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quarta-feira, 13 de julho de 2011

De ídolo gremista a cantor de boleros

Um dos grandes ídolos da história do Grêmio Portoalegrense, indiscutivelmente foi o zagueiro uruguaio Atílio Genaro Ancheta Weiguel, nascido em Florida, no dia 19 de julho de 1948. Começou a carreira em 1985 no San Lorenzo, de sua cidade natal. Em 1986 transferiu-se para o Nacional de Montevidéu, onde se profissionalizou e conquistou três títulos nacionais, em 1969, 1970 e 1971; a Taça Libertadores da América, em 1971 e o Mundial Interclubes, ainda em 1971, antes de ir para o Grêmio.

Em 1970 defendeu a Seleção de seu país no Mundial do México e foi considerado um dos melhores zagueiros da competição, ao lado de verdadeiras lendas do futebol como o italiano Cera e o alemão Franz Beckenbauer. O Uruguai conquistou um quarto lugar, sendo eliminado pela seleção brasileira, nas semifinais.

Em 1971 foi contratado pelo Grêmio, onde permaneceu até 1980. No clube gaúcho conquistou três títulos estaduais, 1977, 1979 e 1980. Apesar do sucesso que obteve defendendo o tricolor gaúcho, Ancheta não conseguiu se destacar mais do que o genial zagueiro chileno Elias Figueroa, que comandava um Internacional quase imbatível, na década de 70.

Mas é inegável que o chileno colorado e o uruguaio gremista fariam a dupla de zaga dos sonhos de qualquer clube nos anos 70. Eles jogaram juntos somente uma vez, foi no amistoso Seleção Gaúcha 3 X 3 Seleção Brasileira, disputado no Estádio Beira Rio, dia 17 de junho de 1972. O time gaúcho jogou com Scheneider – Espinoza – Ancheta – Figueroa e Everaldo – Carbone – Tovar e Torino – Valdomiro – Claudiomiro e Oberti. O técnico foi Aparício Vianna e Silva.

Em 1981, já em final de carreira, Ancheta foi para a Colômbia onde jogou pelo Millionários, de Bogotá. Em 1982 voltou ao Nacional, de Montevidéu para encerrar a carreira. De volta a Porto Alegre, foi comentarista esportivo da TV Pampa e deu aulas de futebol no G.E. Força e Luz.

Depois resolveu morar na cidade interiorana de Santo Antônio da Patrulha. Lá, montou uma escolinha de futebol, e também passou a dedicar-se à música, como cantor, com repertório que privilegia boleros, tangos, salsas e músicas românticas em português e espanhol. Até hoje ele faz shows em clubes, hotéis e festas particulares. Só não canta em restaurantes. Já gravou três discos, em português e espanhol. Futebol ele jogou por 13 anos, como cantor já tem 21 anos de carreira.

Pai de cinco filhos, o ex-zagueiro casou-se duas vezes. A primeira em Montevidéu, com uma uruguaia, tendo três filhos, e a segunda em Porto Alegre, onde mora atualmente, com a brasileira Nádia, com quem tem dois filhos, Pietro e Samara.

Como treinador foi campeão catarinense com profissionais e gaúcho com categorias de base. Em 2008, recomeçou sua carreira de treinador, quando foi contratado para treinar o Esporte Clube Passo Fundo, na disputa do da segunda divisão do campeonato gaúcho, mas foi demitido após quatro jogos e nenhuma vitória. (Pesquisa: Nilo Dias)

Ancheta, com a camisa do Nacional uruguaio.