A expressão gol de letra de há muito faz parte do vocabulário do futebol. É até nome de uma Organização Não-Governamental (ONG), a “Fundação Gol de Letra”, criada pelos ex-jogadores de futebol, Raí e Leonardo, para atendimento a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social. O nome é bonito, soa bem, mas sua origem, poucos sabem. Primeiro, é preciso explicar como é a jogada que merece ser chamada assim. É o gol em que o jogador trança as pernas, como quem faz um xis e muda o pé que chuta.
Quem batizou a jogada foi o jornalista Mário Filho, hoje nome oficial do Estádio do Maracanã. Foi num jogo pela oitava rodada do segundo turno do Campeonato Carioca de 1942, no Estádio das Laranjeiras entre Fluminense e Madureira. O time dono da casa ostentava o título de bicampeão e era forte candidato ao tricampeonato. O onze do Madureira, nada mais tinha a fazer na competição, apenas cumpria carnê. Mas seu time era muito bom, principalmente o ataque onde despontava o trio Lelé, Isaías e Jair, que a imprensa apelidou carinhosamente de os “Três Patetas”, pois faziam com a bola o que queriam, em jogadas talentosas que surpreendiam os adversários e arrancavam risos dos torcedores.
Nessa tarde de 2 de agosto os “Três Patetas” estavam infernais. Sem tomar conhecimento do adversário e suas pretensões, o Madureira aplicou uma goleada de 4 x 1. O centroavante Isaias foi o autor de um gol, que pela técnica e beleza, até hoje dá o que falar. Ele chutou a bola com as pernas cruzadas em X, e Mário Filho, não teve dúvidas e criou na hora a expressão gol de letra. Como no futebol quase tudo ganha contornos extras, o tempo se encarregou de transformar o ocorrido naquele jogo em lenda, ou quase isso. Não existe nada oficial, mas os mais velhos garantem que por causa do gol chamado de “letra”, a torcida tricolor não queria deixar Isaías sair vivo do estádio.
O autor de tão inusitado gol, já falecido, teve que suportar por muitos anos a ira dos torcedores do Fluminense, que consideraram a jogada uma humilhação ao time, visto que naquela época um simples drible a mais era visto como tentativa de desmoralização. Não era a toa que os zagueiros, geralmente chamados de “guarda-roupas”, não levavam desaforo para casa e o “pau” corria solto. Terminado o Campeonato Carioca de 1942, o Vasco da Gama contratou os três atacantes. E com eles foi campeão invicto de 1945.
Coisa incrível, difícil de acreditar, mas é verdade. Os torcedores presentes ao Maracanã, em 2003, 60 anos depois do gol fantástico de Isaias Benedito da Silva, nas Laranjeiras, presenciaram um lance digno de filme: Léo Lima (Leonardo Lima da Silva), bisneto de Isaias e na época jogador do Vasco da Gama, também originário do Madureira fez um cruzamento de letra que foi encontrar a cabeça de Cadu e dali, para o pé de Souza, hoje no Flamengo, que mandou para o fundo da rede. Vasco campeão. E, pasmem, o adversário foi o mesmo Fluminense. E a reação não foi diferente de parte dos tricolores. O técnico Renato Gaúcho ameaçou Léo Lima de agressão. Sem saber, o técnico vice-campeão estava revivendo um histórico trauma tricolor.
A obra de arte de Léo Lima mereceu estátua no saguão de entrada de São Januário, ao lado do busto do Almirante, com as pernas eternamente entrelaçadas. Léo Lima e Souza, crias do mesmo Madureira, transferiram-se para o Vasco ainda como juniores, e juntamente com Cadu, também promovido das divisões de base vascaínas, formaram o trio que criou o gol inesquecível.
Nestes mais de 50 anos que acompanho futebol, foram poucas as vezes que vi alguém fazer um “gol de letra”. Lembro de um, marcado pelo jogador Canário, que defendia o Brasil de Pelotas, lá pela década de 1960. O adversário há muito tempo esqueci, mas a jogada está até hoje bem viva na minha memória. Ele recebeu a bola pela direita e de fora da área, cruzando as pernas e trocando o pé, marcou um golaço. Foi na goleira de fundo do Estádio Bento Freitas. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Boa parte de um vasto material recolhido em muitos anos de pesquisas está disponível nesta página para todos os que se interessam em conhecer o futebol e outros esportes a fundo.
terça-feira, 17 de junho de 2008
A despedida ideal de Fernandão
Esse texto que transcrevo abaixo foi publicado no site FinalSports.com.br e é assinado pelo jornalista Andréas Muller. Não resisti a tentação de publicá-lo. É uma verdadeira obra prima.
“Agora as luzes do Beira Rio estão apagadas. Na penumbra, a torcida – que lota o estádio – brinca com isqueiros e celulares e transforma as arquibancadas do Gigante num pequeno pedaço de céu à beira do Guaíba. A Popular está ensandecida e canta no volume máximo debaixo de uma nebulosa de sinalizadores, pisca-piscas e chuvas-de-prata. Sem demora, os versos da música começam a ecoar pelos dois andares do Beira Rio: —Eeeeeuuu, nunca me esquecereeeeiiii...
É emocionante. Sob o blecaute, o Gigante parece ser maior do que sempre foi. É possível sentir no ar a vibração, o clima de expectativa que, agora, abala o coração de cada um dos 50 mil colorados presentes no estádio. Alguns deles fumam em tragadas longas, soltam a fumaça como se desabafassem e permanecem ali, numa espera tensa e silenciosa. Outros gritam a música com os braços para cima, em transe, embriagados de emoção. Ao meu lado, percebo uma garota que se agarra ao braço de seu pai, como se tivesse medo desse estrondo, esse urro que preenche todos os espaços escuros do Beira Rio. De relance, percebo suas lágrimas brilhando debaixo do matiz azulado dos celulares. — Dos dias que passeeeeeeiiiii....
Eis que se acende um holofote. O feixe de luz branca vem lá de cima da marquise da “Maior Torcida do Rio Grande” e aponta diretamente para o abrigo de acesso dos times ao gramado. Uma música alta começa a tocar e leva a torcida ao delírio. Estrategicamente, só para requintar ainda mais o clima de expectativa, o feixe de luz fica dois minutos parado, sem que nada aconteça. A torcida exige: — Aparece! Aparece! Aparece!
Então Fernandão sai da casamata. O Beira Rio vem abaixo. A multidão berra como se comemorasse um gol do Internacional. Lá embaixo, iluminado pelo holofote, o capitão do mundo caminha sozinho e altaneiro rumo ao centro do gramado. Vai em passadas rápidas e decididas, sorri bastante e acena sem parar para a multidão, agradecendo a homenagem. Ao chegar ao centro, recebe um microfone e fica esperando. Tenta falar alguma coisa, mas simplesmente não consegue – a torcida não deixa. Fernandão aguarda quase cinco minutos até que o Gigante lhe conceda a palavra. Ele aproxima o microfone da boca, faz uma pausa estratégica e, de surpresa, puxa a multidão: — Ôooooooooooooo, vamo vamo Inteeeeeeeeeeeeeerrrrr...
Êxtase total no Beira Rio. A voz de Fernandão se transforma na voz de 50 mil torcedores. A música é entoada como se fosse o hino de uma era. Lá está, em mil decibéis, a marca eterna de uma das fases mais brilhantes da história colorada. Todos – jovens e adultos, crianças e idosos – incorporam-se ao coro regido pelo maestro maior do Internacional. É impossível conter as lágrimas. Os pessimistas suspiram: “Nunca mais teremos ninguém igual a ele”. Os realistas rebatem: “Ele foi um grande ídolo, mas estava na hora de ele sair, não adianta, a vida continua”. E os otimistas: “Agora, começa uma nova fase no Inter. Vamos revelar novos craques e construir novos ídolos”. O único consenso é de que Fernandão, um dia, voltará.
Fernandão aproveita uma brecha da torcida e inicia um discurso emocionante. Fala tudo que nós gostaríamos de ouvir. Que o Inter foi o melhor clube pelo qual ele já passou. Que é colorado de coração e sente muito orgulho de poder ter jogado no Inter. Que a saída dele não significa o fim de nada, e sim o começo de um novo ciclo para o Inter – que será de muitas conquistas, se Deus quiser. E que, evidentemente, um dia ele vai voltar. — Eu sou apaixonado pelo Inter. Vou voltar porque eu quero e preciso voltar. Tenho que ficar perto de tudo isso que me faz tão bem, e... Fernandão chora e a torcida canta “Uh, terror, Fernandão é matador”.
Em seguida, entram em campo 100 crianças de uma comunidade carente da Zona Sul de Porto Alegre. Vestem roupas brancas e andam em fila. Parece que uma rede de supermercados propôs um desafio a Fernandão – o de acertar o gol com um chute desde lá do meio de campo. Se ele marcar, a rede de supermercados doará uma cesta básica e uma camiseta do Internacional a cada criança. Fernandão topa o desafio, sorrindo. Novos holofotes se acendem, mostrando o gol e metade do campo. O capitão ajeita a bola com calma e, pouco antes de bater, avisa no microfone que ele próprio fará as doações se errar. Sob aplausos efusivos, ele parte para a cobrança. A bola sobe alta, atravessa toda a metade do campo, bate na trave esquerda e estufa as redes, serelepe. A torcida comemora e as crianças dão um abraço coletivo no capitão. É piegas, sim. Mas não há quem resista às lágrimas nessa hora.
Mais tarde, as rádios indagam ao presidente Vitório Píffero: — Presidente, você não acha um exagero fazer uma festa desse tamanho apenas para marcar a despedida de um jogador? — Não, não acho. Fernandão é um grande ídolo, é amado por nossa torcida e merece uma homenagem à altura desse sentimento. Os jornalistas insistem: — Você não teme passar uma idéia errada de que o Fernandão, sozinho, é mais importante do que o Inter? — É evidente que não. Fernandão é patrimônio do Internacional. Homenageá-lo é uma maneira de homenagear o clube como um todo, bem como suas principais conquistas.
Procurando pêlo em ovo, um repórter arremata: — E quanto aos outros jogadores do Inter? Você não acha que eles se sentirão desprestigiados? O Inter nunca fez uma festa como essa pra nenhum deles... Num raro momento de habilidade com as palavras, Píffero retruca: — Ao contrário: os demais jogadores do Inter têm mais é que se sentir motivados com essa homenagem a Fernandão. Nós estamos deixando bem claro que, aqui no Inter, nós valorizamos os nossos ídolos. Aliás, quero aproveitar para deixar um recado a todos os nossos jogadores, sejam eles das categorias de base, dos juniores, do banco de reservas e até do grupo principal: dêem o máximo. Vivam o Inter tal como Fernandão viveu. Sejam colorados de coração e sigam em busca de novas conquistas. Se vocês fizerem tudo isso, vocês também serão homenageados como heróis quando se despedirem do Inter.
É assim que deveria ter sido a despedida de Fernandão do Inter."
“Agora as luzes do Beira Rio estão apagadas. Na penumbra, a torcida – que lota o estádio – brinca com isqueiros e celulares e transforma as arquibancadas do Gigante num pequeno pedaço de céu à beira do Guaíba. A Popular está ensandecida e canta no volume máximo debaixo de uma nebulosa de sinalizadores, pisca-piscas e chuvas-de-prata. Sem demora, os versos da música começam a ecoar pelos dois andares do Beira Rio: —Eeeeeuuu, nunca me esquecereeeeiiii...
É emocionante. Sob o blecaute, o Gigante parece ser maior do que sempre foi. É possível sentir no ar a vibração, o clima de expectativa que, agora, abala o coração de cada um dos 50 mil colorados presentes no estádio. Alguns deles fumam em tragadas longas, soltam a fumaça como se desabafassem e permanecem ali, numa espera tensa e silenciosa. Outros gritam a música com os braços para cima, em transe, embriagados de emoção. Ao meu lado, percebo uma garota que se agarra ao braço de seu pai, como se tivesse medo desse estrondo, esse urro que preenche todos os espaços escuros do Beira Rio. De relance, percebo suas lágrimas brilhando debaixo do matiz azulado dos celulares. — Dos dias que passeeeeeeiiiii....
Eis que se acende um holofote. O feixe de luz branca vem lá de cima da marquise da “Maior Torcida do Rio Grande” e aponta diretamente para o abrigo de acesso dos times ao gramado. Uma música alta começa a tocar e leva a torcida ao delírio. Estrategicamente, só para requintar ainda mais o clima de expectativa, o feixe de luz fica dois minutos parado, sem que nada aconteça. A torcida exige: — Aparece! Aparece! Aparece!
Então Fernandão sai da casamata. O Beira Rio vem abaixo. A multidão berra como se comemorasse um gol do Internacional. Lá embaixo, iluminado pelo holofote, o capitão do mundo caminha sozinho e altaneiro rumo ao centro do gramado. Vai em passadas rápidas e decididas, sorri bastante e acena sem parar para a multidão, agradecendo a homenagem. Ao chegar ao centro, recebe um microfone e fica esperando. Tenta falar alguma coisa, mas simplesmente não consegue – a torcida não deixa. Fernandão aguarda quase cinco minutos até que o Gigante lhe conceda a palavra. Ele aproxima o microfone da boca, faz uma pausa estratégica e, de surpresa, puxa a multidão: — Ôooooooooooooo, vamo vamo Inteeeeeeeeeeeeeerrrrr...
Êxtase total no Beira Rio. A voz de Fernandão se transforma na voz de 50 mil torcedores. A música é entoada como se fosse o hino de uma era. Lá está, em mil decibéis, a marca eterna de uma das fases mais brilhantes da história colorada. Todos – jovens e adultos, crianças e idosos – incorporam-se ao coro regido pelo maestro maior do Internacional. É impossível conter as lágrimas. Os pessimistas suspiram: “Nunca mais teremos ninguém igual a ele”. Os realistas rebatem: “Ele foi um grande ídolo, mas estava na hora de ele sair, não adianta, a vida continua”. E os otimistas: “Agora, começa uma nova fase no Inter. Vamos revelar novos craques e construir novos ídolos”. O único consenso é de que Fernandão, um dia, voltará.
Fernandão aproveita uma brecha da torcida e inicia um discurso emocionante. Fala tudo que nós gostaríamos de ouvir. Que o Inter foi o melhor clube pelo qual ele já passou. Que é colorado de coração e sente muito orgulho de poder ter jogado no Inter. Que a saída dele não significa o fim de nada, e sim o começo de um novo ciclo para o Inter – que será de muitas conquistas, se Deus quiser. E que, evidentemente, um dia ele vai voltar. — Eu sou apaixonado pelo Inter. Vou voltar porque eu quero e preciso voltar. Tenho que ficar perto de tudo isso que me faz tão bem, e... Fernandão chora e a torcida canta “Uh, terror, Fernandão é matador”.
Em seguida, entram em campo 100 crianças de uma comunidade carente da Zona Sul de Porto Alegre. Vestem roupas brancas e andam em fila. Parece que uma rede de supermercados propôs um desafio a Fernandão – o de acertar o gol com um chute desde lá do meio de campo. Se ele marcar, a rede de supermercados doará uma cesta básica e uma camiseta do Internacional a cada criança. Fernandão topa o desafio, sorrindo. Novos holofotes se acendem, mostrando o gol e metade do campo. O capitão ajeita a bola com calma e, pouco antes de bater, avisa no microfone que ele próprio fará as doações se errar. Sob aplausos efusivos, ele parte para a cobrança. A bola sobe alta, atravessa toda a metade do campo, bate na trave esquerda e estufa as redes, serelepe. A torcida comemora e as crianças dão um abraço coletivo no capitão. É piegas, sim. Mas não há quem resista às lágrimas nessa hora.
Mais tarde, as rádios indagam ao presidente Vitório Píffero: — Presidente, você não acha um exagero fazer uma festa desse tamanho apenas para marcar a despedida de um jogador? — Não, não acho. Fernandão é um grande ídolo, é amado por nossa torcida e merece uma homenagem à altura desse sentimento. Os jornalistas insistem: — Você não teme passar uma idéia errada de que o Fernandão, sozinho, é mais importante do que o Inter? — É evidente que não. Fernandão é patrimônio do Internacional. Homenageá-lo é uma maneira de homenagear o clube como um todo, bem como suas principais conquistas.
Procurando pêlo em ovo, um repórter arremata: — E quanto aos outros jogadores do Inter? Você não acha que eles se sentirão desprestigiados? O Inter nunca fez uma festa como essa pra nenhum deles... Num raro momento de habilidade com as palavras, Píffero retruca: — Ao contrário: os demais jogadores do Inter têm mais é que se sentir motivados com essa homenagem a Fernandão. Nós estamos deixando bem claro que, aqui no Inter, nós valorizamos os nossos ídolos. Aliás, quero aproveitar para deixar um recado a todos os nossos jogadores, sejam eles das categorias de base, dos juniores, do banco de reservas e até do grupo principal: dêem o máximo. Vivam o Inter tal como Fernandão viveu. Sejam colorados de coração e sigam em busca de novas conquistas. Se vocês fizerem tudo isso, vocês também serão homenageados como heróis quando se despedirem do Inter.
É assim que deveria ter sido a despedida de Fernandão do Inter."
segunda-feira, 16 de junho de 2008
O adeus do craque Fernandão
Os goleiros Clemer e Renan, o zagueiro Índio, os volantes Edinho e Wellington Monteiro e o meia Alex são o que resta do grande time colorado campeão da Libertadores, do Mundo e da Recopa Sulamericana. Marcelo, Ediglê, Élder Granja, Ceará, Bolívar, Fabiano Eller, Jorge Wagner, Rubens Cardoso, Martin Hidalgo, Fabinho, Perdigão, Tinga, Iarley, Michel, Rafael Sobis, Adriano Gabiru, Fábian Vargas, Luiz Adriano, Alexandre Pato e Léo não estão mais no Beira Rio.
No total, 20 jogadores, mais o técnico Abel Braga e o preparador físico Paulo Paixão já tinham ido embora. Agora, se vai o principal nome do elenco e considerado por alguns o melhor jogador de toda a história de 99 anos do S.C. Internacional, o grande “capitão” Fernandão, símbolo maior das recentes e memoráveis conquistas coloradas. Ele está sendo contratado pelo Al-Gharafa, do Qatar, onde deverá permanecer por dois anos. Para o Internacional, maior negociador de atletas do país e dono de 50% dos direitos federativos de Fernandão, resta apenas o consolo de rechear seus cofres com R$ 3,5 milhões de euros, cerca de R$ 7 milhões, o equivalente a metade da multa de 7 milhões de euros, ou R$ 14 milhões.
Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão, (o apelido se deve a sua altura) nasceu em Goiânia (GO), no dia 18 de março de 1978. Começou a carreira nas categorias de base do Goiás e aos 16 anos já era promovido ao time profissional. No alviverde goiano foi destaque nacional depois de conquistar entre 1995 e 2001, cinco campeonatos estaduais, duas copas Centro Oeste e um campeonato brasileiro da Série B.
Graças ao seu futebol de grande técnica e cabeceios certeiros, chamou a atenção do Olympique de Marselha, França, onde jogou por quase três anos, indo depois para o também francês Toulouse. No retorno ao Brasil, em 14 de junho de 2004, foi contratado pelo Internacional de Porto Alegre. Predestinado, Fernandão encontrou no clube gaúcho todas as condições para desenvolver e aprimorar seu futebol. Logo no jogo de estréia, um Gre-Nal, marcou o milésimo gol da história do clássico, ganhando de imediato o carinho e o respeito da torcida e ainda uma placa comemorativa ao feito. Graças as suas boas atuações pelo Internacional, Fernandão foi chamado a defender a Seleção Brasileira em um jogo amistoso contra a Seleção da Guatemala.
Fernandão chega aos 30 anos de idade, completados em março último, com uma invejável coleção de títulos. Pelo Goiás foi campeão goiano em 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000; campeão brasileiro da Série B em 1999 e campeão da Copa Centro-Oeste em 2000 e 2001. Pelo Internacional, onde fez 190 jogos, foi campeão gaúcho em 2005, 2006 e 2008; campeão da Copa Libertadores da América em 2006; campeão mundial de clubes em 2006; campeão da Recopa Sul-Americana em 2007, e campeão da Copa Dubai, em 2008. Além disso, foi premiado com a Bola de Prata (Revista Placar) em 2006; Prêmio Craque do Brasileirão 2005 (Troféu de Prata), em 2006 (Troféu de Ouro) e Troféu Mesa Redonda (TV Gazeta) em 2006.
Ao anunciar sua saída do Internacional, Fernandão mostrou muita tristeza, pois nos quatro anos em que esteve no Beira Rio aprendeu a amar o clube vermelho gaúcho. Os torcedores deram adeus ao craque com palavras de carinho e incentivo: "obrigado", "volte sempre" e “vá com Deus”. Emocionando, o craque não conseguiu conter as lágrimas.
O atacante Adriano, que no último sábado contra o Botafogo atuou com a camisa 9, de Fernandão, ao final do jogo dedicou o gol que fez e a vitória do Internacional ao companheiro que está indo embora. E ao fazer isso demonstrou na sua fala às rádios de Porto Alegre toda a admiração que o ex-capitão tinha e tem do grupo de jogadores: “Falamos que venceríamos para dedicar ao Fernando, um cara que mora no coração de todos nós. Tenho um carinho especial por ele, que sempre nos ajudou muito”.
Já Edinho, companheiro das conquistas da Libertadores, Mundial, Recopa e Copa Dubai e autor do primeiro gol contra o Botafogo, também não conteve a emoção: “Fico bastante triste pela saída, mas feliz por ele estar alcançando uma meta. Fico emocionado em falar, Fernandão é um grande companheiro, um cara tão exemplar que levo as atitudes dele para a minha vida”.
O jogador não deverá ter muitos problemas de adaptção em seu novo clube, pois lá já estão outros três brasileiros: o técnico Marcos Paquetá e os meias Araújo, ex-Goiás e Cruzeiro e o ex-colorado Pinga, negociado em outubro do ano passado. O Al-Gharafa Sports Club, para onde Fernandão está se transferindo tem sua sede em Doha, capital e principal cidade do país, onde se concentra toda a atividade financeira e as grandes empresas petrolíferas do Reino. Com uma população estimada em 500 mil habitantes, Doha é uma cidade moderna, onde não se vê sinais de pobreza nas ruas. O principal iodioma do Qatar é o árabe, embora o inglês seja amplamente falado.
A vida no Qatar é bastante tranqüila. Em Doha existem muitos shoppings, excelentes hotéis, bons restaurantes, praias e spas. A religião predominante é a islâmica, mas a população é liberal com estrangeiros. A comida tem um tempero que lembra o do Nordeste brasileiro. O calor é muito forte e a temperatura chega acima de 40 graus em algumas épocas do ano.
Fernandão faz juras de amor ao Internacional. Antes mesmo de jogar pelo Al-Gharafa, em sua última entrevista no Brasil antes de embarcar para o Qatar já fala em retornar. Perguntado sobre seu futuro, espontaneamente disse que um dia vai voltar para o colorado gaúcho, seja como jogador, dirigente ou torcedor. E certamente o clube o receberá de braços abertos.
