Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

sábado, 30 de março de 2019

O artilheiro dos gols bonitos

Ricardo Lucas Figueredo Monte Raso, mais conhecido como “Dodô”, foi um dos melhores atacantes da história do futebol brasileiro, recebendo da imprensa esportiva o apelido de “o artilheiro dos gols bonitos”, pelos belos gols que fez ao longo de sua carreira.

Paulista da capital, nasceu em 2 de Maio de 1974. “Dodô” foi revelado pelo Nacional, de São Paulo em 1992. Teve ainda uma rápida passagem pelo Fluminense entre 1994 e 1995 e Paraná Clube no ano de 1996, antes chegar ao São Paulo.

No São Paulo, “Dodô” formou ao lado do colombiano Aristizábal uma dupla de ataque perigosa. Foi artilheiro do “Paulistão” de 1997 e do “Torneio Rio-São Paulo” de 1998 com 19 e 5 gols respectivamente.

Ajudou o São Paulo a conquistar o “Estadual” de 1998. No total, pelo clube tricolor paulista, “Dodô” disputou 46 partidas e marcou 33 gols. Em 1997, o atacante chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira pelo técnico Zagallo cinco vezes, marcando 2 gols.

Deixou o tricolor paulista em 1999 e passou a defender o Santos até 2001. Com a camisa do Alvinegro praiano Dodô disputou 67 jogos e marcou 33 gols, se destacando pelo peixe de 1999 até 2001.

No segundo semestre daquele ano, foi contratado pelo Botafogo com ajuda da “Golden Cross”, empresa que se interessou em patrocinar o clube a partir da contratação do atacante.

“Dodô” ajudou o alvinegro a escapar do rebaixamento no “Brasileirão” de 2001 e a fazer uma boa campanha no “Torneio Rio-São Paulo” de 2002.

Porém, o Botafogo encontrava-se em má fase financeira, e teve que dispensar vários jogadores para o “Campeonato Brasileiro” de 2002, onde o clube acabou rebaixado. “Dodô” acertou sua volta ao estado de São Paulo para atuar pelo Palmeiras.

Contudo, naquele ano, não obstante as inúmeras contratações de impactos que o “Verdão” fez para o “Campeonato Brasileiro”, a equipe também acabou sendo rebaixada. “Dodô“ pouco atuou naquela competição, pois estava frequentemente lesionado.  Ferdão foram 16 partidas e apenas três gols.

Já que o Palmeiras tentava ajustar-se para uma nova realidade, “Dodô” então resolveu ir para o futebol asiático. Jogou, entre 2003 e 2004, no Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul e, em 2005, no Oita Trinita, do Japão. Enquanto estava na Ásia, “Dodô” deu diversas entrevistas declarando sua vontade de voltar para o Brasil, dizendo que gostaria de atuar novamente pelo Botafogo.

Retornou ao Brasil no segundo semestre de 2005 para defender o Goiás. Contudo, era reserva no time goiano. Este fato o fez acertar sua volta ao Botafogo no início de 2006. No “Glorioso”, “Dodô” ajudou a equipe a vencer a “Taça Guanabara” e o “Carioca” de 2006 sendo artilheiro da competição com 9 gols.

No Brasileirão, “Dodô” era o artilheiro da competição com 9 gols quando decidiu transferir-se para o futebol árabe. O contrato do jogador com o clube carioca tinha uma cláusula que permitia sua saída sem qualquer tipo de ressarcimento caso houvesse uma proposta de um clube não brasileiro.

Dodô foi defender o Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, mas, em 2007, voltou para o Botafogo. Foi campeão da “Taça Rio” e vice-campeão do “Campeonato Carioca”, sendo premiado com a “Medalha de Mérito Esportivo Pan-Americano”, pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

No início de julho de 2007, o atacante foi pego no exame antidoping por apresentar em sua urina a substância “Femproporex”, usada para perda de peso, que constava em uma cápsula de cafeína manipulada por uma farmácia, dada pelo departamento nutricional do clube.

A farmácia trabalhava há dois anos fornecendo medicamentos para o clube e não havia registros de contaminação anterior. O estabelecimento chegou a ser fechado e seus proprietários entraram com ação contra o clube. O Botafogo e “Dodô” também processaram a farmácia..

Na época, o caso ganhou grande proporção porque “Dodô” revelou ter consumido apenas uma cápsula de cafeína ministrada pelo médico do Botafogo, Márcio Cunha.

O atacante foi suspenso por 120 dias inicialmente, mas entrou com recurso e foi absolvido por não ter sido considerada a sua culpa. Após sua volta, “Dodô” marcou seu 300º gol na carreira profissional.

No fim da temporada, faltando seis rodadas para acabar o “Campeonato Brasileiro”, “Dodô” anunciou que não renovaria seu contrato com o alvinegro carioca para 2008. O jogador recebeu a “Chuteira de Ouro”, da “Revista Placar” pelo seu desempenho em 2007, sendo o principal goleador daquele ano no futebol brasileiro e o “Troféu de Prata” do “Prêmio Craque do Brasileirão”, por ter sido escolhido o segundo melhor centroavante do “Campeonato Brasileiro”.

“Dodô” deixou o Botafogo para jogar no Fluminense. Concorrendo pela titularidade com Leandro Amaral e Washington, os chamados "três tenores". Quando começava a jogar com frequência no time titular, como na goleada por 6 X 0 contra o Arsenal, de Sarandí, Argentina, pela “Copa Libertadores”, sofreu uma fratura de um osso frontal da face e teve de ficar dois meses parado.

Com a saída de Leandro do clube, “Dodô” recebera a chance de ser titular. No entanto, nunca foi visto com bons olhos pela torcida tricolor, tendo em vista o fato de não ter comemorado um gol contra o Boca Juniors, se mostrando insatisfeito na equipe, então comandada por Renato Gaúcho.

Foi demitido do Fluminense no final de agosto de 2008, após uma conversa com o treinador “Cuca”, o mesmo com quem trabalhara no Botafogo. Poucos dias após se desligar do Fluminense, “Dodô” recebeu do “Tribunal Arbitral do Esporte” o resultado do processo sobre seu doping, resultando na sua suspensão por 2 anos.

A sentença levou em conta parte do tempo do processo e, assim, o jogador só poderia voltar a atuar em 7 de novembro de 2009.

Após cumprir a suspensão, “Dodô” recebeu propostas de diversos clubes, porém muitos deles desistiram de contratá-lo porque o atleta pediu um salário muito alto e após diminuir sua pedida salarial, em 16 de dezembro de 2009, acertou com o Vasco.

Demorou para “Dodô” marcar seu primeiro gol com a camisa cruz-maltina. Depois de passar em branco contra Tigres e América, enfrentou pela primeira vez o Botafogo, clube pelo qual marcou 90 gols e teve boa atuação.

“Dodô” fez 3 gols no primeiro tempo. No segundo, sofreu a falta cobrada por Léo Gago que resultou no quarto gol e deu o passe para Philippe Coutinho marcar o quinto. Além disso, o Vasco ainda fez mais um gol, fechando a goleada de 6 X 0, em pleno “Engenhão”.

Após o início promissor, o rendimento de “Dodô” foi caindo a cada partida. Vieram muitos jogos em branco, e a torcida vascaína passou a execrá-lo depois da perda do título da “Taça Guanabara” para o Botafogo.

