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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Um grande craque argentino


Juan Román Riquelme foi um dos maiores futebolistas argentinos de todos os tempos. Poderia ter tido uma carreira muito maior, mas sofreu sempre a injustiça de dirigentes e técnicos nos clubes que defendeu.

Nasceu em San Fernando, província de Buenos Aires, no dia 24 de junho de 1978. Seu grande futebol fez com que se tornasse um ídolo da torcida do Boca Juniors, em especial.

Considerado um dos jogadores argentinos mais talentosos de sua geração, combinava habilidade com técnica e visão de jogo apurada, além de ser um excelente cobrador de faltas.

Riquelme conquistou 15 títulos, entre os quais três Copas Libertadores da América. Pela Seleção Argentina, disputou a Copa do Mundo de 2006, a Copa das Confederações de 2005, a Copa América de 2007 e os Jogos Olímpicos de 2008, quando foi o campeão.

Começou a carreira como amador no Argentinos Juniors, antes de se mudar para o Boca Juniors, onde ganhou projeção internacional. Não demorou para seu futebol ser cobiçado pelos grandes clubes da Europa e, em 2002, acertou sua transferência para o Barcelona, da Espanha.

Depois de jogar por um ano no clube catalão, que não vivia um bom momento, se transferiu para o Villarreal, onde foi figura destacada, junto de outros jogadores sul-americanos como o argentino Sorín, o uruguaio Diego Forlán e o brasileiro naturalizado espanhol, Marcos Senna.

Graças a eles, o Vilarreal  chegou a um inédito terceiro lugar no Campeonato Espanhol, na temporada 2004/2005. E isso valeu uma vaga na Liga dos Campeões. Por conta de suas atuações, foi contratado em definitivo pelo clube, que pagou 75% dos direitos do jogador.

E Riquelme não decepcionou, tendo sido o grande destaque da equipe que alcançou a semifinal da competição em sua primeira participação na história.

O Vila eliminou gigantes do velho continente como Manchester United, da Inglaterra e Internazionale, de Milão, Itália. Mas depois de errar um pênalti no jogo da semifinal contra o Arsenal, que custou a eliminação do clube, Riquelme nunca mais teve o mesmo sucesso pela equipe espanhola.

Ao fim da temporada disputou pela Seleção Argentina a Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Vestiu a Camisa 10 e foi o principal nome do time.

O jogador sonhava em ajudar seu país a ser tricampeão mundial, mas foi eliminado da competição nos pênaltis, nas quartas de final para a Alemanha, frustrando toda a nação argentina.

Depois da Copa a permanência de Riquelme no Vilarreal se tornou difícil, mesmo tendo sido o maior responsável pelo clube ter chegado a campanha continental mais importante de sua história.

O jogador teve sérios desentendimentos com o técnico do time, o chileno Manuel Pellegrini, que o fizeram ser afastado da equipe. Sem clima e com uma relação totalmente desgastada, regressou em fevereiro de 2007 ao Boca Juniors, sendo contratado por empréstimo de apenas seis meses e recebendo um dos maiores salários da América do Sul

Nesse pequeno período em sua volta ao Boca Juniors, Riquelme se destacou na campanha da Copa Libertadores da América, tendo realizado jogos magníficos e inesquecíveis nas finais contra o Grêmio, que rendeu ao jogador seu terceiro título da competição continental pelo clube, o sexto na história do Boca Juniors, e de quebra ainda foi eleito o craque do campeonato.

Findo o empréstimo, voltou ao Villareal. Como o clima no clube continuava o mesmo, Riquelme não foi aproveitado durante todo o segundo semestre de 2007. E disse que aceitaria ganhar menos para voltar ao Boca Juniors, o clube de seu coração.

Finalmente, em janeiro de 2008, ele foi negociado em definitivo com o Boca Juniors. Mas o imprevisto aconteceu:  depois que o Boca perdeu para o Corinthians na decisão da Copa Libertadores da América de 2012, o jogador não queria continuar na Bombonera. Mas acabou cedendo e ficando no clube.

Em julho de 2014, assinou com o Argentinos Juniors, clube que o revelou para o futebol, antes de se destacar com a camisa do Boca. Assinou por 18 meses. Acabou por marcar seu primeiro gol na estreia pelo clube. Riquelme anunciou sua aposentadoria em janeiro de 2015, após 18 partidas e cinco gols.

Pela seleção argentina, teve grande trajetória. Disputou a Copa do Mundo de 2006, e antes fora destaque desde as categorias de base. Sua principal conquista foi a medalha de ouro olímpica, alcançada em 2008, quando foi convocado como um dos três jogadores acima da idade permitida nos Jogos Olímpicos.

Antes de Diego Maradona assumir a direção técnica, Riquelme era o camisa 10 da seleção argentina, que disputava as eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Com problemas de relacionamento com o técnico, também ídolo argentino e do Boca Juniors, Riquelme se recusou atuar na seleção.

Alegou que o posicionamento que o colocava em campo, não o fazia render tudo que poderia. Diego Maradona acabou passando a camisa 10 para Lionel Messi, que não conseguiu levar a Argentina além das quartas de final na Copa, tendo sido eliminada novamente pela Seleção Alemã, dessa vez com uma goleada vergonhosa por 4 X 0.

