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terça-feira, 13 de maio de 2014

O Olympico Futebol Clube, de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), a 320 quilômetros da capital, é mais um clube centenário do futebol brasileiro. A agremiação foi fundada em 23 março de 1914, quando de uma reunião realizada no bar do Manoel Belido, na Praça Governador Portela, a menos de 500 metros da divisa com o Espírito Santo.

Na ocasião ficou definido que haveria um clube recreativo na cidade, como os times tradicionais da capital. As cores da nova agremiação foram definidas como vermelha e amarela.

O primeiro time formado pelo time amarelo e vermelho do Olympico foi este: Chico Fragoso - Horácio Moraes e Juquinha Firmo – Duente - João Fraga e Fernando - Otis Menezes - Candico Peralva - Walter Franklin - Nilo Cunha e Purcino.

Na época do amadorismo o clube disputou e foi campeão do certame municipal por vários anos. Também jogou inúmeras partidas amistosas contra equipes do Espírito Santo, e contra o rival Ordem e Progresso, entidade também centenária da cidade, e considerado maior rival do Olympico.

Em 1968 o clube se profissionalizou, passando a disputar o Campeonato Estadual da Terceira Divisão. A experiência não foi nada animadora, ficando na sétima posição da fase inicial, última da sua chave, não conseguindo classificação para as finais.

Em 1986, ainda na Terceira Divisão, ficou em quinto lugar, no campeonato vencido pelo Tomazinho Futebol Clube com o Esporte Clube Nova Cidade em segundo. No ano seguinte foi segundo na sua chave, na fase inicial, atrás apenas do América, de Três Rios.

Na fase seguinte, conseguiu se classificar novamente em segundo lugar. O primeiro foi  o Paduano Esporte Clube, de Santo Antônio de Pádua. Na fase final foi terceiro colocado na classificação geral. O campeão foi o Paduano Esporte Clube, com o Esporte Clube Miguel Couto, na segunda colocação.

Em 1988, ainda na Terceira Divisão classificou em  segundo na sua chave, perdendo a liderança para o Cantagalo Esporte Clube. Na fase seguinte foi novamente segundo, perdendo a dianteira e a classificação para as finais, diante do União Nacional Futebol Clube, que se sagrou campeão invicto da temporada.

Em 1989 solicitou licenciamento das competições profissional por dois anos. Em 1991 retornou para disputar o Campeonato Estadual da Segunda Divisão, na verdade uma Terceira Divisão, já que a antiga Segunda virara naquele ano uma espécie de Módulo "B" da Primeira Divisão.

Alcançou classificação em segundo lugar na primeira fase, atrás do Saquarema Futebol Clube. Na segunda fase foi novamente segundo, ficando de novo atrás do Saquarema que chegou a final contra o Entrerriense Futebol Clube, e sagrou-se campeão.

Em 1992 o clube solicitou novo licenciamento por dois anos. Em  1994, retornou disputando a Divisão Intermediária, a Segunda Divisão da época. A campanha foi ruim e não passou do quinto lugar, penúltimo, em sua chave, sendo eliminado da competição.

Em 1995, disputou novamente a Divisão Intermediária, Grupo "D", ficando em sexto lugar. O campeão nessa chave foi o Barra Futebol Clube, de Teresópolis. Em 1996, se licenciou pela terceira vez das competições profissionais. Depois disso, não disputou mais os certames organizados pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ).

Desde então tem se dedicado mais as divisões de base. Em 2009, na condição de representante do município de Bom Jesus do Itabapoana, foi campeão da Seção da Região Noroeste Fluminense do Campeonato de Ligas Municipais Sub-17, organizado pela federação estadual, ao vencer no jogo final a seleção de Lajes de Muriaé. Ainda nesse ano representou a Liga Bonjesuense na categoria Adultos.

Existe um movimento para que o clube retorne aos gramados, mas esbarra nas dívidas existentes. E o estádio “General Fernando Lopes da Costa”, de propriedade do clube, que tem capacidade para receber até 2.500 torcedores, sofre com a falta de conservação e uma série de problemas estruturais. Até um busto foi roubado da sua entrada principal.

Para completar os problemas, o número de sócios tem caído nos últimos anos. A parceria com a empresa Goal Sports, que cedia jogadores ao clube e durou cerca de dois anos, acabou no começo de 2008. Atualmente, o time disputa apenas competições amadoras e de base dentro da própria região.

O escritor Pedro Teixeira está lançando um livro em que conta as histórias do Olympico e do Ordem e Progresso F.C., outro clube da cidade, que também se tornou centenário em 2014.

O livro conta fatos pitorescos, como este ocorrido com o o jogador Alvinho, do Olympico, que não tinha um braço. Quando foi cobrar um arremesso lateral, o árbitro o advertiu, explicando que a regra diz que o lateral tem de ser cobrado com as duas mãos. (Pesquisa: Nilo Dias)

Olympico F.C., em seus tempos áureos. (Foto: Divulgação)