Houve uma nova tentativa dele num clássico diante do Flamengo. Mas os dois pênaltis desperdiçados na derrota por 1 X 0 para o arquirrival vascaíno pioraram ainda mais a relação dele com a torcida.

No final da “Taça Rio”, ainda houve uma esperança sobre o atacante, quando ele marcou um dos gols da vitória por 3 X 0 sobre o Fluminense, no “Maracanã” e anotou dois gols na vitória por 4 X 3 sobre o Duque de Caxias, no “Estádio Raulino de Oliveira”, ajudando o time a se classificar para as semifinais do segundo turno. O time acabou eliminado pelo Flamengo, com uma derrota por 2 X 1.

“Dodô” voltou para a reserva, e nos treinos era visível sua falta de ânimo. Desânimo que veio para os campos. Depois da derrota do Vasco para o Guarani por 1 X 0, em São Januário, “Dodô”, que entrara no primeiro tempo, substituindo Élton, contundido, deixou como última lembrança sua descida para o vestiário, em silêncio, ouvindo gritos, vaias e ofensas.

No dia 4 de junho, de comum acordo entre ambas as partes, “Dodô” rompeu seu compromisso com o clube. Foram 28 jogos e 11 gols marcados nesta volta aos gramados, curiosamente, nenhum deles marcado em São Januário, palco de seu último jogo com a camisa do Vasco.

Em 10 de junho, “Dodô” acertou com a Portuguesa de Desportos, de São Paulo, para a disputa da Série B do “Campeonato Brasileiro”.

No dia 1 de março de 2011, foi dispensado pela Portuguesa. De acordo com nota oficial emitida pela diretoria do clube paulista, a medida foi tomada pelo fato de “Dodô” ter desrespeitado o técnico Jorginho, assim como seus companheiros de equipe, durante a partida contra o Bragantino quando, ao ser substituído no segundo tempo, abandonou o estádio antes do término da partida.

Em março de 2011, acertou com o Americano para a disputa do “Campeonato Brasileiro da  Série B”. Uma contusão o forçou a fazer uma cirurgia no joelho, adiando para 2012 seu retorno aos gramados.

Em 21 de fevereiro de 2013, pegando muita gente de surpresa, “Dodô” foi anunciado como reforço pontual do emergente clube da cidade de Osasco, o Grêmio Esportivo Osasco, em vínculo que se encerrou ao final da disputa da “Série A2”, do “Campeonato Paulista” daquele mesmo ano. “Dodô” juntou-se ao elenco que fora recentemente reforçado com “Viola”, outro renomado veterano do futebol brasileiro.

Em 6 de março de 2013 fez sua estreia pelo Osasco contra o Capivariano. Ao fim da partida mostrou porque era chamado de” artilheiro dos gols bonitos”, ao marcar um belo gol por cobertura, fechando o placar em 2 X 0. Na partida seguinte, contra o Monte Azul, voltou a marcar pelo Osasco, decretando o empate em 2 X 2.

Em 30 de março de 2013, “Dodô” deixou o Osasco e acertou com o Barra da Tijuca para a disputa do “Carioca” da “Série B”. Após disputar a competição, “Dodô” encerrou sua carreira aos 39 anos.

Sem atuar desde 2013, quando defendeu o Barra da Tijuca, “Dodô” fez um curso para treinador no início do ano de 2015, ministrado por profissionais da CBF, na “Granja Comary”, com duração de dez dias e aulas divididas em dois períodos.  Ainda tentou a carreira de treinador, tendo dirigido o Rio Negro, de Manaus por um mês, mas saiu por motivos profissionais.

Títulos conquistados. Paraná Clube: Campeão Paranaense (1996); São Paulo: Campeão Paulista (1998); Botafogo: Campeão Carioca (2006) e Taça Guanabara (2006).

Prêmios: Melhor jogador do Campeonato Carioca (2006 e 2007); Melhor jogador da Copa do Brasil (2007); Chuteira de Ouro da Revista Placar (2007); Artilharias: São Paulo - Campeonato Paulista (1997 - 19 gols); Copa dos Campeões Mundiais (1997 - 4 gols); Torneio Rio-São Paulo (1998 - 5 gols); Botafogo: Campeonato Carioca (2006 - 9 gols); Campeonato Carioca (2007 - 13 gols); Vasco da Gama: Taça Guanabara (2010 - 7 gols) (Pesquisa: Nilo Dias)


quarta-feira, 27 de março de 2019

Morre sobrevivente da tragédia da Chapecoense

Um dos sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense, o jornalista catarinense Rafael Henzel morreu na noite de ontem, terça-feira após sofrer um enfarte fulminante.

O narrador esportivo, de 45 anos, passou mal durante partida de futebol com os amigos, na cidade de Chapecó. Ele era casado e tinha um filho.

A morte foi confirmada pela Rádio Oeste Capital, onde ele trabalhava. Ele veio a falecer na noite desta terça, dia 26 de março. O Rafael jogava futebol com amigos no início da noite de hoje e acabou sofrendo um enfarte fulminante.

Conduzido ao Hospital Regional de Chapecó foi confirmado há poucos instantes o falecimento do nosso colega, jornalista e narrador, anunciou a rádio.

Henzel foi uma das seis vítimas que sobreviveram no acidente aéreo que causou a morte de 71 pessoas no voo que levava a delegação da Chapecoense para a Colômbia para a disputa da final da Copa Sul-Americana, no fim de novembro de 2016.

Enquanto Henzel acordava cercado por corpos sem vida de outros passageiros do avião, notícias do desastre começavam a chegar ao Brasil.

A milhares de quilômetros de distância, quem deu a "notícia" de que o jornalista estava entre os sobreviventes foi o filho Otávio, então com 11 anos.

"Sinto a respiração dele", disse a criança à mãe. Tavinho estava certo e 15 dias depois um avião pousava trazendo o pai. Com uma camiseta com o símbolo da Chape e #forçarafa às costas, o garoto entrou na aeronave e na direção de Rafael Henzel.

Único jornalista a sobreviver à tragédia, ele trabalhava na Rádio Oeste Capital e havia retomado suas atividades normalmente no veículo de comunicação um ano após sobreviver à tragédia que abalou o futebol mundial.

Pode-se dizer com toda a certeza, que o jornalista Rafael Henzel nasceu duas vezes. A primeira, em 25 de agosto de 1973, quando deixou o ventre da mãe, dona Lídia, em São Leopoldo (RS).

A segunda, em 29 de novembro de 2016, dia em que o vôo “LaMia 2933” caiu em “Cerro El Gordo”, na Colômbia. Sua segunda vida teve 27 meses e 27 dias de vida.

Nesse período, fez a narração da histórica estreia da Chapecoense na Libertadores em 2017. Apareceu em jogo da seleção brasileira ao lado de Galvão Bueno. Deu palestras e trabalhou muito.

Se despediu vestindo chuteiras, dentro das quatro linhas, acompanhado da paixão que marcou sua vida, seu renascimento e, agora, sua morte.

Dois nascimentos que ilustram duas vidas. A primeira, até o acidente, como um jornalista apaixonado por futebol e pela Chapecoense, fazendo o que gostava.

A segunda, como um exemplo de superação, viajante pelo mundo e embaixador do clube. Abaixo das duas datas na rede social, Rafael oferecia um contato para palestras nas quais falava sobre o novo valor que enxergava na vida depois de quase tê-la deixado.

