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terça-feira, 26 de abril de 2011

O futebol da Mondálvia

Em agosto do ano passado o futebol na Moldávia comemorou 100 anos de existência. Até o Presidente da União Européia de Futebol (UEFA), o ex-craque francês Michel Platini esteve em Chisinau, capital do país participando das celebrações e felicitando os dirigentes da “Federaţia Moldovenească de Fotbal” (Federação de Futebol da Moldávia-FMF), que completou 20 anos de existência em 14 de abril do ano passado.

A primeira partida de futebol disputada na Moldávia aconteceu em 29 de agosto de 1910. A data foi lembrada com um jogo amistoso entre as equipes de veteranos da Moldávia e da Geórgia, que foi assistida por Platini. A Moldávia já fez parte da Romênia e da União Sovética e nunca disputou uma Copa do Mundo e nem se classificou para as fases finais do campeonato europeu.

O presidente da UEFA elogiou o trabalho da FMF e seu presidente Pavel Cebanu, afirmando que existem todos os motivos para se acreditar que o futebol tem um grande futuro na Moldávia. O país conta com sólidas bases para futuras infra-estruturas de treinamento. A FMF está afiliada à UEFA desde 1993 e a FIFA desde 1994. Após o fim da União Soviética, a Seleção da Moldávia disputou sua primeira partida em 2 de julho de 1991, tendo como adversário a Seleção da Geórgia.

Os dois melhores resultados alcançados pelo time nacional vieram durante a qualificação para o Campeonato Europeu de Futebol de 1996, quando obteve vitórias sobre a Geórgia (1 X 0), em Tbilisi, e País de Gales (3 X 2), em Chisinau. ou da Copa do Mundo da FIFA.

A Seleção da Mondálvia teve três participações no Campeonato da Europa, tendo disputado 26 jogos, com cinco vitórias, quatro empates e 16 derrotas. O time marcou 23 gols e sofreu 63. O treinador da seleção é Gavril Balint, a braçadeira de capitão está entregue a Sergey Laschenkov. O maior artilheiro da equipe mondálvia é Sergey Kleschenko, que marcou 11 gols. O jogador que mais atuou foi Radu Rebeja, com 74 participações.

O histórico da Mondálvia em Copas do Mundo mostra que não se inscreveu em 1930 e 1938, pois estava integrada a Seleção da Romênia. De 1950 aa 1994, novamente não se inscreveu, pois integrou a seleção soviética de futebol. De 1998 a 2010, não se classificou.

O histórico em Campeonatos Europeus mostra que de 1960 a 1992 não se inscreveu, tendo integrado a seleção soviética de futebol. De 1996 a 2008, não se classificou.

O maior feito da história do futebol da Mondálvia aconteceu em 2009, no estádio do FC Sheriff. Na ocasião, em jogo válido pela Pré-Eliminatória do Campeonato Europeu Sub-21, a Seleção da Moldávia derrotou a Seleção da Alemanha por 1 X 0. A vitória ganhou em importância porque o time mondálvio atuou sem o seu melhor jogador, Terek Groznyi, que estava de serviço para a equipe ucraniana.

O principal clube do país é o Fotbal Club Sheriff, da cidade de Tiraspol, mais conhecido como Sheriff Tiraspol (em russo: ФК Шериф Тирасполь), fundado em 1997. É eneacampeão (nove vezes campeão) do Campeonato Mondálvio, tendo conquistado todos os títulos de forma seguida: 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009. Ganhou ainda a Copa da Mondálvia em 1999, 2001, 2002, 2006 e 2008 e a Copa CIS em 2003 e 2009. O treinador é o russo Andrey Sosnitskiy.

O Sheriff Tiraspol, que usa camisa amarela e preta é recordista mundial em jogos invictos. Ficou mais de um ano e meio e 47 partidas sem perder. O São Paulo foi o clube brasileiro que mais chegou perto, porém acabou perdendo quando disputava sua 30ª partida.

O sucesso do Sheriff se deve a três fatores: a presença de um quarteto brasileiro bom de bola, ao dinheiro de seu presidente russo, Victor Gusan e ao fato de o Campeonato da Moldávia ser muito fraco. Thiago, Leandro, Wallace e Nadson são os primeiros brasileiros a jogar no gelado país europeu, e ganham cerca de R$ 12 mil por mês. Eles estão a 10.101,61 km, de Brasília.

