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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

O maior craque pelotense da história

Mário Reis é considerado o melhor jogador que vestiu a camisa gloriosa do Esporte Clube Pelotas, em toda a sua história. Era natural de Pelotas, onde nasceu em 12 de fevereiro de 1904.

Começou a jogar em times organizados em 1916, quando vestiu a camisa do rival Grêmio Esportivo Brasil, na categoria Infantil. Naquele tempo se tornou sócio honorário do clube “Xavante”. Saindo do Brasil ingressou no S.C. Rio Branco, clube fundado em 25 de setembro de 1910.

O Rio Branco tinha sua sede social à rua 7 de Abril 314 e o campo todo cercado à rua Barroso, entre Gomes Carneiro e Independência. Suas cores eram branca e vermelha.

Foi depois para o Grêmio Sportivo Guarany, fundado em 12 de dezembro de 1909, que tinha campo de jogo a rua José Garibaldi, ao lado da Companhia Fiação e Tecidos Pelotense, com as cores vermelha, verde e amarela.

Em 1924, atendendo a um pedido do diretor áureo-cerúleo Dinarte Tavares, Mário Reis foi para o S.C. Pelotas. Naquele mesmo ano jogou várias partidas amistosas pelo clube áureo-cerúleo.

Não houve campeonato da cidade, devido a revolução paulista, que se estendeu por quase todo o país, atingindo inclusive o Rio Grande do Sul.

O primeiro campeonato municipal em que Mário Reis participou foi em 1925, conquistado o título. O time do Pelotas tinha como formação básica: Thadeu – Talavera e Borches. Floriano – Beto e Borba. Nenê – Faéco – Tutú – Mário Reis e Dinarte.

Ainda foi campeão citadino nos anos de 1928, 1930, 1932, 1933 e 1939, e campeão gaúcho em 1930. O time que conquistou o Estadual formava basicamente com: Bordini – Suzana e Grant.  Coi II – Marcial e Tristão. João Pedro (Benjamim) – Torres – Tutu – Mário Reis e Chico.

Mario Reis fez parte da equipe que representou o Rio Grande do Sul no Campeonato Brasileiro de Futebol por três vezes, em 1926, 1928 e 1931. Em 1928 foi convidado para capitão do quadro, mas recusou a honrosa investidura.

Como integrante da Seleção Gaúcha, Mário reis enfrentou conjuntos paulistas, cariocas, paranaenses, paraenses, pernambucanos e catarinenses.

Mario Reis no tempo em que jogou foi a maior expressão do futebol pelotense. A sua real capacidade técnica ofereceu-lhe ocasiões de engrandecer o renome do “soocer” da cidade, não só no Estado como fora dele.

O grande Friendereich, referindo-se aos jogadores gaúchos que melhor impressão lhe causaram, citou dois: Eurico Lara e Mário Reis.  A opinião de “El Tigre”, insuspeita no caso, é a mais legitima afirmativa do valor do craque.

Os saudosistas diziam que Mário Reis foi o maior jogador surgido em plagas gaúchas. Era tão bom que recebeu várias propostas de clubes de fora do Estado, mas acabou não aceitando, preferindo ficar no “Lobão”. Tinha um passe perfeito e uma colocação inigualável, sendo que seus lançamentos sempre acabavam nos pés de um companheiro.

Encerrou a carreira em 1939, com uma vitória sobre o G.E. Brasil por 3 X 1 e com o título de Campeão Pelotense. Alguns anos mais tarde, era comum ver Mário Reis nos treinos do Pelotas, ou sentado nos bancos da praça Coronel Pedro Osório com seu grande amigo e companheiro Tutu, relembrando as grandes jornadas no áureo-cerúleo. (Pesquisa” Nilo Dias)