Foi justamente no campo que a vida teve um apito final. O homem que construiu a vida ao redor do futebol dedicou seus últimos batimentos do coração a correr atrás de uma bola.

A cidade que tem um clube que simboliza o recomeçar ficou sem um porta-voz da esperança. Mas Rafael Henzel fez de sua segunda vida um testemunho do que apendeu naquela noite trágica em Medelín: as pessoas devem viver como se tivessem de partida.

Rafael Henzel sempre repetia que sobreviveu graças a Lionel Messi. Com dificuldade de dormir no voo para a Colômbia, ele foi puxar papo com um companheiro de rádio de Chapecó.

Com 1m90 de altura, queria sentar no corredor da penúltima fileira, mas o colega Renan Agnolin o proibiu de ocupar o lugar. Justificou que foi o local em que Messi viajou quando a seleção da Argentina usou a aeronave.

Henzel respeitou o dono de cinco “Bolas de Ouro” e escolheu o assento ao lado. Sorte sua, sobreviveu a tragédia. Foi assim que viveu sua nova vida. E sempre mencionando que foi salvo por Messi.

O garoto Rafael se mudou cedo para Chapecó. Lá, começou a carreira jornalística aos 15 anos de idade, mas, antes disso, já cultivava a paixão pelo time da cidade.

Saía da escola e não tinha dinheiro para pagar o ingresso, então esperava no portão do estádio até os 15 minutos de jogo para poder entrar de graça.

A relação com a Chapecoense evoluiu. Depois da tragédia de 2016, o jornalista se transformou em uma espécie de embaixador, símbolo indissociável da Chape, presente em eventos no Brasil e no exterior.

Nas palavras do próprio clube, "tornou-se um símbolo da reconstrução do clube, nas páginas verde e brancas desta instituição". Desde a queda do avião, ao se referir à Chapecoense, usava o pronome "nós".

Henzel se tornou embaixador da “Chape” pelo planeta. Poucos dias antes de sua morte, esteve na Espanha e na Alemanha falando do clube, da tragédia e do futuro.

Em Berlim, no festival “11mm Futebol Film Fest”, apresentou o documentário "Nossa Chape", filme que conta a reconstrução do clube após o acidente. Dias antes fez o mesmo em Bilbao, na Espanha.

Ao voltar a trabalhar, lançou em maio de 2017 o livro "Viva como se estivesse de partida", cujo complemento é "um relato otimista e emocionante do jornalista que sobreviveu à tragédia da Chapecoense".

"Viva como se estivesse de partida" não é um relato sobre o acidente, o que seria de se espera de um jornalista. A obra trata da superação física e psicológica depois da tragédia. Rafael Henzel continuou viajando de avião sem problemas e levava a vida de forma positiva e bem humorada.

No lançamento, os leitores elogiaram a humildade e a mensagem de esperança. E pensar que o jornalista estava com medo de fazer o livro.

Em dúvida, consultou um colega que respeita e confia muito, Tino Marcos. Recebeu um empurrão com o argumento de que era dono de uma história única que deveria ser compartilhada.

No mesmo ano, passou a atuar como comentarista da RBS TV, afiliada à TV Globo, nas transmissões dos jogos da Chapecoense na Copa Libertadores daquele ano - para a qual o time catarinense entrou por ter sido considerado o campeão da Sul-Americana, mesmo sem jogar a partida da volta.

Henzel gostava mesmo era de narrar. Ainda no domingo, 25 de março, narrou cinco gols na vitória da “Chape” fora de casa sobre o Hercílio Luz.

Não há narrador brasileiro que não gostaria de dividir o prestígio de uma transmissão com Galvão Bueno. Foi o que Henzel viveu em 25 de janeiro de 2017, quase dois meses após a tragédia.

Era o amistoso entre Brasil e Colômbia, no “Estádio Nilton Santos”, no Rio. Conversaram em meio ao jogo. Henzel se disse representante de 21 colegas de imprensa que partiram na noite do acidente.

A conversa seguiu com a partida como pano de fundo, com Galvão pontuando um ou outro lance. A transmissão recebeu outros sobreviventes, como o goleiro Jackson Follmann, que conversava com Galvão quando Dudu marcou um gol. Galvão parou a transmissão, chamou o replay e pediu que Henzel narrasse.

Em comunicado, o clube de Chapecó lamentou a morte do jornalista. "A Associação Chapecoense de Futebol vem a público a fim de manifestar o profundo pesar e toda a consternação pela notícia do falecimento do jornalista Rafael Henzel, ocorrido na noite desta terça-feira", registrou o clube.

"Durante a sua brilhante carreira, Rafael narrou, de forma excepcional, a história da Chapecoense. Tornou-se um símbolo da reconstrução do clube e, nas páginas verde e brancas desta instituição, sempre haverá a lembrança do seu exemplo de superação e de tudo o que fez, com amor, pelo time, pela cidade de Chapecó e por todos os apaixonados por futebol.

Desejamos, de todo o coração, que a família tenha força para enfrentar mais um momento tão difícil e esta perda irreparável. Os sentimentos e as orações de todos os chapecoenses, torcedores e ouvintes, estão com vocês."

Após a notícia do falecimento de Rafael Henzel, muitos comunicadores e também alguns clubes de futebol prestaram homenagens ao jornalista. Abaixo algumas mensagens transmitidas ontem a noite. Certamente foram dirigidas muitas outras.

O PARANÁ CLUBE lamenta a morte do jornalista Rafael Henzel. Nossos sentimentos à família e amigos. Descanse em paz, guerreiro!
Nota de pesar. A S.E.R. CAXIAS lamenta o falecimento do jornalista Rafael Henzel. Desejamos força aos familiares e amigos enlutados por esta perda irreparável.

O FORTALEZA ESPORTE CLUBE Clube lamenta o falecimento do jornalista Rafael Henzel. Ele foi um dos sobreviventes do trágico acidente envolvendo a delegação da Chapecoense. Aos familiares, amigos e colegas, desejamos muita força para superar esse triste momento.

O CEARÁ SPORT CLUB lamenta profundamente o falecimento do jornalista Rafael Henzel. Sua história irá inspirar todos os brasileiros. Descanse em paz, guerreiro!

Nosso eterno carinho por Rafael Henzel. Neste momento de muita dor, o SÃO PAULO FUTEBOL CLUBE se solidariza com a família, os amigos e os admiradores do jornalista.

O CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO lamenta profundamente o falecimento de Rafael Henzel, exemplo de superação e profissionalismo. Desejamos muita força aos familiares, amigos e fãs. Descanse em paz.

O VILA NOVA FUTEBOL CLUBE se solidariza com à família e amigos do Jornalista Rafael Henzel! Um guerreiro que hoje se foi e deixa seu exemplo de luta pra todos nós.

É com pesar que o SPORT CLUB RECIFE recebe a notícia da morte do jornalista Rafael Henzel. Referência na sua profissão, ele deixa um grande legado. Desejamos força aos familiares e amigos.

Com grande pesar, o ESPORTE CLUBE BAHIA lamenta o falecimento do jornalista Rafael Henzel, sobrevivente do acidente aéreo com a delegação da Chapecoense, em 2016. Nossa solidariedade a amigos e familiares.

O Cruzeiro Esporte Clube lamenta profundamente a morte do jornalista Rafael Henzel. Que a família, amigos e o povo de Chapecó encontrem na fé e na esperança todas as forças em mais este momento de dor e tristeza.

