Grand Mistral”, da Ibero Cruzeiros.

A possível presença de Neymar e de outros jogadores, e até de Pelé está sendo estudada. O cruzeiro terá grandes atrações de músicos torcedores do Santos, como Guilherme Arantes e Chorão, vocalista do Charlie Brown Júnior. O preço individual cobrado por cabine, no pacote mais simples, é de R$ 765, e vai até R$ 2730. Ambos têm o acréscimo das taxas portuárias.

Por fim, o S.C. Internacional, de Porto Alegre realiza de 30 de março a 2 de abril, o seu “Navio Colorado”. A embarcação, um “MSC Armonia”, de nove andares, sairá de Santos (SP) em 30 de março de 2012. O cruzeiro passará por Ilha Grande (RJ) e Ilhabela (SP) antes de retornar a Santos, dia 02 de abril.

O navio terá 103 cabines – em homenagem ao aniversário do Clube – exclusivamente reservadas a torcedores e convidados. Uma delas será sorteada entre os sócios adimplentes. O felizardo ganhará a viagem e poderá levar um acompanhante. (Pesquisa: Nilo Dias)

O navio "Costa Concordia", recentemente naufragado, esteve presente nas comemorações do centenário do S.C. Corinthians Paulista.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O time do Papai Noel

Quem disse que Papai Noel não existe, certamente nunca ouvir falar do F.C. Santa Claus, de Rovaniemi, que fica na região da Lapônia, na Finlândia. A cidade é a capital e centro comercial da Lapônia. Fica próxima ao Círculo Polar Ártico e possui cerca de 60 mil habitantes. Apresenta temperatura média anual de +0.2 °C, tendo registrado –47.5 °C, sua mínima absoluta, em 1999. Pela sua situação geográfica, é conhecida mundialmente como "A Terra Natal do Papai Noel".

Devido à inclinação do eixo da Terra em relação ao eixo do Sol, a Lapônia, passa até três meses no inverno sem que haja claridade e até três meses durante o verão sem que haja noite, no fenômeno conhecido como Sol da Meia-Noite.

O Santa Claus é uma equipe que participa da Terceira Divisão do campeonato finlandês, também conhecida como “Kakkonen”, onde os clubes têm seus nomes representados por siglas, como TP-47, FC YPA, PK-37, SJK. O Santa Claus já contou no seu elenco com dois jogadores brasileiros, Rafael de Oliveira Rodrigues e o centroavante Luiz Antonio, que foram dispensados em 2010.

Em 2010 o time fez a melhor temporada da sua história. O presente principal, no entanto, não veio. O time do “Bom Velhinho” foi o primeiro colocado entre os 14 que disputaram o Grupo Norte da Terceira Divisão e brigou por uma vaga com o melhor do Sul, na “Ykkönen”, como é chamada a Segundona de lá.

Na final, o Santa precisava de um empate para ser campeão, mas perdeu para o HIFK e não conseguiu o acesso. Já em 2011, o time não fez uma boa temporada, terminando em décimo lugar no grupo C da “Kakkonen” e só não caindo para a IV Divisão, por ter sido salvo pelo “goal-average”.

Em 1997, o F.C. Santa Claus também fez a alegria dos seus torcedores quando enfrentou o Crystal Palace, clube da segunda divisão inglesa, em um amistoso. Na ocasião, cerca de 4.500 torcedores assistiram a partida.

A temporada da “Kakkonen”dura aproximadamente seis meses. As partidas são disputadas de abril até outubro. Se a equipe não chega nos playoffs de promoção ou rebaixamento, a temporada dura um pouco menos. Na Finlândia o futebol deve ser praticado no verão, já que no inverno é impossível jogar devido a quantidade de neve.

O time manda as suas partidas em dois estádios, o “Saarenkylän Tekonurmi” e o “Susivoudin kenttä”, ambos em Rovaniemi, com capacidade para 2.000 e 400 torcedores, respectivamente. Seu uniforme é predominantemente vermelho, apenas as meias possuem cor diferente, são pretas, e a combinação branca é usada no segundo uniforme.