Após a Copa do Mundo, Diego Maradona deixou o comando da seleção, o que fez com que Riquelme abrisse as portas para seu retorno a equipe nacional, tendo afirmado publicamente estar a disposição do então novo técnico da equipe, Sergio Batista.

Mas o técnico acabou sendo demitido após a Copa América de 2011, sem nunca o ter chamado.

Títulos. Boca Juniors: Campeão Argentino, Clausura (1998, 1999, 2000, 2001, 2008 e 2011); Copa Libertadores da América (2000, 2001, 2007); Copa Intercontinental (2000); Recopa Sul-Americana (2008); Copa Argentina ( 2011 e 2012). Villarreal: Copa Intertoto da UEFA (2003 e 2004); Barcelona: Troféu Joan Gamper (2002 e 20030; Seleção Argentina: Campeonato Sul-Americano de Futebol Sub-20 (1997); Campeonato Mundial de Futebol Sub-20 (1997); Torneio Internacional de Toulon (1998); Ouro nos Jogos Olímpicos (2008).

Individuais. Revelação do Campeonato Argentino (1997); Revelação de Ouro - Clarín de Ouro (1997); Consagração de Ouro - Clarín de Ouro (2000 e 2001); Equipe Ideal do Sul-Americano Sub-20 (1997); Torneio de Toulon - Melhor jogador (1998); Melhor jogador das Américas (2000 e 2001); Melhor jogador estrangeiro da Liga BBVA - Don Balón (2004-2005); Jogador mais técnico e habilidoso da Liga BBVA - Diário Marca (2004-05); Jogador com mais assistências da Liga BBVA (2004-05); Melhor jogador da Liga BBVA - por comentaristas e jogadores do Diário Marca (2004-05); Melhor jogador argentino no estrangeiro  - Clarín de Ouro (2005); Bola de Prata da Copa das Confederações (2005); Equipe Ideal das Eliminatórias da Copa do Mundo FIFA (2006); Jogador com mais assistências na Copa do Mundo FIFA (2006); Bola de Prata da Copa América (2007); Equipe Ideal da Copa América (2007); Jogador com mais assistências da Copa América (2007); Chuteira de Prata da Copa Libertadores (20070; Melhor jogador da final da Copa Libertadores (2001 e 2007); Melhor jogador da Copa Libertadores (2000, 2001 e 2007); Melhor jogador da América - Fox Sports (2007 e 2008); Consagração do Campeonato Argentino - (Clarín de Ouro (2000, 2001, 2007, 2008 e 2011); Seleção Ideal das Américas (1999, 2000, 2001, 2007, 2008 e 2011); Jogador argentino do ano - OlÍmpia de Plata (2000, 2001, 2008, 2011); Melhor jogador do ano – Olé (2012) e Seleção da Copa Libertadores (2000, 2001, 2007, 2008, 2012)

Outros. Jogador não-atacante com mais gols na Copa Libertadores; Eleito o melhor jogador da história do Boca Juniors (por sua torcida); Eleito o melhor jogador da história do Villareal (de presidente para o mundo inteiro); Nominado a Bola de Ouro e melhor jogador do mundo da FIFA e France Football (2005, 2006, 2007 e 2008); Segundo melhor batedor de faltas do mundo pela FIFA (2008); Nominado a Bola de Ouro da Copa do Mundo FIFA (2006); Sexto melhor jogador do Mundo - World Soccer (2005); Sétimo melhor jogador do Mundo - World Soccer (2006); Quinto melhor jogador do Mundo - World Soccer (2007 - Jogando nas Américas);  Quarto melhor criador de jogadas do mundo – IFFHS (2007 - Jogando nas Américas); Terceiro maior artilheiro do mundo – IFFHS (2007 - Jogando nas Américas); e Seleção de todos os tempos da Copa Libertadores.

O destino de Riquelme parecia incerto, mas o jogador decidiu dar um fim à expectativa por seu futuro. Em 2015, durante entrevista , após um semestre atuando pelo Argentinos Juniors, o ex-atleta do Boca Juniors e da seleção argentina anunciou sua aposentadoria.

“Para mim é um dia, não sei se importante, mas especial, no qual tomei a decisão de não jogar mais futebol. Esperei 20 a 30 dias. Depois de subir com Argentinos (Juniors), que era o objetivo, e meu representante falar com todos os clubes. Para seguir jogando teria que ser algo que me interessasse, me motivasse. 

Depois de subir com o Argentinos, de haver cumprido todos os jogos com a camisa do Boca, me parecia que o melhor era fazer com calma e comunicar que não vou jogar mais. Parece que é o melhor - disse ele, visivelmente emocionado, em conversa com o canal "ESPN" da Argentina.

O lendário camisa 10 disse que tomou a decisão de não jogar mais por não encontrar nenhuma proposta motivadora. Sobre a negociação com o Cerro Porteño, ele garantiu que não havia nada de concreto, apesar das informações de que ele era esperado no Paraguai para a assinatura do contrato. Juan Román Riquelme fez o anúncio aos 36 anos. (Pesquisa: Nilo Dias)