Ele marcou 77 gols com a camisa do Inter. O mais importante foi no dia 16 de agosto de 2006, o primeiro no empate de 2 x 2 com o São Paulo, que deu ao clube gaúcho o título da Libertadores. Fora de campo, o chamado “Capitão do Mundo” também fez história. Na volta do Japão, com o título mundial, na grande recepção ocorrida no Beira-Rio, Fernandão pegou o microfone e levou a torcida ao delírio ao cantar, aos berros, o tradicional "vamo, vamo, Inter". Depois, na comemoração do primeiro aniversário da conquista da Libertadores, ele chorou copiosamente ao falar de sua relação amorosa com o clube e com o Rio Grande do Sul. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
No total, 20 jogadores, mais o técnico Abel Braga e o preparador físico Paulo Paixão já tinham ido embora. Agora, se vai o principal nome do elenco e considerado por alguns o melhor jogador de toda a história de 99 anos do S.C. Internacional, o grande “capitão” Fernandão, símbolo maior das recentes e memoráveis conquistas coloradas. Ele está sendo contratado pelo Al-Gharafa, do Qatar, onde deverá permanecer por dois anos. Para o Internacional, maior negociador de atletas do país e dono de 50% dos direitos federativos de Fernandão, resta apenas o consolo de rechear seus cofres com R$ 3,5 milhões de euros, cerca de R$ 7 milhões, o equivalente a metade da multa de 7 milhões de euros, ou R$ 14 milhões.
Fernando Lúcio da Costa, o Fernandão, (o apelido se deve a sua altura) nasceu em Goiânia (GO), no dia 18 de março de 1978. Começou a carreira nas categorias de base do Goiás e aos 16 anos já era promovido ao time profissional. No alviverde goiano foi destaque nacional depois de conquistar entre 1995 e 2001, cinco campeonatos estaduais, duas copas Centro Oeste e um campeonato brasileiro da Série B.
Graças ao seu futebol de grande técnica e cabeceios certeiros, chamou a atenção do Olympique de Marselha, França, onde jogou por quase três anos, indo depois para o também francês Toulouse. No retorno ao Brasil, em 14 de junho de 2004, foi contratado pelo Internacional de Porto Alegre. Predestinado, Fernandão encontrou no clube gaúcho todas as condições para desenvolver e aprimorar seu futebol. Logo no jogo de estréia, um Gre-Nal, marcou o milésimo gol da história do clássico, ganhando de imediato o carinho e o respeito da torcida e ainda uma placa comemorativa ao feito. Graças as suas boas atuações pelo Internacional, Fernandão foi chamado a defender a Seleção Brasileira em um jogo amistoso contra a Seleção da Guatemala.
Fernandão chega aos 30 anos de idade, completados em março último, com uma invejável coleção de títulos. Pelo Goiás foi campeão goiano em 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000; campeão brasileiro da Série B em 1999 e campeão da Copa Centro-Oeste em 2000 e 2001. Pelo Internacional, onde fez 190 jogos, foi campeão gaúcho em 2005, 2006 e 2008; campeão da Copa Libertadores da América em 2006; campeão mundial de clubes em 2006; campeão da Recopa Sul-Americana em 2007, e campeão da Copa Dubai, em 2008. Além disso, foi premiado com a Bola de Prata (Revista Placar) em 2006; Prêmio Craque do Brasileirão 2005 (Troféu de Prata), em 2006 (Troféu de Ouro) e Troféu Mesa Redonda (TV Gazeta) em 2006.
Ao anunciar sua saída do Internacional, Fernandão mostrou muita tristeza, pois nos quatro anos em que esteve no Beira Rio aprendeu a amar o clube vermelho gaúcho. Os torcedores deram adeus ao craque com palavras de carinho e incentivo: "obrigado", "volte sempre" e “vá com Deus”. Emocionando, o craque não conseguiu conter as lágrimas.
O atacante Adriano, que no último sábado contra o Botafogo atuou com a camisa 9, de Fernandão, ao final do jogo dedicou o gol que fez e a vitória do Internacional ao companheiro que está indo embora. E ao fazer isso demonstrou na sua fala às rádios de Porto Alegre toda a admiração que o ex-capitão tinha e tem do grupo de jogadores: “Falamos que venceríamos para dedicar ao Fernando, um cara que mora no coração de todos nós. Tenho um carinho especial por ele, que sempre nos ajudou muito”.
Já Edinho, companheiro das conquistas da Libertadores, Mundial, Recopa e Copa Dubai e autor do primeiro gol contra o Botafogo, também não conteve a emoção: “Fico bastante triste pela saída, mas feliz por ele estar alcançando uma meta. Fico emocionado em falar, Fernandão é um grande companheiro, um cara tão exemplar que levo as atitudes dele para a minha vida”.
O jogador não deverá ter muitos problemas de adaptção em seu novo clube, pois lá já estão outros três brasileiros: o técnico Marcos Paquetá e os meias Araújo, ex-Goiás e Cruzeiro e o ex-colorado Pinga, negociado em outubro do ano passado. O Al-Gharafa Sports Club, para onde Fernandão está se transferindo tem sua sede em Doha, capital e principal cidade do país, onde se concentra toda a atividade financeira e as grandes empresas petrolíferas do Reino. Com uma população estimada em 500 mil habitantes, Doha é uma cidade moderna, onde não se vê sinais de pobreza nas ruas. O principal iodioma do Qatar é o árabe, embora o inglês seja amplamente falado.
A vida no Qatar é bastante tranqüila. Em Doha existem muitos shoppings, excelentes hotéis, bons restaurantes, praias e spas. A religião predominante é a islâmica, mas a população é liberal com estrangeiros. A comida tem um tempero que lembra o do Nordeste brasileiro. O calor é muito forte e a temperatura chega acima de 40 graus em algumas épocas do ano.
Fernandão faz juras de amor ao Internacional. Antes mesmo de jogar pelo Al-Gharafa, em sua última entrevista no Brasil antes de embarcar para o Qatar já fala em retornar. Perguntado sobre seu futuro, espontaneamente disse que um dia vai voltar para o colorado gaúcho, seja como jogador, dirigente ou torcedor. E certamente o clube o receberá de braços abertos.
Ele marcou 77 gols com a camisa do Inter. O mais importante foi no dia 16 de agosto de 2006, o primeiro no empate de 2 x 2 com o São Paulo, que deu ao clube gaúcho o título da Libertadores. Fora de campo, o chamado “Capitão do Mundo” também fez história. Na volta do Japão, com o título mundial, na grande recepção ocorrida no Beira-Rio, Fernandão pegou o microfone e levou a torcida ao delírio ao cantar, aos berros, o tradicional "vamo, vamo, Inter". Depois, na comemoração do primeiro aniversário da conquista da Libertadores, ele chorou copiosamente ao falar de sua relação amorosa com o clube e com o Rio Grande do Sul. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
quinta-feira, 12 de junho de 2008
Sport, glória do futebol nordestino
O Sport Club do Recife sagrou-se de forma merecida o campeão da Copa do Brasil e alcançou classificação para a Copa Libertadores da América do ano que vem, dois feitos inéditos na história do clube que há dois anos penava na Série B do Campeonato Brasileiro. Em 1989 o Sport já havia chegado a final da Copa do Brasil, mas perdeu para o Grêmio de Porto Alegre. A última grande conquista do futebol nordestino havia sido o título de Campeão Brasileiro de 1988 pelo S.C. Bahia.
O Sport ganhou a competição com toda a justiça. Passou por cima de dois gigantes do futebol brasileiro, Palmeiras e Internacional, e ainda venceu o Imperatriz (MA), Vasco da Gama, Brasiliense e Corinthians Paulista, na grande final de ontem à noite.
No surgimento do Sport repetiu-se o que já acontecera em São Paulo e outros centros futebolísticos do país. Um estudante de nome Guilherme de Aquino Fonseca, filho de uma das mais tradicionais e abastadas famílias de Recife, retornou em 1903 de uma temporada de cinco anos de estudos na tradicional “Hooton Lown School”, em Londres, trazendo na bagagem bolas de futebol, camisas, meias, pares de botas especiais, precursoras das chuteiras, apitos e cópias das regras da “Foot-Ball Association” e tentou de todas as formas difundir o esporte em terras pernambucanas.
Primeiro, uma tentativa frustrada no Clube Náutico Capibaribe, que na época se dedicava exclusivamente ao remo. Depois, com apoio de funcionários das empresas inglesas “Great Western” e “Western Telegraph” fundou o Sport Club do Recife, o clube de futebol mais velho de Pernambuco. Não há notícia da existência de outra agremiação de futebol no Estado, antes do rubro-negro. A fundação aconteceu em 13 de maio de 1905, na sede da Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, sendo eleito primeiro presidente o desportista Elysio Alberto Silveira. Guilherme de Aquino Fonseca foi escolhido para diretor de Esportes Terrestres.
Os descendentes de Guilherme de Aquino Fonseca até hoje se mantém ligados ao Sport. Em 2005, nos festejos do centenário do clube, o artista plástico Frederico Fonseca, sobrinho-neto do fundador confeccionou um troféu que marcou a importante data. Em 1995 ele já havia doado ao clube uma foto do seu tio-avô.
O primeiro jogo do novo clube foi realizado no dia 22 de junho de 1905, na “Campina do Derby”, contra o “English Eleven”, combinado de funcionários das companhias inglesas. Um regular público, na maioria de ingleses radicados em Recife, compareceu ao evento. No fim do "match" registrou-se um empate de 2 x 2.
A primeira vitória do Sport aconteceu em 1906, 1 x 0 sobre o “Western Telegraph”, gol do atacante Fellows. O primeiro título de campeão pernambucano veio em 1916, quando o Sport derrotou o Santa Cruz por 4 x 1, no jogo final realizado em 16 de dezembro daquele ano, com gols de Mota (2), Asdrúbal e Vasconcelos. Antes, o rubro-negro já havia massacrado o Náutico, com uma goleada de 8 x 0.
O Sport mantém uma rivalidade histórica com o Clube Náutico Capibaribe. O confronto entre ambos é conhecido como o “Clássico dos Clássicos”, o terceiro mais antigo do país. E também rivaliza com o Santa Cruz Futebol Clube no chamado “Clássico das Multidões”. E no passado havia o “Clássico dos Campeões”, contra o América Futebol Clube. O jogo recebeu essa denominação por que até o início da década de 1930 eram os dois principais times de Recife, e detentores da maior quantidade de títulos.
Em 1919 o Sport fez sua primeira excursão para fora do Estado. Foi a Belém do Pará, na época um centro futebolístico mais desenvolvido e no primeiro jogo conseguiu um empate em 3 x 3 contra o combinado Remo-Payssandu. Depois, valendo o “Troféu Leão do Norte”, o Sport venceu o mesmo combinado por 3 x 2. Os torcedores paraenses, inconformados com a derrota tentaram retomar o troféu, ocasionando a quebra da cauda do leão. A partir daí, o clube pernambucano adotou a figura do “rei das selvas” como símbolo. O troféu pode ser visto na sede do Sport, onde até hoje é mantido com a cauda partida, unida por um laço.
Segundo a “Wikipédia” o primeiro brasão do Sport nada tinha a ver com o atual. Num dos primeiros estatutos do clube era assim definido: "Sobre uma âncora, tendo no braço a data 13/05/1905, apoiada sobre um par de remos cruzando com um mastro contendo flâmulas descendentes e um criquete, um salva-vidas, tendo no centro uma bola de futebol entre um pau de criquete e uma raquete de tênis, cruzados, e encimada pelas letras SCR, entrelaçados em monograma e, no corpo, escrito Sport Club Recife". O distintivo representava todas as modalidades esportivas praticadas pelo clube na época, desde o críquete até a caça submarina. O brasão era muito complexo, de difícil reprodução e não trazia as cores vermelha e preta.
Um outro momento marcante na história do rubro-negro de Recife aconteceu ao início dos anos 40, numa vitoriosa turnê pelos gramados do Sudeste e Sul do país. A diferença técnica do futebol entre essas duas regiões e o Nordeste era enorme, por isso a imprensa pernambucana dizia que o Sport iría fazer uma excursão suicida pelos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Disputou 17 partidas, venceu onze : América (MG), 5 x 1; Atlético (MG), 4 x 2; Britânia (PR), 1 x 0; Coritiba (PR), 4 x0; Coritiba (PR), 3 x 1; Savóia (PR), 5 x 0; Joinville (SC), 5 x 3; Força e Luz (RS), 3 x 2; Grêmio (RS), 3 x 0; Vasco da Gama (RJ), 5 x 4 e Flamengo (RJ), 3 x 1. Empatou dois jogos: Palestra Itália (MG), 0 x 0 e Internacional (RS), 2 x 2. E perdeu apenas quatro jogos: Flamengo (RJ), 3 x 1; Santos (SP), 4 x 3; Juventus (SP), 8 x 5 e Coritiba (PR), 2 x 1. O êxito da excursão fez com que os principais jogadores do time fossem contratados pelos grandes clubes do centro do país. Zago, Djalma e Ademir foram para o Vasco, Magri para o América (RJ), Piromba para o Flamengo e Pinhegas para o Fluminense.
Em 1957 aconteceu a primeira excursão do Sport a Europa. Foram 17 jogos, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas, com 40 gols pró e 60 contra. Os resultados foram estes: Sporting Lisboa 5 x 1 Sport; Seleção de Israel 2 x 2 Sport; Haifa-Macabi (Israel) 1 x 5 Sport (estréia do goleiro Manga); Seleção de Israel 2 x 5 Sport; Selecionado de Haifa (Israel) 1 x 3 Sport; Seleção da Turquia 2 x 5 Sport; Fenerbache (Turquia) 2 x 3 Sport; Besiktas (Turquia) 2 x 2 Sport; Beykoz (Turquia) 3 x 2 Sport; Seleção da Turquia 1 x 2 Sport; Real Madrid (Espanha) 5 x 2 Sport; Marseille (França) 8 x 0 Sport; Stade-Reims (França) 6 x 2 Sport; Sochaux (França) 5 x 4 Sport; Fortuna Dusseldorf (Alemanha) 1 x 1 Sport; Fortuna Dusseldorf (Alemanha) 3 x 0 Sport e Osasuña (Espanha) 7 x 2 Sport.
O Sport é o clube dono do maior patrimônio e da maior torcida em todo o Nordeste. O Estádio da Ilha do Retiro, onde manda seus jogos foi inaugurado em 4 de julho de 1937, num amistoso contra o Santa Cruz, em que o “Leão” venceu por 6 X 5. No dia 11 de julho aconteceu o primeiro jogo oficial no novo estádio, um empate em 2 x 2 entre Sport X “Tramways”, pelo Campeonato Pernambucano. Em 1950, o Estádio da Ilha do Retiro sediou um jogo pela Copa do Mundo, em que o Chile goleou os Estados Unidos por 5 x 2.
O nome Ilha do Retiro se deve ao fato do estádio ter sido construído sobre uma ilha e aterrado em torno. Foi no dia 29 de novembro de 1935 que o Sport comprou por 85 contos de réis o terreno onde construiu o estádio, cujo nome oficial é Adelmar Costa Carvalho, que presidiu o clube quando da conquista dos títulos estaduais de 1955 e 1956.
Em 1988 o Sport participou da Copa Libertadores da América. Os resultados de seus jogos foram estes: Sport 0 x 1 Guarani (Campinas); Universitário (Peru) 1 x 0 Sport; Alianza Lima (Peru) 0 X 1 Sport; Guarani (Campinas) 4 x 1 Sport; Sport 5 x 0 Alianza Lima (Peru); Sport 0 x 0 Universitário (Peru). O.Sport foi terceiro colocado no grupo e eliminado da competição.
A maior glória veio em 1987, quando sagrou-se campeão brasileiro ao bater o Guarani em campo e o Flamengo nos tribunais. Três anos depois, foi campeão brasileiro da Série B. Outras glórias são os vice-campeonatos da Copa do Brasil, em 1989, e da Copa dos Campeões, em 2000. Foi campeão pernambucano 37 vezes: 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1925, 1928, 1938, 1941, 1942, 1943, 1948, 1949, 1953, 1955, 1956, 1958, 1961, 1962, 1975, 1977, 1980, 1981, 1982, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007 e 2008. Ganhou a Copa Pernambuco em três vezes: 1998, 2003 e 2007. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
O Sport ganhou a competição com toda a justiça. Passou por cima de dois gigantes do futebol brasileiro, Palmeiras e Internacional, e ainda venceu o Imperatriz (MA), Vasco da Gama, Brasiliense e Corinthians Paulista, na grande final de ontem à noite.
No surgimento do Sport repetiu-se o que já acontecera em São Paulo e outros centros futebolísticos do país. Um estudante de nome Guilherme de Aquino Fonseca, filho de uma das mais tradicionais e abastadas famílias de Recife, retornou em 1903 de uma temporada de cinco anos de estudos na tradicional “Hooton Lown School”, em Londres, trazendo na bagagem bolas de futebol, camisas, meias, pares de botas especiais, precursoras das chuteiras, apitos e cópias das regras da “Foot-Ball Association” e tentou de todas as formas difundir o esporte em terras pernambucanas.
Primeiro, uma tentativa frustrada no Clube Náutico Capibaribe, que na época se dedicava exclusivamente ao remo. Depois, com apoio de funcionários das empresas inglesas “Great Western” e “Western Telegraph” fundou o Sport Club do Recife, o clube de futebol mais velho de Pernambuco. Não há notícia da existência de outra agremiação de futebol no Estado, antes do rubro-negro. A fundação aconteceu em 13 de maio de 1905, na sede da Associação dos Empregados do Comércio de Pernambuco, sendo eleito primeiro presidente o desportista Elysio Alberto Silveira. Guilherme de Aquino Fonseca foi escolhido para diretor de Esportes Terrestres.
Os descendentes de Guilherme de Aquino Fonseca até hoje se mantém ligados ao Sport. Em 2005, nos festejos do centenário do clube, o artista plástico Frederico Fonseca, sobrinho-neto do fundador confeccionou um troféu que marcou a importante data. Em 1995 ele já havia doado ao clube uma foto do seu tio-avô.
O primeiro jogo do novo clube foi realizado no dia 22 de junho de 1905, na “Campina do Derby”, contra o “English Eleven”, combinado de funcionários das companhias inglesas. Um regular público, na maioria de ingleses radicados em Recife, compareceu ao evento. No fim do "match" registrou-se um empate de 2 x 2.
A primeira vitória do Sport aconteceu em 1906, 1 x 0 sobre o “Western Telegraph”, gol do atacante Fellows. O primeiro título de campeão pernambucano veio em 1916, quando o Sport derrotou o Santa Cruz por 4 x 1, no jogo final realizado em 16 de dezembro daquele ano, com gols de Mota (2), Asdrúbal e Vasconcelos. Antes, o rubro-negro já havia massacrado o Náutico, com uma goleada de 8 x 0.
O Sport mantém uma rivalidade histórica com o Clube Náutico Capibaribe. O confronto entre ambos é conhecido como o “Clássico dos Clássicos”, o terceiro mais antigo do país. E também rivaliza com o Santa Cruz Futebol Clube no chamado “Clássico das Multidões”. E no passado havia o “Clássico dos Campeões”, contra o América Futebol Clube. O jogo recebeu essa denominação por que até o início da década de 1930 eram os dois principais times de Recife, e detentores da maior quantidade de títulos.
Em 1919 o Sport fez sua primeira excursão para fora do Estado. Foi a Belém do Pará, na época um centro futebolístico mais desenvolvido e no primeiro jogo conseguiu um empate em 3 x 3 contra o combinado Remo-Payssandu. Depois, valendo o “Troféu Leão do Norte”, o Sport venceu o mesmo combinado por 3 x 2. Os torcedores paraenses, inconformados com a derrota tentaram retomar o troféu, ocasionando a quebra da cauda do leão. A partir daí, o clube pernambucano adotou a figura do “rei das selvas” como símbolo. O troféu pode ser visto na sede do Sport, onde até hoje é mantido com a cauda partida, unida por um laço.
Segundo a “Wikipédia” o primeiro brasão do Sport nada tinha a ver com o atual. Num dos primeiros estatutos do clube era assim definido: "Sobre uma âncora, tendo no braço a data 13/05/1905, apoiada sobre um par de remos cruzando com um mastro contendo flâmulas descendentes e um criquete, um salva-vidas, tendo no centro uma bola de futebol entre um pau de criquete e uma raquete de tênis, cruzados, e encimada pelas letras SCR, entrelaçados em monograma e, no corpo, escrito Sport Club Recife". O distintivo representava todas as modalidades esportivas praticadas pelo clube na época, desde o críquete até a caça submarina. O brasão era muito complexo, de difícil reprodução e não trazia as cores vermelha e preta.
Um outro momento marcante na história do rubro-negro de Recife aconteceu ao início dos anos 40, numa vitoriosa turnê pelos gramados do Sudeste e Sul do país. A diferença técnica do futebol entre essas duas regiões e o Nordeste era enorme, por isso a imprensa pernambucana dizia que o Sport iría fazer uma excursão suicida pelos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Disputou 17 partidas, venceu onze : América (MG), 5 x 1; Atlético (MG), 4 x 2; Britânia (PR), 1 x 0; Coritiba (PR), 4 x0; Coritiba (PR), 3 x 1; Savóia (PR), 5 x 0; Joinville (SC), 5 x 3; Força e Luz (RS), 3 x 2; Grêmio (RS), 3 x 0; Vasco da Gama (RJ), 5 x 4 e Flamengo (RJ), 3 x 1. Empatou dois jogos: Palestra Itália (MG), 0 x 0 e Internacional (RS), 2 x 2. E perdeu apenas quatro jogos: Flamengo (RJ), 3 x 1; Santos (SP), 4 x 3; Juventus (SP), 8 x 5 e Coritiba (PR), 2 x 1. O êxito da excursão fez com que os principais jogadores do time fossem contratados pelos grandes clubes do centro do país. Zago, Djalma e Ademir foram para o Vasco, Magri para o América (RJ), Piromba para o Flamengo e Pinhegas para o Fluminense.
Em 1957 aconteceu a primeira excursão do Sport a Europa. Foram 17 jogos, com 6 vitórias, 3 empates e 8 derrotas, com 40 gols pró e 60 contra. Os resultados foram estes: Sporting Lisboa 5 x 1 Sport; Seleção de Israel 2 x 2 Sport; Haifa-Macabi (Israel) 1 x 5 Sport (estréia do goleiro Manga); Seleção de Israel 2 x 5 Sport; Selecionado de Haifa (Israel) 1 x 3 Sport; Seleção da Turquia 2 x 5 Sport; Fenerbache (Turquia) 2 x 3 Sport; Besiktas (Turquia) 2 x 2 Sport; Beykoz (Turquia) 3 x 2 Sport; Seleção da Turquia 1 x 2 Sport; Real Madrid (Espanha) 5 x 2 Sport; Marseille (França) 8 x 0 Sport; Stade-Reims (França) 6 x 2 Sport; Sochaux (França) 5 x 4 Sport; Fortuna Dusseldorf (Alemanha) 1 x 1 Sport; Fortuna Dusseldorf (Alemanha) 3 x 0 Sport e Osasuña (Espanha) 7 x 2 Sport.