O número de torcedores do F.C. Santa Claus vem crescendo cada vez mais ao redor do mundo. Em dezembro de 2010, aproximadamente 17 mil fãs visitaram a página oficial do clube na Internet. Também existe muita publicidade internacional e grandes meios de comunicação esportivos já vieram conhecer o clube. A média de público nos jogos do Santa Claus fica entre 400 a 800 torcedores, e o objetivo é aumentar esse número.

Terminada a temporada, torcedores e jogadores se concentram no esporte principal do país, o hóquei. De novembro até maio de 2011, alguns jogadores do Santa Claus trocaram as chuteiras por patins e passaram a atuar em clubes de hóquei.

O FC Santa Claus ainda beira o amadorismo quando se fala do futebol dentro das quatro linhas. Os jogadores, por exemplo, são estudantes e trabalhadores que frequentam as escolas e as empresas locais. O Santa, porém, explora a boa imagem do clube para fazer uma fonte de renda extra para os seus atletas.

Sem uma dedicação exclusiva à equipe, os jogadores tiram férias prolongadas por conta do frio violento que atinge a região durante o inverno no hemisfério norte. Isso porque o campeonato vai de abril até outubro, quando a equipe avança para os playoffs, caso contrário o período fora de atividade é ainda maior. Nos meses restantes, atletas e comissão técnica têm mais tempo para priorizarem profissão e estudos.

No inverno os jogadores do F.C. Santa Claus participam junto com os visitantes da Escola de Futebol na Neve organizada pelo clube. Os atletas se juntam aos ajudantes do Papai Noel e jogam futebol com os turistas em um cenário que remonta a Lapônia, a terra do bom velhinho.

Os dirigentes sonham com a possibilidade de que algum clube internacional vá até Rovaniemi disputar uma partida na neve contra o F.C. Santa Claus. No inverno é muito difícil jogar futebol tradicional na Finlândia. Então, a temporada dá um tempo e o F.C. Santa Claus atua no futebol de neve.

Existem duas versões para a história da fundação do clube. Na oficial, a equipe finlandesa foi criada em 1993 após a fusão de dois clubes de Rovaniemi: o Rovaniemen Reipas e o Rovaniemen Lappi. Além dessa, há também a lenda de que o próprio Papai Noel teria fundado o time muitos anos atrás, e seus ajudantes formaram o primeiro elenco.

O marketing serve também para alavancar os projetos sociais tocados pelo F.C. Santa Claus. Parceiro da Unicef, o clube vende camisas e chapéus do clube para turistas, especialmente aqueles que visitam a Vila do Papai Noel, reservando 10 Euros (R$ 22) para a entidade. A Vila do Papai Noel está localizada no círculo polar. Partindo de Rovaniemi, calcula-se uma distância aproximada de 8 quilômetros do estádio até lá.

Anualmente, na primavera é realizado um torneio, em que toda a renda conseguida com a venda de ingressos é doada para a filial finlandesa da Unicef. Além dessas iniciativas, o clube participou de um projeto para levar água potável para o Sri Lanka, no verão de 2010.

Na Finlândia o “Bom Velhinho” é conhecido pelo nome de “Joulupukki”, e não Santa Claus, como nos países de língua inglesa. A escolha aconteceu porque com o nome de Santa Claus fica mais fácil a identificação.

Mitologias à parte, os fundadores decidiram levar ao clube a imagem do Papai Noel, que, segundo a lenda que se disseminou na Europa, habita a região da Lapônia. E o marketing chegou até lá e, com a venda de produtos licenciados e o investimento em jogos promocionais. A tradução foi um meio de globalizar a imagem do time.

A última vez que Papai Noel foi ao estádio assistir uma partida foi em abril de 2010, quando ele deu o pontapé inicial da temporada de futebol em Rovaniemi. Esta visita chamou a atenção da imprensa e até a Federação Finlandesa de Futebol anunciou o evento em sua página na internet. (Pesquisa: Nilo Dias)

Time do F.C. Santa Claus, junto de Papai Noel. (Foto: Acervo do F.C. Santa Claus)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O artilheiro que virou lenda

João Baptista Ferrareto, o “Carruíra”, foi um dos mais habilidosos atacantes surgidos no futebol do Rio Grande do Sul. Era um artilheiro nato e exímio cobrador de pênaltis. Ele nasceu na cidade portuária de Rio Grande (RS), em 1913.

