Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

O grande craque da Polônia

Zbigniew Boniek, ou simplesmente Boniek até hoje é considerado por muitos como o melhor jogador da história da seleção da Polônia, que defendeu durante 79 partidas. Boniek estreou com a camisa polaca em 1976.

Nascido no dia 3 de março de 1956, em Bydgozcz, na Polônia, Boniek disputou três Copas do Mundo: 1978, 1982 e 1986. Na Copa do Mundo da Espanha, em 1982, foi decisivo e levou os poloneses ao terceiro lugar. Ele marcou 24 gols pela Seleção de seu país. Jogava como meia e atacante.

No seu tempo de atleta tornou-se o mais conhecido astro de futebol do seu pais, superando outros nomes famosos como Grzegorz Lato, Kazimierz Deyna, Władysław Żmuda e Andrzej Szarmach.

Boniek tinha como principal arma a capacidade de driblar em velocidade, o que o tornava um jogador temível em qualquer posição do campo. Era dono de grande visão de jogo, tinha um ritmo explosivo e realizava dribles cerebrais, além de marcar muitos gols.

Jogador de apurada técnica, Boniek começou a carreira no Widzew Lodz, um time médio do futebol polonês em 1975. Emendou dois vice-campeonatos em 1979 e 1980, fora vice também em 1977 e chegou aos títulos do campeonato polaco em 1981 e 1982.

Sob seu comando, a seleção pouco tradicional viveu seus melhores momentos em "Copas do Mundo", chegando às quartas-de-final em 78, ao terceiro lugar em 82 e às oitavas-de-final em 86.

Na Espanha, em 82, viveu seu auge representando o país. Apesar da derrota para a futura campeã Itália, nas semifinais, na disputa pelo terceiro lugar, desbancou a badalada França de seu amigo Platini.

As boas atuações na Copa de 1982 chamaram a atenção de diversos clubes do mundo. Ainda durante o Mundial, a diretoria da Roma teria acertado com Boniek e contava com os gols do jogador já para a temporada seguinte.

Um problema no pagamento da rescisão, no entanto, impediu o acordo com a Roma e ele acabou assinando com a Juventus. Boniek, que foi o primeiro jogador polonês a atuar no futebol italiano, já havia chamado a atenção da Juve alguns anos antes, quando o Widzew Łódź eliminou a "Velha Senhora" na "Copa Uefa" e o próprio Zibi cobrou o pênalti decisivo.

A transferência foi na ordem de 1,8 milhões de dólares, a mais cara negociação de um jogador polaco até então. Em Turim, chegou junto com Platini, maior contratação do mercado, para jogar ao lado dos campeões do mundo Zoff, Gentile, Cabrini, Scirea, Causio, Tardelli e Rossi – alguns dos quais já haviam sido seus companheiros num amistoso em que a seleção da Argentina enfrentou um combinado do resto do mundo, comandado por Enzo Bearzot, em 1979.

Na primeira temporada, conquistou uma “Taça de Itália” mas a Juve perdeu os títulos mais importantes: a "Serie A" para a Roma e a final da "Liga dos Campeões da UEFA", no que seria o primeiro título da Juventus no mais importante torneio interclubes europeu, para o Hamburgo.

Na sua segunda temporada na Juventus, Boniek teve melhores resultados, jogando ao lado também de Dino Zoff, Antonio Cabrini, Massimo Bonini, Gaetano Scirea e Marco Tardelli, dentre outros.

Ganhou o “Scudetto” e a “Recopa Europeia”, em que marcou o gol da vitória sobre o Porto na decisão, naquela que foi a maior conquista internacional do clube italiano até então. Ele também marcou os dois gols nos 2 X 0 sobre o Liverpool, campeão da “Copa dos Campeões”, na “Supercopa Europeia”.

Durante a Copa de 86, no México, Boniek enfrentou a seleção brasileira e por pouco não fez um gol de bicicleta no goleiro Carlos. A bola passou raspando na trave.

A temporada que se seguiu viu a "Vecchia Signora" focar-se no inédito título da Copa dos Campeões. E ele finalmente veio, com participação determinante de Boniek, que sofreu o pênalti que originaria o único gol na decisão, também contra o Liverpool.

A conquista, que ficaria tristemente marcada pela tragédia de Heysel, em que a ação de hooligans da torcida adversária provocou a morte de 39 torcedores bianconeri foi seu ápice no clube, mas também a sua despedida. Ao fim da temporada 1984/85, Boniek acertou sua transferência para a Roma.

Foi por 2,5 milhões para o clube da capital, que acabava de despedir-se de Falcão. Em uma equipe tradicional, mas não tão forte, teve o mérito de liderá-la na conquista da "Copa da Itália" de 1986, fazendo os romanistas esquecerem-se um pouco do antigo "Rei de Roma" até 1988, quando parou de jogar.

Daí surgiu a homenagem que os giallorossi fizeram a Boniek; diziam que, em Roma, dois poloneses mandavam: ele e o Papa João Paulo II.