O Sport é o clube dono do maior patrimônio e da maior torcida em todo o Nordeste. O Estádio da Ilha do Retiro, onde manda seus jogos foi inaugurado em 4 de julho de 1937, num amistoso contra o Santa Cruz, em que o “Leão” venceu por 6 X 5. No dia 11 de julho aconteceu o primeiro jogo oficial no novo estádio, um empate em 2 x 2 entre Sport X “Tramways”, pelo Campeonato Pernambucano. Em 1950, o Estádio da Ilha do Retiro sediou um jogo pela Copa do Mundo, em que o Chile goleou os Estados Unidos por 5 x 2.
O nome Ilha do Retiro se deve ao fato do estádio ter sido construído sobre uma ilha e aterrado em torno. Foi no dia 29 de novembro de 1935 que o Sport comprou por 85 contos de réis o terreno onde construiu o estádio, cujo nome oficial é Adelmar Costa Carvalho, que presidiu o clube quando da conquista dos títulos estaduais de 1955 e 1956.
Em 1988 o Sport participou da Copa Libertadores da América. Os resultados de seus jogos foram estes: Sport 0 x 1 Guarani (Campinas); Universitário (Peru) 1 x 0 Sport; Alianza Lima (Peru) 0 X 1 Sport; Guarani (Campinas) 4 x 1 Sport; Sport 5 x 0 Alianza Lima (Peru); Sport 0 x 0 Universitário (Peru). O.Sport foi terceiro colocado no grupo e eliminado da competição.
A maior glória veio em 1987, quando sagrou-se campeão brasileiro ao bater o Guarani em campo e o Flamengo nos tribunais. Três anos depois, foi campeão brasileiro da Série B. Outras glórias são os vice-campeonatos da Copa do Brasil, em 1989, e da Copa dos Campeões, em 2000. Foi campeão pernambucano 37 vezes: 1916, 1917, 1920, 1923, 1924, 1925, 1928, 1938, 1941, 1942, 1943, 1948, 1949, 1953, 1955, 1956, 1958, 1961, 1962, 1975, 1977, 1980, 1981, 1982, 1988, 1991, 1992, 1994, 1996, 1997, 1998, 1999, 2000, 2003, 2006, 2007 e 2008. Ganhou a Copa Pernambuco em três vezes: 1998, 2003 e 2007. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
domingo, 8 de junho de 2008
Saiba como surgiu o pênalti
Quando a Football Association determinou em 1863, na Inglaterra, as modernas regras para o futebol, não existia o pênalti. Este, foi aparecer 27 anos depois, em 1890, inventado pelo goleiro irlandês William McCrum, durante um jogo válido pelo campeonato do condado de Armagh, na Irlanda do Norte. E assim mesmo só foi oficializado nas regras do futebol no dia 2 de junho de 1891, numa reunião da International Board em Glasgow (Escócia).
Nos primeiros tempos do futebol eram comuns as discussões para resolver o problema das faltas próximas das metas. Muitas vezes os jogadores chegavam a trocar socos. McGrum, que era dono de uma fábrica de tecidos e jogava como goleiro teve uma idéia genial para acabar com essas confusões. Num jogo de seu time, quando as discussões encaminhavam-se para briga, ele pegou a bola, contou 12 jardas, cerca de 11 metros, marcou com tinta branca, colocou a bola no local e sugeriu que um adversário e ele , debaixo do travessão, resolvessem a questão com um “direct free kick” sempre que houvesse um “foul” ou “hands” na grande área ou “the box”, a caixa.
Foi dessa forma que nasceu o pênalti, chamado inicialmente pelos irlandeses de “o chute da morte”. Nos primeiros tempos a falta máxima podia ser cobrada de qualquer ponto, desde que distante 11 metros da meta. Curiosamente, quem perdesse um pênalti ia preso, sem julgamento, pelo “crime” de incompetência. Se a regra valesse para os dias de hoje, os jogadores Edmundo e Zé Carlos, que recentemente ajudaram a eliminar seus times da Copa do Brasil, Vasco da Gama e Botafogo, respectivamente, estariam gozando “férias” atrás das grades.
Foi num jogo pela Copa da Inglaterra de 1891, entre as equipes do Notts County e Stoke City, que o pênalti começou a valer como regra. O Notts vencia por 1 a 0 e o seu zagueiro Henry desviou a trajetória da bola com a mão, dentro da área, evitando o gol do adversário. O árbitro marcou a falta, mas o goleiro do Notts ficou na frente da bola – isso era permitido - e defendeu a cobrança.
Os primeiros tempos do pênalti não foram fáceis. Sob o argumento de que o futebol era um esporte para cavalheiros, a nova regra foi bastante criticada pelos jornalistas, principalmente ingleses que chamavam a falta de “pena de morte” para os goleiros. Alguns times ingleses negavam-se a aceitar a regra. Foi o caso dos goleiros do Corinthians Team, por exemplo, que se encostavam na trave, deixando o gol completamente aberto. Mas os adversários do Corinthians inglês também se recusavam a fazer um gol sem goleiro e chutavam a bola de propósito para fora.
Com o passar dos anos a regra foi totalmente aceita e o pênalti passou a ser tratado como uma jogada normal do futebol. Em 1988, a cidade de Milford, no condado de Armagh, terra natal do goleiro McCrum homenageou o inventor do pênalti com um busto e uma placa informativa, com o referendo da Footbal Association Board.
Por conta disso, houve uma última alteração na regra das penalidades. Os goleiros, que antes podiam se adiantar até seis jardas, passaram a ser obrigados a permanecer sobre a linha até o momento do tiro livre. O pênalti é a única infração no futebol que deve ser cobrada mesmo depois de encerrado o tempo de uma partida.
Para a cobrança de um pênalti a bola é colocada na chamada “marca fatal” e dentro da área só é permitida a presença do cobrador e do goleiro, que deve ficar na sua linha de meta, só podendo se deslocar para os lados, nunca para frente. Qualquer contravenção a essas regras será punida com a repetição da cobrança. O cobrador deve bater diretamente para frente, e não poderá tocar novamente na bola antes que outro o faça. A bola será considerada em jogo assim que percorrer uma distância igual à sua circunferência, e o gol valerá mesmo que o goleiro a toque antes de ultrapassar a linha de meta.
Para toda infração a estas regras haverá uma penalidade. Se for cometida pela equipe defensora, será repetida a cobrança do pênalti, caso este não resulte em gol; cometida por um atacante, que não o mesmo que cobrou o pênalti, resultará em anulação de um eventual gol e na repetição da cobrança; se o infrator for o mesmo que cobrou o pênalti, e o fizer depois que a bola estiver em jogo, será marcado um tiro livre indireto a favor da equipe adversária.
Após a cobrança o jogo prosseguirá normalmente, o que significa que se o goleiro espalmar a bola para longe da meta, os demais jogadores, que esperavam atrás da linha de chute, podem continuar a jogar e insistir no remate.
As decisões de jogos por cobranças de pênaltis são previstas em algumas competições futebolísticas. Quando isso ocorrer, serão cobradas cinco séries de pênaltis, uma para cada time, e depois, se não houver vencedor, novas séries de uma cobrança para cada lado, até que um deles seja o vitorioso. Somente poderão cobrar pênaltis jogadores que estejam atuando na partida. Atletas expulsos não podem ser relacionados. Durante as cobranças os jogadores de ambas as equipes devem ficar no círculo central, com exceção dos goleiros, que podem esperar pelas cobranças na grande área.
O pênalti pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente e o segundo jogador a tocar nela esteja fora da área no momento da cobrança. No caso de decisão de resultado por pênaltis, isso não é permitido. O mesmo acontece se a bola bater na trave e depois no goleiro. A partir do momento que a bola estiver em uma trajetória de retorno do gol o lance está encerrado. Se fosse válido, a bola poderia acidentalmente voltar, acertar sem querer a cabeça do cobrador e entrar no gol. Durante o transcorrer do jogo, o lance é válido, mas nas decisões por pênaltis esse gol não deve ser validado.
Além do tradicional futebol de campo, a regra do pênalti é aplicada na maioria das outras modalidades de futebol, tais como futsal, futebol de salão, futebol society, etc. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Nos primeiros tempos do futebol eram comuns as discussões para resolver o problema das faltas próximas das metas. Muitas vezes os jogadores chegavam a trocar socos. McGrum, que era dono de uma fábrica de tecidos e jogava como goleiro teve uma idéia genial para acabar com essas confusões. Num jogo de seu time, quando as discussões encaminhavam-se para briga, ele pegou a bola, contou 12 jardas, cerca de 11 metros, marcou com tinta branca, colocou a bola no local e sugeriu que um adversário e ele , debaixo do travessão, resolvessem a questão com um “direct free kick” sempre que houvesse um “foul” ou “hands” na grande área ou “the box”, a caixa.
Foi dessa forma que nasceu o pênalti, chamado inicialmente pelos irlandeses de “o chute da morte”. Nos primeiros tempos a falta máxima podia ser cobrada de qualquer ponto, desde que distante 11 metros da meta. Curiosamente, quem perdesse um pênalti ia preso, sem julgamento, pelo “crime” de incompetência. Se a regra valesse para os dias de hoje, os jogadores Edmundo e Zé Carlos, que recentemente ajudaram a eliminar seus times da Copa do Brasil, Vasco da Gama e Botafogo, respectivamente, estariam gozando “férias” atrás das grades.
Foi num jogo pela Copa da Inglaterra de 1891, entre as equipes do Notts County e Stoke City, que o pênalti começou a valer como regra. O Notts vencia por 1 a 0 e o seu zagueiro Henry desviou a trajetória da bola com a mão, dentro da área, evitando o gol do adversário. O árbitro marcou a falta, mas o goleiro do Notts ficou na frente da bola – isso era permitido - e defendeu a cobrança.
Os primeiros tempos do pênalti não foram fáceis. Sob o argumento de que o futebol era um esporte para cavalheiros, a nova regra foi bastante criticada pelos jornalistas, principalmente ingleses que chamavam a falta de “pena de morte” para os goleiros. Alguns times ingleses negavam-se a aceitar a regra. Foi o caso dos goleiros do Corinthians Team, por exemplo, que se encostavam na trave, deixando o gol completamente aberto. Mas os adversários do Corinthians inglês também se recusavam a fazer um gol sem goleiro e chutavam a bola de propósito para fora.
Com o passar dos anos a regra foi totalmente aceita e o pênalti passou a ser tratado como uma jogada normal do futebol. Em 1988, a cidade de Milford, no condado de Armagh, terra natal do goleiro McCrum homenageou o inventor do pênalti com um busto e uma placa informativa, com o referendo da Footbal Association Board.
Por conta disso, houve uma última alteração na regra das penalidades. Os goleiros, que antes podiam se adiantar até seis jardas, passaram a ser obrigados a permanecer sobre a linha até o momento do tiro livre. O pênalti é a única infração no futebol que deve ser cobrada mesmo depois de encerrado o tempo de uma partida.
Para a cobrança de um pênalti a bola é colocada na chamada “marca fatal” e dentro da área só é permitida a presença do cobrador e do goleiro, que deve ficar na sua linha de meta, só podendo se deslocar para os lados, nunca para frente. Qualquer contravenção a essas regras será punida com a repetição da cobrança. O cobrador deve bater diretamente para frente, e não poderá tocar novamente na bola antes que outro o faça. A bola será considerada em jogo assim que percorrer uma distância igual à sua circunferência, e o gol valerá mesmo que o goleiro a toque antes de ultrapassar a linha de meta.
Para toda infração a estas regras haverá uma penalidade. Se for cometida pela equipe defensora, será repetida a cobrança do pênalti, caso este não resulte em gol; cometida por um atacante, que não o mesmo que cobrou o pênalti, resultará em anulação de um eventual gol e na repetição da cobrança; se o infrator for o mesmo que cobrou o pênalti, e o fizer depois que a bola estiver em jogo, será marcado um tiro livre indireto a favor da equipe adversária.
Após a cobrança o jogo prosseguirá normalmente, o que significa que se o goleiro espalmar a bola para longe da meta, os demais jogadores, que esperavam atrás da linha de chute, podem continuar a jogar e insistir no remate.
As decisões de jogos por cobranças de pênaltis são previstas em algumas competições futebolísticas. Quando isso ocorrer, serão cobradas cinco séries de pênaltis, uma para cada time, e depois, se não houver vencedor, novas séries de uma cobrança para cada lado, até que um deles seja o vitorioso. Somente poderão cobrar pênaltis jogadores que estejam atuando na partida. Atletas expulsos não podem ser relacionados. Durante as cobranças os jogadores de ambas as equipes devem ficar no círculo central, com exceção dos goleiros, que podem esperar pelas cobranças na grande área.
O pênalti pode ser cobrado em dois toques, desde que a bola seja rolada para frente e o segundo jogador a tocar nela esteja fora da área no momento da cobrança. No caso de decisão de resultado por pênaltis, isso não é permitido. O mesmo acontece se a bola bater na trave e depois no goleiro. A partir do momento que a bola estiver em uma trajetória de retorno do gol o lance está encerrado. Se fosse válido, a bola poderia acidentalmente voltar, acertar sem querer a cabeça do cobrador e entrar no gol. Durante o transcorrer do jogo, o lance é válido, mas nas decisões por pênaltis esse gol não deve ser validado.
Além do tradicional futebol de campo, a regra do pênalti é aplicada na maioria das outras modalidades de futebol, tais como futsal, futebol de salão, futebol society, etc. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Coisas de gente maluca
Neste mundo de Deus tem louco para tudo. Vou mostrar neste artigo alguns esportes e concursos malucos que são realizados em vários lugares do mundo. Já imaginaram um concurso de tênis mais fedorento? Pois existe, e nos Estados Unidos. É o "National Odor-Eaters Rotten Sneaker", que é realizado desde 1975, na cidade de Montpelier, com o patrocínio de uma empresa especializada em limpeza de calçados.
Na edição do ano passado, a garota Katharine Tuck, representando o Estado de Utah, foi a vencedora e ganhou o prêmio de US$ 2,5 mil, cerca de R$ 52 mil. Seus tênis cheiravam tão mal que os juízes tiveram dificuldades respiratórias e estomacais. Katharine usou os tênis durante um ano e meio sem nunca tê-los lavado. Nesse período jogou futebol e basquete, participou de caminhadas e uma vez entrou com seus “perfumados” calçados no lago "Great Salt", para que recebessem um cheiro extra de camarões.
Apenas como ilustração conto outros fatos fedorentos. Na pequena cidade de Waukesha, no Estado americano de Wiscounsin, a Polícia prendeu um homem suspeito de haver furtado, nos últimos dois anos, mais de 1,5 mil pares de sapatos e tênis de mulheres, em três escolas de ensino médio da região, apenas para cheirá-los.
A polícia da cidade alemã de Kaiserslautern foi informada de que exalava um forte cheiro de podre, de um apartamento situado na periferia. Temendo encontrar um corpo em decomposição, os policiais invadiram o local e em vez de uma cena de crime, acharam o morador dormindo com um odor muito forte vindo dos pés.
Sua cama era uma pilha de roupas sujas com cheiro insuportável. Como as persianas estavam fechadas há mais de uma semana e a caixa de correio, lotada de cartas, os vizinhos desconfiaram de que o cheiro era proveniente de alguém morto há vários dias.
Já no Reino Unido, no condado de Gloucester Crown, uma juíza se viu obrigada a suspender o julgamento de um chantagista por uma razão pouco comum. Dois jurados reclamaram do fedor de um outro jurado. Ao suspender o julgamento e liberar o júri a magistrada disse que “houve uma reclamação sobre a higiene pessoal de um dos jurados. Não me parece possível que qualquer cidadão consiga conviver com esse cheiro por dois ou três dias".
Deixando os maus cheiros de lado, conto a respeito de outras curiosas e bizarras competições. Todos os anos, no condado de Calaveras, nos Estados Unidos, é realizada a “Feira de Saltos de Rãs”. No ano passado, foram mais de 4 mil o número de inscritos. A rã vencedora foi "Lisa Can Do", bichinho de estimação do garoto norte-americano Brent Bloom. Ela saltou 21 pés e 4,25 polegadas - cerca de 6,50 metros e levou o prêmio de US$ 750.
O evento anual é inspirado em "A célebre rã saltadora do condado de Cavaleras”, uma história do escritor norte-americano Mark Twain. O texto fala sobre a fraude em um concurso de saltos de rãs.
Ainda nos Estados Unidos, na cidade de Dês Moines, foi escolhido recentemente o “Buldog Mais Bonito”. O evento, que alcançou sua 28ª vez, escolheu o cão Riggs, de três anos de idade, como vencedor, ganhando de prêmio uma coroa de rei.
Riggs, que estava vestido com um traje azul e branco, venceu outros 50 competidores em provas que, segundo os próprios organizadores, envolveram muito mais testes de personalidade do que de beleza. "A última coisa que se consegue obter com um bulldog é beleza", afirmou o mestre de cerimônias Dolph Pulliam.
O livro “Guinness”, dos recordes estimula muita gente a fazer coisas quase inacreditáveis. É o caso da jovem indiana, Anandita Dutta Tamuly, de 26 anos, que pretende comer a pimenta mais forte do mundo, até cair. A pimenta, chamada de "fantasma", porque "espanta até espírito", é cem vezes mais forte que o “jalapenho”, a preferida dos mexicanos. A jovem, durante um programa de TV na Índia, comeu 60 pimentas em dois minutos, mas quer bater a marca para entrar no “Guinness”. O recorde atual pertence à sul-africana Anita Crafford, que em 2002 comeu oito “jalapenhos” em um minuto.
A competidora indiana come pimenta desde criança, quando sua mãe encheu sua língua de pimenta na esperança de curar uma infecção. Ela gostou e não parou mais.
Na Inglaterra um projeto de lei vai à votação para decidir se as corridas de pombo podem ser oficialmente reconhecidas como um esporte. O projeto é de autoria do parlamentar independente do País de Gales, Peter Law.
Nesse tipo de corrida, as aves são obrigadas a percorrer grandes distâncias. O que mais chama a atenção do público é a largada, geralmente um bonito espetáculo, com milhares de pombos soltos simultaneamente. Todos os participantes portam pequenos anéis com números, que servem para identificá-los.
O advogado irlandês, Colin Carroll, que nas horas vagas é também lutador de sumô "peso-leve", resolveu fazer uma sátira das Olimpíadas de Pequim e lançou o seu próprio jogo olímpico, que terá provas nada convencionais como: corrida de costas, corrida de banheiras e corrida de 100 metros segurando uma colher e um ovo. Em vez do tradicional lançamento de disco, haverá o lançamento de telefones celulares. As equipes terão times mistos - "dois homens e dois cachorros".
Mas o irlandês não inovou muito. Os verdadeiros Jogos Olímpicos também vem promovendo ao longo da história algumas provas bizarras. Quem não lembra do cabo de guerra, regata de barco a motor e nado submerso? O que falar do trampolim acrobático, onde só falta o trapézio e a lona para virar circo?
Será que os leitores já ouviram falar alguma vez destas outras invencionices, que alguns teimam em chamar de esportes? “Passada de Ferro Extrema”, que consiste em levar uma tábua, um ferro e roupas para um local extremo, como o pico de uma montanha, uma caverna, ou até mesmo o fundo do mar. Sabe-se que essa aberração é praticada por mais de 1.000 adeptos, mundo afora.
O “Curling”, que se parece com uma limpeza de chão. A regra manda que uma pessoa jogue uma pedra no chão em direção a um alvo. Depois, outras duas pessoas munidas de vassouras ajustam a trajetória da pedra. Uma quarta pessoa guia a ação dos “vassourinhas”. Pasmem, esse é um esporte olímpico.
”Pólo a Cavalo” é um esporte bastante conhecido, principalmente nos quartéis. Mas “Pólo com elefantes”, confesso que nunca tinha ouvido falar. Mas é praticado. Cada elefante carrega duas pessoas, o treinador que comanda o animal e o jogador de fato. O taco é de bambu para poder alcançar o chão. O resto é igual ao “Pólo a Cavalo”.
Um tal de “Jai-Alai” é considerado um dos esportes mais rápidos do mundo. É praticado sempre por duas pessoas e se resume basicamente em arremessar uma bolinha na parede e catar antes que ela pingue duas vezes no chão.
Que tal praticar o “Sepaktakraw”, cuja pronuncia correta é “Sepaquitacráu”, uma mistura de futevôlei com artes marciais. O objetivo do jogo é chutar a bola de 170 gramas por cima de uma rede de 1,55 metro de altura e fazer com que ela toque o lado adversário da quadra. Para dar potência aos chutes, os jogadores abusam das voadoras e malabarismos.
Na Turquia são disputadas provas de mergulho na terra. Na China, recepção de tronco, na Rússia, troca de tapas na mesa e na Índia, luta vendada com porretes. Não tenho maiores detalhes sobre elas. E precisa? Os nomes, certamente já dizem tudo.
Têm também o “Rally de Caracóis”, disputado em Trício, na Espanha que teve o molusco “Correcaminos”, como campeão. Além de correr os bichinhos ainda tiveram que empurrar uma lata. Em agosto do ano passado teve o “Torneio Anual de Sauna”, da Finlândia. O vencedor da categoria masculina agüentou temperaturas de até 110ºC por cerca de 12 minutos e meio.
“Campeonato Mundial de Arremesso de Celular”, também competição realizada na Finlândia. “Corrida de Salto Alto”, que reserva um prêmio de 10 mil euros. É disputada em Berlim, e as mulheres têm que usar sapatos com no mínimo, 7 cm de altura e, no máximo, 1,5 cm de largura.
O americano Ashrita Furman, 52 anos, conseguiu entrar no livro “Guinness”, dos recordes ao fazer 1.330 cambalhotas em 60 minutos. A exibição teve como cenário um trecho de estrada de 100 metros de comprimento no cabo Kaliakra, no litoral do Mar Negro, que o americano recorreu 24 vezes.
Furman é proprietário de um estabelecimento comercial de alimentos biológicos em Nova York, e possui recordes tão diversos como o de permanecer em um aquário com tubarões ou escalar uma pirâmide no Egito. Atualmente, Furman trabalha em outros 56 projetos para o Guinness, e desde 1979 conseguiu mais de 100 recordes.
Para encerrar: uma chinesa de 73 anos usou apenas os dentes para movimentar dois veículos, pesando um total de cinco toneladas, em uma demonstração dentro de um estádio esportivo da cidade de Jinan, no leste da China. Essa não foi a primeira vez que ela mostrou a enorme força: cinco dias antes conseguiu movimentar um caminhão de 4,2 toneladas ao longo de 10 metros, puxando o veículo com uma corda entre os dentes.