Começou a carreira futebolística no extinto General Osório, de sua terra natal. Em 1934, com 21 anos, foi jogar no S.C. Rio Grande.

Em 1935 foi contratado pelo F.B.C. Rio-Grandense, mas se deu mal. Meteu-se numa briga, em jogo válido pelo Campeonato da Cidade e foi punido com a suspensão dos campos de futebol, por um ano. Em 1936 retornou ao S.C. Rio Grande, para se sagrar campeão gaúcho.

As finais do campeonato reuniram o Botafogo F.B.C., de São Gabriel, campeão da região Fronteira, S.C. Novo Hamburgo, campeão da região Sudeste, Riograndense F.C., de Santa Maria, campeão da região Serra, S.C. Internacional, de Porto Alegre, campeão da região Metropolitana e S.C. Rio Grande, campeão da região Litoral.

O tricolor riograndino chegou ao título estadual derrotando o Novo Hamburgo, por 5 X 2 e no jogo final ao Internacional, por 3 x 2. O time campeão jogou com Munheco – Fruto e Cazuza – Juvêncio – Chinês e Roberto – Ernestinho – Darinho – Souza (Carruíra) – Marzol e Pecce. Técnico, Gustavo Kraemer Filho.

Em 1937 voltou ao F.B.C. Rio-Grandense, onde foi treinado pelo folclórico Gentil Cardoso. No colorado riograndino foi vice-campeão gaúcho em 1937 e 1938. Em 1939, finalmente o Rio-Grandense se sagrou campeão estadual e Carruíra ganhou o seu segundo título gaúcho, e também foi o artilheiro da competição.

O Rio-Grandense foi campeão derrotando o Grêmio Santanense numa final de "melhor de três", com uma vitória e dois empates. O time campeão jogou com Brandão – Cazuza e Armando – Martinez – Pacheco e Mariano – Osquinha – Carruíra – Cardeal – Chinês e Plá. Técnico: Aires Torres.

Carruíra faleceu em Rio Grande, no dia 26 de junho de 1982, aos 69 anos de idade, e não ficou no esquecimento. No Bairro Zona Portuária, em sua terra natal, existe a Travessa João Batista Ferrareto, homenagem da comunidade riograndina a um dos principais jogadores que pisou nos gramados da cidade.

Para que se tenha uma idéia do que Carruíra representou no futebol de Rio Grande, criou-se uma lenda envolvendo seu nome.

O famoso crônista Amaro Junior, que trabalhava para os jornais da Caldas Júnior, contava essa história e jurava ser verdade, garantindo que estava em Rio Grande e testemunhou tudo. La na "Cidade Maritima" só um jogador jogava na seleção gaúcha, era Carruíra, do S.C. Rio Grande, um esplêndido jogador.

E aí o Botafogo ia excursionar para a Argentina, mas havia uma epidemia de febre amarela no Rio e um jogador do clube alvi-negro carioca tinha morrido da doença. As autoridades sanitárias da Argentina mandaram que o navio que estava levando o Botafogo para jogar com o Boca Juniors, aportasse na cidade de Rio Grande, que eles iriam mandar seus representantes para fazer um exame no pessoal da delegação.

E demorava… um navio levava mais ou menos um mês para ir do Rio a Buenos Aires. E então, o Botafogo resolveu treinar lá e convidou para um jogo amistoso o S.C. Rio Grande, o "vovô dio futebol brasileiro", que era o clube de Carruíra. Foi o primeiro a ser fundado especificamente para o futebol, em 19 de julho de 1900.

Começou o jogo e o Botafogo fez um gol, com Carvalho Leite. Seguiu a partida e o Rio Grande tinha um ponta-esquerda chamado Chinês, pai do Chinesinho, que depois jogou no Inter, na seleção brasileira e no Milan, da Itália, jogava na meia-esquerda e na ponta-esquerda. Ele empatou o jogo.