O GRÊMIO FPA lamenta profundamente o falecimento do jornalista Rafael Henzel e nos solidarizamos com os seus familiares e amigos neste momento tão difícil.

O FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE lamenta o falecimento do jornalista Rafael Henzel, um dos sobreviventes do maior acidente aéreo da história do futebol, que por tantas vezes esteve no “Scarpellão” para exercer sua profissão. Nossos mais sinceros pêsames aos familiares e amigos. Força!

A SOCIEDADE ESPORTIVA PALMEIRAS lamenta a morte do jornalista Rafael Henzel e deseja muita força aos familiares nesse momento difícil.

O SPORT CLUB CORINTHIANS PAULISTA lamenta o falecimento do jornalista Rafael Henzel, sobrevivente do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense em 2016. Neste momento de dor, desejamos muita força aos familiares, amigos e colegas de imprensa do narrador que, por anos, acompanhou a equipe de Santa Catarina.

O CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA lamenta profundamente a morte do jornalista Rafael Henzel. Nossos sentimentos a família, amigos e ao povo de Chapecó.


“Me sinto arrasado! Muito triste! Vivi intensamente o terrível desastre do voo da Chape! Perdi muitos amigos! Ganhei muitos outros! Mudei muitos conceitos! Rafael, sem dúvida você teve uma missão especial neste mundo terreno! Que Deus te receba como você merece e que abençoe e dê forças a sua família. Saudades!”, escreveu GALVÃO BUENO.


O SPORTS CENTER, programa da ESPN Brasil, de ontem terminou com uma homenagem ao jornalista Rafael Henzel, que morreu em decorrência de um infarto enquanto jogava futebol. Paulo Soares, o "Amigão", foi o responsável por registrar uma mensagem ao locutor esportivo. 

"Nós nos despedimos com uma pequena homenagem a Rafael Henzel, jornalista, radialista, locutor esportivo, um dos seis sobreviventes do trágico acidente com o avião da Chapecoense em 2016, que matou 71 pessoas.

"Notícia triste que chocou a todos nós. Mais uma vez, todos da ESPN deixamos nossos sentimentos aos familiares, amigos e companheiros de Rafael Henzel. Descanse em paz, Henzel, neste céu azul”. (Pesquisa: Nilo Dias)



quarta-feira, 20 de março de 2019

A comovente história de um ex-jogador de futebol

Uma das piores coisas que pode acontecer na vida de uma pessoa é ficar impedido de caminhar e ter de ficar dependendo de uma cadeira de rodas para qualquer movimentação. 

Foi o que aconteceu com o ex-jogador de futebol, Adil Pimenta de Souza Júnior,  tamnbém conhecido por "Nica", que no dia 27 de setembro de 2000 sofreu  um acidente de carro, quando viajava acompanhado de seu sogro, de São João Nepomuceno a Belo Horizonte, em Minas Gerais. Teve uma lesão medular cervical de graus 5 e 6 e ficou quatro meses internado e sem movimentos na parte de baixo do corpo

Adil nasceu no dia 23 de julho de 1965 na cidade de São João Nepomuceno, em Minas Gerais. Começou a carreira de futebolista no Botafogo, de sua terra natal. Desde garoto chamava a atenção pela velocidade que imprimia nas jogadas. dribles curtos, chute potente e extremamente habilidoso. 

Depois transformou-se num cigano do futebol, jogando por América, do Rio de Janeiro, Cruzeiro, de Belo Horizonte, Tupi, de Juiz de Fora (MG), Guarani, de Campinas (SP), Ferroviária, de Araraquara (SP), Portuguesa de Desportos (SP), Corinthians Paulista, no tempo do folclórico presidente Vicente Mateus, Grêmio, de Porto Alegre, Criciúma e Figueirense, de Santa Catarina, Sport Recife, Bahia, Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), Araçatuba (SP), São José (SP), Bragantino (SP) e Juventus (SP).

O Juventus foi o último clube em que Adil jogou. Foi no "Moleque Travesso" que fez um gol histórico, chutando a bola do meio do campo sem defesa para o goleiro Irá, do Santo André.

Estava com 35 anos e já perto do final da carreira. Foi obrigado a trocar a rotina de treinos, concentração e jogos, por trabalhos diários de fisioterapia para recuperar os movimentos do corpo.


Quando saiu do hospital procurou diversos órgãos que atendiam lesados medulares. Teve muito apoio de pessoas da época da Portuguesa e do Corinthians, tanto do médico corinthiano, Joaquim Grava, que lhe deu apoio moral, entusiasmo e estimulo.

Adil também conta que recebeu ajuda e muito carinho de pessoas ligadas ao futebol. Mas ele cita em especial o ex-jogador e agora comentarista Neto, da TV Band, que foi visitá-lo no hospital.

Teve muitos ex-jogadores que se prontificaram a lhe ajudar na época. O Neto esteve no hospital em Juiz de Fora. Os dois sacramentaram uma amizade muito grande na época do Corinthians. 

Ele frequentava a casa de Adil em São Paulo. No entender de Adil, Neto sempre teve um coração muito bom. E salienta que todo esse carinho que recebeu no futebol , foi resultado daquilo que sempre plantou durante a carreira.

E também recebeu o indispensável apoio dos amigos, da família. E isso marcou a sua recuperação. Conta que quando ainda estava no hospital, dois amigos saiam todos os dias da sua cidade, para visita-lo. Toda a cidade lhe abraçou muito. Saiu de lá com 15 anos e voltou com 35 anos, relatou em entrevista ao Yahoo Esportes.

Mas a nova realidade não abateu Adil. Ele não aceitou a possibilidade de viver em uma cadeira de rodas, por isso se dedicou incansavelmente à fisioterapia para recuperar os movimentos do corpo. E deu certo. Hoje se locomove sozinho e até dirige o carro.

Reconhece que a recuperação foi um tanto lenta. As limitações que enfrentava o levaram até o Hospital Sarah Kubitschek. Lá a ficha caiu, e se deu  conta que estava tetraplégico e não sabia. Na primeira oportunidade que o colocaram em pé, pensou que iria ficar numa cadeira de rodas para sempre.

E Adil não queria isso. Começou a fazer fisioterapia todos os dias. Não sabe explicar de tirou tanta força. Quando saiu do hospital lhe deram uma receita para comprar uma cadeira de rodas. Mas rasgou a tal receita. Isso não estava nos seus planos.

Quando ainda se encontrava no hospital, já havia usado o andador, que considerava melhor do que uma cadeira de rodas. Acomodação era palavra que não constava de seu dicionário. Queria bem mais.

Quando Adil chegou ao Sarah foi examinado por uma junta médica. E lembra que até falou para uma psicóloga de que não precisava de terapia e sim de exercícios,  porque sempre foi um atleta ativo.

E ressalta que em momento algum teve qualquer problema de depressão. É verdade que num ambiente hospitalar a pessoa se depara com várias situações, como alguém querendo mexer o dedo para dar um tiro no ouvido.

E felizmente ele conseguiu passar por tudo isso. E hoje não tem porque ficar chateado e lamentar o que aconteceu. (Pesquisa: Nilo Dias)


Adil com a camisa do Corinthians.

domingo, 17 de março de 2019

Os 100 anos do Marcílio Dias

Hoje mais um clube entra no seleto grupo de “centenários”. Trata-se do Clube Náutico Marcílio Dias, da cidade catarinense de Itajaí. O clube nasceu no distante dia 17 de março de 1919, por iniciativa de três amigos, Gabriel Collares, Victor Emmanoel Miranda e Alyrio Gandra.