Vivem num paraíso, por conta da grana investida no clube. Para se ter uma idéia, o Sheriff conta com três estádios: o maior é usado no verão; o segundo, coberto, é aproveitado quando neva; e o terceiro conta com grama artificial e também é completamente fechado. O centro de treinamentos apresenta nada menos do que dez campos com dimensões oficiais.

O Sheriff tornou-se o primeiro clube da Moldávia a chegar a Terceira Eliminatória da Liga dos Campeões da Uefa, coisa que os demais times moldávios não conseguiram nem pensar. Entretanto, o sonho de se tornar o primeiro clube moldávio na "Champions" foi por água abaixo em decorrência da derrota para os holandeses do Twente.

O time mais novo da Moldávia é o Football Club Milsami Orhei, antigo Football Club Viitorul, da cidade de Orhei, fundado em 1997. Nele joga o brasileiro Caio Garcia, que quando garoto no Saão Caetano. Passou pela base do Mesc e Mercedes, até chegar ao São Paulo (futsal).

Em seguida, foi para o ABC de Natal (RN), onde excursionou pela Espanha. Lá, firmou acordo e permaneceu no Velho Continente onde atuou em times da terceira divisão. A Romênia foi o próximo passo. Após passagem pelo Arad, surgiu a proposta para atuar na Moldávia. Outros dois brasileiros jogam no clube, o paranaense Ademir Xavier e o paulista Pedrinho.

A liga modalvia conta com 14 equipes e é jogada em três turnos de pontos corridos. A maioria das partidas são realizadas aos sábados ou domingos. A cada 15 dias, acontecem jogos no meio da semana.

A temporada começa no mês de agosto. No fim de dezembro e janeiro, ocorre pausa em virtude do inverno rigoroso. Após esse período, a competição retorna no começo de fevereiro e termina no fim de maio.

O Flamengo, em 11 de julho de 1964 enfrentou amistosamente a Seleção da Federação da Moldávia, pois o país, na época, integrava a URSS. O time carioca venceu por 1 X 0.

No fim da Segunda Guerra Mundial, a Moldávia, que foi incorporada à Romênia no passado, tornou-se parte da União Soviética. Em 1991 o país conquistou a independência. Entretanto, forças russas ficaram para dar apoio ao povo eslavo, predominantemente russos e ucranianos, que anunciaram uma república da “Transnístria”.

A República da Moldávia é um dos países mais pobres da Europa, e elegeu um comunista como seu líder em 2001. A capital é Chisinau (Kishinev) e a língua oficial é o moldávio, virtualmente o mesmo que o romeno. A bandeira tem três listras verticais iguais de azul (lado do mastro), amarelo e vermelho; o emblema no centro é de uma águia romana de ouro delineada em preto com um bico vermelho, no qual carrega uma cruz amarela.

Na garra direita carrega um ramo verde de oliva e na esquerda um cetro amarelo; em seu peito está um escudo dividido horizontalmente em vermelho e azul com uma cabeça de boi estilizada, uma estrela, uma rosa e um crescente, todos em amarelo delineados em preto; o mesmo esquema de cores da Romênia.

A Moldávia, que faz fronteira com a Ucrânia e Romênia, tem uma população de 4.324.450 habitantes, de acordo com o senso de julho de 2008. A maior cidade é Chisinau, com uma área de 33.843 km². O que chama a atenção é o índice de alfabetização que chega a 99,1%, segundo dados de 2005.

Mesmo quase sem analfabetos e apesar de seu desenvolvimento econômico recentes, a Moldávia ainda é um dos países mais subdesenvolvidos da Europa. A economia depende fortemente do tabaco, vinho, legumes e frutas. O país importa a maior parte de seus recursos energéticos, especialmente da Rússia. Os desafios enfrentados pela economia incluem um clima agrícola pobre, altos preços de combustíveis e a falta de investimento estrangeiro.

O índice de desemprego é de 2,1%. Aproximadamente 25% dos moldávios em idade produtiva estão empregados no exterior, de acordo com dados de 2007. (Pesquisa: Nilo Dias)

FC Sheriff, o time mais popular da Mondálvia. (Foto: Divulgação)