Minutos depois, Benedito, que era um jogador gaúcho que atuava no Botafogo, fez o gol que deixou a partida em 2 X 1. Daí a pouco Carruíra pegou uma bola e driblou todo o time do Botafogo. Chegou na pequena área e botou a bola para fora do campo.

Quando ela voltou, naquele tempo se jogava com uma bola só, a FIFA é que determinava isso, o juiz mandou dar a saída do centro do campo. O capitão do Botafogo chegou para ele e disse: “Como? O jogador chutou a bola lá no meio da rua! Como o senhor quer dar a saída aí? Tem que dar tiro de meta”.

O juiz olhou para o capitão do Botafogo, botou a mão no ombro dele e com um sotaque bem de fronteira disse: “Bem se vê, moço, que você não é daqui. Se o senhor fosse daqui, nem vendo ia acreditar que o Carruíra, chegando na risca da pequena área fosse chutar pra fora. Eu não acredito! É gol!”.

Esse fato é comprovado, tem até a súmula no jornal "Correio da Manhã", do Rio de Janeiro. O Iata Anderson, que é um repórter de campo achou que isso era mentira e foi consultar os jornais da época e encontrou lá esse jogo e o famoso gol do Carruíra, sem dizer que não tinha sido gol.

Em 1944, Carruíra retirou-se dos gramados, voltando em 1946 como técnico do Rio-Grandense. Sua atuação como treinador foi a mais proveitosa, pois conseguiu levar o Rio-Grandense ao vice-campeonato estadual, com um time formado em parte com jogadores que foi buscar nas várzeas.

O Rio-Grandense abateu o Brasil, de Pelotas, o Floriano, de Novo Hamburgo e o Grêmio Santanense. Faltava o Grêmio Portoalegrense, mas como os tricolores constituíam a base do selecionado gaúcho em organização, a decisão do estadual foi deixada para depois do Campeonato Brasileiro, em 1947. Entrementes, Carruíra foi dispensado da direção técnica: “Essa foi a gratidão que demonstraram pelo meu trabalho”, disse ele.

Os melhores jogadores que conheceu foram Fruto, em Rio Grande, Mário Reis, em Pelotas e Lara, em Porto Alegre. Esse foi Carruíra, que atuou 25 anos em equipes principais da primeira divisão.

Foi encontrada uma legenda de fotografia publicada no jornal “O Tempo”, edição de 30-12-1949, que dizia: “Eis o maior de todos! A maior glória do E.C. Rio Grande, no tempo do esplendor do futebol papa-areia. Quando Carruíra aparecia em campo, milhares de olhos convergiam para a sua figura, que durante o jogo era um astro brilhando demais que os outros”.

Em Rio Grande quase ninguém sabe quem é João Batista Ferrareto. Mas basta falar no apelido deste homem, basta perguntar por Carruíra, que todos se prontificarão a informar, porém indagando antes? ”Quem, o novo ou o velho?” Carruíra tinha um filho que também desenvolvia um grande futebol. (Pesquisa: Nilo Dias)

domingo, 1 de janeiro de 2012

A morte de mais um ex--craque bageense

Parece que a “miudinha” chegou a Bagé nos últimos dias de 2011. Depois da morte de Vicente, zagueiro que marcou época no Santos de Pelé, agora faleceu Carlos Calvet, ponteiro-direito, também filho de Bagé e que jogou no Internacional, de Porto Alegre. Ele morreu na Santa Casa de Bagé, onde estava internado há várias semanas, tratando de problemas respiratórios. O enterro ocorreu no domingo, no Cemitério daquela cidade.

Carlos Donazar Calvet, o “Tóia”, nasceu em Bagé no dia 26 de julho de 1926. Mas a trajetória profissional foi iniciada fora da terra natal. Aos 18 anos foi morar em Pelotas. Quando estudava no Colégio Gonzaga, foi convidado a jogar nas categorias de base do E.C. Pelotas. Na Princesa do Sul atuou em 1944 e conquistou o vice-campeonato gaúcho de 1945.

