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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Árbitros ou sopradores de lata? (01)

O nível das arbitragens no Brasil está realmente muito ruim. A cada rodada do Campeonato Brasileiro, não importa se da Série A ou B, multiplicam-se as reclamações. São erros gravíssimos, que mesmo sem intenção podem jogar por água abaixo todo o trabalho de uma temporada, além de causarem grandes prejuízos financeiros aos clubes prejudicados.

Nos últimos dias assistimos erros que nem despreparados juízes de peladas varzeanas cometeriam. No jogo Ceará X Paraná Clube, disputado no último dia 19, no Estádio Castelão, em Fortaleza, o árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou um gol feito com a mão pelo atacante Wellington Silva, aos 42 minutos do primeiro tempo, que deu a vitória ao clube paranaense.

O lance foi escandaloso. Após uma cobrança de escanteio, a bola sairia pela linha de fundo, mas Wellington saltou e deu uma verdadeira cortada de vôlei para marcar um gol com a mão esquerda. De nada adiantaram as reclamações dos jogadores cearenses, pois até mesmo a bandeirinha alagoana Ticiana de Lucena Falcão correu para o centro do campo, também validando o gol. Antes da bola rolar para o segundo tempo, Wellington Silva confirmou a irregularidade que cometeu no lance do gol. “Fui dar um peixinho e pegou na minha mão, mas não tive a intenção”, disse o jogador, em entrevista a imprensa cearense.

A Comissão de Arbitragem da CBF puniu o árbitro Charles Ferreira, com 90 dias de suspensão, e os auxiliares Cleriston Rios (SE) e Ticiana Lucena, mais o quarto árbitro Wladyerisson Oliveira (CE), com 30 dias de gancho.

Na última quarta-feira, 23, o árbitro Evandro Rogério Roman (PR) teve péssima atuação ao dirigir o jogo Cruzeiro X Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro da Série A. Ele deixou de marcar pelo menos três penalidades máximas claríssimas contra o Palmeiras. O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, divulgou ontem uma carta de protesto intitulada "Vergonha e indignação". "A partida entre Cruzeiro e Palmeiras entrou para a relação dos grandes absurdos do futebol brasileiro em 2009", diz a nota.

Até o presidente do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo, concordou que houve um pênalti indiscutível quando Jumar acertou Fabrício na área. "Foi pênalti, eu não escondo", afirmou o dirigente palmeirense. A CBF puniu o árbitro paranaense com 30 dias de suspensão.

No Campeonato Brasileiro deste ano as falhas de arbitragem começaram cedo. Na segunda rodada do primeiro turno, quatro jogos tiveram falhas que poderiam ter mudado o resultado final. O que dominou os erros foram os pênaltis não assinalados e gols marcados em impedimento. O jogo que mais provocou reclamações foi Atlético Mineiro 2 X 1 Grêmio, disputado no Mineirão, dia 16 de maio.

O árbitro Wilson Seneme (SP) teve atuação desastrosa: no início do segundo tempo, a bola bateu no braço de Welton Felipe, do Atlético, dentro da área, mas nada foi marcado. Nos acréscimos, em lance idêntico, a bola bateu no braço de Joilson, e Seneme marcou o pênalti contra o Grêmio, que Tardelli bateu e converteu, garantindo o triunfo atleticano.

Ainda nessa rodada ocorreram mais erros dos juízes. Na Vila Belmiro, os gols de Kléber Pereira, do Santos, e Rafael Tolói, do Goiás, foram marcados em impedimento. Ainda houve um pênalti de Fabão em Júlio César a favor do time goiano não assinalado pelo árbitro Ricardo Ribeiro (MG). No jogo Flamengo X Avaí, no Maracanã, outros dois pênaltis não marcados pelo árbitro Francisco Carlos Nascimento(AL). Primeiro, Willians, do Flamengo, derrubou Evando, do Avaí, na área. Pouco depois, o mesmo Willians cruzou e a bola bateu no braço levantado de Undel, que estava dentro da área.

O outro jogo que teve erro da arbitragem foi São Paulo 2 X 2 Atlético Paranaense. O gol de empate do tricolor paulista foi irregular, já que André Lima estava em posição de impedimento não marcado pelo juiz Wilton Pereira Sampaio (DF). Os paranaenses ainda reclamaram de um pênalti não marcado por Miranda em Marcinho.

Na 22ª rodada do Brasileirão, disputada no dia 30 de agosto, o Botafogo foi prejudicado pelo árbitro paulista Rodrigo Martins Cintra que validou o segundo gol gremista, feito de forma irregular: a bola saiu quase um metro pela linha de fundo no cruzamento de Mário Fernandes para Jonas. E ainda teve um pênalti a favor do Botafogo não assinalado, quando Adilson cortou cruzamento dentro da área com o braço estendido.

No jogo Internacional 1 X 2 Corinthians, dia 19 de agosto, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro, o time gaúcho foi “garfado” em pleno Beira Rio, em Porto Alegre. Dessa feita foram os dois auxiliares, Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Hilton Moutinho Rodrigues (RJ), que erraram feio nos gols corinthianos, ambos assinalados em situações de impedimento. No primeiro gol, Chicão estava adiantado quando a bola foi cruzada para a área em cobrança de falta. No segundo, no finalzinho, dois jogadores corintianos estavam livres e impedidos na pequena área, mas o bandeirinha nada marcou. (Pesquisa: Nilo Dias)

O árbitro alagoano Charles Hebert Cavalcante Ferreira validou de forma escandalosa, um gol feito com a mão, contra o Paraná Clube.

COMENTÁRIOS DE LEITORES

Mario Gayer do Amaral disse...
Oi, Nilo. Gostei dessa matéria sobre os árbitros. é muito fácil culpá-los por uma derrota mas nem sempre isso acontece. Talvez quando colocarem a TV nos lances mais dificeis, isso minimize. Mas duvido que isso ocorra.
No meu blog, fiz um post a respeito dos três anos sem o Bra-Pel, contando um pouco das histórias e das lembranças desse jogo. Se quiseres comentar ou adicionar mais alguma coisa que tu lembres de Bra-Pel, fico agradecido. Só ganho mais sabedoria e mais trocas de idéias. É isso. Um grande abraço.
9 de outubro de 2009 00:22