A partir da temporada 1990-91, tentou se aventurar como técnico, mas não alcançou bons resultados por Lecce, Bari e Sambenedettese. No Avellino, em 1995, chegou a subir para a "Serie B", mas acabou demitido no início da temporada seguinte.

Depois, Boniek tornou-se presidente da Federação Polonesa de Futebol e chegou a dirigir a seleção, com maus resultados, após a Copa de 2002, e decidiu encerrar também a experiência como treinador, em dezembro daquele ano.

Hoje, é comentarista do programa "Domenica Sportiva", da Rai 2, e participa frequentemente de programas de TV ligados à torcida romanista. Até hoje, Boniek vive em Roma e, segundo dizem na Itália, guarda mais no coração a equipe giallorossa do que a bianconera.

Boniek sempre foi um cara humilde. Nunca deixou a fama lhe subir a cabeça. Tanto é verdade, que não se considerava um jogador especial. Dizia não ter uma técnica particular, se considerando somente um jogador útil.

Juventinos e romanistas discordam da humildade do atacante polonês. Considerado por muitos o maior ídolo da história do futebol de seu país, Zbigniew Boniek desfilou pelos gramados italianos de 1982 a 1988, conquistando fãs em Roma e Turim. (Pesquisa: Nilo Dias)


quinta-feira, 9 de maio de 2019

Caixões mortuários de premiação

Quando se pensa ter visto um pouco de tudo neste mundo de Deus, eis que de repente surge algo novo e porque não dizer, quase inacreditável. Alguém por acaso já pensou em um torneio de futebol que oferece como prêmios caixões de defuntos?

E isso é realidade. Em um gramado sintético chamado de “La Bombonera”, na cidade peruana de Juliaca, no sudeste do país, fronteira com a Bolívia, 3.824 metros de altitude, foi disputado em maio deste ano pela primeira vez a “Copa Ataúdes”.

Trata-se de um torneio amador de futebol soçaite, que em vez de troféus, medalhas e dinheiro premiou os três clubes melhores classificados com caixões mortuários, uma inovação ao menos curiosa.

Nesta primeira edição da competição, participaram 12 equipes, representando 12 funerárias da região. E os nomes dos times estão bem de acordo com essa atmosfera funesta. Senão, vejamos: "Descanse em Paz", "Último Adeus”, “Os Anjos”, “Deus te espera”, "Estrada para o Paraíso" e "Sonho Eterno", são alguns exemplos.

À primeira vista, parece pouco vantajoso para os jogadores participarem de tantas partidas apenas para conquistar um caixão que terá de ser dividido com os outros membros da equipe.

Isso, no entanto, não impossibilitou que os rapazes da “Funerária Flores”, os vencedores do torneio, desfilassem, cheios de orgulho, com um caixão de luxo em seus ombros. A Funerária “Hermanos Hancco”, conquistou o segundo lugar e a terceira posição ficou com a ”Funerária Virgen de Fátima”.

A peça, avaliada em 4,5 mil sóis peruanos — aproximadamente 5,3 mil reais na cotação atual —, é bem mais sofisticada do que as recebidas pelos segundo e terceiro colocados na insólita disputa.

Os organizadores da “Copa Ataúdes”, de Juliaca demonstraram orgulho em serem os primeiros do mundo a oferecer urnas mortuárias como prêmios em uma competição esportiva e garantiram que, na próxima edição do evento, modelos ainda mais caros e opulentos estarão em jogo.

Nada foi dito sobre como os membros das equipes vencedoras pretendem dividir a recompensa. Especula-se, porém, que eles venderão os caixões e dividirão o lucro entre si.

Os jogadores vencedores, gritando”, “Olé, olé, campeines”, carregaram nos ombros o ataúde que receberam como prêmio e deram a volta olímpica no gramado.

Depois posaram junto ao caixão para fotografias que acabaram viralizando nas redes sociais.

Os organizadores do torneio anunciaram que no próximo ano serão 40 funerárias competindo e serão oferecidos mais caixões aos primeiros colocados. 

Aqui no Brasil ocorreu algo parecido, mas não em jogos de futebol, sim a promoção de uma rádio de Curitiba que lançou um concurso para saber quem acertaria o nome do cantor da música "A morte não marca hora".

O prêmio para lá de estranho era um caixão de defunto. No condomínio onde reside a vencedora, os vizinhos ficaram curiosos, mas se divertiram com a cena e para saber como Andreza conseguiria guardar o caixão num apartamento de apenas dois quartos. 
E também não faltaram palpites bem-humorados dizendo o que ela deveria fazer com o prêmio. 

Ainda no rádio. O popular locutor, Josemar Tavares, da radio comunitária Rainha FM, de Itabaiana (SE), tem sido destaque em vários blogs e portais de notícias de Pernambuco e da Paraíba, tendo em vista sua inusitada promoção, em que oferece ao ouvinte que ligar para a radio e solicitar participação, ganha na hora um caixão de defunto como prêmio.