Em 1946 foi contratado pelo Guarany, de Bagé e na mesma temporada foi negociado com o Botafogo, do Rio de Janeiro, onde atuou até meados de 1948 e serviu no Ministério da Guerra. A passagem pelo futebol carioca foi lembrada recentemente em entrevista concedida ao programa “Jogo Limpo” da "TV Sem Fronteira". “Excursionamos a Bolívia, onde fui interprete da delegação. Eles não sabiam nada de castelhano. Passamos um mês, jogamos três jogos, com duas vitórias e um empate” contou.

Atacante habilidoso, excelente finalizador e dono de forte chute, em 1948 foi contratado pelo Internacional, de Porto Alegre, com a função de substituir o craque Tesourinha, vendido ao Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Em 1949 voltou a jogar pelo Guarany.

Em 1950 e 1951, foi jogador do Bagé. Em 1952, Carlos Calvet, retornou ao Guarany e jogou até 1961, quando aos 33 anos deu adeus à carreira vitoriosa como atleta. Várias vezes foi treinador do alvirrubro bageense. Atuou também pela Associação Atlética Gente Boa, no campeonato amador da cidade. E, a convite do radialista Mário Teixeira Codevilla, ainda jogou pela equipe de futebol da Rádio Difusora, na década de 1960.

O ex-jogador Carlos Calvet estava aposentado e residia no Bairro Getúlio Vargas, em Bagé. Artilheiro nato marcou 109 gols pela dupla Na-Gua, 84 gols pelo Guarany e 25 pelo Bagé, inclusive sendo o autor do gol 1000 do jalde-negro, na derrota por 4 X 3 para o Brasil, de Pelotas, em 12 de agosto de 1951.

Um dos grandes momentos da sua carreira profissional, aconteceu no dia 24 de março de 1957. O Santos F.C., que realizava uma série de jogos no Rio Grande do Sul, se apresentou em Bagé, no Estádio da “Pedra Moura”, diante da seleção Ba-Gua, jogo que terminou empatado em 1 X 1. Pelé marcou para os santistas, enquanto Carlos Calvet, que teve atuação destacada, anotou o gol do combinado.

Eu assisti aquele jogo. Tinha apenas 16 anos de idade e aproveitei a proximidade de minha terra natal, Dom Pedrito, com Bagé. O Santos de Pelé e companhia foi o primeiro grande time de futebol, que vi jogar. Na escalação monstros sagrados como Ramiro, Formiga, Del Vechio, Jair da Rosa Pinto, Pepe, Pelé e outros.

Carlos Calvet era irmão de Raul Calvet, que jogou no Grêmio e Santos e faleceu aos 72 anos de idade, no dia 29 de março de 2008, em Porto Alegre, onde se tratava de um câncer no esôfago. Um dia depois de sua morte, o corpo foi cremado na capital gaúcha.

Nascido em Bagé, no interior gaúcho, Raul Calvet foi revelado pelo Guarany local e depois esteve no Grêmio, antes de chegar na Vila Belmiro para vestir a camisa do Santos. No onze da Vila Belmiro foi bicampeão mundial, num time basicamente formado por Gilmar – Lima – Mauro - Calvet e Dalmo - Zito e Mengálvio – Dorval – Coutinho - Pelé e Pepe.

Jogou 10 partidas pela Seleção Brasileira e foi campeão mundial em 1962. Era considerado um jogador técnico e elegante. Abandonou o futebol aos 30 anos ao romper o tendão de Aquiles. (Pesquisa: Nilo Dias)

Carlos Calvet, quando jogava no Guarany, de Bagé.

Morre Mário Pereira, o "Perigo Loiro"

Morreu no último sábado, 31/12/2011, na cidade de Santos, onde residia, o último remanescente do time do Santos F.C., que conquistou o primeiro campeonato paulista para o clube, no distante ano de 1935. Mário Pereira tinha 97 anos de idade e na sua época de jogador era conhecido como “Perigo Loiro” por causa dos longos cabelos que já não possuia mais. A causa da morte não foi revelada.O corpo foi velado no Memorial Ecrópole Ecumênica, próximo ao estádio da Vila Belmiro.
Mário Pereira, que tinha 21 anos de idade, era titular absoluto da equipe que bateu o Corinthians no Parque São Jorge, por 2 X 0, gols de Araken Patusca e Raul Cabral Guedes, no jogo final, disputado no estádio de Parque São Jorge, que deu ao Santos o seu primeiro título de expressão. Hoje o clube soma 19 títulos estaduais.