Eles comungavam da mesma ideia, de fundar um clube náutico em Itajaí, e esta se tornou realidade em reunião realizada na Sociedade Guarany, na noite de 17 de março, que contou com a presença de mais de 80 pessoas.

O nome foi aprovado por aclamação, em homenagem ao bravo marinheiro gaúcho morto na Guerra do Paraguai. Por várias décadas acreditou-se que o clube teria sido fundado em 19 de março e somente após a descoberta da ata de fundação é que foi averiguado que a data correta em que o “Marinheiro” nasceu era 17 de março de 1919. Com a descoberta, o clube passou a comemorar seu aniversário oficialmente em 17 de março.

O Marcílio Dias foi o quarto clube náutico a ser fundado em Santa Catarina. Antes, já existiam Riachuelo, Martinelli e Aldo Luz. As cores vermelho e azul foram adotadas em homenagem aos dois grandes clubes náuticos da capital , Riachuelo, azul e Martinelli , vermelho.

O primeiro presidente do clube foi o jornalista Mascarenhas Passos, que no dia 16 de abril de 1919 enviou através de uma carta ao Governador do Estado, doutor Hercílio Luz, a comunicação da criação do clube:

“Cumprimos o grato dever de levar ao conhecimento de Vossa Excelência que no dia 17 de março próximo findo foi fundado nesta cidade o Club Náutico Marcílio Dias, cujos fins são proporcionar à mocidade exercícios de natação, remo, gymnastica, tênnis e outras diversões compatíveis com sua cultura physica”.

O Clube Náutico Marcílio Dias faz seus jogos no “Estádio Doutor Hercílio Luz”, com capacidade para 6.010 pessoas e conhecido por “Gigantão das Avenidas”, por se localizar estar entre as Avenidas Sete de Setembro e Coronel Marcos Konder, no centro de Itajaí. A sua sede fica junto ao estádio, na Rua Gil Stein Ferreira.

A primeira atividade do clube foi o remo, quando comprou duas yoles, embarcações pequenas usadas na prática de remo, que levaram os nomes de “Yara” e “Yarê”. Uma briga para a definição das madrinhas das embarcações acabou afastando alguns membros da entidade,  que então criaram o Clube Náutico Almirante Barroso, que se tornou o maior adversário da história do Marcílio Dias.

Em pouco tempo, as atividades desportivas do clube foram sendo ampliadas, principalmente depois da inauguração da Praça de Esportes Dr. Hercílio Luz, em 1921. 

Foram incorporados water-polo, natação, atletismo, tênis, vôlei, basquete, futebol de salão e, por fim, o futebol de campo. Além das atividades desportivas, o clube organizou do começo da década de 1920 até a década de 1930 um grupo teatral amador, apresentando mais de 45 peças.

No remo, realizou sua primeira regata no dia 19 de julho de 1919, cujas embarcações “Yarê” e “Yara” se revezaram nas vitórias das duas primeiras provas disputadas, em homenagem às torcedoras e à municipalidade, respectivamente.

Poucos meses antes, em maio, o clube inaugurou o seu galpão na rua Fluvial, atual Avenida Coronel Eugênio Muller. No ano seguinte, em 1920, o Marcílio Dias ampliou seus horizontes e inaugurou um posto náutico na cidade de Blumenau.

Em 28 de março, uma delegação de marcilistas viajou de trem até Blumenau para participar da inauguração, o qual o clube Rubro-Anil chegou ao título estadual de remo em 1925.

Outra prática desportiva em que o Marcílio Dias se destacou foi o tênis, onde homens e mulheres começaram a praticar o esporte sob as cores marcilistas já em 1919. Sua primeira competição interestadual foi em 5 de outubro de 1919, contra o Brusquense, na cidade de Brusque. Ao todo, o clube venceu oito campeonatos de tênis, além de diversas taças e troféus.

No water-pólo o Marcílio Dias foi o precursor em Santa Catarina, introduzindo a modalidade em 1920. Outro esporte aquático praticado foi a natação. O basquete teve sua primeira quadra inaugurada em 1921.

Foram madrinhas do campo as senhoritas Dolores Palumbo, Diva Bornhausen e Grecelides Almeida. O primeiro jogo foi disputado por dois times femininos: o azul e o vermelho.

O futebol de salão também já foi praticado por atletas do Marcílio Dias, assim como o atletismo e a ginástica. Desde 2017, o clube possui equipe de handebol feminino em parceria com a Fundação Municipal de Esporte e Lazer (FMEL) de Itajaí. Em 24 de março de 2018, o Marcílio Dias se reencontrou com suas origens ao anunciar a retomada das atividades no remo.

Apesar de criado com o propósito de fomentar o desporto náutico, desde o ano de sua fundação o clube possui equipes de futebol, como registram jornais de Itajaí, como “O Commercio”.

Já nos anos de 29 e 30 o clube atingiu um feito: 24 vitórias consecutivas. Em 1930, o Marcílio Dias conquistou seu primeiro vice-campeonato catarinense, de uma série de oito, ficando atrás apenas do Avaí.

A colocação das duas equipes se repetiu em 1944. Na final do campeonato, o primeiro jogo foi realizado em Navegantes, pois o “Estádio Doutor Hercílio Luz” passava por reformas. O Avaí venceu por 1 X 0.

Na segunda partida, o time da capital venceu por 4 X 3. Na época, o governador do Estado, Celso Ramos, era também presidente do Avaí. Na década de 60 o Marcílio Dias se tornou uma das maiores potências do Sul do país. De 1960 a 1962 amargurou mais três vice-campeonatos estaduais, perdendo para o Metropol, de Criciúma, nas finais. O mesmo se repetiu em 1967.

O principal título conquistado pelo clube em sua história foi o Campeonato Catarinense de Futebol de 1963, embora haja alguma controvérsia pois a “Taça Luíza Mello” não contou com a participação do Metropol.

O Marcílio também conquistou uma “Copa Santa Catarina” em 2007, e a “Recopa Sul-Brasileira” no mesmo ano. Entre outros feitos do “Marinheiro”, apelido do clube, estão um vice-campeonato do “1º Campeonato Sul-Brasileiro de Futebol”, em 1962, um 40º lugar geral do “Campeonato Brasileiro de 1986”, um 3º lugar na divisão de acesso (equivalente a Série C) do “Campeonato Brasileiro de 1988”, semifinalista do “Torneio Mercosul de 1995” e oito vice-campeonatos Catarinenses.