Abaixo o anúncio na íntegra:

Doa-se um Caixão em ótimo estado de conservação, se você por ventura tem alguns parente com o pé dentro da cova e outro fora, ligue e participe do “Jornal da Manhã”, 1° Edição de 7:00h às 8:00 hr na Rainha FM 87.9 com Josemar Tavares e Valmir Pereira e conte a sua situação, ligue (83) 3281-2117 e fale ao vivo.

Outra historinha interessante e ao mesmo tempo mórbida aconteceu durante a “Exposição Funerária" realizada em Jacareí (SP). A jovem Bruna, que entrara na exposição por pura curiosidade e pagara ingresso não sabia que estava concorrendo a prêmios oferecidos pelas funerárias participantes.

Foi quando o alto falante anunciou que o ingresso de número 1.463 estava premiado. Abriu a bolsa e viu que era o dela. Foi receber o prêmio e teve uma enorme surpresa: era um caixão de defunto, do tipo “Barbie”, criado como opção para as mocinhas, pequeno, cor-de-rosa, com lacinhos no forro, que custa por volta de R$ 1.080.

Sua primeira reação foi de susto. Um caixão de defunto! O que faria com aquilo? Pensou em fingir que não era com ela, mas uma sua irmã não concordou, dizendo que “caixões de defunto não são baratos, e não é todo dia que a pessoa recebe um caixão de graça. E, considerando que todos têm de morrer, certamente esse caixão acabaria sendo usado”.

Ainda contrariada, dirigiu-se ao lugar onde estavam os organizadores e identificou-se como a ganhadora do sorteio. Recebeu efusivos cumprimentos, e em seguida mostraram-lhe o caixão a que ela fizera jus.

Ela estava a ponto de chorar. Isso não é um presente, pensava, é uma maldição. Da qual só havia um meio de ela se livrar: dando o caixão de presente para a Barbie. Só que, como se sabe, bonecas não morrem. É uma das vantagens que levam sobre os seres humanos.(Pesquisa: Nilo Dias)


Time vencedor e seu "prêmio".

Os campeões desfilam com o "troféu".

A "premiação" foi exposta ao público.

terça-feira, 7 de maio de 2019

A morte de Alexandre Bueno

Morreu hoje na Santa Casa de Santos, onde estava internado, o ex-jogador de futebol Alexandre de Gusmão Bueno, também conhecido por “Alexandre Jacaré” e “Alexandre Tubarão” (porque tinha a boca grande), que jogou no Santos, Botafogo, de Ribeirão Preto (SP) e Grêmio Porto Alegrense, entre outros.

Tinha 67 anos e a causa da morte foi falência múltipla de órgãos, ocasionada por cirrose hepática. Nos últimos anos ele vinha sofrendo com problemas causados pela hepatite, doença comum entre os jogadores de sua geração.

O sepultamento aconteceu às 15h30, de hoje, no Cemitério de Praia Grande, cidade paulista onde residia.

Nascido em 17 de dezembro de 1951. Tratava-se de um grande jogador, meia esquerda armador refinado, dava gosto vê-lo jogar.

Começou a carreira de futebolista nas categorias de base do Santos, mas sem grandes oportunidades foi jogar no Botafogo, de Ribeirão Preto, em 1971. Dois anos depois foi para o Guarani, de Campinas, ajudando o time em suas primeiras participações no “Campeonato Brasileiro”.

O futebol refinado e o jeito irreverente marcaram época no “Brinco de Ouro” nos anos que antecederam o elenco campeão brasileiro de 1978.

No biênio 75 e 76, atuou no Grêmio, de Porto Alegre, onde viveu o melhor momento da carreira, embora fosse em uma época que o rival Internacional era hexacampeão gaúcho e posteriormente tricampeão brasileiro (75, 76 e 79). Nos dois anos que defendeu a equipe do Olímpico foi vice-campeão estadual e o ”Colorado” comemorou o octacampeonato.

Depois disso foi para a Portuguesa de Desportos, onde jogou entre 77 e 78, e no Goiás, em 78 e 79. No ano seguinte foi contratado pelo São Paulo e como reserva de Aílton Lira. Participou da campanha do título paulista daquele ano, na chamada "Máquina Tricolor".

A partir daí começou a rodar por vários clubes do país, virando um andarilho do futebol. Jogou no Atlético Goianiense, Comercial, de Campo Grande, CRB, São José, XV de Jaú, Juventus, Inter de Limeira, Portuguesa Santista, Londrina, Brasília, Ceará, novamente no Botafogo, de Ribeirão, e na Saltense, equipe extinta de São Paulo, onde encerrou a carreira em 1986.

Jogou em 23 clubes e acumulou muitas histórias, inclusive, de supostos "bons" treinadores. Foi um jogador irreverente, mas um  craque. Sua especialidade era colocar a bola por entre as pernas, popularmente chamada de "no meio das canetas".

Após o encerramento de sua carreira, Alexandre Bueno fixou residência na Praia Grande e continuou ligado ao futebol. Foi um empresário de atletas de sucesso fazendo muitos negócios com o México.