Ele nasceu em Santos, no dia 4 de abril de 1914, dois anos após a fundação do alvinegro. Foi um meia-direita tão eficiente no ataque como na defesa, que marcou 24 gols nos 41 jogos que fez pelo Santos, média de 0,58 por jogo. Mário teve a carreira abreviada por uma grave lesão. Marcado às vezes com violência, teve a infelicidade de quebrar o joelho esquerdo em 1938, com apenas 24 anos, e ser obrigado a abandonar a carreira. “Nem me lembro quem foi. Só sei que entrou por trás e me quebrou aqui”, dizia ele, mostrando a cicatriz que já tinha 73 anos.

A última aparição pública de Mário Pereira foi em janeiro de 2011, no Memorial das Conquistas do Santos. Ao lado do Rei Pelé, o campeão paulista de 35 tirou fotos, distribuiu autógrafos e posou com a bola da competição que venceu sobre o Corinthians. O Santos estudava escalar o ex-meio-campista para uma série de ações referentes à celebração do centenário da equipe que será celebrado neste ano de 2012. Em 2004, como forma de homenagem, a equipe inaugurou um camarote com o nome do ídolo falecido neste sábado.

Ele adorava a cidade onde nasceu, foi criado e passou toda a vida. Nunca pensou em morar em outro lugar. Quando lhe perguntavam o que aconteceria se jogasse hoje e recebesse uma proposta milionária de um clube europeu, respondia apressadamente: “Não aceitaria nenhuma proposta para sair daqui. Aqui é a minha cidade, minha terra”, dizia sorrindo. Torcedor fanático do Santos, acompanhava todos os jogos do time pelo “pay per view”. Como ficava muito nervoso, colocava as mãos e os pés em bacias d’água, para se acalmar.

Antes de 1935 o Santos teve um período, mais especificamente de 1927 a 1931, em que foi um dos melhores times do país e poderia, naturalmente, ter sido campeão paulista em mais de uma temporada. Porém, vários fatores contribuíram para que isso não acontecesse. O Santos não só foi prejudicado pelo poder do futebol paulista, como pela intransigência de seus próprios dirigentes. Mário Pereira guardava certa bronca de um árbitro chamado Artur Cidrim, que segundo ele, beneficiava principalmente o Corinthians, que tinha “dirigentes dentro da liga” e “já era o time de maior torcida na época.

O ano de 1935 não começou bem para o Santos, que perdeu os dois primeiros amistosos que fez: 3 X 2 para o São Paulo e 1 X 0 para a Portuguesa de Desportos, ambos na Vila Belmiro. Como o Campeonato Paulista demoraria a começar, deu tempo para o time se redimir, com vitórias sobre Corinthians, por 3 X 2, São Cristóvão, 2 X 1 e Espanha, 10 X 1.

Deu até para aceitar um convite para uma excursão ao Rio Grande do Sul, de 12 a 26 de maio, quando venceu o Novo Hamburgo por 4 X 2 e Riograndense (Porto Alegre), 4 X 3, empate em 1 X 1 com o Internacional e derrotas para o Grêmio por 3 X 2 e Seleção Gaúcha, também por 3 X 2.

Uma excursão como essa, naqueles tempos de poucas viagens, era tudo que os jogadores queriam. Só que chegaram a Santos no dia 29 de maio e descobriram que a tabela marcava para o dia 2 a estréia contra o Palestra, que era o atual campeão paulista.

Logo de cara, um jogo decisivo, pois se o time tinha alguma pretensão de brigar pelas primeiras posições, deveria vencer o Palestra na Vila. No segundo turno o jogo seria no Parque Antártica e a dificuldade seria bem maior. Sabendo disso e lutando como nunca, o Santos venceu por 1 X 0, gol do centroavante Raul.