Wang há 33 anos estuda e pratica artes marciais. Suas proezas têm sido mostradas pela Televisão Central da China (CFTV), que fez dela uma celebridade em todo o país. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Na edição do ano passado, a garota Katharine Tuck, representando o Estado de Utah, foi a vencedora e ganhou o prêmio de US$ 2,5 mil, cerca de R$ 52 mil. Seus tênis cheiravam tão mal que os juízes tiveram dificuldades respiratórias e estomacais. Katharine usou os tênis durante um ano e meio sem nunca tê-los lavado. Nesse período jogou futebol e basquete, participou de caminhadas e uma vez entrou com seus “perfumados” calçados no lago "Great Salt", para que recebessem um cheiro extra de camarões.
Apenas como ilustração conto outros fatos fedorentos. Na pequena cidade de Waukesha, no Estado americano de Wiscounsin, a Polícia prendeu um homem suspeito de haver furtado, nos últimos dois anos, mais de 1,5 mil pares de sapatos e tênis de mulheres, em três escolas de ensino médio da região, apenas para cheirá-los.
A polícia da cidade alemã de Kaiserslautern foi informada de que exalava um forte cheiro de podre, de um apartamento situado na periferia. Temendo encontrar um corpo em decomposição, os policiais invadiram o local e em vez de uma cena de crime, acharam o morador dormindo com um odor muito forte vindo dos pés.
Sua cama era uma pilha de roupas sujas com cheiro insuportável. Como as persianas estavam fechadas há mais de uma semana e a caixa de correio, lotada de cartas, os vizinhos desconfiaram de que o cheiro era proveniente de alguém morto há vários dias.
Já no Reino Unido, no condado de Gloucester Crown, uma juíza se viu obrigada a suspender o julgamento de um chantagista por uma razão pouco comum. Dois jurados reclamaram do fedor de um outro jurado. Ao suspender o julgamento e liberar o júri a magistrada disse que “houve uma reclamação sobre a higiene pessoal de um dos jurados. Não me parece possível que qualquer cidadão consiga conviver com esse cheiro por dois ou três dias".
Deixando os maus cheiros de lado, conto a respeito de outras curiosas e bizarras competições. Todos os anos, no condado de Calaveras, nos Estados Unidos, é realizada a “Feira de Saltos de Rãs”. No ano passado, foram mais de 4 mil o número de inscritos. A rã vencedora foi "Lisa Can Do", bichinho de estimação do garoto norte-americano Brent Bloom. Ela saltou 21 pés e 4,25 polegadas - cerca de 6,50 metros e levou o prêmio de US$ 750.
O evento anual é inspirado em "A célebre rã saltadora do condado de Cavaleras”, uma história do escritor norte-americano Mark Twain. O texto fala sobre a fraude em um concurso de saltos de rãs.
Ainda nos Estados Unidos, na cidade de Dês Moines, foi escolhido recentemente o “Buldog Mais Bonito”. O evento, que alcançou sua 28ª vez, escolheu o cão Riggs, de três anos de idade, como vencedor, ganhando de prêmio uma coroa de rei.
Riggs, que estava vestido com um traje azul e branco, venceu outros 50 competidores em provas que, segundo os próprios organizadores, envolveram muito mais testes de personalidade do que de beleza. "A última coisa que se consegue obter com um bulldog é beleza", afirmou o mestre de cerimônias Dolph Pulliam.
O livro “Guinness”, dos recordes estimula muita gente a fazer coisas quase inacreditáveis. É o caso da jovem indiana, Anandita Dutta Tamuly, de 26 anos, que pretende comer a pimenta mais forte do mundo, até cair. A pimenta, chamada de "fantasma", porque "espanta até espírito", é cem vezes mais forte que o “jalapenho”, a preferida dos mexicanos. A jovem, durante um programa de TV na Índia, comeu 60 pimentas em dois minutos, mas quer bater a marca para entrar no “Guinness”. O recorde atual pertence à sul-africana Anita Crafford, que em 2002 comeu oito “jalapenhos” em um minuto.
A competidora indiana come pimenta desde criança, quando sua mãe encheu sua língua de pimenta na esperança de curar uma infecção. Ela gostou e não parou mais.
Na Inglaterra um projeto de lei vai à votação para decidir se as corridas de pombo podem ser oficialmente reconhecidas como um esporte. O projeto é de autoria do parlamentar independente do País de Gales, Peter Law.
Nesse tipo de corrida, as aves são obrigadas a percorrer grandes distâncias. O que mais chama a atenção do público é a largada, geralmente um bonito espetáculo, com milhares de pombos soltos simultaneamente. Todos os participantes portam pequenos anéis com números, que servem para identificá-los.
O advogado irlandês, Colin Carroll, que nas horas vagas é também lutador de sumô "peso-leve", resolveu fazer uma sátira das Olimpíadas de Pequim e lançou o seu próprio jogo olímpico, que terá provas nada convencionais como: corrida de costas, corrida de banheiras e corrida de 100 metros segurando uma colher e um ovo. Em vez do tradicional lançamento de disco, haverá o lançamento de telefones celulares. As equipes terão times mistos - "dois homens e dois cachorros".
Mas o irlandês não inovou muito. Os verdadeiros Jogos Olímpicos também vem promovendo ao longo da história algumas provas bizarras. Quem não lembra do cabo de guerra, regata de barco a motor e nado submerso? O que falar do trampolim acrobático, onde só falta o trapézio e a lona para virar circo?
Será que os leitores já ouviram falar alguma vez destas outras invencionices, que alguns teimam em chamar de esportes? “Passada de Ferro Extrema”, que consiste em levar uma tábua, um ferro e roupas para um local extremo, como o pico de uma montanha, uma caverna, ou até mesmo o fundo do mar. Sabe-se que essa aberração é praticada por mais de 1.000 adeptos, mundo afora.
O “Curling”, que se parece com uma limpeza de chão. A regra manda que uma pessoa jogue uma pedra no chão em direção a um alvo. Depois, outras duas pessoas munidas de vassouras ajustam a trajetória da pedra. Uma quarta pessoa guia a ação dos “vassourinhas”. Pasmem, esse é um esporte olímpico.
”Pólo a Cavalo” é um esporte bastante conhecido, principalmente nos quartéis. Mas “Pólo com elefantes”, confesso que nunca tinha ouvido falar. Mas é praticado. Cada elefante carrega duas pessoas, o treinador que comanda o animal e o jogador de fato. O taco é de bambu para poder alcançar o chão. O resto é igual ao “Pólo a Cavalo”.
Um tal de “Jai-Alai” é considerado um dos esportes mais rápidos do mundo. É praticado sempre por duas pessoas e se resume basicamente em arremessar uma bolinha na parede e catar antes que ela pingue duas vezes no chão.
Que tal praticar o “Sepaktakraw”, cuja pronuncia correta é “Sepaquitacráu”, uma mistura de futevôlei com artes marciais. O objetivo do jogo é chutar a bola de 170 gramas por cima de uma rede de 1,55 metro de altura e fazer com que ela toque o lado adversário da quadra. Para dar potência aos chutes, os jogadores abusam das voadoras e malabarismos.
Na Turquia são disputadas provas de mergulho na terra. Na China, recepção de tronco, na Rússia, troca de tapas na mesa e na Índia, luta vendada com porretes. Não tenho maiores detalhes sobre elas. E precisa? Os nomes, certamente já dizem tudo.
Têm também o “Rally de Caracóis”, disputado em Trício, na Espanha que teve o molusco “Correcaminos”, como campeão. Além de correr os bichinhos ainda tiveram que empurrar uma lata. Em agosto do ano passado teve o “Torneio Anual de Sauna”, da Finlândia. O vencedor da categoria masculina agüentou temperaturas de até 110ºC por cerca de 12 minutos e meio.
“Campeonato Mundial de Arremesso de Celular”, também competição realizada na Finlândia. “Corrida de Salto Alto”, que reserva um prêmio de 10 mil euros. É disputada em Berlim, e as mulheres têm que usar sapatos com no mínimo, 7 cm de altura e, no máximo, 1,5 cm de largura.
O americano Ashrita Furman, 52 anos, conseguiu entrar no livro “Guinness”, dos recordes ao fazer 1.330 cambalhotas em 60 minutos. A exibição teve como cenário um trecho de estrada de 100 metros de comprimento no cabo Kaliakra, no litoral do Mar Negro, que o americano recorreu 24 vezes.
Furman é proprietário de um estabelecimento comercial de alimentos biológicos em Nova York, e possui recordes tão diversos como o de permanecer em um aquário com tubarões ou escalar uma pirâmide no Egito. Atualmente, Furman trabalha em outros 56 projetos para o Guinness, e desde 1979 conseguiu mais de 100 recordes.
Para encerrar: uma chinesa de 73 anos usou apenas os dentes para movimentar dois veículos, pesando um total de cinco toneladas, em uma demonstração dentro de um estádio esportivo da cidade de Jinan, no leste da China. Essa não foi a primeira vez que ela mostrou a enorme força: cinco dias antes conseguiu movimentar um caminhão de 4,2 toneladas ao longo de 10 metros, puxando o veículo com uma corda entre os dentes.
Wang há 33 anos estuda e pratica artes marciais. Suas proezas têm sido mostradas pela Televisão Central da China (CFTV), que fez dela uma celebridade em todo o país. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
segunda-feira, 2 de junho de 2008
“Abelão” e Internacional: o fim de uma história de amor
Abel Carlos da Silva Braga, um carioca nascido em 1º de Setembro de 1952 termina, pelo menos por 10 meses, uma história de amor com o S.C. Internacional, de Porto Alegre, onde ganhou fama mundial ao conquistar quase tudo que um treinador de futebol profissional pode ambicionar na carreira. Antes de ir, já pensa em voltar para o Beira Rio, após os 10 meses de contrato. Uma proposta milionária e irrecusável vinda do Al-Jazira Club, equipe de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes foi a causa do rompimento dessa união quase perfeita. Abel deve assumir o cargo de técnico do novo clube na próxima quarta-feira.
O treinador conheceu o Al-Jazira em janeiro, quando o Internacional, depois de vencer o Torneio de Dubai, fez a pré-temporada de uma semana na sede do clube que agora o contratou. O Al-Jazira é dono de uma estrutura enorme, com um moderno estádio, cinco campos de treinamentos, dois hotéis, dois ginásios de esportes, departamentos de medicina, musculação e fisioterapia, além de alojamentos e restaurantes para os jogadores, até das categorias de base.
Antes de ser técnico, Abel Braga foi jogador. Começou a carreira como zagueiro do Fluminense do Rio de Janeiro, em 1968, nas categorias de base. Em 1971, depois de ser campeão do Torneio Pré-Olímpico pela Seleção Brasileira, subiu para os profissionais, conquistando de imediato o seu primeiro título de campeão carioca, o que se repetiria nos anos de 1973, 1975 e 1976.
Embora fosse reserva no Fluminense e entrasse em campo quase sempre no segundo tempo, suas boas atuações o credenciaram a ser contratado pelo Vasco da Gama, em 1977, onde foi campeão carioca no mesmo ano. Foi no clube da Cruz de Malta que “Abelão”, como também era chamado, firmou-se como titular e foi chamado pelo técnico Cláudio Coutinho para a Seleção Brasileira.
Abel vestiu a camisa canarinho em cinco jogos, com três vitórias e dois empates e participou da Copa do Mundo de 1978. Sua primeira partida foi em 11 de dezembro de 1971 na vitória por 1 X 0 contra o Peru e a última em 25 de Maio de 1978, no empate de 2 X 2 contra a Seleção Gaúcha.
Depois do Vasco da Gama, Abel foi jogar no Paris Saint-Germain, da França, onde ficou de 1979 a 1981, ano em que foi contratado pelo Cruzeiro de Belo Horizonte. Em 1982 ainda jogou pelo Botafogo do Rio de janeiro e em 1984 pelo Goytacaz, de Campos, Rio de Janeiro, onde encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador.
Em 1986 foi treinar o Rio Ave, de Portugal. No ano seguinte voltou ao Brasil para ser técnico do Botafogo, onde teve curta passagem. No mesmo ano foi contratado pelo Santa Cruz de Recife.
Em 1988 assumiu o Internacional gaúcho pela primeira vez, ficando apenas um ano. Ele treinava o time quando do clássico de número 279, chamado de o Gre-Nal do Século, com vitória colorada por 2 X 1, gols de Nilson, artilheiro do Campeonato Brasileiro daquele ano, com 15 gols, para o Inter. Marcos Vinicius descontou para o Grêmio.
Em 1989 voltou a Portugal para treinar o Famalicão, que sob seu comando voltou a 1ª divisão do futebol lusitano. Na temporada seguinte, 1990/1991 não conseguiu bons resultados, embora o time não fosse rebaixado. Em 1992 foi dirigir o Belenenses, que amargava a segunda divisão. Mais uma vez foi vitorioso e o clube voltou a Divisão Principal.
Ainda como técnico do Belenenses, Abel na temporada 1992/1993 levou o clube a 7ª posição do Campeonato Português, garantindo a permanência no cargo, mas preferiu transferir-se logo em seguida para o Vitória de Setúbal. Por conseguir excelentes resultados com clubes que se encontravam na 2ª divisão, Abel ganhou fama de bom técnico entre os portugueses.
Depois de cinco anos em solo português, Abel retornou ao Brasil em 1994 para assumir o comando do Internacional de Porto Alegre, pela segunda vez, ficando até o fim do ano. Em 1995 foi para o Vasco da Gama, onde durou apenas dois meses, sendo demitido em razão dos maus resultados da equipe no Campeonato Carioca. Depois de um bom período de férias foi trabalhar em 1997 no futebol paranaense. Primeiro contratado pelo Atlético Paranaense, onde foi campeão em 1998. Depois, no Coritiba, ganhando o título estadual de 1999. E no mesmo ano treinou o Paraná Clube.
O Vasco, que o havia demitido em 1995, não passava por bom momento e logo após a derrota no Mundial de Clubes, o chamou de volta para assumir a equipe temporariamente, pois a intenção era contratar Oswaldo de Oliveira, o que aconteceu logo em seguida. Apesar da boa campanha no Campeonato Carioca de 2000, Abel foi dispensado e ficou dois meses esperando uma boa proposta, o que aconteceu em julho do mesmo ano, quando foi contratado pelo Olympique, de Marselha, França. Mas não durou muito no clube francês, sendo mandado embora quatro meses depois.
Em novo retorno ao Brasil foi treinar o Atlético Mineiro, em 2001. Em 2002 voltou ao Atlético Paranaense. No mesmo ano foi para o Botafogo, pela segunda vez, mas como o time era muito fraco, depois de três meses pediu demissão. Em 2003 assumiu a Ponte Preta com o objetivo de manter o clube na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro, objetivo que foi alcançado.
Já bastante valorizado, “Abelão” foi para o Flamengo em 2004. O clube carioca tinha como projeto disputar à Copa Libertadores da América, do ano seguinte. O Flamengo ganhou o Campeonato Carioca e chegou à final da Copa do Brasil contra o Santo André, de São Paulo. Depois de empatar o primeiro jogo por 2 X 2 , no estádio do adversário, foi derrotado em pleno Maracanã por 2 X 0, perdendo assim a chance de conquistar o título e a projetada vaga para a competição continental. Abel disse depois do jogo que essa foi a maior derrota na sua carreira.
Abatido pelo fracasso, e depois de ficar parado por seis meses, em 2005 Abel voltou ao clube onde começou a carreira de jogador, o Fluminense, completando assim o ciclo dos quatro grandes do Rio de Janeiro. No tricolor foi mais uma vez campeão carioca e de novo finalista da Copa do Brasil. E nova desilusão, derrota para o Paulista de Jundiaí, São Paulo. Mas o técnico permaneceu no cargo para o Campeonato Brasileiro. Depois de uma campanha boa, o time caiu de produção na reta final e ficou na quinta colocação, uma abaixo da zona da Copa Libertadores da América. Na Copa Sul-Americana, o Fluminense parou nas quartas-de-final.
Chegou o ano de 2006 e sua terceira passagem pelo Internacional. Fim da fama de pé frio e início de uma nova era, com vitórias e títulos importantes: Vice-Campeão Brasileiro, campeão da Copa Libertadores da América e Campeão Mundial de Clubes FIFA. Com as conquistas, Abel foi mantido no cargo. Com a venda dos jogadores mais importantes o time já não rendeu mais o mesmo futebol de antes. Resultado: no Campeonato Gaúcho não passou da primeira fase e na Taça Libertadores foi eliminado na primeira fase e Abel deixou o comando técnico colorado.
Para o cargo foi contratado o técnico Alexandre Galo, que dirigia o Sport Recife. Mas não teve sorte. Depois de uma campanha ruim no início do Campeonato Brasileiro acabou demitido. Abel Braga, que havia recusado propostas vindas do exterior e ainda do Cruzeiro e Atlético Mineiro acabou voltando ao Internacional pela quarta vez, quatro meses após ter sido demitido. Evitou o rebaixamento do time e ganhou o Torneio de Dubai, no início deste ano, e o Campeonato Gaúcho. O final da história todos os colorados já conhecem. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
O treinador conheceu o Al-Jazira em janeiro, quando o Internacional, depois de vencer o Torneio de Dubai, fez a pré-temporada de uma semana na sede do clube que agora o contratou. O Al-Jazira é dono de uma estrutura enorme, com um moderno estádio, cinco campos de treinamentos, dois hotéis, dois ginásios de esportes, departamentos de medicina, musculação e fisioterapia, além de alojamentos e restaurantes para os jogadores, até das categorias de base.
Antes de ser técnico, Abel Braga foi jogador. Começou a carreira como zagueiro do Fluminense do Rio de Janeiro, em 1968, nas categorias de base. Em 1971, depois de ser campeão do Torneio Pré-Olímpico pela Seleção Brasileira, subiu para os profissionais, conquistando de imediato o seu primeiro título de campeão carioca, o que se repetiria nos anos de 1973, 1975 e 1976.
Embora fosse reserva no Fluminense e entrasse em campo quase sempre no segundo tempo, suas boas atuações o credenciaram a ser contratado pelo Vasco da Gama, em 1977, onde foi campeão carioca no mesmo ano. Foi no clube da Cruz de Malta que “Abelão”, como também era chamado, firmou-se como titular e foi chamado pelo técnico Cláudio Coutinho para a Seleção Brasileira.
Abel vestiu a camisa canarinho em cinco jogos, com três vitórias e dois empates e participou da Copa do Mundo de 1978. Sua primeira partida foi em 11 de dezembro de 1971 na vitória por 1 X 0 contra o Peru e a última em 25 de Maio de 1978, no empate de 2 X 2 contra a Seleção Gaúcha.
Depois do Vasco da Gama, Abel foi jogar no Paris Saint-Germain, da França, onde ficou de 1979 a 1981, ano em que foi contratado pelo Cruzeiro de Belo Horizonte. Em 1982 ainda jogou pelo Botafogo do Rio de janeiro e em 1984 pelo Goytacaz, de Campos, Rio de Janeiro, onde encerrou a carreira de jogador e iniciou a de treinador.
Em 1986 foi treinar o Rio Ave, de Portugal. No ano seguinte voltou ao Brasil para ser técnico do Botafogo, onde teve curta passagem. No mesmo ano foi contratado pelo Santa Cruz de Recife.
Em 1988 assumiu o Internacional gaúcho pela primeira vez, ficando apenas um ano. Ele treinava o time quando do clássico de número 279, chamado de o Gre-Nal do Século, com vitória colorada por 2 X 1, gols de Nilson, artilheiro do Campeonato Brasileiro daquele ano, com 15 gols, para o Inter. Marcos Vinicius descontou para o Grêmio.
Em 1989 voltou a Portugal para treinar o Famalicão, que sob seu comando voltou a 1ª divisão do futebol lusitano. Na temporada seguinte, 1990/1991 não conseguiu bons resultados, embora o time não fosse rebaixado. Em 1992 foi dirigir o Belenenses, que amargava a segunda divisão. Mais uma vez foi vitorioso e o clube voltou a Divisão Principal.
Ainda como técnico do Belenenses, Abel na temporada 1992/1993 levou o clube a 7ª posição do Campeonato Português, garantindo a permanência no cargo, mas preferiu transferir-se logo em seguida para o Vitória de Setúbal. Por conseguir excelentes resultados com clubes que se encontravam na 2ª divisão, Abel ganhou fama de bom técnico entre os portugueses.
Depois de cinco anos em solo português, Abel retornou ao Brasil em 1994 para assumir o comando do Internacional de Porto Alegre, pela segunda vez, ficando até o fim do ano. Em 1995 foi para o Vasco da Gama, onde durou apenas dois meses, sendo demitido em razão dos maus resultados da equipe no Campeonato Carioca. Depois de um bom período de férias foi trabalhar em 1997 no futebol paranaense. Primeiro contratado pelo Atlético Paranaense, onde foi campeão em 1998. Depois, no Coritiba, ganhando o título estadual de 1999. E no mesmo ano treinou o Paraná Clube.
O Vasco, que o havia demitido em 1995, não passava por bom momento e logo após a derrota no Mundial de Clubes, o chamou de volta para assumir a equipe temporariamente, pois a intenção era contratar Oswaldo de Oliveira, o que aconteceu logo em seguida. Apesar da boa campanha no Campeonato Carioca de 2000, Abel foi dispensado e ficou dois meses esperando uma boa proposta, o que aconteceu em julho do mesmo ano, quando foi contratado pelo Olympique, de Marselha, França. Mas não durou muito no clube francês, sendo mandado embora quatro meses depois.
Em novo retorno ao Brasil foi treinar o Atlético Mineiro, em 2001. Em 2002 voltou ao Atlético Paranaense. No mesmo ano foi para o Botafogo, pela segunda vez, mas como o time era muito fraco, depois de três meses pediu demissão. Em 2003 assumiu a Ponte Preta com o objetivo de manter o clube na 1ª divisão do Campeonato Brasileiro, objetivo que foi alcançado.
Já bastante valorizado, “Abelão” foi para o Flamengo em 2004. O clube carioca tinha como projeto disputar à Copa Libertadores da América, do ano seguinte. O Flamengo ganhou o Campeonato Carioca e chegou à final da Copa do Brasil contra o Santo André, de São Paulo. Depois de empatar o primeiro jogo por 2 X 2 , no estádio do adversário, foi derrotado em pleno Maracanã por 2 X 0, perdendo assim a chance de conquistar o título e a projetada vaga para a competição continental. Abel disse depois do jogo que essa foi a maior derrota na sua carreira.
Abatido pelo fracasso, e depois de ficar parado por seis meses, em 2005 Abel voltou ao clube onde começou a carreira de jogador, o Fluminense, completando assim o ciclo dos quatro grandes do Rio de Janeiro. No tricolor foi mais uma vez campeão carioca e de novo finalista da Copa do Brasil. E nova desilusão, derrota para o Paulista de Jundiaí, São Paulo. Mas o técnico permaneceu no cargo para o Campeonato Brasileiro. Depois de uma campanha boa, o time caiu de produção na reta final e ficou na quinta colocação, uma abaixo da zona da Copa Libertadores da América. Na Copa Sul-Americana, o Fluminense parou nas quartas-de-final.