Segundo ele próprio, foi o pioneiro ao empresariar jogadores de futebol no litoral paulista. Entre 2010 e 2013, viajou por mais de 20 países.

Em nota oficial, o Guarani, onde Alexandre Bueno ganhou destaque entre 1973 e 1975, se solidarizou com familiares e amigos:

"Com profundo pesar, o Guarani Futebol Clube informa e lamenta o falecimento do ex-meia Alexandre Bueno nesta segunda-feira (06). Alexandre vestiu a camisa do Bugre de 1973 a 1975. O Guarani, por meio de seu Conselho de Administração, externa os sentimentos à família e aos amigos. Descanse em Paz". (Pesquisa: Nilo Dias)


Em 1975 e 1976, Alexandre Bueno atuou no Grêmio, de Porto Alegre.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Os 100 anos do Bauru Atlético Clube

O Bauru Atlético Clube, da cidade paulista de Bauru, conhecido também como “BAC” ou “Baquinho”, completou ontem 100 anos de existência. Foi fundado no dia 1 de maio de 1919, como um clube de futebol. Hoje, não mais pratica o esporte, sendo um clube social e recreativo.

Originalmente seu nome era Luzitana Futebol Clube e o primeiro Presidente foi o benemérito Antônio Garcia, que foi o doador do terreno onde foi erguido o estádio que leva o seu nome e onde o Bauru sediava seus jogos.

Além das conquistas municipais, o BAC obteve relativo destaque na esfera estadual. Em 1937, foi campeão da Liga Sorocabana, torneio a respeito do qual um dos poucos registros existentes é uma montagem com os retratos dos jogadores vencedores da época.

Já em 1942, ainda como Luzitana, o clube chegou à final do Campeonato do Interior, disputado pelos campeões de 24 regiões esportivas do estado de São Paulo.

Campeão da 3ª Região (região de Bauru), o time alviceleste venceu a primeira partida da decisão contra o Taubaté (campeão da 24ª Região) por 4 X 0, em Bauru.

Dado como campeão pela torcida e imprensa local, o Luzitana foi jogar a partida de volta na casa do adversário, uma semana depois, com imensa vantagem, mas sofreu um inacreditável revés de 7 X 0, tendo de amargar o vice.

Para piorar, os baqueanos viram seu arquirrival Noroeste trazendo o primeiro título do Interior para o futebol de Bauru já no ano seguinte, em final disputada contra o tradicional Guarani no Pacaembu.

No início de 1947, entretanto, o sonhado título interiorano veio (válido pelo campeonato de 1946), em goleada por 4 X 1 contra o Cruzeiro, da cidade de mesmo nome (localizada no Vale do Paraíba).

Posteriormente, o time de Bauru conquistou o título amador do estado ao vencer o SAMS, campeão da capital, em duas partidas. A vitória por 2 X 0 fora, somada ao empate por 2 X 2 em casa, levou o futebol da cidade ao seu primeiro título estadual.

Vale destacar que, em homenagem ao cinquentenário do município, buscando ainda maior identificação com a população, o Luzitana já havia se tornado BAC meses antes (a mudança de nome veio justamente no dia do aniversário de 50 anos de Bauru, em 1º de agosto de 1946).

Nos tempos de futebol, ao todo o Bauru participou de 13 edições do Campeonato Paulista. Segunda Divisão, atual A-2, em sete vezes (1948 - 1949 - 1950 - 1951 - 1952 - 1953 e 1954); Terceira Divisão, atual A-3, com seis participações (1963 - 1964 - 1965 - 1966 – 1967 e- 1968).

O Bauru entrou para a história do futebol brasileiro e mundial por ter sido o clube onde Édson Arantes de Nascimento, o grande “Pelé”, o melhor jogador de futebol de todos os tempos,  começou a sua carreira

Pelé e seu pai “Dondinho” usavam as dependências do BAC, nas décadas de 1940 e 1950. Vestiu sua camisa pela primeira vez em 1954, não demorando a se destacar junto com seus companheiros.

No campeonato da Liga Bauruense de 1954, a equipe disputou 33 partidas e marcou 148 gols, uma média de 4,5 por jogo, levantando a taça com seis rodadas de antecipação.

Embora nunca tenha jogado fora do país, ao contrário do rival Noroeste, o BAC conseguiu grandes feitos contra equipes estrangeiras: venceu por 6 X 0 um adversário polonês e por 8 X 2 o argentino Atlanta, ambos em seu campo.

O Atlanta estava excursionando pelo país e havia acabado de bater o São Paulo por 1 X 0, em amistoso, no Pacaembu. A extraordinária goleada às vésperas do Natal (23 de dezembro) de 1951 fez com que o nome de Bauru ganhasse repercussão internacional.

Aquele time do BAC ficou conhecido como “Esquadrão da Primavera”, marcando época. Mesmo assim, não foi capaz de levar o clube à elite estadual.

Outra vitória inesquecível ocorreu no dia 22 de novembro de 1942, quando o então Lusitana, vice-campeão do interior semanas antes, convidou a Seleção do Mato Grosso para um amistoso em Bauru e fez incríveis 10 X  no adversário.