Títulos conquistados. Regionais: Recopa Sul-Brasileira (   2007); Estaduais: C:ampeonato Catarinense (1963); Campeonato Catarinense - Série B   (1999, 2010 e 2013); Copa Santa Catarina (2007); Torneio Incentivo: (1980); Torneio 60 Anos da FCF (1984); Campeonatos Municipais da LID (1958-1960-1961-1962-1963); Campeonato Municipal da ASVI (1938); Campeonatos do Vale do Itajaí da ASVI/LEVI (1939-1944-1946); Torneios Início do Vale do Itajaí da ASVI (1944-1945); Torneios Início de Itajaí da LID (1952-1953-1955-1957-1959) e Torneio Itajaí – Joinville (1963). (Pesquisa: Nilo Dias)

Em pé: Joel I – Deco – Gilberto (Papai) - Zé Carlos – Antoninho - Joel II e Jorge Fernandes. Agachados: Rene – Idésio – Aquiles - Laranjinha e Maneca. Este time foi Supercampeão do Centenário em 1960.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Botafoguense de alma e coração

 Roberto Lopes Miranda, um dos maiores atacantes da história do Botafogo, nasceu no dia 31 de julho de 1943, em São Gonçalo, no Rio de Janeiro. O menino franzino se destacou jogando pelo Manufatura, time do Barreto que volta e meia contava com a visita de olheiros nas partidas.

Com boas atuações e gols diante de clubes como Bangu e América, recebeu o convite do empresário do Fluminense para fazer teste no clube. Só que não teve chances de demonstrar seu futebol e quando saiu das Laranjeiras foi logo abordado e convidado a fazer testes no Botafogo. E foi em General Severiano que ele se firmou e começou a despontar no futebol.

Era 1957 quando o jovem Roberto, vestiu o manto da estrela solitária pela primeira vez. E logo começou a se destacar nos juniores do clube. Foi tri-campeão de juniores em 1961, 1962 e 1963. E estreou nos profissionais em 1962, quando também participou da campanha do título carioca.

Outra curiosidade lembrada pelo ex-jogador foi o tratamento que recebia dos consagrados jogadores da equipe profissional. Sem piedade alguma, Didi, Nilton Santos, Garrincha e Quarentinha saiam do treino e, ao avistarem o garoto jantando no refeitório, nem pensavam duas vezes antes de meterem a mão em seu prato. “Eles diziam que era o tira-gosto deles”, contava.

Fã dos “ladrões de comida”, que encantavam os amantes do bom futebol, Roberto Miranda não perdia um treino dos profissionais e chegou a pensar em deixar o clube, temendo não ter oportunidades no meio de tantos craques.

Mas, assim como no primeiro treino pelo Botafogo, também marcou gol na sua estreia como profissional e, com méritos, alcançou a titularidade daquele timaço.

Só em 1962 ele deu seus primeiros passos no time profissional. Em 1963 já era titular do time que naquela época, junto com o Santos era a base da Seleção. Nesse time que contava com Garrincha, Nilton Santos, Zagallo (bi-campeões mundiais). Além de craques como manga, Didi e Quarentinha.

A disposição, somada à facilidade de balançar a rede dos adversários, logo foi reconhecida e Roberto não demorou para cair nas graças da torcida alvi-negra.

Roberto Miranda viu de camarote a melhor safra de jogadores da história do clube. Por morar debaixo da antiga arquibancada de General Severiano, ele assistia diariamente ao treino de craques como Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo, entre outros.

E foi Amarildo sua maior inspiração. Ele se espelhou muito no “Possesso”, que logo foi vendido para o Milan. Roberto gostava muito do estilo dele, era rápido.

Em 1964 foi convocado por Vicente Feola, para disputar às Olimpíadas de Tóquio. O atacante não fez feio na competição, Foram dois gols marcados. Um no empate contra a República Árabe Unida (1 X 1) e outro na vitória contra a Coreia do Sul (4 X 0 ).

No único jogo que não marcou a seleção foi derrotada pela Thecoslováquia (1 X 0). Com a derrota o Brasil foi eliminado.

Depois dos Jogos Olímpicos, ele voltou para o Botafogo e continuou a conquistar títulos. Foi duas vezes campeão do Torneio Rio-São Paulo (1964 e 1966). Mais dois títulos cariocas (1967 e 1968). E o maior título da sua carreira no Botafogo, foi a Taça Brasil de 1968.

No total foram 351 jogos e 152 gols, que o tornam o nono maior goleador da história do Botafogo. Foi ainda o artilheiro do Campeonato Carioca de 1968. Suas atuações renderam uma caricatura no muro do clube, ao lado de outros grandes ídolos do Botafogo.

Em 1973 já sofrendo com lesões seguidas foi trocado pelo lateral Miranda do Corinthians, mesmo a contragosto. Embora tenha sido muito bom financeiramente para o alvinegro carioca, a contratação não gerou títulos para o time paulista. De acordo com o craque, o time era bom, mas muito azarado.

No Parque São Jorge, Roberto Miranda não conseguiu uma grande sequencia de jogos devido as lesões. Jogou pouco, por causa de diversas contusões. Uma operação no joelho direito acabou por fazê-lo encerrar prematuramente a carreira, ainda no Corinthians, em 1976, aos 33 anos. Foram 77 jogos e 21 gols, com a camisa do “Timão”.

Teve também uma curta passagem pelo Flamengo, onde sentiu a sensação mais estranha de sua carreira: jogar e vencer o Botafogo por 2 X 0, no Maracanã.

“Graças a Deus não marquei gol nessa partida. O Botafogo foi tudo na minha vida. Tudo que eu tenho hoje eu devo ao Botafogo”, dizia.

Além da Seleção Olímpica, ele também teve sua chance na Seleção principal. E a sua maior conquista da carreira foi a conquista da Copa do Mundo do México, em 1970.

Um título que ele jamais teria no currículo se o técnico João Saldanha não tivesse sido trocado por Zagallo: Ele tinha uma diferença com o Saldanha desde o juvenil do Botafogo, quando se recusou a fazer uma jogada, que ele pediu. Pouca gente sabe disso.

Mas com a saída de Saldanha tudo mudou. Um dia, ele foi cercado pela imprensa no treino, em General Severiano. Depois ele pediu para sair do treino. Estranhou, mas quando chegou ao vestiário ficou sabendo da sua convocação.

Em uma época de ouro do futebol brasileiro, com dezenas de jogadores que entraram para a história dos seus clubes, o artilheiro assegurou uma vaga entre os convocados para a Copa de 70, no histórico tri mundial.

Reserva imediato do ataque, entrou nas partidas contra Inglaterra e Peru, substituindo à altura Tostão e Jairzinho, respectivamente. “Jogar com aquelas feras foi tudo de melhor. Chegar ate a Copa do Mundo foi o auge. O “Dadá” nem mudava de roupa, ficava de terno, e eu que entrava”, tirava onda.

Além da Copa de 1970, ele esteve cotado para disputar as Copas de 1966 e 1974. Só que devido as lesões ele não foi convocado. Pela Seleção Brasileira, fez 18 partidas oficiais e marcou nove gols. Também atuou em dois jogos não oficiais, ambos em 1970, e marcou um gol.

Em sua carreira sofreu todo o tipo de lesão. Costela, braço, clavícula e tornozelo são apenas algumas partes do corpo que sofreram ao longo do tempo em que esteve nos gramados.

E ainda rompeu o “Tendão de Aquiles”, dessa vez em um acidente doméstico, quando da queda de um litro (vidro) de leite. Teve de fazer muitas cirurgias depois que parou de jogar.  Até uma cirurgia plástica

O antigo narrador de futebol da “Rádio Globo”, Valdir Amaral, foi quem o apelidou de “Vendaval”, porque partia para cima dos adversários que lhe batiam muito, mas encarava os caras também.

Tinha fama de "não fugir do pau", que cresceu quando, logo depois de marcar o gol de empate em uma partida contra o Vasco, levou um tapa do zagueiro Fontana e revidou, o que gerou uma enorme briga e causou a expulsão de ambos.