A vitória sobre um dos favoritos ao título animou os santistas, que em seguida venceram também o Espanha, no campo do Macuco, por 2 X 0, e o Paulista, da Capital, no Parque Antártica, por 5 X 1. No quarto jogo veio a derrota para o Corinthians, na Vila Belmiro, por 2 X 1. Mas o time se aprumou de novo e venceu a Portuguesa Santista, na Vila Belmiro, 3 X 1 e o Juventus, na Capital, 4 X 1. Nesta última partida, a que encerrou o primeiro turno, o time ganhou o reforço de Araken, que voltava ao Santos.

Na estréia do segundo turno, outro confronto com o Palestra, desta vez no Parque Antártica. Jogo tenso, difícil, que terminou sem gols. Depois, uma goleada no Espanha, na Vila, 4 X 1 e outra no Paulista, 5 X 2, também em casa. Mas a Portuguesa Santista complicou as coisas em Ulrico Mursa, empatando em 3 X 3. O time depois teve de vencer o Juventus em nervosos 2 X 1, na Vila. Na última partida, frente o Corinthians, no Parque São Jorge, o time precisava apenas de um empate para ser campeão.

Bilu, o técnico santista, temia que a emoção traísse seus jogadores, ou que o árbitro, Heitor Marcelino Domingues, pudesse puxar a sardinha para os times da Capital. O Corinthians não tinha chance de ser campeão, mas sua vitória daria o título ao Palestra Itália, mesmo clube que venceu o Santos na Vila Belmiro, em 1927, quando o empate bastaria para que a taça ficasse em Santos.

Bilu, que jogou a decisão de 1927 como zagueiro, jamais escondeu a mágoa pela forma com que o campeonato lhe tinha sido tirado, com uma atuação parcial e cínica do árbitro Antonio Molinaro. Naquele 17 de novembro, no Parque São Jorge, finalmente Bilu teria a chance de, por linhas tortas, saborear sua vingança.

A boa torcida que subiu de trem para São Paulo fez o time se sentir à vontade, mesmo no campo do rival. Um grupo de torcedores do Santos que trabalhava na estiva do Porto, cansados de ver o time ser prejudicado pela arbitragem em jogos decisivos, levou galões de gasolina para o estádio do Corinthians. Se o Santos fosse roubado mais uma vez, prometiam colocar fogo na Fazendinha. Mas não precisaram chegar a tal extremo. Jogando melhor, o Santos venceu por 2 X 0.

O título ficou mesmo com o melhor do campeonato. Em 12 jogos foram 9 vitórias, 2 empates, uma derrota, 32 gols marcados, 12 sofridos e saldo de 20 gols. Mário Pereira fez cinco gols na competição. O São Paulo faliu, nem disputou o campeonato, foi refundado no mesmo ano e voltou á Liga Paulista em 1936. O Palestra perdeu alguns jogadores para o Fluminense (RJ),como o meia Romeu Pelicciari. O Corinthians, depois de fazer um primeiro turno impecável, perdeu um jogo atrás do outro no segundo. O Santos não tinha nada com isso, e foi campeão.

Ficha Técnica do jogo que deu o primeiro título estadual ao Santos:

Corinthians 0 X 2 Santos
Data: 17 de novembro de 1935, domingo à tarde.
Local: Parque São Jorge
Gols: Raul aos 36 minutos do primeiro tempo; Araken aos 17 do segundo.
Árbitro: Heitor Marcelino Domingues.
Público: 15.000 pagantes.
Corinthians: José - Jaú e Carlos – Brito - Brandão e Munhoz – Teixeira – Carlito – Teleco - Alberto e De Maria. Técnico: José Foquer.
Santos: Cyro - Neves e Agostinho – Ferreira - Martelete e Jango – Sacy - Mário Pereira – Raul - Araken e Junqueira. Técnico: Bilu.

Em 2005, quando da comemoração dos 93 anos do Santos F.C., um dos momentos mais emocionantes, foi quando o presidente, na época, Marcelo Teixeira pediu uma salva de palmas para Mário Pereira, até então o único ex-jogador ainda vivo campeão paulista de 1935. Todos os convidados o aplaudiram de pé. (Pesquisa: Nilo Dias)

Time do Santos, campeão paulista de 1935, com Mário Pereira.