O maior rival do BAC foi o Noroeste, hoje o único clube profissional da cidade de Bauru. Quando o BAC ainda se chamava Luzitana (ou Lusitana), o clássico era conhecido como NO-LU e dividia a cidade em azul (do BAC) e vermelho (do Noroeste).

O BAC/Lusitana era o alviceleste, enquanto o Noroeste era o alvirrubro. Uma prova da força das duas equipes é que, dos primeiros 14 Campeonatos Bauruenses, realizados entre 1931 e 1946, os rivais só deixaram de conquistar a taça em duas ocasiões, com seis títulos para cada um e várias finais disputadas entre eles.

Até o surgimento do Lusitana, em 1919, somente o Smart fazia frente ao Noroeste em Bauru. Foi então que, na estreia de sua camisa azul e branca, no mesmo ano, o clube recém-fundado resolveu aprontar: enfrentou um combinado Smart-Noroeste e goleou por implacáveis 9 X 3.

Era o cartão de visitas do time que, anos mais tarde, encantaria os bauruenses e faria grandes clássicos contra o eterno rival.

O Noroeste é um clube que surgiu da ferrovia e para os ferroviários. Uma relação íntima com uma categoria fundamental para o crescimento de Bauru.

Mas, inicialmente, era uma identificação com apenas um segmento dos bauruenses. Quando o Bauru Atlético Clube estava ativo, não eram poucos os que afirmavam que o clube da cidade era o BAC, enquanto o “Norusca” era o “time dos ferroviários”.

Apesar da grande rivalidade, no dia do cinquentenário de Bauru (1° de agosto de 1946), BAC e Noroeste se uniram para receber o Corinthians em jogo festivo, como parte das comemorações pela data.

A vitória da equipe da capital por 5 X 2, porém, não atrapalhou a festa: afinal, nesse dia, o antigo Luzitana dava lugar ao eterno Bauru Atlético Clube, uma vez que ter a cidade no nome significaria maior identificação do clube com o município, e não somente com a colônia lusitana de Bauru. Foi uma pausa nos confrontos dos dois rivais para unir a cidade em uma só torcida.

Das dezenas de jogos entre Bauru e Noroeste, pode ser destacado um pela Segunda Divisão (atual A-2) do estado, em 1950, vencido pelo Bauru por 1 X 0.

A partida ocorreu nos mesmos dia e hora do “Maracanaço”. E as coincidências não param por aí: o gol do BAC foi marcado, praticamente, ao mesmo tempo em que Ghiggia virava a partida para o Uruguai no Maracanã.

Os baqueanos presentes ao “Estádio Antônio Garcia” que ouviam a virada uruguaia pelo rádio se dividiam entre a alegria e a tristeza, enquanto os noroestinos lamentavam duplamente.

Além do embate histórico de 1950, também merecem menção as duas partidas pela primeira fase da “Segunda Divisão” de 1953, ambas vencidas pelo alvirrubro: 3 X 1, de virada, no primeiro turno da competição, e 4 X 3, em pleno campo do BAC, no segundo turno.

Ao final dessa fase, o Noroeste se classificou em primeiro do grupo, com 15 pontos, enquanto o Bauru terminou com apenas 1 ponto, na última colocação da chave.

Posteriormente, o “Norusca” acabou conquistando o título do certame e o acesso para a elite pela primeira vez. Esse foi o último ano em que os rivais bauruenses estiveram na mesma divisão do “Paulistão”.

Em setembro de 1970, Bauru viu seu derradeiro dérbi, com um BAC já em baixa perdendo por 3 X 0 para o Noroeste em amistoso comemorativo aos 60 anos do rival. Nesse mesmo mês, o time alvirrubro, tal qual em 1953, conquistou o título da “Segunda Divisão” (feito ainda repetido em 1984).

Durante décadas, o BAC, organizou shows com os maiores nomes da música brasileira. Nélson Gonçalves, Emilinha Borba, Agnado Rayol, Roberto Carlos, Jamelão entre outros. O Carnaval do BAC traz saudades pela sua movimentação e grandiosidade. As piscinas inauguradas no começo dos anos 70 foram outro ponto marcante.

No final da década de 90, o clube começou a perder os associados por diversas razões, culminado em 2006 com a venda da Sede Social para a Rede de Supermercadista Tauste. O supermercado homenageou o clube com um painel que está imortalizado em suas paredes externas.


Depois do futebol, o vôlei foi o esporte mais tradicional no BAC. Foram inúmeras disputas em Jogos Regionais e em Jogos Abertos, tanto no masculino quanto no feminino, ao longo de décadas.

O ápice, no entanto, veio com as mulheres, no final da década de 90. Com o nome de BAC/Preve, a equipe feminina debutou na Divisão Especial do Campeonato Paulista em 1999, terminando o torneio na sétima colocação.

No Campeonato Paulista de 2000, sob a denominação BAC/Preve/Jopema, o time alcançou os playoffs, mas parou nas quartas de final, ao ser derrotado por 2 X 0 na série melhor de três pelo São Caetano.