Chegou o ano de 2006 e sua terceira passagem pelo Internacional. Fim da fama de pé frio e início de uma nova era, com vitórias e títulos importantes: Vice-Campeão Brasileiro, campeão da Copa Libertadores da América e Campeão Mundial de Clubes FIFA. Com as conquistas, Abel foi mantido no cargo. Com a venda dos jogadores mais importantes o time já não rendeu mais o mesmo futebol de antes. Resultado: no Campeonato Gaúcho não passou da primeira fase e na Taça Libertadores foi eliminado na primeira fase e Abel deixou o comando técnico colorado.
Para o cargo foi contratado o técnico Alexandre Galo, que dirigia o Sport Recife. Mas não teve sorte. Depois de uma campanha ruim no início do Campeonato Brasileiro acabou demitido. Abel Braga, que havia recusado propostas vindas do exterior e ainda do Cruzeiro e Atlético Mineiro acabou voltando ao Internacional pela quarta vez, quatro meses após ter sido demitido. Evitou o rebaixamento do time e ganhou o Torneio de Dubai, no início deste ano, e o Campeonato Gaúcho. O final da história todos os colorados já conhecem. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
domingo, 1 de junho de 2008
Uma homenagem silenciosa
A mais conhecida forma de se homenagear um morto ilustre é sem dúvida o minuto de silêncio. A prática, que em fevereiro ultimo completou 96 anos, se popularizou em todo o mundo, principalmente nos estádios de futebol, Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores e Congresso Nacional. Como e onde isso surgiu? Foi em Portugal, no ano de 1912, após a morte de um brasileiro, José Maria da Silva Paranhos, o Barão do Rio Branco.
O Barão era uma pessoa muito querida no país irmão. Como ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros foi um dos primeiros estadistas a reconhecer a República Portuguesa em 1910. Sua morte teve enorme repercussão em Portugal. Na reunião do dia 13 de fevereiro, a Câmara dos Deputados, por determinação de seu presidente, Aresta Branco, suspendeu a sessão por meia hora, como era costume, para homenagear o ilustre morto.
Mas foi na reunião do dia 14, no Senado, que aconteceu a revolucionária inovação. O presidente da Casa, senador Anselmo Braamcamp, propôs que durante dez minutos, e como homenagem à memória do estadista, os senadores permanecessem silenciosos em seus lugares. Cumpriu-se, assim, o primeiro momento de silêncio que se tem notícia, e que com o passar do tempo foi reduzido para cinco e depois para um minuto, como ocorre em nossos dias.
A partir da homenagem póstuma ao Barão, todas as vezes que morria alguma figura ilustre, o Legislativo português repetia o gesto. Não demorou muito para que as casas legislativas européias copiassem o modelo português. Daí, para ganhar o mundo foi apenas uma questão de tempo.
José Maria da Silva Paranhos Júnior nasceu no Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845, filho do também diplomata que se tornou famoso sob o título de Visconde do Rio Branco. No Brasil a sua morte foi bastante sentida, tanto que o Governo decretou o adiamento do Carnaval, para que não coincidisse com o período de luto nacional.
Como ministro dos Negócios Estrangeiros, Paranhos foi responsável pela demarcação das fronteiras, aumentando o território brasileiro com a anexação em 1904, do atual Estado do Acre, incorporando definitivamente em nosso mapa uma área territorial de 30.621 quilômetros quadrados.
O minuto de silêncio durante seus quase 100 anos de existência se prestou para todo o tipo de homenagens, protestos indignados e até situações humorísticas. Foi respeitado e desacatado. Antes de me aprofundar no tema quero registrar uma colaboração do amigo Horácio Gomes, lá da cidade gaúcha de Rio Grande, um dos melhores e mais completos profissionais de rádio com que tive a alegria de trabalhar. Outro dia falarei mais sobre ele e outros inesquecíveis colegas de imprensa que tive.
O Horácio, que é leitor assíduo deste modesto blog, lembrou da gafe de um colega nosso de rádio, em Rio Grande, já falecido e que se tornou conhecido dos ouvintes pelas situações folclóricas que se tornaram comum em suas intervenções de repórter esportivo de campo. Havia falecido um dirigente do S.C. São Paulo, tradicional agremiação esportiva riograndina e antes do jogo foi feita a homenagem de um minuto de silêncio. O nosso saudoso e querido repórter alertou ao narrador: “Fulano, vamos ouvir um minuto de silêncio”.
O minuto de silêncio já mereceu vaia. Em 1967, na noite em que o corpo do presidente Castelo Branco era velado, durante um jogo no Estádio do Maracanã foi anunciado um minuto de silêncio. O povo inteiro vaiou. E Nelson Rodrigues, em sua coluna do dia seguinte não perdoou: "O Maracanã é implacável, vaia até minuto de silêncio".
Recentemente, num jogo pelo campeonato espanhol, a torcida também vaiou o minuto de silêncio, que teve de ser reduzido para apenas oito segundos. Parte dos 32 mil torcedores presentes ao estádio de San Mamés, em Bilbao, para assistir o jogo entre o time local do Athletic X Valladolid, não guardaram silêncio na homenagem ao líder socialista Isaías Carrasco, assassinado por militantes do grupo armado separatista basco ETA.
Essa foi a primeira vez que o Estádio San Mames deveria cumprir um minuto de silêncio por vítima da ETA. Foi por exigência da Federação Espanhola. O clube sempre reservou esse ato exclusivamente para homenagear alguns de seus membros mais destacados. Os últimos minutos de silêncio que ocorreram no campo do Athletic foram em memória de Javier Uria, então presidente, e Telmo Zarraonandia "Zarra", um de seus jogadores mais emblemáticos.
Mas o silêncio também foi personagem de grandes momentos. A União Européia, quando do “tsunami”, na Ásia, pediu aos 450 milhões de moradores de 25 nações, que parassem ao meio-dia tudo o que estavam fazendo e que observassem três minutos de silêncio em homenagem as cerca de 150 mil vítimas da catástrofe. Antes, a mesma União Européia já havia pedido que todos os países membros observassem três minutos de silêncio em memória das vítimas do atentado contra o trem de Madri.
Logo após a morte do papa João Paulo II, aconteceu no Maracanã, o clássico que ficou conhecido como o Fla-Flu do Papa. As duas torcidas homenagearam a grande figura do catolicismo. Mas a do Fluminense deu um show à parte: os torcedores tricolores, de braços erguidos e num silêncio profundo, foram protagonistas de um bonito espetáculo, até então impensável num estádio de futebol, durante o minuto de silêncio.
O tradicional minuto foi lembrado de outras maneiras não tão silenciosas. Noel Rosa compôs um dos mais belos sambas de nosso cancioneiro com o título de “Silêncio de um minuto”. Em 2002 uma banda britânica chamada “The Planets” incluiu em seu disco uma faixa chamada “Um minuto de silêncio”. O poeta e compositor do Timor-Leste, Francisco Borja da Costa, falecido em 1975, autor do hino nacional de seu país, escreveu o poema “Um minuto de silêncio”.
Para encerrar peço permissão para publicar o artigo do escritor Mário Prata, intitulado “Um minuto, por favor”.
Ele não estava completamente embriagado. Mas caminhava a passos e copos largos para tanto. E conseguiu, num passo alto, subir em cima da mesa do barzinho ali da Vila Madalena. E se equilibrou numa boa com o copo de uísque na mão. “Pessoal, pessoal, por favor. Um minuto de silêncio. Um minutinho só”.
Conseguiu colocar o copo na mesa num esforço sóbrio. Bateu palmas. “Por favor, gente. É um minuto só. O que é um minuto?”. As pessoas foram ficando em silêncio. O bar parou. Todo mundo olhava para aquele senhor. Quase setenta, eu diria. “Seguinte, eu queria levantar uma questão para colocar em discussão por todos vocês. É sobre o minuto de silêncio. Não esse que pedi para vocês. Mas para o minuto de silêncio antes de começar o jogo de futebol, em função da morte de alguém”.
E prosseguiu: “Outro dia teve um minuto de silêncio por causa da morte do parente de um ex-diretor do time. O que eu quero saber é porque só fazem um minuto de silêncio no futebol!!! Alguém já havia pensado nisso? Nos outros esportes não tem minuto de silêncio!!! Pode pensar. Nem na posse do Presidente da República. Eu quero saber quem foi o filho da puta que inventou o minuto de silêncio antes do futebol. Em lugar nenhum tem minuto de silêncio, caralho! Por que! Por que? Quem foi o filho da puta... Deixa pra lá.”
Sentou-se novamente, acabou o copo, pagou a conta e foi embora. E, da porta, ainda gritou: “Quem foi o filho da puta que inventou o minuto de silêncio?” E deixou uma puta discussão em aberto no boteco. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Horácio disse...
Amigão Nilo: Muito obrigado pela referência elogiosa a este repórter. Fica muito mais em conta da nossa amizade, do que pela competência deste escriba do interior. Quando voltares a falar das nossas "gafes", lembra do "Ronaldo Silva" que numa transmissão, depois do comentário do intervalo, foi chamado pelo Gley Sant'Anna para dar mais informações e saiu com essa: "Não tenho novidade nenhuma porque estou trancado do lado de fora do vestiário". Típica do "Ronaldinho"- Horácio Gomes
4 de junho de 2008 14:34
O Barão era uma pessoa muito querida no país irmão. Como ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros foi um dos primeiros estadistas a reconhecer a República Portuguesa em 1910. Sua morte teve enorme repercussão em Portugal. Na reunião do dia 13 de fevereiro, a Câmara dos Deputados, por determinação de seu presidente, Aresta Branco, suspendeu a sessão por meia hora, como era costume, para homenagear o ilustre morto.
Mas foi na reunião do dia 14, no Senado, que aconteceu a revolucionária inovação. O presidente da Casa, senador Anselmo Braamcamp, propôs que durante dez minutos, e como homenagem à memória do estadista, os senadores permanecessem silenciosos em seus lugares. Cumpriu-se, assim, o primeiro momento de silêncio que se tem notícia, e que com o passar do tempo foi reduzido para cinco e depois para um minuto, como ocorre em nossos dias.
A partir da homenagem póstuma ao Barão, todas as vezes que morria alguma figura ilustre, o Legislativo português repetia o gesto. Não demorou muito para que as casas legislativas européias copiassem o modelo português. Daí, para ganhar o mundo foi apenas uma questão de tempo.
José Maria da Silva Paranhos Júnior nasceu no Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845, filho do também diplomata que se tornou famoso sob o título de Visconde do Rio Branco. No Brasil a sua morte foi bastante sentida, tanto que o Governo decretou o adiamento do Carnaval, para que não coincidisse com o período de luto nacional.
Como ministro dos Negócios Estrangeiros, Paranhos foi responsável pela demarcação das fronteiras, aumentando o território brasileiro com a anexação em 1904, do atual Estado do Acre, incorporando definitivamente em nosso mapa uma área territorial de 30.621 quilômetros quadrados.
O minuto de silêncio durante seus quase 100 anos de existência se prestou para todo o tipo de homenagens, protestos indignados e até situações humorísticas. Foi respeitado e desacatado. Antes de me aprofundar no tema quero registrar uma colaboração do amigo Horácio Gomes, lá da cidade gaúcha de Rio Grande, um dos melhores e mais completos profissionais de rádio com que tive a alegria de trabalhar. Outro dia falarei mais sobre ele e outros inesquecíveis colegas de imprensa que tive.
O Horácio, que é leitor assíduo deste modesto blog, lembrou da gafe de um colega nosso de rádio, em Rio Grande, já falecido e que se tornou conhecido dos ouvintes pelas situações folclóricas que se tornaram comum em suas intervenções de repórter esportivo de campo. Havia falecido um dirigente do S.C. São Paulo, tradicional agremiação esportiva riograndina e antes do jogo foi feita a homenagem de um minuto de silêncio. O nosso saudoso e querido repórter alertou ao narrador: “Fulano, vamos ouvir um minuto de silêncio”.
O minuto de silêncio já mereceu vaia. Em 1967, na noite em que o corpo do presidente Castelo Branco era velado, durante um jogo no Estádio do Maracanã foi anunciado um minuto de silêncio. O povo inteiro vaiou. E Nelson Rodrigues, em sua coluna do dia seguinte não perdoou: "O Maracanã é implacável, vaia até minuto de silêncio".
Recentemente, num jogo pelo campeonato espanhol, a torcida também vaiou o minuto de silêncio, que teve de ser reduzido para apenas oito segundos. Parte dos 32 mil torcedores presentes ao estádio de San Mamés, em Bilbao, para assistir o jogo entre o time local do Athletic X Valladolid, não guardaram silêncio na homenagem ao líder socialista Isaías Carrasco, assassinado por militantes do grupo armado separatista basco ETA.
Essa foi a primeira vez que o Estádio San Mames deveria cumprir um minuto de silêncio por vítima da ETA. Foi por exigência da Federação Espanhola. O clube sempre reservou esse ato exclusivamente para homenagear alguns de seus membros mais destacados. Os últimos minutos de silêncio que ocorreram no campo do Athletic foram em memória de Javier Uria, então presidente, e Telmo Zarraonandia "Zarra", um de seus jogadores mais emblemáticos.
Mas o silêncio também foi personagem de grandes momentos. A União Européia, quando do “tsunami”, na Ásia, pediu aos 450 milhões de moradores de 25 nações, que parassem ao meio-dia tudo o que estavam fazendo e que observassem três minutos de silêncio em homenagem as cerca de 150 mil vítimas da catástrofe. Antes, a mesma União Européia já havia pedido que todos os países membros observassem três minutos de silêncio em memória das vítimas do atentado contra o trem de Madri.
Logo após a morte do papa João Paulo II, aconteceu no Maracanã, o clássico que ficou conhecido como o Fla-Flu do Papa. As duas torcidas homenagearam a grande figura do catolicismo. Mas a do Fluminense deu um show à parte: os torcedores tricolores, de braços erguidos e num silêncio profundo, foram protagonistas de um bonito espetáculo, até então impensável num estádio de futebol, durante o minuto de silêncio.
O tradicional minuto foi lembrado de outras maneiras não tão silenciosas. Noel Rosa compôs um dos mais belos sambas de nosso cancioneiro com o título de “Silêncio de um minuto”. Em 2002 uma banda britânica chamada “The Planets” incluiu em seu disco uma faixa chamada “Um minuto de silêncio”. O poeta e compositor do Timor-Leste, Francisco Borja da Costa, falecido em 1975, autor do hino nacional de seu país, escreveu o poema “Um minuto de silêncio”.
Para encerrar peço permissão para publicar o artigo do escritor Mário Prata, intitulado “Um minuto, por favor”.
Ele não estava completamente embriagado. Mas caminhava a passos e copos largos para tanto. E conseguiu, num passo alto, subir em cima da mesa do barzinho ali da Vila Madalena. E se equilibrou numa boa com o copo de uísque na mão. “Pessoal, pessoal, por favor. Um minuto de silêncio. Um minutinho só”.
Conseguiu colocar o copo na mesa num esforço sóbrio. Bateu palmas. “Por favor, gente. É um minuto só. O que é um minuto?”. As pessoas foram ficando em silêncio. O bar parou. Todo mundo olhava para aquele senhor. Quase setenta, eu diria. “Seguinte, eu queria levantar uma questão para colocar em discussão por todos vocês. É sobre o minuto de silêncio. Não esse que pedi para vocês. Mas para o minuto de silêncio antes de começar o jogo de futebol, em função da morte de alguém”.
E prosseguiu: “Outro dia teve um minuto de silêncio por causa da morte do parente de um ex-diretor do time. O que eu quero saber é porque só fazem um minuto de silêncio no futebol!!! Alguém já havia pensado nisso? Nos outros esportes não tem minuto de silêncio!!! Pode pensar. Nem na posse do Presidente da República. Eu quero saber quem foi o filho da puta que inventou o minuto de silêncio antes do futebol. Em lugar nenhum tem minuto de silêncio, caralho! Por que! Por que? Quem foi o filho da puta... Deixa pra lá.”
Sentou-se novamente, acabou o copo, pagou a conta e foi embora. E, da porta, ainda gritou: “Quem foi o filho da puta que inventou o minuto de silêncio?” E deixou uma puta discussão em aberto no boteco. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Horácio disse...
Amigão Nilo: Muito obrigado pela referência elogiosa a este repórter. Fica muito mais em conta da nossa amizade, do que pela competência deste escriba do interior. Quando voltares a falar das nossas "gafes", lembra do "Ronaldo Silva" que numa transmissão, depois do comentário do intervalo, foi chamado pelo Gley Sant'Anna para dar mais informações e saiu com essa: "Não tenho novidade nenhuma porque estou trancado do lado de fora do vestiário". Típica do "Ronaldinho"- Horácio Gomes
4 de junho de 2008 14:34
sexta-feira, 30 de maio de 2008
O clube mais poderoso do mundo
Com toda certeza vai ser uma tarefa difícil para qualquer campeão continental derrotar o Manchester United Football Club, o clube de futebol mais poderoso do mundo. É o campeão da Europa e grande favorito a colocar seu nome no seleto grupo de clubes campeões do mundo da Federação Internacional de Futebol Associação (FIFA). Até agora somente S.C. Corinthians Paulista (2000), São Paulo F.C. (2005), S.C. Internacional (2006) e A.C. Milan (2007) conseguiram a proeza. Em dezembro, os clubes campeões dos seis continentes e mais o campeão japonês, têm encontro marcado nos gramados do Japão.
Por enquanto, três participantes do Mundial são conhecidos: Pachuca Club de Fútbol, do México, vencedor da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), Waitakere United de Nova Zelândia, campeão da Confederação de Futebol da Oceania (OFC) e o Manchester United, representante da União das Associações Européias de Futebol (UEFA) tem vagas asseguradas na competição. Falta saber quem irá representar a América do Sul, África, Ásia e Japão.
O Manchester United, que este ano comemora 130 anos nasceu modestamente, como outros grandes clubes do mundo. Foi fundado em 1878 com o nome de Newton Heath LYR (abreviatura para Lancashire e Yorkshire Railway) Football Club. Não existem dados oficiais que confirmem o dia e o mês da fundação do clube. O que se sabe de concreto é que era o time dos operários do depósito da Cia. Ferrovia de Lancashire e Yorkshire, que trabalhavam em Newton Heath, para jogos contra outros departamentos da empresa e companhias do ramo.
Em 1888, quando foi criada a Football League, a principal do futebol inglês na época, o Newton Heath abdicou de disputar o campeonato, por não se achar em condições de enfrentar equipes mais fortes. Somente em 1892 se filiou a Liga, já com o nome de Newton Heath Football Club e sem o patrocínio da companhia.
Em 1902, com a profissionalização enfrentou graves problemas financeiros e quase fechou as portas. Foi quando surgiu à figura salvadora de John Henry Davies, dono de uma cervejaria e que decidiu investir no clube. De cara fez algumas mudanças estruturais, entre elas a troca do nome da agremiação. Em 26 de abril de 1902 surgiu o Manchester United F.C.. As cores do uniforme também foram modificadas: o amarelo e verde do Newton Heath deram lugar ao vermelho e branco.
Depois de disputar alguns campeonatos da segunda divisão, o Manchester United subiu para a primeira divisão inglesa na temporada 1905/1906. E já em 1908/1909 se sagrava campeão inglês e da Supercopa da Inglaterra. Em 1910/1911, repetiu o feito. Depois veio a decadência. A paralisação do futebol inglês, em razão da Primeira Guerra Mundial (1914/1919) foi determinante para isso. No retorno das competições, o time, que já vinha mal, acabou caindo para a segunda divisão na temporada 1921/1922. O retorno à elite do futebol inglês aconteceu em 1924/1925. Em 1930/1931, um novo rebaixamento.
A falência era iminente. E mais uma vez surgiu alguém para evitar a catástrofe. Dessa feita foi um empresário chamado James Gibson que salvou o Manchester United da extinção, investindo 30 mil libras esterlinas. Apesar da resolução dos problemas financeiros, o desempenho dentro de campo não se mostrou satisfatório. Em 1933/1934, por pouco não foi parar na terceira divisão.
Em 1935/1936, depois de uma série sensacional de 19 jogos invictos na segunda divisão, voltou a integrar a categoria principal. Mas não conseguiu se firmar e caiu mais uma vez. Na temporada seguinte garantiu novo retorno a elite. Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o campeonato inglês foi paralisado. Em 1946/1947 a competição recomeçou e o Manchester United foi vice-campeão, atrás apenas do campeão Liverpool.
Seguiram-se anos de calmaria e conquistas. Em 1948, a Copa da Inglaterra. Em 1951/1952 o campeonato Inglês, feito que não conseguia desde 1911. Em 1955/1956 e em 1956/1957, o primeiro bicampeonato. O time da década de 50 foi um dos melhores da história do Manchester. Em 6 de fevereiro de 1958, aconteceu o inesperado: um acidente que ficou conhecido como o desastre aéreo de Munique. Um avião que levava atletas do clube caiu, e 22 pessoas morreram entre elas sete jogadores.
Depois disso o time teve que ser remontado. Os bons resultados não demoraram para reaparecer: em 1962/1963, a conquista da Copa da Inglaterra. Na temporada 1964/1965, o campeonato inglês e o direito de participar da Copa Européia, atual Liga dos Campeões que dava os primeiros passos. Os anos de ouro da década de 60 não duraram muito. Em 1974, o time foi mais uma vez rebaixado para a segunda divisão, onde passou uma temporada. Em 1977, foi campeão da Copa da Inglaterra.
A partir daí o Manchester se mantém entre os grandes. Se na década de 1980 não teve conquistas importantes – o domínio foi do Liverpool – nos anos que se seguiram não teve motivos para reclamar. Destaque para o título de Campeão da Copa Toyota, antigo Mundial de Clubes, ganho em 1999 com uma vitória de 1 X 0 sobre o brasileiro Palmeiras. Até este ano de 2008, ganhou quase tudo que um clube pode aspirar, culminando com duas conquistas históricas: campeão inglês de 2007/2008 e também da Liga dos Campeões de 2008, com uma vitória nos pênaltis sobre o Chelsea, no jogo final.
O popular clube inglês é dono de muitos títulos: campeão inglês por 17 vezes, nos anos de 1907/08, 1910/11, 1951/52, 1955/56, 1956/57, 1964/65, 1966/67, 1992/93, 1993/94, 1995/96, 1996/97, 1998/99, 1999/00, 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2007/08. Copa da Inglaterra em 11 oportunidades: 1908/09, 1947/48, 1962/63, 1976/77, 1982/83, 1984/85, 1989/90, 1993/94, 1995/96, 1998/99 e 2003/04. Copa da Liga Inglesa por duas vezes: 1992 e 2006. Super Copa da Liga Inglesa, em 16 oportunidades: 1908, 1911, 1952, 1956, 1957, 1965, 1967, 1977, 1990, 1983, 1993, 1994, 1996, 1997, 2003 e 2007. Supercopa Européia (Atual Copa da UEFA), duas vezes, 1968 e 1991. Recopa Européia (Supercopa da UEFA), uma vez, 1991. Liga dos Campeões, em três oportunidades, 1968, 1999 e 2008 e Campeão Intercontinental em 1999.