Inclusive, saiu do Maracanã sangrando e indo direto para a Delegacia de Polícia. “Iam me matar? Não! Então eu ia para a briga, mesmo”, comentava com bom humor.

Títulos conquistados. Pelo Botafogo: Campeonato Carioca (1962, 1967 e 1968); Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1964 e 1966); Campeonato Brasileiro de Futebol (1968); Tri-campeão da Copa do Mundo de Clubes (1967,1968 e 1970); Campeão do Torneio de Carranza, Argentina (1966) e campeão do Troféu Jornalista de Caracas (1966). Seleção Brasileira: Copa do Mundo (1970).

Hoje, aos 75 anos, o ex-jogador continua vivendo do futebol. Participa de eventos, de palestras e descobriu uma nova paixão em Niterói, onde vive.

As cinco horas da manhã vai para a academia e aproveito para malhar. É um viciado em exercícios. Vai dormir pensando nisso. Fica até uma hora e meia na academia e ainda malha aos sábados.

Em razão da ruptura do ligamento cruzado em um dos joelhos, que o fez encerrar cedo a carreira, o médico o orientou a pegar peso para fortalecer o músculo. Fez tanto que não parou mais. (Pesquisa: Nilo Dias)


terça-feira, 12 de março de 2019

Morreu Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco da Gama

Morreu nesta terça-feira (12) Eurico Miranda,  ex-presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, aos 74 anos de idade. Ele fora internado em estado grave ainda na manhã de hoje no “Hospital Vitória”, na Barra da Tijuca, Zona Sul do Rio de Janeiro, em decorrência de tratamento contra um câncer no cérebro descoberto em 2018.

O ex-dirigente cruzmaltino fazia um tratamento de radiologia, sendo que em uma das etapas do processo sofreu um derrame, que lhe deixou sequelas. Antes, ele já havia superado um câncer na bexiga e outro no pulmão.

Embora debilitado, Eurico nunca se afastou da política do Vasco, tanto que exercia o cargo de presidente do “Conselho de Beneméritos” do clube. Mas não vinha mais participando de eventos públicos, deixando de acompanhar os jogos em “São Januário”, algo que sempre foi recorrente e marcou sua passagem pelo clube.

Nas últimas aparições era visto quase sempre de cadeira de rodas e tinha dificuldades para falar.

Eurico Miranda era filho de portugueses, Álvaro e Alexandra, naturais do “Concelho de Arouca”, da "Grande Área Metropolitana do Porto", que, na década de 1930, emigraram para o Brasil, fugindo do regime de António Salazar.

Criado na zona sul do Rio de Janeiro, estudou no "Colégio Santo Inácio", em Botafogo, uma escola jesuíta frequentado por boa parte da elite carioca.

Acabou por ser convidado a se retirar do colégio por causa de brigas e por sempre ir com a camisa do Vasco por cima do uniforme, o que não era permitido.

Eurico formou-se em Fisioterapia e chegou a exercer a profissão antes de decidir ingressar na "Faculdade de Direito" da "Pontifícia Universidade Católica", do Rio de Janeiro.

Foi durante o "Curso de Direito" que Eurico, então com 23 anos, ingressou nas atividades administrativas do Clube de Regatas Vasco da Gama, sendo Diretor de Cadastro em 1967.

Eurico foi presidente do Vasco em dois períodos: de 2003 a 2008, e de 2015 a 2017. Também foi vice-presidente de futebol entre 1990 e 2002, tendo participado do período de maiores conquistas do clube, como o Campeonato Brasileiro de 1997, a Copa Libertadores de 1998, a Copa João Havelange de 2000 e a Copa Mercosul de 2000.

Em 1990, Eurico decidiu se candidatar a deputado federal pelo PL, apesar de já ter o cargo de vice-presidente do Vasco da Gama. Não conseguiu ser eleito, mas nas eleições de 1994 voltou a se candidatar, agora pelo PPB, e conseguiu ser eleito para deputado federal pelo estado do Rio de Janeiro.

Em 1998 foi novamente eleito, mas em 2001 foi pedida a cassação do seu mandato por efetuar uma operação de câmbio não autorizada. Eurico foi acusado de promover evasão de divisas do país. Apesar disso, Eurico voltou a concorrer nas eleições de 2002, porém não foi eleito, perdendo assim a imunidade parlamentar.

Em 2006, Eurico teve a sua candidatura indeferida pelo TRE do Rio de Janeiro. Segundo o argumento da juíza Jaqueline Montenegro, por falta de condições morais para exercer um mandato. Porém Eurico recorreu da decisão e no mês seguinte teve a sua candidatura confirmada pelo TSE.

Ao longo da sua vida pessoal e política, Eurico esteve sempre envolvido em processos judiciais contra si.

A morte provocou repercussão no mundo do futebol. Jogadores, técnicos, dirigentes e até desafetos de Eurico comentaram nas redes sociais.

"Faleceu agora há pouco o ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, ele tinha um câncer no cérebro. Eurico foi um dos pouquíssimos amigos que fiz no futebol. Com certeza, sentirei falta de fumarmos um charuto juntos e dos bons papos que batíamos. Meus sentimentos à família", disse o ex-atacante Romário.

O ex-jogador e hoje comentarista Petkovic também se manifestou: "Lamento muito. É uma tristeza. Controverso sim, alguns gostavam e outros não, mas eu gostava dele."

O Clube de Regatas Vasco da Gama publicou nota oficial: “O Vasco da Gama cumpre o doloroso dever de comunicar, com profundo pesar, o falecimento do presidente do Conselho de Beneméritos e ex-presidente da Diretoria Administrativa, Eurico Miranda. A Diretoria Administrativa manifesta condolências aos familiares e amigos.”

O Clube de Regatas do Flamengo manifestou suas profundas condolências ao Clube de Regatas Vasco da Gama e a toda sua torcida pelo falecimento do ex-presidente e presidente do Conselho de Grandes Beneméritos, Eurico Miranda.

Meus sinceros sentimentos aos familiares do Grande Benemérito e ex-presidente do nosso Clube de Regatas Vasco da Gama, Eurico Miranda, por seu falecimento, disse Júlio Brant, seu adversário político no clube.

A Sociedade Esportiva Palmeiras também lamentou o falecimento de Eurico Miranda e desejou força aos familiares.

O Bangu Atlético Clube em nota oficial lamentou o falecimento de Eurico Miranda, ex-presidente do Clube de Regatas Vasco da Gama. “Registramos as nossas sinceras condolências aos familiares, amigos e ao Vasco da Gama.”

O Sport Club Internacional foi outro clube a manifestar seu pesar pelo falecimento do histórico residente do Vasco da Gama, Eurico Miranda. “Nossa solidariedade aos familiares, amigos e a toda torcida cruzmaltina”, publicou em sua página na Internet.

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro lamentou o falecimento de Eurico Miranda e decretou luto oficial de três dias. (Pesquisa: Nilo Dias)


Morreu Coutinho, o lendário parceiro de "Pelé"

Morreu ontem (11/03) o ex-atacante Coutinho, aos 75 anos, um dos maiores ídolos da história do Santos Futebol Clube e campeão do mundo em 1962, na “Copa do Chile”.

Coutinho tinha diabetes, doença que levou à amputação de três dedos do pé esquerdo. Em janeiro ele havia sido internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da "Casa de Saúde", em Santos (SP), por causa de uma pneumonia.