Na classificação final, o BAC ficou com o sexto lugar. Nos anos seguintes, o Bauru não disputou o Campeonato Paulista, mas permaneceu em atividade disputando o Campeonato da Associação Pró-Voleibol (APV), Jogos Regionais e Abertos, além do Campeonato Paulista da Primeira Divisão (considerado o torneio de acesso à elite), competição em que foi pentacampeão.

Apesar de ter ganhado cinco vezes a divisão de acesso, o BAC disputou a elite em apenas duas oportunidades, por não conseguir reunir recursos financeiros que permitissem à equipe bater de frente com os principais times do estado de São Paulo.


O voleibol no clube foi perdendo força após a morte do presidente Pedro Macéa, até o departamento acabar sendo desativado.

O Clube, enquanto instituição sobrevive com sua sede de campo, onde a população de Bauru e região pode desfrutar de piscinas, campos de futebol society e um parque de esporte radical para a prática de arvorismo. 

Troféus conquistados: 3 Copas Iniciação; 7 Torneios de Bauru; 1 Taça José Ermínio de Morais; 1 Copa Interior de São Paulo e 5 Estaduais Quadrangular A-3. (Pesquisa: Nilo Dias)


Uma das últimas formações do time de futebol do Bauru Atlético Clube, onde Pelé começou a carreira.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

O adeus a botafoguense Beth Carvalho

A música brasileira está de luto e o futebol também, com o falecimento ocorrido ontem (30), da querida e grande cantora Beth Carvalho, a “madrinha do samba”, aos 72 anos de idade.

Beth Carvalho, botafoguense assumida, morreu às 17h33min, no “Hospital Pró-Cardíaco”, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde estava internada desde 8 de janeiro.

A artista foi vítima de infecção generalizada (sepse, também conhecida como septicemia), segundo nota divulgada depois das 19h pela unidade de saúde.

Havia pelo menos 10 anos, que Beth Carvalho estava com problemas de coluna. Em 2012 ela fez uma cirurgia, mas o problema persistiu. Por conta disso, no ano passado a cantora fez um show no Rio deitada em um sofá.

Ela iria se apresentar em 5 de maio, dia em que completaria 73 anos, no “Vivo Rio”, no Rio de Janeiro, mas nesta segunda-feira, o show foi cancelado por recomendação médica.

O corpo da cantora e compositora, será velado no Salão Nobre da sede do Botafogo, time do coração da sambista, na Zona Sul carioca, das 10h às 16h desta quarta-feira. Após o velório, a sambista será cremada no "Crematório do Caju", Zona Norte do Rio.

Vinda da Zona Sul carioca, Beth Carvalho entrou para a história como a grande madrinha do samba. Nascida em 5 de maio de 1946, em uma família de classe média, ela teve contato com o samba desde pequena. 

Aos oito anos de idade já se maravilhava com as gravações de Sílvio Caldas, Elizeth Cardoso e Aracy de Almeida. Ainda menina, ao assistir ao desfile das escolas de samba, encontrou outro amor definitivo: a "Estação Primeira de Mangueira". 

Seu grande sonho era ser bailarina, ao qual dedicou muitos anos de sua juventude. Na adolescência, inspirada pela bossa nova, começou a tocar violão e virou professora de música. Beth mergulhou fundo no samba, rompendo barreiras e dando voz a gênios esquecidos.

Passou a gravar sambas-enredo numa época em que apenas homens o faziam. E aproximou-se de dois grandes gênios de sua "Estação Primeira": Cartola e Nelson Cavaquinho, assumindo o papel de madrinha. 

Gravou sucessos como "Vou Festejar" e "Coisinha do Pai" --esta, muitos anos depois, utilizada para acordar um robô em Marte. E o Brasil passou a conhecer talentos como Jorge Aragão, Almir Guineto, Arlindo Cruz, Sombrinha, Bira Presidente, Ubirany, Zeca Pagodinho.

Poucos brasileiros desconhecem as preferências de Beth Carvalho. De um lado, seu coração é verde e rosa; do outro, preto e branco. Embora ela tenha sido enxotada de um carro alegórico da "Mangueira", em desfile de Carnaval, não deixou de amar a escola.

Ela, que sempre foi uma das figuras históricas da verde e rosa, havia pedido para sair no carro, pois não tinha condições físicas de atravessar a avenida a pé;Mas um diretor da escola entendeu que aquele não era o ligar dela. Além de Beth, toda uma ala da comunidade mangueirense viu-se banida do desfile, sem maiores explicações.

E no futebol teve participação importante. A maioria, no entanto, não sabe que Garrincha, Didi e Nilton Santos surgiram na sua vida antes de Nelson Cavaquinho, Cartola e Nelson Sargento.

Ela era botafoguense de berço. Antes da paixão pela “Mangueira”, surgiu a alvinegra. Pai, mãe, irmã mais velha, todos em casa já carregavam no peito a “Estrela Solitária”.