O estádio do Manchester United é o Old Trafford, apelidado pelo ex-jogador e maior ídolo da história do clube, Bobby Charlton, como o “Teatro dos Sonhos”. O terreno onde se localiza o estádio foi comprado pela cervejaria de John Henry Davies e arrendado ao clube. Ele também foi o financiador da construção do estádio, iniciada em 1908. Com capacidade para 80 mil pessoas, o Old Trafford foi inaugurado em 19 de fevereiro de 1910, com uma derrota do Manchester United para o Liverpool por 4 X 3.
O Old Trafford foi bombardeado durante a 2ª Guerra Mundial e só voltou a receber jogos em 1949, após ser reconstruído, com capacidade para receber 67 mil torcedores. Nesse período, o clube mandou os jogos no estádio do rival Manchester City. No ano passado foram inauguradas novas reformas, que tornaram o Old Trafford o segundo maior estádio da Inglaterra, podendo receber 76 mil pessoas sentadas. O novo estádio de Wembley, com capacidade para 90 mil assistentes é o maior de todo o Reino Unido.
O Manchester United praticamente não vende ingressos para seus jogos no Old Trafford, onde a média de público, a maior do mundo, não baixa de 75 mil torcedores por partida. Os ingressos são adquiridos basicamente no início da temporada pelos sócios mais antigos. Existem filas de sócios com mais de quatro anos para aquisição de um “season ticket” (ingresso válido para uma temporada inteira), que pode valer até 2.000 euros.
O maior ídolo e artilheiro da história do Manchester United foi o atacante Bobby Charlton, que atuou pelo clube de 1954 a 1973 e disputou 752 jogos, marcando 249 gols. Nesse período, conquistou três Campeonatos Ingleses (1956/57, 1964/65 e 1966/67), uma Copa da Inglaterra (1962/63) e uma Liga dos Campeões da Europa (1967/68), além de ganhar a Copa do Mundo de 1966 pelo país.
Em 1964 um diabinho vermelho chamado Fred, foi escolhido para ser mascote do clube, que é conhecido na Inglaterra e em todo o mundo como os “Red Devils”, ou “Os Diabos Vermelhos”. O símbolo faz alusão justamente a isso: as cores do time e ao diabo que segura um tridente.
Em 1991 o Manchester United colocou ações na Bolsa de Valores de Londres. Ao começo da década de 2000, o empresário norte-americano Malcolm Glazer, dono do time de futebol americano, Tampa Bay Buccaneers, iniciou um processo de compra das ações do clube inglês. O milionário americano possui participações em empresas de petróleo, indústria de embalagens, planos de saúde, construtoras e bancos. Ele partiu da compra de 3,17% das ações do Manchester em setembro de 2003 e ao final do ano, já possuía 15%. Em maio de 2005, fez o ataque final e comprou 98% das ações, obrigando que os 2% restantes fossem vendidos a ele. Com isso o Manchester United se transformou em empresa de um único dono, que pagou pelo clube mais de 800 milhões de libras.
Além de ser um dos maiores e mais populares clubes da Inglaterra, com cerca de 150 mil associados, o Manchester United é tido atualmente como o clube mais rico do mundo, valendo 3 bilhões de dólares. Também tem um dos maiores patrocínios do mundo: fechou um acordo com o grupo de seguros AIG (American International Group), com duração de quatro anos e valor de 56,5 milhões de libras esterlinas. A AIG é a terceira empresa que patrocina o Manchester United na história do clube. A empresa japonesa Sharp foi a primeira, associada ao time por 18 anos, entre 1982 e 2000, seguida pela Vodafone.
Hoje o Manchester United é um dos poucos clubes de futebol do mundo a ter seu próprio avião para transportar os jogadores e comissão técnica. O modelo é um Airbus A320, mais conhecido como Red Devil A320. A aeronave é toda pintada de vermelho com imagens dos craques do elenco. Além de ter seu avião particular, o Manchester United fechou um convênio com a AirAsia para ter uma linha de aviões, com destino ao continente asiático. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Por enquanto, três participantes do Mundial são conhecidos: Pachuca Club de Fútbol, do México, vencedor da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe (Concacaf), Waitakere United de Nova Zelândia, campeão da Confederação de Futebol da Oceania (OFC) e o Manchester United, representante da União das Associações Européias de Futebol (UEFA) tem vagas asseguradas na competição. Falta saber quem irá representar a América do Sul, África, Ásia e Japão.
O Manchester United, que este ano comemora 130 anos nasceu modestamente, como outros grandes clubes do mundo. Foi fundado em 1878 com o nome de Newton Heath LYR (abreviatura para Lancashire e Yorkshire Railway) Football Club. Não existem dados oficiais que confirmem o dia e o mês da fundação do clube. O que se sabe de concreto é que era o time dos operários do depósito da Cia. Ferrovia de Lancashire e Yorkshire, que trabalhavam em Newton Heath, para jogos contra outros departamentos da empresa e companhias do ramo.
Em 1888, quando foi criada a Football League, a principal do futebol inglês na época, o Newton Heath abdicou de disputar o campeonato, por não se achar em condições de enfrentar equipes mais fortes. Somente em 1892 se filiou a Liga, já com o nome de Newton Heath Football Club e sem o patrocínio da companhia.
Em 1902, com a profissionalização enfrentou graves problemas financeiros e quase fechou as portas. Foi quando surgiu à figura salvadora de John Henry Davies, dono de uma cervejaria e que decidiu investir no clube. De cara fez algumas mudanças estruturais, entre elas a troca do nome da agremiação. Em 26 de abril de 1902 surgiu o Manchester United F.C.. As cores do uniforme também foram modificadas: o amarelo e verde do Newton Heath deram lugar ao vermelho e branco.
Depois de disputar alguns campeonatos da segunda divisão, o Manchester United subiu para a primeira divisão inglesa na temporada 1905/1906. E já em 1908/1909 se sagrava campeão inglês e da Supercopa da Inglaterra. Em 1910/1911, repetiu o feito. Depois veio a decadência. A paralisação do futebol inglês, em razão da Primeira Guerra Mundial (1914/1919) foi determinante para isso. No retorno das competições, o time, que já vinha mal, acabou caindo para a segunda divisão na temporada 1921/1922. O retorno à elite do futebol inglês aconteceu em 1924/1925. Em 1930/1931, um novo rebaixamento.
A falência era iminente. E mais uma vez surgiu alguém para evitar a catástrofe. Dessa feita foi um empresário chamado James Gibson que salvou o Manchester United da extinção, investindo 30 mil libras esterlinas. Apesar da resolução dos problemas financeiros, o desempenho dentro de campo não se mostrou satisfatório. Em 1933/1934, por pouco não foi parar na terceira divisão.
Em 1935/1936, depois de uma série sensacional de 19 jogos invictos na segunda divisão, voltou a integrar a categoria principal. Mas não conseguiu se firmar e caiu mais uma vez. Na temporada seguinte garantiu novo retorno a elite. Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o campeonato inglês foi paralisado. Em 1946/1947 a competição recomeçou e o Manchester United foi vice-campeão, atrás apenas do campeão Liverpool.
Seguiram-se anos de calmaria e conquistas. Em 1948, a Copa da Inglaterra. Em 1951/1952 o campeonato Inglês, feito que não conseguia desde 1911. Em 1955/1956 e em 1956/1957, o primeiro bicampeonato. O time da década de 50 foi um dos melhores da história do Manchester. Em 6 de fevereiro de 1958, aconteceu o inesperado: um acidente que ficou conhecido como o desastre aéreo de Munique. Um avião que levava atletas do clube caiu, e 22 pessoas morreram entre elas sete jogadores.
Depois disso o time teve que ser remontado. Os bons resultados não demoraram para reaparecer: em 1962/1963, a conquista da Copa da Inglaterra. Na temporada 1964/1965, o campeonato inglês e o direito de participar da Copa Européia, atual Liga dos Campeões que dava os primeiros passos. Os anos de ouro da década de 60 não duraram muito. Em 1974, o time foi mais uma vez rebaixado para a segunda divisão, onde passou uma temporada. Em 1977, foi campeão da Copa da Inglaterra.
A partir daí o Manchester se mantém entre os grandes. Se na década de 1980 não teve conquistas importantes – o domínio foi do Liverpool – nos anos que se seguiram não teve motivos para reclamar. Destaque para o título de Campeão da Copa Toyota, antigo Mundial de Clubes, ganho em 1999 com uma vitória de 1 X 0 sobre o brasileiro Palmeiras. Até este ano de 2008, ganhou quase tudo que um clube pode aspirar, culminando com duas conquistas históricas: campeão inglês de 2007/2008 e também da Liga dos Campeões de 2008, com uma vitória nos pênaltis sobre o Chelsea, no jogo final.
O popular clube inglês é dono de muitos títulos: campeão inglês por 17 vezes, nos anos de 1907/08, 1910/11, 1951/52, 1955/56, 1956/57, 1964/65, 1966/67, 1992/93, 1993/94, 1995/96, 1996/97, 1998/99, 1999/00, 2000/01, 2002/03, 2006/07 e 2007/08. Copa da Inglaterra em 11 oportunidades: 1908/09, 1947/48, 1962/63, 1976/77, 1982/83, 1984/85, 1989/90, 1993/94, 1995/96, 1998/99 e 2003/04. Copa da Liga Inglesa por duas vezes: 1992 e 2006. Super Copa da Liga Inglesa, em 16 oportunidades: 1908, 1911, 1952, 1956, 1957, 1965, 1967, 1977, 1990, 1983, 1993, 1994, 1996, 1997, 2003 e 2007. Supercopa Européia (Atual Copa da UEFA), duas vezes, 1968 e 1991. Recopa Européia (Supercopa da UEFA), uma vez, 1991. Liga dos Campeões, em três oportunidades, 1968, 1999 e 2008 e Campeão Intercontinental em 1999.
O estádio do Manchester United é o Old Trafford, apelidado pelo ex-jogador e maior ídolo da história do clube, Bobby Charlton, como o “Teatro dos Sonhos”. O terreno onde se localiza o estádio foi comprado pela cervejaria de John Henry Davies e arrendado ao clube. Ele também foi o financiador da construção do estádio, iniciada em 1908. Com capacidade para 80 mil pessoas, o Old Trafford foi inaugurado em 19 de fevereiro de 1910, com uma derrota do Manchester United para o Liverpool por 4 X 3.
O Old Trafford foi bombardeado durante a 2ª Guerra Mundial e só voltou a receber jogos em 1949, após ser reconstruído, com capacidade para receber 67 mil torcedores. Nesse período, o clube mandou os jogos no estádio do rival Manchester City. No ano passado foram inauguradas novas reformas, que tornaram o Old Trafford o segundo maior estádio da Inglaterra, podendo receber 76 mil pessoas sentadas. O novo estádio de Wembley, com capacidade para 90 mil assistentes é o maior de todo o Reino Unido.
O Manchester United praticamente não vende ingressos para seus jogos no Old Trafford, onde a média de público, a maior do mundo, não baixa de 75 mil torcedores por partida. Os ingressos são adquiridos basicamente no início da temporada pelos sócios mais antigos. Existem filas de sócios com mais de quatro anos para aquisição de um “season ticket” (ingresso válido para uma temporada inteira), que pode valer até 2.000 euros.
O maior ídolo e artilheiro da história do Manchester United foi o atacante Bobby Charlton, que atuou pelo clube de 1954 a 1973 e disputou 752 jogos, marcando 249 gols. Nesse período, conquistou três Campeonatos Ingleses (1956/57, 1964/65 e 1966/67), uma Copa da Inglaterra (1962/63) e uma Liga dos Campeões da Europa (1967/68), além de ganhar a Copa do Mundo de 1966 pelo país.
Em 1964 um diabinho vermelho chamado Fred, foi escolhido para ser mascote do clube, que é conhecido na Inglaterra e em todo o mundo como os “Red Devils”, ou “Os Diabos Vermelhos”. O símbolo faz alusão justamente a isso: as cores do time e ao diabo que segura um tridente.
Em 1991 o Manchester United colocou ações na Bolsa de Valores de Londres. Ao começo da década de 2000, o empresário norte-americano Malcolm Glazer, dono do time de futebol americano, Tampa Bay Buccaneers, iniciou um processo de compra das ações do clube inglês. O milionário americano possui participações em empresas de petróleo, indústria de embalagens, planos de saúde, construtoras e bancos. Ele partiu da compra de 3,17% das ações do Manchester em setembro de 2003 e ao final do ano, já possuía 15%. Em maio de 2005, fez o ataque final e comprou 98% das ações, obrigando que os 2% restantes fossem vendidos a ele. Com isso o Manchester United se transformou em empresa de um único dono, que pagou pelo clube mais de 800 milhões de libras.
Além de ser um dos maiores e mais populares clubes da Inglaterra, com cerca de 150 mil associados, o Manchester United é tido atualmente como o clube mais rico do mundo, valendo 3 bilhões de dólares. Também tem um dos maiores patrocínios do mundo: fechou um acordo com o grupo de seguros AIG (American International Group), com duração de quatro anos e valor de 56,5 milhões de libras esterlinas. A AIG é a terceira empresa que patrocina o Manchester United na história do clube. A empresa japonesa Sharp foi a primeira, associada ao time por 18 anos, entre 1982 e 2000, seguida pela Vodafone.
Hoje o Manchester United é um dos poucos clubes de futebol do mundo a ter seu próprio avião para transportar os jogadores e comissão técnica. O modelo é um Airbus A320, mais conhecido como Red Devil A320. A aeronave é toda pintada de vermelho com imagens dos craques do elenco. Além de ter seu avião particular, o Manchester United fechou um convênio com a AirAsia para ter uma linha de aviões, com destino ao continente asiático. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
terça-feira, 27 de maio de 2008
Fecha na Prochaska
Eu sei que esta historinha não tem nada a ver com esportes, mas não resisti a tentação de contar. Nos anos 80 a TV Bandeirantes transmitia aqueles bailes de Carnaval bem da pesada. Os repórteres Otávio Mesquita e Cristina Prochaska foram escalados para um baile no Clube Monte Líbano, em São Paulo. Cristina, quase ao fim da transmissão entrevistava um folião, quando uma garota totalmente nua resolveu dançar em cima de uma mesa bem perto da repórter.
Vendo aquilo, o câmera desviou a filmagem e surgiu na tela o bonito e ereto par de peitos que balançava ao som da música. Eram tempos da ditadura, e preocupado com a censura o diretor mandou a ordem para focar somente na entrevistadora, que foi ouvida nitidamente por todos os telespectadores: “Fecha na Prochaska! Fecha na Prochaska!". E o inesperado aconteceu. O câmera não teve a menor dúvida, abaixou a imagem, e todos se deliciaram ao ver por inteiro a parte inferior da garota, com tudo a que tinham direito. Dizem que o diretor teve um troço.
Lá pelos anos 60 jogava no Fortaleza um zagueiro chamado Sapenha, um daqueles verdadeiros “guarda-roupas”, que dentro de campo não dava moleza para os atacantes. Mas em frente a um microfone era um desastre. Antes de um jogo contra uma equipe de Recife, na capital pernambucana, concedeu uma entrevista a uma emissora de rádio local.
O repórter perguntou: “Sapenha como está o time para o jogo contra o Sport? O zagueiro respondeu: “Ah, o time está foda”. Mesmo preocupado, o repórter resolveu continuar perguntando: “E você? Está bem preparado?” E Sapenha, sem titubear: “Ah, eu estou fodinha”. Já gaguejando o repórter perguntou para encerrar a entrevista: “Você quer mandar algum recado para o pessoal lá de Fortaleza? E Sapenha, inocentemente disse: “Quero! Benção mãe!”.
O grande compositor brasileiro Ary Barroso, autor de verdadeiras obras primas musicais, como “Aquarela do Brasil”, foi também narrador de futebol nos anos 40. Torcedor apaixonado do Flamengo, Ary puxava o som de uma gaitinha de boca, antes de gritar o gol. Se o Flamengo estivesse jogando mal, a transmissão era triste, lenta, difícil de ouvir.
Um lance narrado por Ary Barroso entrou definitivamente para o folclore do rádio. Era um clássico Fla-Flu que decidia o Campeonato Carioca. Foi assim: “Zizinho passa a Pirilo. Pirilo recua para Biguá. Biguá estende para Zizinho, lá vai ele entrando na área, mas o juiz dá impedimento. Agora é a vez deles. Olhaí, eu não disse? Didi dribla Biguá, passa a Carlyle, que vai entrando, Orlando recebe. Pronto. Nem quero mais ver". Ary silenciou, ouviu-se claramente o grito da torcida festejando, e ele deu dois soprinhos na gaita. Foi gol do Fluminense.
No dia 11 de novembro de 2001, o locutor Júlio Sales, da Rádio Assunção, de Fortaleza, num jogo em Natal, entre o ABC local e Fortaleza, indignado com a atuação do bandeirinha que não marcava os impedimentos do time da casa protestou em plena narração: "Esse bandeirinha não levanta mais o pau, assim não é possível".
Essa me fez lembrar de um narrador de uma das rádios de Pelotas (RS), que transmitia um clássico local entre Brasil e Pelotas, o famoso Bra-Pel. Isso foi na década de 60. Não vou citar o nome do locutor porque ainda está vivo e somos amigos. No Brasil jogava um goleiro uruguaio de quase dois metros de altura, de nome Gióvio. Lá pelas tantas um ataque do Pelotas que o narrador com vibração contou: “Lá vai Deraldo, arrisca o chute de fora da área, uma bomba, no pau de Gióvio”. Claro que foi na trave.
No livro "Histórias de Sandro Moreyra", encontrei esta “judiaria” com nossos irmãos portugueses: Durante um jogo entre Vasco e Americano, os já mal-humorados vascaínos que estavam sendo derrotados, ouviram pelos alto-falantes de São Januário esta notícia dada em voz triste pelo locutor: "Em Lisboa, no Estádio da Luz, a União Soviética vence Portugal por 2 X 0". Um burburinho correu pelas sociais e um conselheiro, de nome Pacheco, interpelou o presidente vascaíno.
”Oh, Calçada, como é que podemos perder hoje um jogo a se realizar amanhã?” Calçada foi saber e pouco depois o locutor corrigiu e os alto-falantes anunciavam: “Atenção: o jogo que acabamos de noticiar será realizado amanhã. E está 0 X 0”.
No Rio de janeiro tinha um locutor que se autodenominava “o que sabe falar com os craques”. Certa ocasião ele inventou de entrevistar um jogador do Vasco, de nome Genuíno, analfabeto de pai e mãe e avesso a microfones. Sabedor da “alergia” do jogador arriscou: “Genuino, só duas palavrinhas”. E o craque respondeu: “Ôce é doido mermo. Si ieu num falo nem uma palavrinha, comu é qui ôce qué qui eu fale duas?”.
O locutor Alexandre Costa, da Rádio Clube, de Pernambuco, durante o programa "Bola ao Centro" dia 22 de julho do ano passado, ao analisar as possibilidades do Náutico, num jogo contra o Corinthians no Pacaembu, disse o seguinte: “Se conseguirmos vencer, sairemos de lá vitoriosos”.
Essa aconteceu com o radialista Carlos Farinha, também pernambucano, durante uma solenidade em sua terra natal: “Neste momento, a Primeira Dama da Cidade está sendo homenageada com um omelete de flores”.
Quando eu morava na cidade gaúcha de Rio Grande ouvi o mais conhecido narrador local nos brindar com esta preciosidade: “Falta perigosa contra o Rio Grande. É junto à linha da grande área. Chance de ouro para o Rio-Grandense que tem bons batedores. Barreira compacta do Rio Grande, ‘não tem brecha’. Autoriza o árbitro, correu Bocanha, atirou, na brecha. É gooooool”.
Do mesmo narrador, torcedor ardoroso do São Paulo, time da cidade: “Fulano, o São Paulo quer levar o gol. Não é possível, uma falta bem perto da meta e os jogadores não fazem barreira”. E o repórter informou: “Não pode fulano. É pênalti”.
O locutor Vasconcelos Lima, de uma rádio de Maceió fazia a cobertura de um almoço em que estavam sendo homenageadas figuras representativas de várias atividades no Estado, inclusive do futebol. No meio da transmissão saiu com esta beleza: “Neste salão registramos a presença de ilustres homens públicos. Enquanto não é servido o almoço, eles pegam um aperitivo, comem um tira-gosto e no outro salão reservado às mulheres, estão comendo as suas senhoras”. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Vendo aquilo, o câmera desviou a filmagem e surgiu na tela o bonito e ereto par de peitos que balançava ao som da música. Eram tempos da ditadura, e preocupado com a censura o diretor mandou a ordem para focar somente na entrevistadora, que foi ouvida nitidamente por todos os telespectadores: “Fecha na Prochaska! Fecha na Prochaska!". E o inesperado aconteceu. O câmera não teve a menor dúvida, abaixou a imagem, e todos se deliciaram ao ver por inteiro a parte inferior da garota, com tudo a que tinham direito. Dizem que o diretor teve um troço.
Lá pelos anos 60 jogava no Fortaleza um zagueiro chamado Sapenha, um daqueles verdadeiros “guarda-roupas”, que dentro de campo não dava moleza para os atacantes. Mas em frente a um microfone era um desastre. Antes de um jogo contra uma equipe de Recife, na capital pernambucana, concedeu uma entrevista a uma emissora de rádio local.
O repórter perguntou: “Sapenha como está o time para o jogo contra o Sport? O zagueiro respondeu: “Ah, o time está foda”. Mesmo preocupado, o repórter resolveu continuar perguntando: “E você? Está bem preparado?” E Sapenha, sem titubear: “Ah, eu estou fodinha”. Já gaguejando o repórter perguntou para encerrar a entrevista: “Você quer mandar algum recado para o pessoal lá de Fortaleza? E Sapenha, inocentemente disse: “Quero! Benção mãe!”.
O grande compositor brasileiro Ary Barroso, autor de verdadeiras obras primas musicais, como “Aquarela do Brasil”, foi também narrador de futebol nos anos 40. Torcedor apaixonado do Flamengo, Ary puxava o som de uma gaitinha de boca, antes de gritar o gol. Se o Flamengo estivesse jogando mal, a transmissão era triste, lenta, difícil de ouvir.
Um lance narrado por Ary Barroso entrou definitivamente para o folclore do rádio. Era um clássico Fla-Flu que decidia o Campeonato Carioca. Foi assim: “Zizinho passa a Pirilo. Pirilo recua para Biguá. Biguá estende para Zizinho, lá vai ele entrando na área, mas o juiz dá impedimento. Agora é a vez deles. Olhaí, eu não disse? Didi dribla Biguá, passa a Carlyle, que vai entrando, Orlando recebe. Pronto. Nem quero mais ver". Ary silenciou, ouviu-se claramente o grito da torcida festejando, e ele deu dois soprinhos na gaita. Foi gol do Fluminense.
No dia 11 de novembro de 2001, o locutor Júlio Sales, da Rádio Assunção, de Fortaleza, num jogo em Natal, entre o ABC local e Fortaleza, indignado com a atuação do bandeirinha que não marcava os impedimentos do time da casa protestou em plena narração: "Esse bandeirinha não levanta mais o pau, assim não é possível".