Em 20 de janeiro, a esposa de Coutinho, Vera, explicou à "Rádio Bandeirantes" que o marido havia se sentido mal, dias antes de ser internado, queixando-se de falta de ar.

No hospital, foi diagnosticado um quadro de pneumonia. Após uma semana e meia de internação, inclusive com passagem pela "Unidade de Terapia Intensiva" (UTI), Coutinho retornou para casa no dia 28 de janeiro.

A causa da morte foi um infarto no miocárdio em decorrência de diabetes e hipertensão arterial. Ele estava em casa e faleceu por volta de 19h30min. A informação foi confirmada pela assessoria da presidência do Santos. O clube prestou homenagem ao ex-jogador com uma postagem nas redes sociais. "A pequena área perdeu um de seus professores", escreveu o clube alvinegro.

O Santos abriu o “Salão de Mármore da Vila Belmiro” para o velório. Coutinho está sendo velado desde a 1 hora desta madrugada. O enterro do ídolo santista será às 18 horas de hoje no “Cemitério Memorial”.

Antônio Wilson Honório nasceu em Piracicaba em 11 de junho de 1943 e viveu até a adolescência na rua Silva Jardim. Apesar de morar a poucos metros do "Estádio Municipal Barão da Serra Negra", que foi inaugurado em 1965 e hoje é a casa do XV de Piracicaba, o ex-jogador fez carreira no Santos.

Após se destacar em um treino coletivo, aos 13 anos, ele deixou o "Nhô Quim" e foi para o Peixe formar uma das linhas mais famosas da história do futebol mundial. Ele estreou no Santos em 1958, quando tinha apenas 14 anos, sendo o mais jovem jogador a atuar nos profissionais do clube.

Defendeu o time até 1967 e depois entre 1969 e 1970. Coutinho atuou em 451 partidas oficiais e 16 não oficiais. Era o terceiro maior artilheiro da história do clube, com 368 gols, atrás de "Pepe", com 403 gols, e "Pelé", com 1.091 gols. Antes de completar 16 anos, o piracicabano já havia feito sua estreia pela seleção brasileira. Com a "Canarinho" jogou 15 vezes e marcou seis gols de 1960 a 1965.

No Santos, formou o lendário ataque com Dorval, Mengálvio, Coutinho, "Pelé" e "Pepe". Foi campeão paulista em 1960, 1961, 1962, 1964, 1965 e 1967, venceu cinco vezes a “Taça Brasil”, de 1961 a 1965, depois reconhecida como “Campeonato Brasileiro”, além das “Taça Libertadores” e “Mundiais de Clubes” de 1962 e 1963. Com a Seleção, venceu a “Copa do Mundo” de 1962 no Chile.

Nos últimos anos da carreira como jogador, passou também por Vitória, Portuguesa e Bangu, entre outras equipes. Em 1973, aposentou-se dos gramados jogando pelo Saad, de São Caetano do Sul (SP).

O consagrado cronista esportiva Kuca Kfouri escreveu em seu blog uma homenagem ao ex-atleta ontem falecido:

Coutinho, o rei da área

Aos 75 anos, morreu, em Santos, Coutinho, o melhor parceiro de "Pelé". O "Rei" do futebol sempre dizia que Coutinho era melhor que ele na grande área. Igual, talvez, só Romário.

Tabelava com "Pelé" e se confundia com ele. Andou jogando com uma atadura no pulso para se distinguir, porque brincava: "Quando o gol era perdido, o narrador dizia que fui eu. Quando marcado, era dado ao Edson".

Das melhores coisas que vi num campo de futebol teve Coutinho como um dos protagonistas. Protagonista. Jamais coadjuvante, mesmo ao lado de "Pelé". Marcou 368 gols em 457 jogos pelo Santos, média espantosa de 0,80 gol por jogo, maior que a de de "Pepe", 0,55, inferior só à de "Pelé", 0,98.

É triste ver alguém como Coutinho ir embora.

Após a confirmação da morte de Coutinho, "Pelé" se manifestou e lamentou o falecimento do ex-companheiro de ataque do Santos na década de 60. Juntos, eles conquistaram diversos títulos na época mais vitoriosa da história do clube alvinegro.

"É uma grande perda. A tabelinha "Pelé-Coutinho" fez o Brasil ficar mais conhecido no mundo todo. Tenho certeza que um dia faremos tabelinha no céu. Minhas condolências à família", disse o “Rei do Futebol”.

"Pepe", outro ex-companheiro de Coutinho, também comentou sobre a morte do ex-companheiro. "Ele estava com problemas, mas fora isso continuava sendo aquele moço alegre. Era um cara feliz, que viveu uma vida feliz até onde deu", declarou, em entrevista para a "Rádio Bandeirantes".

Coutinho foi o companheiro ideal de "Pelé". Diz a lenda que Coutinho passou a usar uma faixa branca no punho direito para se diferenciar do camisa 10 e começar a ter também os elogios pelas lindas jogadas que realizava em campo.

Para muitos, o atacante tinha mais visão de jogo que "Pelé" na hora de finalizar, o que lhe valeu o apelido de "gênio da pequena área".

Mengálvio, que fez história ao lado de Coutinho, publicou uma mensagem em seu perfil no “Instagram” demonstrando sua emoção.

“Hoje não é só o Santos e o futebol que estão tristes, pois acabo de perder um dos meus melhores amigos dentro e fora de campo, uma pessoa extraordinária como ser humano, meu coração está de luto por você.

Coutinho vai fazer muita falta”, escreveu o ex-meia, que fez parte do fantástico time do Santos na década de 60, que contava com ele, Coutinho e "Pelé", entre outros.

O atacante Rodrygo, do Santos, também se manifestou e demonstrou solidariedade com a família de Coutinho, além de apontá-lo como uma referência para os garotos do time alvinegro.

“Descanse em paz, Coutinho. Que Deus possa confortar os familiares e amigos neste momento tão difícil. Ídolo da história do Santos e do futebol mundial, uma referência para nós mais jovens no clube.”

O pentacampeão "Cafu" foi outro que fez questão de registrar seu luto em sua página no “Twitter”. “Morreu essa lenda do nosso futebol e meu querido amigo Coutinho. Meus sentimentos e orações para a família.”

"Ele foi o maior gênio da área”, publicou o jornalista Milton Neves, dono de um arquivo sobre o bicampeão mundial de clubes e da Copa Libertadores pelo time da "Baixada".

Alguns clubes também demonstraram apoio e deixaram de lado a rivalidade para lamentar a morte de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro.

“Muita força aos familiares, amigos e torcedores santistas. Estamos juntos neste momento tão difícil”, escreveu a conta oficial do Corinthians no “Twitter”. Guarani, Federação Paulista e Conmebol também se manifestaram.

Em seu site, o CBF relembrou parte da história de Coutinho com a camisa da Seleção Brasileira e também lamentou a sua morte. “A CBF, sua diretoria e seus colaboradores se solidarizam com a família de Antônio Wilson Honório, o Coutinho, neste momento de grande perda para o futebol brasileiro.” (Pesquisa: Nilo Dias)

Coutinho e Pelé. (Foto: Santos F.C. / Divulgação.)

(Foto: Santos F.C. / Divulgação.)

Coutinho em foto recente. (Foto: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos F.C.).