Antes disso, já tinha visto a “folha-seca” de Didi e se empolgado com os dribles de Garrincha. Depois foi a vez de Jairzinho, Paulo Cesar Caju, Marinho Bruxa, Afonsinho e outros jogadores que se tornaram seus amigos nos encontros no “Cacique de Ramos”.

Com os anos, Beth descobriu papel invertido nessa relação com os craques da bola. Fã confessa da habilidade e classe de Nilton Santos, soube, quando o conheceu, que era ídolo do ídolo.

O jogo mais marcante que ela dizia ter visto, foi o do gol do Túlio, no primeiro “Brasileirão” conquistado pelo Botafogo, em 1995, naquela partida contra o Santos, em São Paulo. Na verdade, era o segundo título, porque foi reconhecido aquele de 1968.

Mas na época, para todos os efeitos, era como se fosse o primeiro. E ainda teve a história do gol de impedimento, que é reclamado até hoje. O Túlio foi uma maravilha, arrasou. E virou ídolo da cantora.

Depois desse “Brasileirão”, teve um aniversário dela em que Túlio apareceu de surpresa. Aquele time era muito bom. Tinha ainda o Gottardo, o Gonçalves, o Donizete, disse Beth, em sua casa, na “Barra”.

De fato, até hoje torcedores do Santos se queixam da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas no empate por 1 X 1 entre Santos e Botafogo, dia 17 de dezembro de 1995, no Pacaembu.

Após vencer no Maracanã a primeira partida, por 2 X 1 - gols de Túlio e Gottardo -, o Botafogo foi a São Paulo precisando do empate para sair de lá com o título. Conseguiu o resultado e a taça.

Uma das partidas que Beth presenciou no Maracanã e não esqueceu foi a polêmica derrota para o Fluminense por 1 X 0 na final do Campeonato Carioca de 1971.

O gol decisivo de Lula aos 43 minutos do segundo tempo, num lance em que todos os alvinegros reclamam até hoje de falta do lateral tricolor Marco Antônio no goleiro Ubirajara Motta, transformou o árbitro José Marçal Filho em um dos maiores vilões da história do Botafogo.

Tem coisas que só acontecem com o Botafogo. Beth estava nesse jogo. Ali nas cadeiras comuns do Maracanã, onde ficava todo mundo misturado. Tinha uns tricolores ali, ninguém comemorou.

Beth chorando, e ninguém vibrando na sua frente. E tinha criança... Naquele dia, ela ficou arrasada, com raiva do Marco Antônio... Ele frequentava o “Cacique de Ramos”. Essa turma toda ia lá. Jairzinho, Paulo Cezar Caju, Afonsinho, Marinho Bruxa...

Tinha também o Alcir, do Vasco, o Renê, um negro que ela achava bonito. E o Edson, que virou até seu marido depois. Todos jogavam futebol de salão, tem uma quadra no “Cacique”, agora coberta.

A maioria dos amigos de Beth eram Flamengo. Tinha um amigão botafoguense, o seu cunhado, que é fanático, vai a todos os jogos do Botafogo, inclusive no interior. Então, ela tinha companhia para ir ver o Botafogo.

Com Beth Carvalho, não adianta: futebol e samba seguiam juntos. Num pulo até 1989, ela lembra de outro dia de Maracanã com casamento perfeito das duas maiores paixões brasileiras.

Outra partida com arbitragem polêmica que se tornou marcante para a “Madrinha do Samba” foi a vitória do Botafogo sobre o Flamengo por 1 X 0, na decisão do “Carioca”, no dia 18 de junho, que  pôs fim ao jejum de 21 anos sem títulos.

O gol de Maurício, aos 12 minutos do segundo tempo, até hoje provoca discussão com os rubro-negros, que reclamam de um empurrão do camisa 7 no lateral Leonardo no lance decisivo. Mas a melhor lembrança foi uma certa música...

A partida prematura de Beth Carvalho deixa uma lacuna nos apaixonados pela música brasileira, mas a “Madrinha do Samba”, coisa tão bonitinha do pai, está eternizada em canções como “Andanças”. Afinal quem nunca soltou a voz nessa música presente em toda boa roda de violão que se preze.

Botafoguense de frequentar o estádio, Beth acabou se tornando madrinha do Atlético Mineiro, que adotou a música “Vou Festejar” como um segundo hino. Em 2006, inclusive, ela participou da festa do retorno do “Galo” à primeira divisão, cantando a música em um Mineirão lotado.

Músicos, amigos, celebridades, políticos, entre muitos outros fãs, usaram as redes sociais para homenagear a sambista Beth Carvalho.

Caetano Veloso: “Uma das maiores maravilhas do Brasil. Eu a conheci logo que cheguei ao Rio com Bethânia. Ela muito menina cantando Bossa Nova, depois se tornou a madrinha do renascimento do samba de raiz do Rio de Janeiro. É uma das maiores expressões da nossa cultura. Eu tenho saudade dela”.