Essa me fez lembrar de um narrador de uma das rádios de Pelotas (RS), que transmitia um clássico local entre Brasil e Pelotas, o famoso Bra-Pel. Isso foi na década de 60. Não vou citar o nome do locutor porque ainda está vivo e somos amigos. No Brasil jogava um goleiro uruguaio de quase dois metros de altura, de nome Gióvio. Lá pelas tantas um ataque do Pelotas que o narrador com vibração contou: “Lá vai Deraldo, arrisca o chute de fora da área, uma bomba, no pau de Gióvio”. Claro que foi na trave.
No livro "Histórias de Sandro Moreyra", encontrei esta “judiaria” com nossos irmãos portugueses: Durante um jogo entre Vasco e Americano, os já mal-humorados vascaínos que estavam sendo derrotados, ouviram pelos alto-falantes de São Januário esta notícia dada em voz triste pelo locutor: "Em Lisboa, no Estádio da Luz, a União Soviética vence Portugal por 2 X 0". Um burburinho correu pelas sociais e um conselheiro, de nome Pacheco, interpelou o presidente vascaíno.
”Oh, Calçada, como é que podemos perder hoje um jogo a se realizar amanhã?” Calçada foi saber e pouco depois o locutor corrigiu e os alto-falantes anunciavam: “Atenção: o jogo que acabamos de noticiar será realizado amanhã. E está 0 X 0”.
No Rio de janeiro tinha um locutor que se autodenominava “o que sabe falar com os craques”. Certa ocasião ele inventou de entrevistar um jogador do Vasco, de nome Genuíno, analfabeto de pai e mãe e avesso a microfones. Sabedor da “alergia” do jogador arriscou: “Genuino, só duas palavrinhas”. E o craque respondeu: “Ôce é doido mermo. Si ieu num falo nem uma palavrinha, comu é qui ôce qué qui eu fale duas?”.
O locutor Alexandre Costa, da Rádio Clube, de Pernambuco, durante o programa "Bola ao Centro" dia 22 de julho do ano passado, ao analisar as possibilidades do Náutico, num jogo contra o Corinthians no Pacaembu, disse o seguinte: “Se conseguirmos vencer, sairemos de lá vitoriosos”.
Essa aconteceu com o radialista Carlos Farinha, também pernambucano, durante uma solenidade em sua terra natal: “Neste momento, a Primeira Dama da Cidade está sendo homenageada com um omelete de flores”.
Quando eu morava na cidade gaúcha de Rio Grande ouvi o mais conhecido narrador local nos brindar com esta preciosidade: “Falta perigosa contra o Rio Grande. É junto à linha da grande área. Chance de ouro para o Rio-Grandense que tem bons batedores. Barreira compacta do Rio Grande, ‘não tem brecha’. Autoriza o árbitro, correu Bocanha, atirou, na brecha. É gooooool”.
Do mesmo narrador, torcedor ardoroso do São Paulo, time da cidade: “Fulano, o São Paulo quer levar o gol. Não é possível, uma falta bem perto da meta e os jogadores não fazem barreira”. E o repórter informou: “Não pode fulano. É pênalti”.
O locutor Vasconcelos Lima, de uma rádio de Maceió fazia a cobertura de um almoço em que estavam sendo homenageadas figuras representativas de várias atividades no Estado, inclusive do futebol. No meio da transmissão saiu com esta beleza: “Neste salão registramos a presença de ilustres homens públicos. Enquanto não é servido o almoço, eles pegam um aperitivo, comem um tira-gosto e no outro salão reservado às mulheres, estão comendo as suas senhoras”. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
sábado, 24 de maio de 2008
Seu Edevair morreu sem ver sonho realizado
Vitimado por um infarto, morreu na tarde de quinta-feira, 22, aos 77 anos, Edevair de Souza Farias, pai do ex-jogador Romário. Ele estava internado no hospital Barra Do’r, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, desde a semana passada em razão de uma infecção urinária generalizada. Seu Edevair não vinha bem de saúde e há três anos fazia hemodiálise.
O sepultamento aconteceu ontem à tarde (23) no cemitério de Inhaúma, em Del Castilho, na zona norte da capital fluminense, num clima de muita emoção e tumulto, devido à presença de um grande número de admiradores do “Baixinho”. A confusão foi enorme. Vários torcedores se aglomeraram para participar da cerimônia e alguns acabaram perdendo o equilíbrio e caindo em covas abertas.
Durante o enterro, Romário, que carregava uma bandeira do América (RJ), time de coração de Edevair, chorou bastante ao lado de sua mãe, Manuela Ladislau Faria, a dona Lita. O pai do ex-atacante tinha como sonho ver o filho atuando no time americano. O presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, que foi levar sua solidariedade a Romário, acenou com a possibilidade de ajudar o América a sair da segunda divisão do futebol carioca, ano que vem.
Seu Edevair, sempre quis que o filho se tornasse jogador de futebol. Ainda de colo, nos tempos em que residiam na comunidade do Jacarezinho, Romário ganhou a primeira bola de futebol. Quando tinha três anos de idade, a família mudou-se para a Vila da Penha. Lá Romário jogou no time do Estrelinha, fundado por seu pai.
Em 1979, um olheiro o levou para fazer testes no infantil do Olaria, onde foi destaque. Dali ao Vasco da Gama, onde chegou em 1980 foi um pulo. Depois de passar pelas categorias de base do clube da Cruz de Malta, Romário subiu ao time de profissionais pelas mãos do técnico Antônio Lopes. Sua estréia na equipe principal se deu no dia 6 de fevereiro de 1985, num jogo do Campeonato Brasileiro em que o Vasco venceu o Coritiba por 3 X 0. Romário entrou no segundo tempo, no lugar de Mário Tilico.
O primeiro gol do “Baixinho” pelo Vasco foi marcado no dia 18 de Agosto de 1985, em um amistoso contra o time do Nova Venécia. Nesse mesmo ano foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca. Em 1986 assinou o primeiro contrato profissional, ano em que fez dupla de ataque com Roberto Dinamite. Mesmo ao lado do goleador, foi artilheiro do Campeonato Carioca, com um gol a mais que o companheiro.
Em 1987, Romário foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, para um jogo amistoso contra a seleção da Irlanda. Mas seu primeiro gol com a camisa canarinho só aconteceu meses depois, numa vitória por 3 X 2 contra a Finlândia. Em 1987 e 1988, foi bi-campeão carioca. Ainda em 1988 foi medalha de prata nas Olimpíadas de Seul com a Seleção Brasileira. Depois de conquistar o título do Campeonato Carioca, transferiu-se para o clube holandês PSV Eindhoven, por US$ 5 milhões.
Em 1989 ajudou o Brasil a se classificar para a Copa de 1990. Mas devido a uma fratura no tornozelo, sua participação na Copa foi prejudicada: na única partida como titular, contra a Escócia, foi substituído no segundo tempo. Ao longo de 1990 e 1991, Romário continuou como principal jogador do PSV, sendo artilheiro do Campeonato neerlandês e da Copa dos Países Baixos. Em 1993, se transferiu para o FC Barcelona.
Em 1993, já na condição de melhor jogador do mundo foi chamado para salvar a Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa de 1994. Seu desempenho contra o Uruguai, quando fez dois gols foi decisivo para que a Seleção alcançasse classificação. O ano de 1994 foi um dos melhores da carreira de Romário, culminando com a conquista do tetra-campeonato mundial para o Brasil; E no final do ano ganhou o título da FIFA de melhor jogador do mundo.
Em 1995, Romário retornou ao Brasil e para o Flamengo, que completava 100 anos. O “Baixinho” foi artilheiro do Carioca, mas o Flamengo ganhou apenas um turno do campeonato, a chamada Taça Guanabara, perdendo o título para o Fluminense. No Campeonato Brasileiro a campanha também não foi boa, o que abalou o prestígio do atacante. Em 1996 as coisas melhoraram e o Flamengo foi campeão carioca invicto e Romário mais uma vez o artilheiro do estadual. O rubro-negro ainda papou a Copa Ouro Sul-Americana.
Em 1997 Romário foi emprestado ao Valencia da Espanha, depois que o Flamengo perdeu a Copa do Brasil para o Grêmio e o Torneio Rio-São Paulo para o Santos. No Campeonato Brasileiro de 1997 só jogou quatro partidas pelo Flamengo, que foi quinto colocado. Pela Seleção Brasileira, conquistou a Copa América, realizada na Bolívia, mas não participou do jogo final, por lesão. Ainda foi campeão da Copa das Confederações, realizada na Arábia Saudita.
Em 1998, depois de uma temporada frustrante no Valência voltou ao Flamengo. Um mês antes da Copa da França, se lesionou num jogo contra o Friburguense, o que provocou seu corte da Seleção. Em 1999 foi campeão carioca jogando apenas 18 minutos no primeiro tempo da partida decisiva contra o Vasco da Gama. E mais uma vez artilheiro do estadual. Também foi o goleador da Copa Mercosul com 8 gols.
Romário foi dispensado do clube por indisciplina durante a última rodada do Campeonato Brasileiro de 1999, ao participar de uma festa em Caxias do Sul depois de uma derrota para o Juventude.
Em 2000, devido a atrasos no pagamento de salários, e a dívida do Flamengo com ele, Romário se transferiu para o Vasco. Nesse mesmo ano foi campeão da Copa Mercosul, numa final inesquecível contra o Palmeiras, que vencia por 3 x 0 e não conseguiu conter a reação vascaína, que virou para 4 x 3. Ele marcou 3 gols. Depois ajudou o Vasco a vencer a Copa João Havelange, em final contra o São Caetano.
Em 2002, Romário foi para o Fluminense, que festejava o centenário. Suas boas atuações no tricolor recomendavam a convocação para o Mundial do Japão/Coréia. Embora a pressão da imprensa, o técnico Luis Felipe Scolari não o convocou. Romário ficou nas Laranjeiras até 2005, quando retornou ao Vasco da Gama. Romário novamente surpreendeu, sagrando-se um dos artilheiros do Campeonato Carioca.
Em 27 de abril, Romário fez o jogo de despedida da Seleção, na comemoração dos 40 anos da Rede Globo. Foi um amistoso no Pacaembu, em São Paulo contra a Guatemala, em que ele jogou 38 minutos e marcou um dos gols da vitória brasileira de 3 X 0. Em 2005 foi artilheiro do Campeonato Brasileiro com 22 gols.
Em março de 2006, Romário foi para o Miami FC, dos Estados Unidos, time filiado a uma liga secundária. Sem fazer boas atuações, voltou ao Brasil e foi impedido de jogar o campeonato mineiro pelo Tupi Football Club de Juiz de Fora. Isso fez com que aceitasse jogar pela equipe australiana do Adelaide United.
No retorno ao Brasil, novamente o endereço do Vasco. No dia 20 de maio de 2007, em São Januário, ele fez seu milésimo gol num jogo contra o Sport Club do Recife, de pênalti, assim como havia feito Pelé. O feito mereceu uma estátua de bronze, atrás da mesma baliza do milésimo gol, inaugurada em 19 de agosto do ano passado, no jogo Vasco da Gama X América (RN).
Romário ainda tentou começar a carreira de técnico, mas desistiu logo em seguida. No dia 6 de fevereiro, no jogo válido pelo Campeonato Carioca de 2007, pediu demissão do cargo, por interferência do presidente Eurico Miranda, que mandou escalar o atacante Alan Kardec, para poder vendê-lo ao exterior. Romário havia optado por Abuda.
Em Fevereiro de 2008, o jogador anunciou que se aposentaria no dia 30 de Março. No dia 14 de Abril, em um evento realizado no Rio de Janeiro, organizado para o lançamento de um DVD sobre sua carreira, acabou oficializando sua aposentadoria do futebol, sem concretizar o maior desejo de seu pai, que era vê-lo vestir a camisa do América.
Romário nasceu em Jacarezinho, bairro do Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1966. Foi o segundo maior artilheiro da Seleção Brasileira com 71 gols marcados e um dos maiores centroavantes brasileiros de todos os tempos. (Texto e pesquisa, Nilo Dias).
O sepultamento aconteceu ontem à tarde (23) no cemitério de Inhaúma, em Del Castilho, na zona norte da capital fluminense, num clima de muita emoção e tumulto, devido à presença de um grande número de admiradores do “Baixinho”. A confusão foi enorme. Vários torcedores se aglomeraram para participar da cerimônia e alguns acabaram perdendo o equilíbrio e caindo em covas abertas.
Durante o enterro, Romário, que carregava uma bandeira do América (RJ), time de coração de Edevair, chorou bastante ao lado de sua mãe, Manuela Ladislau Faria, a dona Lita. O pai do ex-atacante tinha como sonho ver o filho atuando no time americano. O presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, que foi levar sua solidariedade a Romário, acenou com a possibilidade de ajudar o América a sair da segunda divisão do futebol carioca, ano que vem.
Seu Edevair, sempre quis que o filho se tornasse jogador de futebol. Ainda de colo, nos tempos em que residiam na comunidade do Jacarezinho, Romário ganhou a primeira bola de futebol. Quando tinha três anos de idade, a família mudou-se para a Vila da Penha. Lá Romário jogou no time do Estrelinha, fundado por seu pai.
Em 1979, um olheiro o levou para fazer testes no infantil do Olaria, onde foi destaque. Dali ao Vasco da Gama, onde chegou em 1980 foi um pulo. Depois de passar pelas categorias de base do clube da Cruz de Malta, Romário subiu ao time de profissionais pelas mãos do técnico Antônio Lopes. Sua estréia na equipe principal se deu no dia 6 de fevereiro de 1985, num jogo do Campeonato Brasileiro em que o Vasco venceu o Coritiba por 3 X 0. Romário entrou no segundo tempo, no lugar de Mário Tilico.
O primeiro gol do “Baixinho” pelo Vasco foi marcado no dia 18 de Agosto de 1985, em um amistoso contra o time do Nova Venécia. Nesse mesmo ano foi vice-artilheiro do Campeonato Carioca. Em 1986 assinou o primeiro contrato profissional, ano em que fez dupla de ataque com Roberto Dinamite. Mesmo ao lado do goleador, foi artilheiro do Campeonato Carioca, com um gol a mais que o companheiro.
Em 1987, Romário foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez, para um jogo amistoso contra a seleção da Irlanda. Mas seu primeiro gol com a camisa canarinho só aconteceu meses depois, numa vitória por 3 X 2 contra a Finlândia. Em 1987 e 1988, foi bi-campeão carioca. Ainda em 1988 foi medalha de prata nas Olimpíadas de Seul com a Seleção Brasileira. Depois de conquistar o título do Campeonato Carioca, transferiu-se para o clube holandês PSV Eindhoven, por US$ 5 milhões.
Em 1989 ajudou o Brasil a se classificar para a Copa de 1990. Mas devido a uma fratura no tornozelo, sua participação na Copa foi prejudicada: na única partida como titular, contra a Escócia, foi substituído no segundo tempo. Ao longo de 1990 e 1991, Romário continuou como principal jogador do PSV, sendo artilheiro do Campeonato neerlandês e da Copa dos Países Baixos. Em 1993, se transferiu para o FC Barcelona.
Em 1993, já na condição de melhor jogador do mundo foi chamado para salvar a Seleção Brasileira nas Eliminatórias da Copa de 1994. Seu desempenho contra o Uruguai, quando fez dois gols foi decisivo para que a Seleção alcançasse classificação. O ano de 1994 foi um dos melhores da carreira de Romário, culminando com a conquista do tetra-campeonato mundial para o Brasil; E no final do ano ganhou o título da FIFA de melhor jogador do mundo.
Em 1995, Romário retornou ao Brasil e para o Flamengo, que completava 100 anos. O “Baixinho” foi artilheiro do Carioca, mas o Flamengo ganhou apenas um turno do campeonato, a chamada Taça Guanabara, perdendo o título para o Fluminense. No Campeonato Brasileiro a campanha também não foi boa, o que abalou o prestígio do atacante. Em 1996 as coisas melhoraram e o Flamengo foi campeão carioca invicto e Romário mais uma vez o artilheiro do estadual. O rubro-negro ainda papou a Copa Ouro Sul-Americana.
Em 1997 Romário foi emprestado ao Valencia da Espanha, depois que o Flamengo perdeu a Copa do Brasil para o Grêmio e o Torneio Rio-São Paulo para o Santos. No Campeonato Brasileiro de 1997 só jogou quatro partidas pelo Flamengo, que foi quinto colocado. Pela Seleção Brasileira, conquistou a Copa América, realizada na Bolívia, mas não participou do jogo final, por lesão. Ainda foi campeão da Copa das Confederações, realizada na Arábia Saudita.
Em 1998, depois de uma temporada frustrante no Valência voltou ao Flamengo. Um mês antes da Copa da França, se lesionou num jogo contra o Friburguense, o que provocou seu corte da Seleção. Em 1999 foi campeão carioca jogando apenas 18 minutos no primeiro tempo da partida decisiva contra o Vasco da Gama. E mais uma vez artilheiro do estadual. Também foi o goleador da Copa Mercosul com 8 gols.
Romário foi dispensado do clube por indisciplina durante a última rodada do Campeonato Brasileiro de 1999, ao participar de uma festa em Caxias do Sul depois de uma derrota para o Juventude.
Em 2000, devido a atrasos no pagamento de salários, e a dívida do Flamengo com ele, Romário se transferiu para o Vasco. Nesse mesmo ano foi campeão da Copa Mercosul, numa final inesquecível contra o Palmeiras, que vencia por 3 x 0 e não conseguiu conter a reação vascaína, que virou para 4 x 3. Ele marcou 3 gols. Depois ajudou o Vasco a vencer a Copa João Havelange, em final contra o São Caetano.
Em 2002, Romário foi para o Fluminense, que festejava o centenário. Suas boas atuações no tricolor recomendavam a convocação para o Mundial do Japão/Coréia. Embora a pressão da imprensa, o técnico Luis Felipe Scolari não o convocou. Romário ficou nas Laranjeiras até 2005, quando retornou ao Vasco da Gama. Romário novamente surpreendeu, sagrando-se um dos artilheiros do Campeonato Carioca.
Em 27 de abril, Romário fez o jogo de despedida da Seleção, na comemoração dos 40 anos da Rede Globo. Foi um amistoso no Pacaembu, em São Paulo contra a Guatemala, em que ele jogou 38 minutos e marcou um dos gols da vitória brasileira de 3 X 0. Em 2005 foi artilheiro do Campeonato Brasileiro com 22 gols.
Em março de 2006, Romário foi para o Miami FC, dos Estados Unidos, time filiado a uma liga secundária. Sem fazer boas atuações, voltou ao Brasil e foi impedido de jogar o campeonato mineiro pelo Tupi Football Club de Juiz de Fora. Isso fez com que aceitasse jogar pela equipe australiana do Adelaide United.
No retorno ao Brasil, novamente o endereço do Vasco. No dia 20 de maio de 2007, em São Januário, ele fez seu milésimo gol num jogo contra o Sport Club do Recife, de pênalti, assim como havia feito Pelé. O feito mereceu uma estátua de bronze, atrás da mesma baliza do milésimo gol, inaugurada em 19 de agosto do ano passado, no jogo Vasco da Gama X América (RN).
Romário ainda tentou começar a carreira de técnico, mas desistiu logo em seguida. No dia 6 de fevereiro, no jogo válido pelo Campeonato Carioca de 2007, pediu demissão do cargo, por interferência do presidente Eurico Miranda, que mandou escalar o atacante Alan Kardec, para poder vendê-lo ao exterior. Romário havia optado por Abuda.
Em Fevereiro de 2008, o jogador anunciou que se aposentaria no dia 30 de Março. No dia 14 de Abril, em um evento realizado no Rio de Janeiro, organizado para o lançamento de um DVD sobre sua carreira, acabou oficializando sua aposentadoria do futebol, sem concretizar o maior desejo de seu pai, que era vê-lo vestir a camisa do América.
Romário nasceu em Jacarezinho, bairro do Rio de Janeiro em 29 de janeiro de 1966. Foi o segundo maior artilheiro da Seleção Brasileira com 71 gols marcados e um dos maiores centroavantes brasileiros de todos os tempos. (Texto e pesquisa, Nilo Dias).
sexta-feira, 23 de maio de 2008
O lado divertido da imprensa esportiva
O “besteirol” no esporte não é primazia de jogadores e dirigentes de times de futebol. Tem muita gente boa por aí que anda colaborando com o anedotário da área. Eu colhi algumas “jóias” de nossos narradores, comentaristas e repórteres esportivos, espalhadas por esse Brasil afora. Para começar, nada melhor do que o mais famoso locutor esportivo do país, Galvão Bueno, da Rede Globo. Antes de um jogo amistoso entre Brasil e Inglaterra, houve uma falha na iluminação do Estádio de Wembley e o nosso entusiasmado sentenciou: “O juiz deverá adiar a partida para depois...”.
Nos anos 50 e 60 jogava no Brasil de Pelotas (RS) um lateral esquerdo chamado Tibirica. Dia de clássico e o repórter Edmar Allan, da Rádio Cultura, ao informar a escalação da equipe, saiu com esta: “O desfalque no Brasil é Tibirica, que está lesionado no joelho esquerdo da perna esquerda”.
Esta também aconteceu no Rio Grande do Sul e faz muito tempo. O locutor Aloísio Parente, descrevendo a inauguração do Estádio Olímpico, do Grêmio Portoalegrense: “O estádio é suntuoso com uma vista belíssima. Fica quase no centro da Capital. À sua direita, o belo Rio Guaíba, à esquerda, uma das principais avenidas, e, na parte sul, o mais procurado de todos os cemitérios de Porto Alegre, onde “vivem” os mortos mais ilustres da cidade”.
Ainda no Rio Grande do Sul. Hugo Schmidt era um repórter do velho e querido jornal “A Folha da Tarde Esportiva”, encarregado de cobrir o campeonato de Bolão, um esporte aos moldes do “bolicho”. Ficou para a história da imprensa a legenda que ele fez para uma foto em que aparecia uma respeitável senhora, campeã individual de bolão, num torneio do 4º Distrito, em Porto Alegre: “Fulana de Tal, a maior derrubadora de paus do quarto distrito”.
Na inauguração do Autódromo de Brasília o narrador de uma das rádios locais transformou ouvidos em olhos: “Estamos assistindo à inauguração do Hipódromo de Brasília”. Em seguida, mostrou seu “enorme conhecimento” sobre automobilismo: “Primeira pole-position para Fittipaldi, segunda pole-position para Nicky Lauda, terceira pole-position, para José Carlos Pace, e assim por diante, até a 15 pole-position”. Mas não pensem que ficou só nisso. Ao atender o chamado do repórter, que informou estar ao lado do padock, o narrador completou a felicidade dos ouvintes, que certamente chegaram ao delírio: “Então aproveita, e pergunta ao “padock” o que ele acha da corrida”.
