Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

sexta-feira, 18 de março de 2016

A morte do centro-avante Gaúcho

Faleceu na noite desta quinta-feira (17), aos 52 anos de idade, Luis Carlos Tófolli, o “Gaúcho”, ex-centro-avante do Flamengo, do Rio de Janeiro e um dos destaques do time na conquista do pentacampeonato brasileiro, em 1992.  Gaúcho nasceu no dia 7 de março de 1964, em Canoas (RS), mas se em Goiânia. Começou a carreira nos juniores do Flamengo.

O jogador, que ficou conhecido pelas comemorações bem humoradas, junto de Paulo Nunes, Marcelinho, Djalminha e outros, foi vítima de um câncer de próstata. Gaúcho era casado e deixou um filho de nome Leonardo.

Ele morava em Cuiabá (MT), onde era criador de gado e dono da Gaúcho - Escola de Futebol, com 400 alunos.

Começou a carreira nos juniores do Flamengo em 1992. Como profissional do rubro-negro, “Gaúcho” atuou em 199 partidas (107 vitórias, 54 empates, 38 derrotas) e marcou 99 gols em 200 jogos.

Um jogo que marcou a sua carreira, foi no empate em 1 X 1 entre Flamengo X Palmeiras, em 17 de novembro de 1988, no Maracanã. Na ocasião, Zetti, o arqueiro palmeirense, deixou o campo com a tíbia fraturada e “Gaúcho” vestiu a camisa número 1 do “Verdão”, pois o time já havia feito as três alterações a que tinha direito.

Foi realmente marcante, principalmente porque houve a decisão por pênaltis. “Gaúcho” pegou as penalidades cobradas pelo zagueiro Aldair e pelo meia Zinho. E ainda marcou o seu gol, sobre o também falecido goleiro Zé Carlos.

O jogo foi válido pelo Campeonato Brasileiro de 1988, ocasião em que o Regulamento mandava que as partidas terminadas empatadas fosem decididas nas penalidades.

Vestiu anda as camisas de XV de Piracicaba, Grêmio, Verdy Kawasaki, voltou ao Flamengo, defendeu Santo André e Palmeiras, onde fez 79 jogos (34 vitórias, 26 empates, 19 derrotas) e marcou 31 gols, até viver o melhor momento da carreira, no retorno à Gávea, em 1989, quando foi campeão da Copa do Brasil, Carioca e do Brasileirão.

Gaúcho se tornou ídolo de verdade apenas no Flamengo. Os seus gols de cabeça ajudaram a levar o rubro-negro ao título do Campeonato Brasileiro de 92, no time liderado por Júnior.

Em 1994 foi para a Itália jogar no Lecce, onde ficou apena um ano, seguindo depois para Boca Juniors, da Argentina, Atlético Mineiro, onde atuou ao lado de Renato Gaúcho, Neto e Éder Aleixo, tendo jogado 32 partidas, com 18 vitórias, seis empates e oito derrotas e um total de 11 gols marcados, Ponte Preta, Fluminense e se aposentou no Anápolis, em 1996.

Como treinador, foi assistente do Cuiabá e dirigiu os times do Mixto e do Luverdense, entre 2010 e 2011.

“Gaúcho” nunca foi um jogador que primasse pela técnica. Sua grande virtude era o jogo aéreo. Marcou gols importantes, como o da final da Taça Rio de 1991, quando o Flamengo venceu o Botafogo por 1 X 0 -, e ele fez a comemoração "Beijinho, beijinho, tchau, tchau", alusiva a uma música da apresentadora Xuxa.

Também marcou no primeiro jogo da decisão do Brasileiro de 92, novamente contra o Botafogo e que terminou em 3 X 0 e encaminhou a conquista do penta. Na decisão estadual, um ano antes, também deixou o seu nos 4 X 2 sobre o Fluminense.

Nesse jogo de 3 X 0 sobreo Botafogo, “Gaúcho” ganhou uma aposta de seu amigo Renato Gaúcho, que teve de pagar a carne para um churrasco do rubro-negro. O pagamento da aposta fez com que o alvinegro o dispensasse.

A morte de “Gaúcho” causou comoção nas redes sociais, com ex-jogadores rubro-negros, como Luizão e Paulo Nunes, lamentando a morte do artilheiro. “Perdi um grande amigo, um irmão, centroavante nato, caráter e humildade exemplares. Meus sentimentos à sua mãe, à sua grande esposa Inês e aos seus filhos. Vai com Deus irmão, o céu estará muito feliz com sua alegria”, postou Paulo Nunes.

Já Luizão, escreveu: “Dia de luto. Perdi meu amigo, irmão e padrinho. Seu companheirismo, carinho e alegria vão viver eternamente em nossos corações. Meus sentimentos à família. Descanse em paz meu irmão”.

O empresário Jorge Machado fez a seguinte postagem: “Faleceu um dos maiores amigos que eu tive na bola. Me emprestou dinheiro para fazer o parto do Kauê. Gaúcho, te amo irmão, cuide de nós”.

Uidemar, ex-volante que foi um dos grandes amigos de “Gaúcho” na época de Flamengo, recebeu com enorme pesar a morte do companheiro. Os dois atuaram juntos pelo Rubro-Negro no início da década de 90 e faturaram títulos importantes, dentre eles a Copa do Brasil (1990) e o Campeonato Brasileiro (1992).

Ainda abalado pela notícia, Uidemar relembrou os tempos em que dividia o quarto com Gaúcho na concentração e falou da forte parceria dos dois com Renato Gaúcho, outro que também era bastante próximo no dia a dia. (Pesquisa: Nilo Dias)