A "Estação Primeira de Mangueira" prestou homenagem a Beth Carvalho logo após o anúncio da morte da cantora, que há 50 anos desfilava pela escola de samba carioca. 

"Com muita tristeza no coração informamos a toda nação verde e rosa que nossa madrinha, Beth Carvalho, nos deixou essa tarde e foi para o andar de cima levar sua alegria junto aos mangueirenses Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Jamelão entre outros bambas do samba. Um dos mais importantes nomes do samba e voz que cantava com alma as cores de nosso pavilhão".

Marcelo D2: “Beth Carvalho talvez tenha sido a primeira grande artista que eu vi meus pais ouvindo em casa ... Vai deixar saudade, mas sua obra fica . Quem se perdeu do amor humano é como tesoura cega, não tem mais direito ao pano Obrigado Beth”.

Maria Ritao: “Fico profundamente triste com essa notícia, porque egoisticamente a gente fica com essa imagem sua sendo nossa... Eu só busco lembrar que você fez o que sempre amou e foi fazendo até o fim, com muita garra e muita paixão”.

E sempre fez por merecer o título de madrinha do samba trazendo compositores, músicos, novos interpretes, novos nomes. Pra luz, pra frente, pra cima. É um merecido descanso.

Leandro Karnal: “Ela foi talentosa, brasileira ao extremo, cheia de vida e de criatividade. Beth Carvalho nos deixou hoje. As cantoras brasileiras são uma preciosidade única e Beth era uma jóia cintilante na cultura da música do meu país”.

Elza Soares: “O samba está de luto! O samba perde a sua grande intérprete! Com muita dor no coração que eu falo assim, mas Deus sabe o que faz, a gente não sabe o que fala. Que vá com Deus e com os anjos. São os meus sentimentos”.

Zeca Camargo: “Eu cheguei a pensar em comprar os ingressos para ver Beth Carvalho agora no começo de maio - o que seria um grande retorno dela. E hoje, a notícia de sua morte.

Fiquei sem me despedir, mas a força da sua música e o poder do seu samba estão aí pra quem quiser ver - e vão ficar por muito tempo. Porque o som de Beth Carvalho é o da paixão. Pela Mangueira, pelo samba, pelo Brasil. Obrigado, Beth”.

Daniela Mercury: “A extraordinária Beth Carvalho se foi. Minha inspiração, minha amiga: você é o samba que nos inspira a resistir, que canta o Brasil mais profundo.

Com você vai um pouco de mim, de nós, do Brasil. Conosco fica a sua voz, a sua luta, a sua música. Tudo é eterno na sua arte. Estou imensamente triste com sua partida. Te amo! #BethCarvalho #RIP #saudade #”.

Exatamente 6 dias atrás ela me ligou, isso mesmo, a MADRINHA DO SAMBA me ligou me convidando pra cantar no show dela no dia 5. Combinamos a música e eu estava desde então com dificuldades pra dormir de tão ansioso em poder cantar com ela pela primeira vez. E Arlindinho, filho de Arlindo Cruz: “Exatamente 6 dias atrás ela me ligou, isso mesmo, a MADRINHA DO SAMBA me ligou me convidando para cantar no show dela no dia 5.

Combinamos a música e eu estava desde então com dificuldades pra dormir de tão ansioso em poder cantar com ela pela primeira vez. E agora? Ainda estou em choque.

Ela perguntou do meu pai. Falamos sobre homenagear ele, enfim... Descanse em paz, e obrigado por lembrar de mim isso me dará muita força pra seguir com a bandeira do SAMBA. Eternamente te amarei BETH CARVALHO”.

Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro: “Lamento profundamente a morte de Beth Carvalho, uma das melhores e mais importantes cantoras do nosso país. Seus sambas embalaram da minha infância até os dias de hoje.

Na sua longa e bem-sucedida carreira musical, essa grande intérprete do samba carioca reuniu, ao longo de cinco décadas, fãs de todas as idades, unindo o país em torno da beleza da sua voz e das suas canções.

O Estado do Rio de Janeiro hoje ficou mais triste. Compartilho a dor de todos os admiradores e me solidarizo com os familiares e amigos, em comunicado oficial”.

Gilberto Gil: “Lamentamos a irreparável perda de Beth Carvalho. Madrinha do samba e referência para tantos artistas, fará muita falta nos palcos e na vida de todos nós”.

Filha de Beth Carvalho, Luana, postou duas homenagens à sua mãe, em forma de foto. A cantora usou seu Instagram para compartilhar uma imagem da sua infância e também para mostrar um registro da madrinha do samba, que morreu ontem, aos 72 anos, com sua neta. 

No início da madrugada, Luana Carvalho postou uma imagem em que aparece ainda menina, olhando para uma jovem Beth, ambas com olhar de admiração. "Dia do trabalhador", legendou Luana, citando o feriado de hoje, "Dia do Trabalho".

Beth Carvalho não deixa órfãos apenas no samba, na “Mangueira” e nas torcidas de futebol. Exemplo de dignidade, vai fazer muita falta para o país. (Pesquisa: Nilo Dias)