Paulo Léro, um dos mais famosos repórteres do rádio paranaense foi chamado de o “Pelé das Asneiras”. Em uma entrevista com o presidente do Matsubara, clube interiorano, perguntou: “Presidente, é verdade que o senhor está “domesticando” o seu filho para ser o próximo presidente do clube?” Outra do nosso querido repórter: “O zagueiro Vica ficará afastado alguns dias, pois está com um “floco” dentário.” Acham pouco? Tem mais? Num jogo no Canindé, em São Paulo, entre Portuguesa de Desportos e Colorado, extinto clube paranaense houve um apagão no estádio. Depois de verificar o que tinha acontecido, Paulo Léro informou: “Olha Fernando, um gato entrou no meio do transformador, e veja só, ele se transformou numa verdadeira tocha humana”.
Conhecido locutor de uma das rádios de Brasília foi a Goiânia, transmitir um jogo entre Goiás e Ceub. Devido a um violento aguaceiro, o jogo foi adiado para a noite seguinte. Ao dar a notícia, o locutor largou esta pérola: “A nossa Rádio Alvorada vai permanecer em Goiânia, e o jogo será realizado sem falta, amanhã à noite, chova ou faça sol”. De um outro locutor de Brasília, transmitindo uma prova de remo no Lago Paranoá: “Vai ganhando cada vez mais “terreno” o barco do Saldanha da Gama”.
Decisão do campeonato paraense entre Remo e Tuna Luso, no Estádio Mangueirão. As duas equipes em campo batendo bola e os repórteres fazendo as tradicionais entrevistas. Depois que as equipes posaram para aquelas fotos que nunca são publicadas nos jornais, um repórter de rádio perguntou ao atacante Ageu Sabiá, do Clube do Remo e principal artilheiro do campeonato: “Essa foto vai para a posteridade?”. Sem vacilar o jogador respondeu: “Não, essa eu pretendo mandar para a minha família que está lá na minha terra natal, Monte Alegre”.
O ex-árbitro de futebol José Roberto Wright, agora comentarista de arbitragem de um canal de televisão, ao analisar um lance duvidoso, fez esta “esclarecedora” intervenção: “Nós, aqui, temos a máquina, por isso eu não crucifixo o auxiliar”.
Escrevo este artigo, mas tenho todo o direito de não acreditar que isto seja verdade. O falecido radialista Valdir Gentil, da Rádio Cacique, de Sorocaba (SP) foi sozinho a Ribeirão Preto para transmitir um jogo do São Bento contra o Comercial. Lá, ele conseguiu que um repórter local lhe ajudasse na transmissão. Chovia muito e em dado momento, Valdir Gentil narrou: "Chove nos quatro cantos do gramado". O repórter, querendo demonstrar que estava em cima da jogada, completou: “Valdir, eu estou melhor colocado do que você e posso lhe assegurar que chove também no centro do gramado".
Isso me fez lembrar de algo parecido que aconteceu lá na querida cidade de Rio Grande, terra do mais antigo clube de futebol do país, o S.C. Rio Grande. A Rádio Cultura fazia uma transmissão dupla: de Rio Grande o jogo Rio-Grandense X Brasil de Pelotas. E de Pelotas, Farroupilha X São Paulo. Bola no centro do gramado e jogo por começar. O narrador, de olho no relógio anunciou: “Em Rio Grande, 15h30 minutos”. E o narrador do outro jogo, completou: “Em Pelotas também, 15h30min”. Por certo foi para não haver dúvidas quanto ao fuso horário.
Algumas do locutor Cléber Machado, da Rede Globo, que dá de goleada no Galvão Bueno. Ao descrever o perfil do técnico Osvaldo de Oliveira: “Ele tem aquela calma meio nervosa”. Antes de começar um jogo da Seleção Romena, pela Copa do Mundo: "Todos os jogadores da Romênia tingiram os cabelos de amarelo, exceto o goleiro, que é careca". Numa tarde fria, jogo do Campeonato Brasileiro e o Estádio de Parque Antártica lotado: "Taí a torcida do Palmeiras esquentando o frio”. Depois corrigiu, mas já era tarde.
Essa eu garimpei lá em São Gabriel, cidade onde eu morava antes de ir para Brasília. Jogo da Segunda Divisão entre o time do São Gabriel e do Cruzeiro de Santiago. Uma das rádios locais fazia a costumeira transmissão. Metade do primeiro tempo e o repórter informou: “Fulano, entrou um cachorro em campo”. E o narrador, rapidamente perguntou: “No lugar de quem?”.
O repórter Sílvio Luiz, da rádio Jovem Pan, na época Rádio Panamericana, chamou o narrador Pedro Luiz, para informar: “Pedro, a bandinha aqui no campo está tocando uma marchinha”. E Pedro Luiz respondeu: “Silvio, a "bandinha" é a Banda Marcial da Força Pública, e a "marchinha" é o Hino Nacional”.
É claro que Portugal não poderia ficar de fora. O locutor Nuno Luiz, da TVI ao comentar os movimentos do jogador Augusto Inácio, do Sporting, num jogo contra o Salgueiros, pelo campeonato português nos brindou com esta maravilha: “Inácio fechou os olhos e olhou para o céu”. E um outro narrador, da mesma emissora, João Tomás falando das qualidades do jogador Pedro Mantorras; “Uma das armas do Pedro é a técnica e a velocidade”.
O gaúcho Osvaldo Brandão foi um dos grandes técnicos do futebol brasileiro, mas não gostava de dar entrevistas. Certa feita, um repórter lhe perguntou: “Seu Osvaldo, como o time do Corinthians vai jogar?” E Brandão respondeu: “Ora, com calções, camisas e chuteiras”. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Horácio disse...
Amigo Nilo: Tem aquela do "Zé Adão", quando morreu o Ildefonso Poester e foi observado um minuto de silêncio na Linha do Parque. Antes que o árbitro apitasse, o Zé lascou: "Os senhores acabaram de ouvir um minuto de silêncio". Horácio Gomes
27 de maio de 2008 17:08
Nos anos 50 e 60 jogava no Brasil de Pelotas (RS) um lateral esquerdo chamado Tibirica. Dia de clássico e o repórter Edmar Allan, da Rádio Cultura, ao informar a escalação da equipe, saiu com esta: “O desfalque no Brasil é Tibirica, que está lesionado no joelho esquerdo da perna esquerda”.
Esta também aconteceu no Rio Grande do Sul e faz muito tempo. O locutor Aloísio Parente, descrevendo a inauguração do Estádio Olímpico, do Grêmio Portoalegrense: “O estádio é suntuoso com uma vista belíssima. Fica quase no centro da Capital. À sua direita, o belo Rio Guaíba, à esquerda, uma das principais avenidas, e, na parte sul, o mais procurado de todos os cemitérios de Porto Alegre, onde “vivem” os mortos mais ilustres da cidade”.
Ainda no Rio Grande do Sul. Hugo Schmidt era um repórter do velho e querido jornal “A Folha da Tarde Esportiva”, encarregado de cobrir o campeonato de Bolão, um esporte aos moldes do “bolicho”. Ficou para a história da imprensa a legenda que ele fez para uma foto em que aparecia uma respeitável senhora, campeã individual de bolão, num torneio do 4º Distrito, em Porto Alegre: “Fulana de Tal, a maior derrubadora de paus do quarto distrito”.
Na inauguração do Autódromo de Brasília o narrador de uma das rádios locais transformou ouvidos em olhos: “Estamos assistindo à inauguração do Hipódromo de Brasília”. Em seguida, mostrou seu “enorme conhecimento” sobre automobilismo: “Primeira pole-position para Fittipaldi, segunda pole-position para Nicky Lauda, terceira pole-position, para José Carlos Pace, e assim por diante, até a 15 pole-position”. Mas não pensem que ficou só nisso. Ao atender o chamado do repórter, que informou estar ao lado do padock, o narrador completou a felicidade dos ouvintes, que certamente chegaram ao delírio: “Então aproveita, e pergunta ao “padock” o que ele acha da corrida”.
Paulo Léro, um dos mais famosos repórteres do rádio paranaense foi chamado de o “Pelé das Asneiras”. Em uma entrevista com o presidente do Matsubara, clube interiorano, perguntou: “Presidente, é verdade que o senhor está “domesticando” o seu filho para ser o próximo presidente do clube?” Outra do nosso querido repórter: “O zagueiro Vica ficará afastado alguns dias, pois está com um “floco” dentário.” Acham pouco? Tem mais? Num jogo no Canindé, em São Paulo, entre Portuguesa de Desportos e Colorado, extinto clube paranaense houve um apagão no estádio. Depois de verificar o que tinha acontecido, Paulo Léro informou: “Olha Fernando, um gato entrou no meio do transformador, e veja só, ele se transformou numa verdadeira tocha humana”.
Conhecido locutor de uma das rádios de Brasília foi a Goiânia, transmitir um jogo entre Goiás e Ceub. Devido a um violento aguaceiro, o jogo foi adiado para a noite seguinte. Ao dar a notícia, o locutor largou esta pérola: “A nossa Rádio Alvorada vai permanecer em Goiânia, e o jogo será realizado sem falta, amanhã à noite, chova ou faça sol”. De um outro locutor de Brasília, transmitindo uma prova de remo no Lago Paranoá: “Vai ganhando cada vez mais “terreno” o barco do Saldanha da Gama”.
Decisão do campeonato paraense entre Remo e Tuna Luso, no Estádio Mangueirão. As duas equipes em campo batendo bola e os repórteres fazendo as tradicionais entrevistas. Depois que as equipes posaram para aquelas fotos que nunca são publicadas nos jornais, um repórter de rádio perguntou ao atacante Ageu Sabiá, do Clube do Remo e principal artilheiro do campeonato: “Essa foto vai para a posteridade?”. Sem vacilar o jogador respondeu: “Não, essa eu pretendo mandar para a minha família que está lá na minha terra natal, Monte Alegre”.
O ex-árbitro de futebol José Roberto Wright, agora comentarista de arbitragem de um canal de televisão, ao analisar um lance duvidoso, fez esta “esclarecedora” intervenção: “Nós, aqui, temos a máquina, por isso eu não crucifixo o auxiliar”.
Escrevo este artigo, mas tenho todo o direito de não acreditar que isto seja verdade. O falecido radialista Valdir Gentil, da Rádio Cacique, de Sorocaba (SP) foi sozinho a Ribeirão Preto para transmitir um jogo do São Bento contra o Comercial. Lá, ele conseguiu que um repórter local lhe ajudasse na transmissão. Chovia muito e em dado momento, Valdir Gentil narrou: "Chove nos quatro cantos do gramado". O repórter, querendo demonstrar que estava em cima da jogada, completou: “Valdir, eu estou melhor colocado do que você e posso lhe assegurar que chove também no centro do gramado".
Isso me fez lembrar de algo parecido que aconteceu lá na querida cidade de Rio Grande, terra do mais antigo clube de futebol do país, o S.C. Rio Grande. A Rádio Cultura fazia uma transmissão dupla: de Rio Grande o jogo Rio-Grandense X Brasil de Pelotas. E de Pelotas, Farroupilha X São Paulo. Bola no centro do gramado e jogo por começar. O narrador, de olho no relógio anunciou: “Em Rio Grande, 15h30 minutos”. E o narrador do outro jogo, completou: “Em Pelotas também, 15h30min”. Por certo foi para não haver dúvidas quanto ao fuso horário.
Algumas do locutor Cléber Machado, da Rede Globo, que dá de goleada no Galvão Bueno. Ao descrever o perfil do técnico Osvaldo de Oliveira: “Ele tem aquela calma meio nervosa”. Antes de começar um jogo da Seleção Romena, pela Copa do Mundo: "Todos os jogadores da Romênia tingiram os cabelos de amarelo, exceto o goleiro, que é careca". Numa tarde fria, jogo do Campeonato Brasileiro e o Estádio de Parque Antártica lotado: "Taí a torcida do Palmeiras esquentando o frio”. Depois corrigiu, mas já era tarde.
Essa eu garimpei lá em São Gabriel, cidade onde eu morava antes de ir para Brasília. Jogo da Segunda Divisão entre o time do São Gabriel e do Cruzeiro de Santiago. Uma das rádios locais fazia a costumeira transmissão. Metade do primeiro tempo e o repórter informou: “Fulano, entrou um cachorro em campo”. E o narrador, rapidamente perguntou: “No lugar de quem?”.
O repórter Sílvio Luiz, da rádio Jovem Pan, na época Rádio Panamericana, chamou o narrador Pedro Luiz, para informar: “Pedro, a bandinha aqui no campo está tocando uma marchinha”. E Pedro Luiz respondeu: “Silvio, a "bandinha" é a Banda Marcial da Força Pública, e a "marchinha" é o Hino Nacional”.
É claro que Portugal não poderia ficar de fora. O locutor Nuno Luiz, da TVI ao comentar os movimentos do jogador Augusto Inácio, do Sporting, num jogo contra o Salgueiros, pelo campeonato português nos brindou com esta maravilha: “Inácio fechou os olhos e olhou para o céu”. E um outro narrador, da mesma emissora, João Tomás falando das qualidades do jogador Pedro Mantorras; “Uma das armas do Pedro é a técnica e a velocidade”.
O gaúcho Osvaldo Brandão foi um dos grandes técnicos do futebol brasileiro, mas não gostava de dar entrevistas. Certa feita, um repórter lhe perguntou: “Seu Osvaldo, como o time do Corinthians vai jogar?” E Brandão respondeu: “Ora, com calções, camisas e chuteiras”. (Texto e pesquisa: Nilo Dias)
Horácio disse...
Amigo Nilo: Tem aquela do "Zé Adão", quando morreu o Ildefonso Poester e foi observado um minuto de silêncio na Linha do Parque. Antes que o árbitro apitasse, o Zé lascou: "Os senhores acabaram de ouvir um minuto de silêncio". Horácio Gomes
27 de maio de 2008 17:08
terça-feira, 20 de maio de 2008
De “Biriba” a “Perivaldo”
Se superstição ganha títulos, o Botafogo carioca pode estar perto de uma nova fase vitoriosa, como aquela do final dos anos 40, quando era presidido pelo até hoje lembrado Carlito Rocha, que se tornou famoso por adotar um cãozinho fox paulistinha como mascote do clube. No jogo da semana passada contra o Atlético Mineiro, quando o Botafogo se classificou para as semifinais da Copa do Brasil, o time entrou no gramado acompanhado de um cão beagle preto e branco de nome “Perivaldo” (referência a um ex-jogador do clube).
Até aí, nada de mais, não fosse o fato de “Perivaldo” ter nascido com uma estrela nas costas que lembra a “Estrela Solitária” do escudo botafoguense. Foi a grande sensação do jogo, levantando a torcida presente ao Estádio Engenhão. Seu dono o torcedor alvinegro Aldo Souza de Araújo, um carioca que mora em João Pessoa (PB) acabou de arrumar um problema: a partir de agora terá de dar um jeito de levar “Perivaldo” a todos os jogos do Botafogo. Pelo menos enquanto estiver vencendo.
Ainda não está garantida a presença de “Perivaldo” nos dois jogos contra o Corinthians. Mas uma coisa é certa, se ele entrar em campo, que se cuide o treinador Mano Menezes, pois com certeza terá muitos problemas para anular uma jogada que se acredita, tem efeitos sobrenaturais. Mas o Botafogo também tem que ficar com um pé atrás. Em 1950, “Biriba” foi seqüestrado a mando de um delegado de Polícia, torcedor corinthiano e só foi devolvido depois do jogo. Resultado: Corinthians 2 X 1 Botafogo.
O “cãodidato” a novo mascote tem até página no Orkut. O perfil diz o seguinte: “Caros botafoguenses. Por incrível que pareça nasci com a estrela solitária, não só no coração, mas também no meu pêlo. Meus donos e minha família inteira são botafoguenses. Sou da raça beagle nas cores preto e branco. Meu nome é “Perivaldo”, em homenagem aquele lateral do “Fogão” e da Seleção Brasileira, o único que conseguiu a expulsão do Zico nos anos 80. Na nossa família só tem botafoguense. Dá-lhe “Peri”. Dá-lhe “Fogão”. Por favor, me divulguem. Quero me tornar o mais novo mascote do nosso timão”.
Mas se o Botafogo tem em “Perivaldo”, um novo pé de coelho, seus torcedores não devem esquecer que o treinador Cuca, é um pé frio nato. Ele já treinou outros times considerados grandes como Flamengo, Grêmio e São Paulo, além de equipes médias como Coritiba, Goiás, Paraná e São Caetano e não ganhou nem mesmo um Estadual. Os times que ele dirigiu sempre começaram bem as competições, mas acabaram mal. Os torcedores adversários não perdem a chance de uma boa gozação: “O Botafogo nada, nada e morre na praia”. Ou então, “quase que foram campeões”.
Os torcedores mais antigos e aqueles que já leram a história do clube sabem que nas décadas de 40 e 50 existiu um cão chamado “Biriba”, que caiu nas graças do presidente botafoguense Carlito Rocha e se tornou mascote oficial do time. Tudo começou durante um jogo contra o Bonsucesso, pelo Campeonato Carioca, em General Severiano, antigo estádio do clube.
O jogo estava bastante difícil e não saía do 0 X 0, quando “Biriba”, cão de estimação do zagueiro Macaé entrou em campo e fez “xixi” na trave do adversário, no exato momento em que saiu o primeiro gol do time alvinegro. Não precisou mais nada. “Biriba” virou mascote e ganhou as graças do presidente Carlito Rocha.
A partir daí “Biriba” acompanhou o time em todos os jogos do campeonato estadual. Se ele teve alguma influência nos resultados, não se sabe. Mas o fato é que o Botafogo foi campeão invicto depois de um longo jejum de mais de 10 anos. E com uma campanha para ninguém botar defeito: 19 jogos, 17 vitórias e dois empates. Na decisão o alvinegro derrotou o poderoso Vasco da Gama, chamado de “Expresso da Vitória”.
A fama de “Biriba” ultrapassou os muros de General Severiano e passou a incomodar os clubes rivais. Num jogo contra o Vasco, em São Januário quiseram impedir o cão de entrar no estádio. O presidente Carlito Rocha pegou “Biriba” no colo e desafiou os vascaínos: "Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja. E quem estiver com ele entra, com certeza".
Coisas incríveis aconteceram. Na véspera do jogo decisivo contra o Vasco, em 48, o cão sofreu um atentado a tiros. Dizem que alguns padeiros vascaínos ofereceram uma verdadeira fortuna para quem entregasse “Biriba”, vivo ou morto, bem ao estilo dos filmes do velho Oeste americano. Carlito Rocha, temeroso de que o mascote fosse envenenado, ordenou que Macaé provasse toda a refeição antes de dá-la ao cão. O cão símbolo “trabalhou” no clube até meados da década de 50.
Até aí, nada de mais, não fosse o fato de “Perivaldo” ter nascido com uma estrela nas costas que lembra a “Estrela Solitária” do escudo botafoguense. Foi a grande sensação do jogo, levantando a torcida presente ao Estádio Engenhão. Seu dono o torcedor alvinegro Aldo Souza de Araújo, um carioca que mora em João Pessoa (PB) acabou de arrumar um problema: a partir de agora terá de dar um jeito de levar “Perivaldo” a todos os jogos do Botafogo. Pelo menos enquanto estiver vencendo.
Ainda não está garantida a presença de “Perivaldo” nos dois jogos contra o Corinthians. Mas uma coisa é certa, se ele entrar em campo, que se cuide o treinador Mano Menezes, pois com certeza terá muitos problemas para anular uma jogada que se acredita, tem efeitos sobrenaturais. Mas o Botafogo também tem que ficar com um pé atrás. Em 1950, “Biriba” foi seqüestrado a mando de um delegado de Polícia, torcedor corinthiano e só foi devolvido depois do jogo. Resultado: Corinthians 2 X 1 Botafogo.
O “cãodidato” a novo mascote tem até página no Orkut. O perfil diz o seguinte: “Caros botafoguenses. Por incrível que pareça nasci com a estrela solitária, não só no coração, mas também no meu pêlo. Meus donos e minha família inteira são botafoguenses. Sou da raça beagle nas cores preto e branco. Meu nome é “Perivaldo”, em homenagem aquele lateral do “Fogão” e da Seleção Brasileira, o único que conseguiu a expulsão do Zico nos anos 80. Na nossa família só tem botafoguense. Dá-lhe “Peri”. Dá-lhe “Fogão”. Por favor, me divulguem. Quero me tornar o mais novo mascote do nosso timão”.
Mas se o Botafogo tem em “Perivaldo”, um novo pé de coelho, seus torcedores não devem esquecer que o treinador Cuca, é um pé frio nato. Ele já treinou outros times considerados grandes como Flamengo, Grêmio e São Paulo, além de equipes médias como Coritiba, Goiás, Paraná e São Caetano e não ganhou nem mesmo um Estadual. Os times que ele dirigiu sempre começaram bem as competições, mas acabaram mal. Os torcedores adversários não perdem a chance de uma boa gozação: “O Botafogo nada, nada e morre na praia”. Ou então, “quase que foram campeões”.
Os torcedores mais antigos e aqueles que já leram a história do clube sabem que nas décadas de 40 e 50 existiu um cão chamado “Biriba”, que caiu nas graças do presidente botafoguense Carlito Rocha e se tornou mascote oficial do time. Tudo começou durante um jogo contra o Bonsucesso, pelo Campeonato Carioca, em General Severiano, antigo estádio do clube.
O jogo estava bastante difícil e não saía do 0 X 0, quando “Biriba”, cão de estimação do zagueiro Macaé entrou em campo e fez “xixi” na trave do adversário, no exato momento em que saiu o primeiro gol do time alvinegro. Não precisou mais nada. “Biriba” virou mascote e ganhou as graças do presidente Carlito Rocha.
A partir daí “Biriba” acompanhou o time em todos os jogos do campeonato estadual. Se ele teve alguma influência nos resultados, não se sabe. Mas o fato é que o Botafogo foi campeão invicto depois de um longo jejum de mais de 10 anos. E com uma campanha para ninguém botar defeito: 19 jogos, 17 vitórias e dois empates. Na decisão o alvinegro derrotou o poderoso Vasco da Gama, chamado de “Expresso da Vitória”.
A fama de “Biriba” ultrapassou os muros de General Severiano e passou a incomodar os clubes rivais. Num jogo contra o Vasco, em São Januário quiseram impedir o cão de entrar no estádio. O presidente Carlito Rocha pegou “Biriba” no colo e desafiou os vascaínos: "Ninguém impede o presidente do Botafogo de entrar onde quer que seja. E quem estiver com ele entra, com certeza".
Coisas incríveis aconteceram. Na véspera do jogo decisivo contra o Vasco, em 48, o cão sofreu um atentado a tiros. Dizem que alguns padeiros vascaínos ofereceram uma verdadeira fortuna para quem entregasse “Biriba”, vivo ou morto, bem ao estilo dos filmes do velho Oeste americano. Carlito Rocha, temeroso de que o mascote fosse envenenado, ordenou que Macaé provasse toda a refeição antes de dá-la ao cão. O cão símbolo “trabalhou” no clube até meados da década de 50.
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